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História Entre Chutes e Gols - 2Son - Chapter Ten - História escrita por Anna_Belly - Spirit Fanfics e Histórias
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História Entre Chutes e Gols - 2Son - Chapter Ten


Escrita por: Anna_Belly

Notas do Autor


Voltei, como ces tão? Eu estou especialmente feliz dps desse jogo incrível dos Spurs!!

Harry Kane neles CARALHO! E essa partida do Emerson? Jesus, ele fez o nome dele, o que um concorrente n faz né galeris?

A defesa tava impecável, entrei em um puta desespero dps q o Romero foi expulso, quase passei mal mas sobrevivi. Voltando a elogiar, QUE DEFESA INCRÍVEL, foi um puta jogo e todos jogaram pra krlh, entraram no campo pra vencer e espero q continuem assim nos próximos jogos.

Que fase que 'tá o Tottão!

Decepcionada pelo Richy n ter entrado? Um pouco, mas a felicidade deles terem ganhado supera isso.

Sobre esse capitulo? Não sei muito o que dizer, mas espero q atenda as expectativas de vcs.

Desejem sorte pra autorinha do coração de vcs não infartar nessa semana, mundial ta bem na porta e eu n garanto sobreviver até domingo q vem.

FLAMENGO NELES! O bi vem eu acredito nisso.

Lembrando que nada do que eu escrevo aqui se relaciona com a realidade, é apenas uma ficção criada por uma fã, sem o intuito de ofender nenhum dos citados.

Boa leitura monstrinhos

Capítulo 12 - Chapter Ten


🇧🇷🇰🇷

— Eu vou pegar uma bolsa de gelo — Beatriz avisa o auxiliando a sentar no banco — Obrigada por me ajudar olhinho puxado — ela agradece com um sorriso gentil, pegando a caixa da mão do asiático e se retira do ambiente em seguida.

Um silêncio incômodo se instala no ambiente, Son se senta ao lado de Richarlison e deixa a chuteira em seu colo. Pelo canto de olho, ele nota o momento em que o brasileiro se debruça sobre as coxas e começa a afrouxar o cadarço de sua outra chuteira.

— Me dê — murmurou esticando a mão em sua direção, sem propriamente o encarar, concentrado demais no chão. Son franziu a testa, sem entender a atitude. O que ele queria com aquela mão estendida?

O ponta esquerda virou a cabeça em sua direção confuso, ficando tímido quando uma hipótese passa por sua cabeça. Ele olhou da palma da mão aberta no ar para a sua apoiada no descanso da cadeira, pensando que só poderia ser aquilo. 

O oriental engoliu em seco, suprimindo um sorriso satisfeito, enquanto encaixava sua mão na do outro, constatado que eram do mesmo tamanho antes de entrelaçar os dedos. Qual era daquela atitude? Era um dos famosos jeitinho brasileiros de dizer que eles já haviam feito as pazes?

Ele piscava de forma inocente e animada, encarando com interesse as palmas juntas. Não demorando a ficar confuso quando Richarlison virou a cabeça lentamente em sua direção, com a testa franzida e um olhar de julgamento no rosto.

Eu fiz alguma coisa de errado? Pensou.

— A chuteira Son, eu pedi a chuteira — Richarlison resmunga com um tom cansado.

— Ah... — o ponta esquerda solta a mão do brasileiro bruscamente, ele pigarreia com as bochechas avermelhadas — Claro, a chuteira — murmura entregando o objeto sem lhe encarar.

Son vira o rosto para o lado oposto e espragueja em sua cabeça, se xingando internamente pela falha cometida. O asiático consegue captar o barulho de um riso soprado, o que faz ele se encolher mais ainda em sua bolha pessoal de vergonha. Ele não demora a sentir a chuteira ser tomada de suas mãos e pelo canto de olho, consegue ver o garoto arrumando os calçados embaixo do banco.

Richarlison se levanta, meio torto por conta de seu pé, e abre seu armário. A movimentação atraí novamente a atenção de Son, que passa a o encarar confuso. Ele observa o brasileiro procurar algo dentro do objeto estreito, apoiando seu peso no joelho colocado em cima da cadeira, não demorando a puxar sua bolsa de treino do local.

— O que está fazendo? — Son pergunta curioso.

— Irei tomar banho, antes que esse lugar encha de brutamontes que não sabem tomar um banho rápido — responde sem lhe dar atenção, continuando a revirar sua bolsa de treino atrás de seus itens pessoais.

Nem você sabe. O rebateu internamente, se poderia dizer, Richy era um dos mais demorados, sempre enrolando, seja passando o sabonete diversas vezes pelo corpo ou cantando de forma estridente, ou os dois juntos. Por isso evitava tomar banho quando ele estava lá, seus ouvidos eram um tanto sensíveis a sons muito agudos e bem, também tinha o fato do outro estar completamente pelado.

— E o seu pé? — indaga apontando para o tornozelo inchado com o queixo.

— O que tem ele? — Richarlison pendura a muda de roupa que trouxe no encosto da cadeira, jogando de qualquer jeito a toalha sobre os ombros e o sabonete líquido no estofado do banco.

