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História Entre Anjos e Demônios (HIATUS) - Capítulo 3 - História escrita por elmaxswanmills - Spirit Fanfics e Histórias
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História Entre Anjos e Demônios (HIATUS) - Capítulo 3


Escrita por: elmaxswanmills

Capítulo 3 - Capítulo 3


O Grande Salão do Anjo estava lotado de Caçadores de Sombras. Muitos deles ansiosos pelo que a assinatura do Pacto poderia trazer enquanto alguns deles esperavam o momento certo para agir a mando de Valentim.

Quando o Cônsul se levantou e ordenou que as portas do Salão fossem abertas para que os membros do Submundo entrassem para a reunião e assinatura do Pacto, Valentim e os membros do Ciclo se levantaram e atacaram, mal dando tempo para os demais processarem o que estava acontecendo.

Um clarão causado pelas muitas lâminas serafim sendo levantadas ao mesmo tempo fez com que os membros do Submundo ficassem em desvantagem por alguns segundos, mas isso foi o suficiente para os habilidosos guerreiros comandados por Valentim aproveitarem a oportunidade.

Em poucos minutos o local estava se parecendo com um campo de batalha. Vampiros, lobisomens e feiticeiros lutavam lado a lado para deter Valentim e seus seguidores, mas como eles previam, os Nephilim estavam jogando sujo. Eles usavam de todas as armas que podiam para incapacitar seus oponentes e matar o maior número deles que conseguiam. Do outro lado da mesma moeda, os membros do Submundo faziam o que podiam para não acertarem os poucos Caçadores de Sombras que estavam ao seu lado enquanto se defendiam e atacavam em uma dança sincronizada.

Quando Pangborn veio em sua direção, Killian expôs suas presas com um sorriso divertido e se atirou na direção dele. Ele sabia que aquele era um dos homens que havia atacado a casa de seus amigos na outra noite e faria o possível para acabar com a vida dele. Ao seu lado Elsa lutava com duas outras Caçadoras de Sombras enquanto Cora e Gold davam conta de um grupo de Caçadores de Sombras que havia tentado encurralar os dois vampiros enquanto estavam distraídos em suas batalhas.

— Eu sempre ouvi dizer que nephilins eram seres honrados, mas o que estou vendo hoje são apenas seres desprezíveis. – Cora sibilou antes de mandar um Caçador de Sombras voando pelo salão.

— Nem todos eles são desprezíveis. – Maryse disse desviando do golpe de uma lâmina serafim. — Alguns estão do lado de vocês. Alguns de nós estão arriscando suas vidas e sua liberdade por vocês.

— Presumo que você seja uma delas. – Cora disse com desdém. — Perdoe-me se não consigo ver a diferença enquanto estou tentando me manter viva.

— Se quiser se manter viva eu sugiro que foque na batalha, luv. – Killian sorriu para a mais velha e saltou sobre um Caçador de Sombras que se aproximava de Cora e Maryse aproveitando a breve distração das duas. Sem grande esforço ele enterrou suas garras e suas presas no corpo do rapaz levando-o ao chão e largando seu corpo sem vida em minutos. — Sangue de Caçador de Sombras é muito melhor do que o de seres humanos.

— Espero que morder Caçadores de Sombras não se torne um hábito, vampiro. – Maryse sibilou, virando-se em seus calcanhares com sua naginata em mãos e afundando a enorme arma no peito de outro Caçador de Sombras.

— Eu não sonharia com isso, luv. – Ele sorriu e desapareceu em meio a carnificina que havia se transformado o Grande Salão do Anjo.

Maryse focou na batalha e seu coração doía por ter que afundar suas armas em tantas pessoas que ela conhecia há tanto tempo, mas que outra opção ela tinha? Se não o fizesse eles o fariam sem pensar duas vezes e então ela não viveria para ver seus filhos crescer. Não estaria mais ao lado da mulher que amava. Não. Isso estava fora de cogitação para ela.

Ela buscou Jocelyn com os olhos em meio a multidão, mas a ruiva não era encontrada em lugar algum e isso a estava deixando preocupada. Ela trocou um rápido olhar com Jia e a mulher apenas assentiu e então as duas olharam para a porta no exato momento em que Jocelyn e Luke adentraram o Grande Salão do Anjo.

Valentim pousou os olhos nos dois imediatamente e sentiu o sangue deixar seu corpo. Ele retirou a lâmina do peito do lobisomem que havia acabado de matar junto a estátua do Anjo e alternou seu olhar entre sua esposa e seu parabatai, sorrindo amargamente.

