Maria já fazia dois meses. Dois meses que nos sentíamos completos e realizados. Nos primeiros dias Lucca sentiu um pouco de ciúmes, mas explicamos a ele que a irmã ainda era pequena, e que precisava mais da nossa atenção. E hoje ele cuida dela como a gente praticamente. Seu Fernando e meu pai era um dos mais babões, junto comigo. Nossos amigos fizeram uma festa de boas vindas assim que saímos do hospital, tudo organizado pelo Isco e Juliana.
E naquele mesmo dia, eu ouvi o “sim” mais importante da minha vida. Eu a pedi em casamento, e Alina disse um sonoro sim.
— Cara, eu vou fazer uma coisa – disse controlando o nervosismo, Isco e Sergio me olhavam com curiosidade — Eu quero pedir a Alina em casamento. Hoje. Agora.
Ele sorriram e deram tapas na minha cabeça, comemorando e me incentivando. Sendo sincero, eu não estava nervoso com medo dela não aceitar, e sim nervoso em como eu me sairia. Alina sabe o quanto eu a amo, mas não sou muito bom com palavras e muito menos em público. Mas ela merecia esse esforço.
— Silêncio, porra! – Sergio gritou e logo foi repreendido pelo palavrão na frente das crianças — Nosso querido Marquito quer falar.
Isco puxou uma mesa e eu subi em cima, depois de muita insistência dele.
— Meu amor… – encontrei seus olhos no meio da multidão e ela sorriu, me fazendo sorrir também. Ouvimos sons fofos e dei risada, sentindo minhas bochechas queimarem — Antes, queria agradecer pelo que fizeram, principalmente meu picha e a Ju. E obrigada pela presença de todos – fiz reverência e palmas soaram pela nossa casa — Agora eu quero falar com essa mulher linda ali – Clarice e Alan empurraram Alina para frente, ficando perto — Você sabe como sou tímido e não sou muito bom com palavras, mas eu preciso… bom, nosso começo de história é um pouco doida, né? – ela riu fraco, concordando. Podia ver seus olhos marejados — Mas quando as pessoas nascem para ficar juntas, nem o tempo, nem mesmo a distância pode interferir. Você voltou para mim, depois de anos, e com um presente precioso que é o nosso filho. E desde que vocês chegaram, eu sou mais feliz, meus sonhos se realizaram, eu vivo uma vida que eu sempre pedi, com a mulher e os filhos que sempre sonhei. Obrigada pelo Lucca, obrigada pela Maria, obrigada por ser uma mãe maravilhosa para eles, e obrigada por colocar minha vida nos eixos. Você é meu ponto de paz, o meu porto seguro, e eu quero passar o resto da vida com a mulher mais incrível do meu lado. Então, Alina… – desci da mesa pegando a caixinha da mão de Isco, e me aproximando. Ela estava chorando bastante, e eu não estava muito diferente. Me ajoelhei em seu frente, pegando sua mão e ouvindo gritos ao nosso redor — Quer se casar comigo?
Alina pegou minha mão e beijou, olhando em meus olhos. Então ela se ajoelhou junto comigo e beijou minha mão novamente.
— Sim, sim e sim! – gritou a pleno pulmões com o sorriso mais lindo que um dia pude presenciar.
E agora sempre chamava ela de noiva e ela me chamava de noivo. Era engraçado e surreal.
Hoje seria a apresentação da escola de Lucca, Solari deu folga a todos, pois muitos teria o mesmo compromisso. Melia, Isquinho, Serginho, Marco, Leon e a maioria dos filhos dos jogadores estudavam na mesma escola, era uma das melhores de Madrid.
Alina terminava de arrumar Maria, que estava uma princesa com um vestidinho vermelho e uma faixa da mesma cor. Eu já tinha me arrumado e mais cedo arrumado Lucca, que já estava na escola.
— Coisa mais linda do papai – fiz cócegas nela na cama e Maria sorriu fazendo sons fofos, mexendo as perninhas.
— Vou tomar banho – Alina avisou.
— Vai lá, meu amor – sorri e dei um selinho nela.
— Vem com o papai, princesa – peguei ela e cheirei seus cabelos acastanhado, sentindo o cheirinho gostoso de bebê e do perfume infantil que Alina passou — Está tão linda e cheirosa.
Alina
Enquanto a água descia, ouvia Marco conversar com Maria. Sorria sozinha. Ele era um pai maravilhoso com Lucca e agora com a pequena. Terminei de lavar o cabelo e usei a toalha para me secar, vestindo uma calcinha e o sutiã de amamentação.
Saí do quarto e sorri com a cena. Marco estava deitado mexendo no celular enquanto Maria estava deitada quietinha em seu peito, quase dormindo. Ele me viu saindo e sorriu, mandei um beijo a ele. Me vesti rapidamente com uma roupa confortável e saímos para a escola de Lucca, que esbanjava felicidade, pois pela primeira vez o pai e a mãe iam vê-lo na escola. E juntos.
Alguns dias depois
Estávamos com nossos dedos entrelaçados e em frente ao cartório. Marco sorriu com aquele sorriso lindo e beijou minha bochecha, logo entramos.
Combinamos de nos casar no papel com as testemunhas, depois uma festa com nossos amigos em Mallorca e mais tarde, quando Maria ficar mais velha, nossa lua de mel em Veneza, onde sempre sonhei.
Nossas testemunhas eram Isco e Juliana. Marco e eu tivemos uma longa conversa sobre separação de bens, e no final chegamos ao consenso de comunhão parcial de bens, principalmente por causa das crianças. E como já moramos juntos, o casamento foi conversão de união estável em casamento, então foi somente as testemunhas, nós, o juiz e o escrevente.
Fizemos todos os processos e os quatros ficaram surpresos por não termos chorado na hora de assinar. Mas os olhinhos escuros de Marco brilhando significava muita coisa, e tinha certeza que os meus não estavam diferentes.
— Eu preciso fazer uma coisa que deveria ter feito há muito tempo – Marco me parou enquanto saíamos. Isco e Ju também prestaram atenção.
— O que, amor?
— Quero meu sobrenome no Lucca, ele é meu filho. Vamos registrar ele novamente. Agora com pai e mãe – ele disse e eu já estava chorando — Amor…
— Vamos logo fazer isso – disse ansiosa.
— Enquanto isso nós vamos tomar um café, depois vocês nos encontram – Isco disse e Ju assentiu.
Isco e Marco trocaram um olhar malicioso, e eu dei risada.
— Juízo, viu, Francisco? – disse enquanto via eles se afastarem.
— Isso eu tenho de sobra, meu bem – piscou e eu gargalhei.
— Acha que vai de novo? – ele me perguntou. Os dois já haviam ficado em uma festa, há muito tempo atrás, Marco e eu nem estávamos juntos.
— Acho que sim. Eles são doidos, ficam e depois fingem que nada aconteceu – disse e ele gargalhou.
— Então vamos transformar Lucca Suárez em Lucca Asensio Suárez – ele disse com um sorriso enorme.
— Te amo, meu amor – fiquei na ponta do pé e deixei um selinho em seus lábios.
— Também amo você – sorriu.
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