— Está machucado não? — agora sabia o que Richy sentiu em todo esse tempo que nem o olhava direito na cara, era frustante e incômodo.

E mais uma vez, se sentiu estúpido.

— Se isso te incomoda, você poderia me ajudar então — ele vira o corpo em sua direção, o encarando aborrecido.

Ok, preferia quando ele não lhe olhava nos olhos.

— Claro, por que não? — aceitou com um sorriso amarelo, fingindo não notar o descontentamento.

— Então vamos logo, o pessoal não vai demorar muito para chegar — resmunga a contragost

Son não tarda a se levantar, parando em frente ao garoto que passa o braço pelos ombros do asiático, equilibrando suas roupas e o sabonete líquido na outra mão. Com as mãos tremendo, ele envolve a cintura do outro e o puxa mais contra seu corpo, não demorando a sentir uma carga a mais de peso sob o seu corpo.

Ele limpa a garganta sem jeito, e, em silêncio, eles andam em direção aos chuveiros. Quando chegaram no ambiente em questão, Richarlison não demora a o empurrar de perto dele e manca em direção aos bancos, onde deixa suas roupas, a toalha branca e sabonete.

Son respira fundo e acena positivamente com a cabeça, aceitando o tratamento indiferente do outro, ele se aproxima da pia e observa sua aparência no espelho. O cabelo ainda estava meio úmido de suor, sua pele estava grudenta e um cheiro insistente subia para o seu nariz, talvez ele devesse tomar um banho também.

O banheiro era enorme, tinham cerca de doze cabines individuais separadas, seis em cada lado, uma pia de mármore com oito torneiras, um espelho e um banco igualmente grandes. Era parecido com um banheiro de escola, apenas alguns aspectos mudavam.

O oriental desvia a atenção de seu reflexo, e pelo canto de olho assiste Richarlison tirar a camisa. Despretensiosamente, ele vira seu corpo e apoia o quadril no batente da pia, cruzando os braços no processo. Ele encara o azulezo da parede como se fosse a coisa mais interessante do mundo, contando mentalmente a quantidade que tinham colocado como passatempo, apenas para evitar de encarar demais o amigo.

— Você vai ficar aí? — a voz de Richarlison ecooa pelo ambiente.

— Sim, você pode precisar de ajuda — resmunga dando de ombros, o olhando de esguelha.

O brasileiro acente várias vezes com a cabeça em compreensão. Ele resmunga algum ritmo aleatório de alguma música, demorando mais que o normal para se enfiar em alguma cabine e deixar Son relaxar. Este que volta a encarar a parede pensativo.

Aquela garota esquisita tinha ido fabricar o gelo, por acaso? Ela estava vindo em cima de um jegue que pegava carona no casco de uma tartaruga? Quanta demora.

— Você me confunde Son — a voz de Richarlison chama sua atenção novamente e antes que possa se impedir, seus olhos voltam a o encarar. O atacante ao invés de andar em direção aos chuveiros, foi ao seu encontro.

Ao constatar este fato, seu corpo entra em alerta e ele descruza os braços, apoiando as mãos ao lado do quadril, no batente da pia: — Hum? E como eu faria isso? — indagou confuso com a ação.

Se encolheu contra a pia, intimidado pela lentidão com que caminhava em sua direção, apertando o mármore entre os dedos. Ele até poderia rir da forma que Richy se aproximava dele mancando, mas estava preocupado demais com o jeito que ele o encarava.

— Uma hora parece que você não consegue ficar longe de mim... — mais alguns passos e eles estariam, finalmente, cara a cara sozinhos — Na outra, você me evita como se eu fosse a pessoa que mais odiasse no mundo — parou em sua frente, Son se desconcentrou de seu discurso no momento que seus olhos se perderam tentando decifrar as orbes castanhas brilhantes — Como eu poderia não ficar confuso? — o asiático prende a respiração quando o brasileiro se inclina sobre o seu corpo, apoiando as mãos uma de cada lado do seu corpo, ao lado das suas.

Como se um gato tivesse comido sua língua, Son não consegue emitir som ou elaborar uma resposta qualquer ao questionamento. Estava ocupado demais analisando o rosto atraente, se demorando um pouco a mais nos lábios finos, os ombros largos, a tatuagem no peito, os mamilos eriçados pelo frio, as bolinhas que volta e meia apareciam em sua derme pelos arrepios, os músculos tensionados.

Sentindo os lábios pulsarem em exitação, seus olhos sobem novamente para o rosto concentrado, voltando a encarar os olhos castanhos que brilharam em satisfação por ter de novo a atenção do outro para eles.

— Agora, você pode me explicar por que estava me evitando, coração? — indagou se aproximando de seu rosto, por puro reflexo, o asiático inclina o corpo para trás se distanciando.

Son engoliu em seco, sentindo seu estômago revirar e um arrepio pecorrer sua pele. Estava encurralado, preso entre o corpo de Richarlison e o batente da pia, incapaz de sustentar o olhar nas íris predatórias que esquadrinhavam o seu rosto, não demorando a desviar para os azulejos da parede do outro lado do cômodo.