— Eu pensei que você tivesse ao menos um pouco de dignidade, Lucian. – Ele baixou sua lâmina e se aproximou dos dois. — Eu esperava que você tivesse seguido meu conselho naquela noite e acabado com a vida nojenta que te esperava após ter se transformado em um monstro. Vejo que terei que fazer isso por mim mesmo.

Antes que Luke ou Jocelyn pudessem dizer algo Valentim se atirou sobre seu Parabatai com sua adaga em mãos, errando o pescoço dele por centímetros.

— Vá, Jocelyn! – Luke gritou enquanto afundava sua kindjal na coxa de Valentim.

— Seu cachorro fedorento! – Valentim retirou a lâmina de sua coxa e a atirou no chão, pegando sua estela e fazendo uma iratze rapidamente. — Você não passa de um cão sarnento que veste o rosto de um homem que um dia foi meu amigo, meu parabatai.

— Não, Valentim. – Luke sorriu cansado. — Você está enganado. Eu ainda sou a mesma pessoa, mas você... você não é mais o homem que um dia eu admirei. O homem que um dia eu estive disposto dar a minha vida para proteger.

Valentim sibilou algo que Luke não entendeu e se atirou contra ele novamente e mais uma vez o lobisomem desviou do golpe dele. Enquanto eles travavam uma batalha pessoal em torno da estátua, os membros do Círculo morriam um a um.

Luke viu os Lightwood largarem suas armas quando Jocelyn se aproximou de Maryse e as duas trocaram um breve olhar antes da ruiva correr de volta em direção a eles.

— Valentim, pare! Este é Luke, seu amigo, seu irmão! – Ela gritou. A expressão em seu rosto era ilegível. — Ele é seu parabatai.

Valentim rosnou, agarrando-a pelos cabelos e colocando-a diante dele enquanto segurava sua adaga contra a garganta dela. No instante seguinte Maryse estava diante dele. Seus olhos arregalados em horror e medo e então Valentim sorriu.

— Você daria a sua vida por ela, não é minha querida Maryse? Você morreria por ela sem pensar duas vezes, não é?

Maryse não respondeu. Ela não deveria deixar seus sentimentos falarem mais alto em um momento como este e no entanto lá estava ela.

Percebendo o que Valentim estava tentando fazer, Luke se posicionou à frente dela, bloqueando a visão de seu parabatai.

— Eu sempre pensei que você a quisesse. – Valentim disse com sarcasmo. — Mas então eu percebi-

— Já chega, Valentim! – Luke rosnou, mas não se moveu. Ele não podia arriscar a vida de Jocelyn. Ele não podia colocar tudo a perder para sua melhor amiga. Era a chance de liberdade dela.

Valentim arrebentou o medalhão que ela usava e jogou contra o rosto de Luke. Ele gritou e cambaleou para trás. Seu rosto queimando e sangrando com o contato da prata com a sua pele. Ao seu lado Maryse parecia pregada ao chão. Ela olhou em horror enquanto Luke gritava e Valentim desaparecia pela multidão, arrastando Jocelyn com ele. Valentim era muito rápido e em segundos ele desapareceu em meio aos mortos e aos Caçadores de Sombras que se rendiam aos poucos.

Luke e Maryse correram para fora e olharam a cena diante deles sem saber o que fazer. O Salão estava se incendiando e o céu era iluminado com o fogo. Eles podiam ver o gramado verde da capital e o rio escuro, a estrada ao longo da margem, onde Caçadores fugiam envergonhados noite a dentro e então eles a viram. Jocelyn estava às margens do rio, tremendo e chorando. Era a primeira vez que eles a viam tão vulnerável. Maryse correu até ela e a envolveu em um forte abraço correndo suas mãos pelos longos cachos ruivos.

— As crianças...

Jocelyn não precisou terminar a frase. Luke trocou um rápido olhar com a morena e em seguida apareceu com um cavalo ao lado dela. Maryse montou e no momento seguinte Jocelyn estava atrás dela segurando em sua cintura como se sua vida dependesse disso. Luke mudou para a forma de lobo e os três correram em direção a mansão. Ele era rápido, mas não era páreo para um cavalo e logo ficou para trás.

Jocelyn sentia seu coração bater tão depressa contra suas costelas que temia que pudesse rasgar seu peito e sair. Ela apertou suas mãos nos quadris de Maryse e a morena gritou para que o cavalo fosse mais rápido. Em poucos minutos elas chegaram a mansão e então sentiram seu mundo desaparecer diante delas.

A mansão Morgenstern estava em chamas. O cheiro de fogo pesado no ar, mas havia algo mais. Algo espesso e doce, o fedor de feitiçaria demoníaca. A mansão tinha sido reduzida a cinzas. Camada após camada de cinzas embranquecidas espelhando-se pelo gramado com o vento da noite. Apenas as fundações, como ossos queimados, ainda eram visíveis: uma janela, uma chaminé inclinada, mas a substância da casa, os tijolos e cimento, os inestimáveis livros e antigas tapeçarias transmitidas através das gerações de Caçadores de Sombras, eram poeira soprando em toda a face da lua. Valentim provavelmente usara um demônio do fogo para destruir a mansão. Nenhum fogo deste mundo queimaria tão forte e tão rápido e nem deixaria tão pouco para trás.

— Não. – Jocelyn sussurrou, desmontando do cavalo antes que Maryse pudesse fazer algo e correndo em direção ao que sobrara da mansão que um dia fora sua casa.

Maryse desmontou do cavalo e caminhou até ela, sem saber ao certo como se sentir ou o que fazer.

Nos degraus da frente, escurecidos pelo fogo, haviam ossos. Carbonizados na escuridão, mas reconhecidamente humanos, com pedaços de pano aqui e ali, e partes de joias que o incêndio não havia tomado. Correntes vermelhas e de ouro uniam-se aos ossos da mãe de Jocelyn, e o calor tinha derretido a adaga de seu pai em sua mão esquelética. Em outra pilha de ossos cintilava o amuleto de prata de Valentim, com a insígnia do Círculo ainda queimando branco e quente em sua face.

Luke estava parado um pouco mais atrás, tão perdido quanto Maryse.

Valentim estava morto, mas também os pais de Jocelyn.

Ele viu Maryse abraçar a ruiva suavemente, ajoelhada ao lado dela e então em meio ao caos daquela noite ele se lembrou: As crianças estavam bem. Eles as haviam mandado para a casa de Ragnor Fell antes de se dirigirem para a capital.

(...)

Quando chegaram à casa de Ragnor Fell os três estavam cobertos por cinzas, suor e sangue. Nenhum dos três disse nada e o feiticeiro não perguntou. Ele sabia que não importava qual fosse o resultado final, todos sairiam perdendo de alguma maneira naquele dia.

Não muito tempo depois, Cora, Gold e Robert chegaram acompanhados de Killian, Elsa e Maleficent.

Robert parou a porta e observou Maryse abraçada à Jocelyn. Ele sentiu seu coração apertar em seu peito diante da cena. Ele ficou parado ali por alguns minutos, sem saber o que fazer, não querendo interromper as duas.

— Valentim está morto. – Luke contou ao parar ao lado dele. Seus olhares se encontraram e ele apenas acenou com a cabeça.

— Eu não deveria, mas me sinto aliviado por isso. – Robert sussurrou. — Como?

— Ele queimou a mansão Morgenstern. – Luke travou o maxilar e enrijeceu ao lado de seu ex-companheiro de luta. — Os pais de Jocelyn estavam na casa.

— Você só pode estar brincando... – A voz de Robert falhou e instantaneamente ele olhou em direção as duas mulheres novamente. Sentindo as lágrimas descerem por seu rosto sem que pudesse controlar, Robert caminhou aos tropeços até as duas, tocando suavemente o ombro de sua esposa.

Maryse olhou para ele e uma nova onda de lágrimas desceu por seu rosto se misturando as antigas, às cinzas, sangue e suor.

Sem dizer nada Robert se ajoelhou ao lado delas e tocou as costas de Jocelyn tentativamente. Ela não se virou para olhar para ele, mas aceitou o toque.

Maleficent se aproximou de seu marido e tocou seu ombro, fazendo-o virar para encara-la. Ela tocou seu rosto gentilmente, limpando as lágrimas e a sujeira e beijou seus lábios suavemente.

— Eu sinto muito, meu amor. – Ela o envolveu em um abraço e Luke afundou o rosto no pescoço dela enquanto uma nova onde de lágrimas banhava seu rosto e molhava a camisa dela. Ele sentiu um misto de raiva e dor por tudo que havia acontecido naquele dia e Maleficent o sentiu estremecer em seus braços. — Eu sei que pode não parecer, mas eu prometo que tudo ficará bem.

— Caçadores de Sombras são durões. – Ragnor disse se aproximando do pequeno grupo de feiticeiros. — Você certamente já ouviu histórias que comprovam isso. Talvez uma das mais famosas histórias sobre um grande mal enfrentado por vocês seja aquela ligada aos membros do Instituto de Londres.

— Nós estudamos algo sobre isso na Academia, mas não sabemos muitos detalhes. Você sabe como a Clave é. – Luke sorriu fraco. — De todo modo, o que Valentim fez aos pais de Jocelyn é imperdoável.

— Eu não estou dizendo que vocês devam perdoar o que ele fez. – Ragnor suspirou. — Mas o que quero dizer é que vocês vão superar isso.

(...)

Alicante, Grande Salão do Anjo. Fevereiro de 2004.

Dois dias após o ataque liderado por Valentim os membros do Conclave se reuniam novamente no que restara do Grande Salão do Anjo para decidirem o futuro dos sobreviventes envolvidos no Círculo e no ataque aos membros do Submundo.

Por seus esforços para alertar a Clave e os membros do Submundo sobre o que Valentim estava tramando, Jocelyn e os Lightwood foram mandados para o Instituto de Nova York, podendo voltar a Idris em datas especiais ou reuniões do Conclave apenas. Até que sua confiança e lealdade para com a Clave fosse restaurada, eles permaneceriam sobre essa condição.

Os Penhallow foram designados a direção do Instituto de Beijing até que sua confiança e lealdade fosse restaurada.

Muitos dos membros haviam fugido durante a batalha ou morrido em combate e a Clave jurou caçar cada um dos fugitivos exaustivamente.

Os membros do Submundo finalmente assinaram o Pacto e uma nova era nascia para ambos os mundos. Caçadores de Sombras e membros do Submundo viveriam em paz e manteriam o mundo mundano a salvo dos demônios respeitando seus limites e Leis.

Jocelyn e os Lightwood partiram com os filhos para Nova York através do portal criado por Cora e em poucos minutos eles estavam diante do abandonado Instituto.

— Parece que teremos muito trabalho pela frente. – Jocelyn suspirou ao abrir as pesadas portas da Catedral.

Eles entraram e observaram ao redor. O lugar era enorme, mas estava longe de ser aconchegante.

Maryse deu um passo adiante e tocou o ombro da ruiva suavemente. Ela acenou com a cabeça para indicar as crianças, que já corriam pelo longo corredor abrindo todas as portas e escolhendo seus quartos. Eles sabiam do que havia acontecido em Idris, mas nenhum dos três adultos dissera a eles que o culpado por toda aquela tragédia era Valentim. Apesar de tudo eles queriam poupar Emma, Sebastian e Jonathan de saber que seu pai era um homem cruel que assassinara seus avós e muitos outros inocentes por causa de um ideal insano.

Jocelyn sentiu uma estranha onda de liberdade invadir seu peito enquanto adentrava o Instituto. Ela estava finalmente livre de Valentim e suas loucuras, e embora não tivesse a mulher que amava para si, ela poderia estar perto dela o tempo todo. Era melhor tê-la por perto como amiga a não tê-la de modo algum.

— Mamãe! – A voz de Emma a tirou de seus pensamentos e ela sorriu para a garotinha parada à porta da sala de música. Ela se balançava sobre seus pés e sorria largamente alternando seu olhar entre sua mãe e os instrumentos empoeirados na espaçosa sala.

— O que você encontrou aí, meu bem? – Jocelyn se aproximou com um sorriso e colocou a cabeça para dentro da sala. — Parece que você finalmente encontrou algo que chame a sua atenção além de armas e livros.

No momento seguinte Isabelle e os garotos estavam ao lado dela e olhavam para a espaçosa sala com curiosidade. Era diferente do que eles tinham em Idris. Lá eles aprendiam apenas a tocar instrumentos clássicos – piano, violino, violoncelo e outros – mas ali, diante deles haviam instrumentos que as crianças nunca haviam visto e antes que Jocelyn pudesse dizer algo, Emma já estava correndo em direção a uma guitarra apoiada em um pedestal.

— O que você acha que é isso, mamãe?

— Eu não tenho certeza, meu amor, mas sei aonde podemos encontrar alguém para ajuda-los com esses novos instrumentos. – Ela sorriu passando a mão entre os cachos loiros. — Agora coloque isso no lugar e vamos acomodar vocês em seus quartos. Já está tarde e tivemos um longo dia hoje. Precisamos descansar.

(...)

Instituto de Nova York, 2007.

Os anos foram passando tranquilamente para os membros do Instituto de Nova York e vivendo praticamente exilados ali fez com que Jocelyn e Maryse se aproximassem ainda mais.

Luke, com a ajuda de Killian, começou a ensinar Emma a tocar os diferentes instrumentos que haviam no Instituto de Nova York e ficaram boquiabertos com a habilidade da garotinha. Desde seus primeiros encontros com o vampiro, ela entrava facilmente em brincadeiras com ele e muitas vezes o deixava sem respostas para suas tiradas inteligentes.

Jonathan preferia o piano e Alec, Sebastian e Izzy não se importavam muito com os instrumentos musicais, mas ainda assim, passavam boa parte de seu tempo com seus irmãos na sala de música.

Jocelyn aprimorou suas habilidades com a pintura e certo dia, durante uma tarde ela testou uma técnica, sorrindo satisfeita ao ver que havia funcionado.

(...)

No início de 2007 Maryse descobriu que estava grávida novamente e a notícia pegou a todos de surpresa. As crianças ficaram animadas com a ideia de mais um irmão. Jocelyn sorriu e parabenizou o casal, mas o sorriso não alcançou seus olhos. Algumas horas depois ela escapou sorrateiramente do Instituto e foi para o único lugar onde sabia que poderia encontrar conforto diante de tal notícia.

— Jocelyn, o que a traz- – Luke parou no meio da frase ao ver o estado de sua amiga. Seus olhos estavam inchados e vermelhos e seu rosto estava marcado por lágrimas. Ele largou os livros que estava ajeitando em uma estante e correu até ela envolvendo-a em um abraço apertado. — O que aconteceu? As crianças estão bem? Maryse está bem? – Luke estava se sentindo completamente perdido. Ele não sabia o que poderia ter deixado sua melhor amiga nesse estado e se sentiu ficando mais agitado a medida em que ela permanecia em silêncio, mas ele sabia que não adiantava pressiona-la então deixou que ela chorasse em seus braços por mais alguns minutos.

— Maryse está grávida. – Ela sussurrou entre soluços quando finalmente se acalmou. — Eu sei que estou sendo egoísta e irracional, mas eu não consigo evitar de sentir como se meu coração tivesse sido arrancado de meu peito e estivesse sendo esmagado.

— Shhhh. – Luke a colocou em outro abraço e alisou as costas dela suavemente. — Você não está sendo egoísta por se sentir assim, minha querida amiga.

— Eu deveria estar feliz por ela, Luke! Não chorando e sentindo como se tivesse perdido qualquer chance com ela de uma vez por todas. Eu- eu pensei que o casamento dela estivesse- com todas as viagens de Robert e seus longos tempos longe do Instituto eu pensei que- – Ela bufou irritada e tentou se soltar dos braços dele, mas Luke a manteve no lugar. — Eu não sei onde estava com a cabeça ao pensar que um dia teria uma chance com ela. Que um dia Maryse retribuiria meus sentimentos.

Maleficent adentrou a pequena biblioteca e arqueou uma sobrancelha para o marido. Ele apenas acenou com a cabeça e ela assentiu, voltando pela porta que dava para o loft acima do estabelecimento.

— Venha, Mal preparou um chá para nós. Vai ser bom para você se acalmar. – Luke disse quando a ruiva finalmente se acalmou.

Jocelyn se deixou levar para o loft e ao passar pela porta seus olhos encontraram os de Mal e imediatamente a feiticeira sorriu carinhosamente para ela. Luke guiou sua amiga até o sofá e ela se sentou ao lado de Mal, aceitando a caneca de chá que a loira empurrou gentilmente em sua direção.

— Maryse está esperando outro filho de Robert. – Luke suspirou quando seu olhar cruzou com o de sua esposa.

— Oh. – Mal alternou seu olhar entre ele e Jocelyn e então pegou a mão livre da Caçadora entre as suas sem dizer nada.

Ela passou a tarde toda com eles e ao perguntar sobre as filhas deles Luke disse que elas haviam ido passar o dia com os Mills. Eles contaram que desde a noite do ataque de Valentim a sua antiga residência suas meninas se tornaram muito apegadas aos feiticeiros, especialmente a Regina e a irmã.

Durante a tarde eles trocaram histórias sobre seus filhos e em como as crianças haviam se adaptado bem a mudança de Idris para Nova York. Luke comentou sobre as aulas de Emma e em como ela era habilidosa e parecia ter um gosto especial pela guitarra e bateria.

— Eu aposto que se ela não fosse uma Caçadora de Sombras ela integraria uma banda de rock. – Luke riu.

— Uma o quê? – Jocelyn o olhou confusa.

— As vezes eu me esqueço que você não tem conhecimento das coisas desse mundo. – Ele revirou os olhos zombeteiro. — Está na hora de eu te mostrar o que é música.

Ele se levantou e caminhou até o aparelho de som, escolhendo um CD e colocando-o na bandeja. Em poucos minutos os acordes de Stairway To Heaven ecoaram baixo pela sala e Jocelyn o olhou fascinada. A melodia leve e a letra pareciam entrar em suas veias e ela se sentiu relaxar quase instantaneamente.

— É isso que você tem ensinado à minha filha?

— Também. – Ele sorriu e voltou para se sentar ao lado dela. — Essa é apenas uma das músicas que eu a ensinei e uma das preferidas dela, mas há outras também. Algumas mais barulhentas, algumas mais intensas. Emma é uma garota curiosa e que aprende muito rápido.

Quando a noite chegou Jocelyn estava se sentindo muito melhor e se despediu do casal fazendo seu caminho de volta para o Instituto.

— Aonde você esteve o dia todo? – Maryse perguntou assim que a ruiva saiu do elevador. — Eu não vi quando você saiu e não sabia para onde você havia ido, se estava bem...

— Eu precisava pensar um pouco. – Jocelyn sorriu culpada. — Desculpe-me não tê-la avisado. Eu não deveria preocupa-la.

Maryse estreitou o olhar em direção a ela e percebeu seus olhos ainda um pouco inchados embora não estivessem mais vermelhos.

— O que houve?

— Nada. – Jocelyn pegou a mão dela e a guiou para a cozinha. — Eu estou faminta.

— Jocelyn...

— Eu estou bem. – A ruiva sorriu e apertou a mão dela suavemente. — Mas estou faminta.

Maryse sabia que pressiona-la não adiantaria e vendo que Jocelyn estava de fato de bom humor, não tinha porque trazer de volta qualquer que fosse a razão pela qual ela saiu do Instituto sem dizer nada.

(...)

Robert estava sentado na biblioteca com Emma e Isabelle em seu colo e lia para as duas um de seus livros prediletos de infância. No espesso tapete diante dele os garotos haviam adormecido há muito tempo. Quando as meninas demonstraram os primeiros sinais de sono ele fechou o livro e as pegou no colo para leva-las aos seus quartos.

— Eu quero dormir com a Emma hoje, papai. – Isabelle pediu bocejando e encostando a cabeça no ombro dele.

— Se estiver tudo bem para ela-

— É claro que sim, Iz. – Emma respondeu antes que ele pudesse concluir.

Robert sorriu e então caminhou com as duas em seus braços até o quarto de Emma. Ele as trocou e as colocou na cama, cobrindo-as e beijando suas testas em boa noite. Ele então refez o caminho de volta à biblioteca para pegar os garotos. Ele ajeitou Alec em seu ombro e pegou Jonathan, mas não estava conseguindo um meio de pegar Sebastian e isso o fez bufar frustrado.

— Deixe-me ajuda-lo. – Jocelyn pediu ao entrar na biblioteca e ver o Caçador lutando para encontrar um meio de carregar os três garotos. Ela se abaixou e pegou Sebastian no colo e os dois seguiram em silêncio pelo corredor.

— Obrigado. – Robert sorriu ao pararem diante da porta do quarto do garoto nos braços de Jocelyn.

Ela apenas acenou com a cabeça e abriu a porta do quarto desaparecendo na escuridão do cômodo em seguida.

— Mãe? – Sebastian chamou sem abrir os olhos.

— Sim, meu amor.

— Porque você sumiu hoje?

— Eu- eu precisava pensar um pouco, querido. Desculpe-me se o deixei preocupado.

— Está tudo bem. – Ele resmungou se ajeitando na cama. — Você pode dormir comigo hoje?

— É claro, meu amor.

Jocelyn tirou as botas e a jaqueta e se deitou ao lado do garoto e na mesma hora ele se aconchegou em seus braços. Não demorou muito para que ela adormecesse também.

 



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