Era como um gato que brincava com o rato depois de matá-lo até que se cansasse. E nesta situação, Heungmin tinha a plena certeza que o roedor era ele.

Não sabia dizer se gostou ou não daquilo.

— Diga a verdade dessa vez, sim? — pede com a voz sussurrada, o brasileiro suprimiu um sorriso satisfeito por ver as bochechas se pintarem em um tom rosado. Podia sentir o corpo de Son tensionar e achou divertida a forma como ele fugia de seu olhar.

Mirou sua atenção nos lábios finos sendo umidecidos pela ponta da língua rosada de forma nervosa, inconscientemente, espelhou o seu ato. Son estava com o rosto meio virado para o lado, o dando a total visibilidade da lateral de seu rosto, Richarlison fixou seus olhos na mandíbula tensa exposta.

Ele aproxima o rosto, não perdendo o momento que o oriental prende a respiração, e roça o nariz pela extensão do osso em direção ao queixo. O cheiro salgado de suor seco adentrou suas narinas, não era bem um odor agradável ou o seu favorito, mas também não sentiu repulsa, estava acostumado com isso e estranharia se ele cheirasse a outra coisa que não fosse suor, grama sintética e terra molhada.

O brasileiro roçou as pontas dos dedos formigando ao longo pele alva do braço do oriental, começando dos dedos firmemente pressionados contra o mármore da pia, subindo em direção ao seu ombro. Ao mesmo tempo em que a ponta gelada de seu nariz refazia o mesmo caminho, só que ao contrário de antes, subia do queixo para a orelha rosada. Pelo toque e proximidade de seus corpos, notou os pelos arrepiados do coreano e a respiração desregulada, não conseguindo conter o sorrisinho de canto.

O brasileiro passou a encarar os olhos  negros cerrados, fixos em qualquer coisa que não fosse ele. A perna a qual ele depositava todo seu peso para não sobrecarregar seu tornozelo machucado, começou a protestar em cansaço, então seguindo o fluxo do que estava fazendo, pressionou o corpo mais ainda contra o do coreano, jogando parte se seu peso para ele, posicionou o joelho entre as pernas de Son e sem que percebesse, fez uma pressão quase nula naquela área

O asiático, por sua vez, colou os lábios um no outro e fechou os olhos com força, se impedindo de soltar algum barulho vergonhoso enquanto tentava recuperar o ritmo correto de sua respiração. Podia ouvir seu coração bater descontrolado bem ao pé de seu ouvido e temeu que o outro pudesse o escutar a qualquer momento.

— Olhe 'pra mim  — manda, roçando os lábios contra a cartilagem de sua orelha. Seus dedos, ao chegaram em sua nuca, massagearam calmamente o local antes de o segura e o força a virar o rosto em sua direção. Son, que já estava meio aéreo, estremece com o contato repentino e tem que se impedir de soltar um gemido vergonhoso.

Richarlison se afastou minimamente, apenas para encarar de forma correta o rosto avermelhado e os olhos firmemente fechados, um flash de prazer passou por sua expressão tranquila.

— O-o que? — sua voz sai falhada em meio a sua respiração ofegante.

— Quero que me olhe nos olhos enquanto estivermos conversando — Richarlison continua a pedir (ditar os movimentos de Son) com a voz rouca. O ponta esquerda se perguntou se aquilo era algum tipo de tortura por ter o ignorando por tanto tempo, não demorando a abrir os olhos cheios de lágrimas e atender o pedido do outro.

O oriental tinha a sensação de que o sul-americano sabia exatamente como fazer ele acatar todas as suas ordens, sem que questionasse ou protestasse contra nenhuma delas. Ele tinha o controle de todo o seu corpo naquele momento.

Droga, odiou o fato de ser facilmente estimulado.

Acho que já virou seu bordão dizer que não entendia bulhufas do que Richy queria dizer o encarando com tanta... Intensidade? Não sabia bem se aquela era a palavra certa para seja lá o que o outro queria transpassar com aquela olhada.

— Quero a verdade, coração — continuou a questiona-lo.

— N-não sei do que está falando — se esforçou para formular uma sentença clara para que Richy, com seu péssimo inglês, entendesse o que dizia.

— Não se faça de desentendido — ele sussurra contra seu ouvido e pressiona os dedos contra o músculo de sua nuca, em repreensão.

Heungmin engasga com a saliva, sentindo seus pelos se arrepiarem e suas pernas vacilarem, ele aperta com mais força o batente da pia e sente sua palma da mão arder pela pressão. O asiático respira com dificuldade, precisando de alguns instantes para se situar e recuperar o restante dos seus sentidos ofuscados pelo tato.

Tudo que se formulava em sua cabeça eram xingamentos, que logo ficavam nublados pelo tesão e eram esquecidos ao se lembrar da pressão cada vez mais forte em dois pontos específicos da lateral de sua nuca.

— O-o que quer sa-saber? — questionou com a respiração entrecortada. Heungmin mordeu os lábios, tentando esquecer o fato de que os dedos de Richarlison estavam em sua nuca e que seu joelho pressionava sua virilha de forma infernal.

— Por que me ignorou? — Richy se deliciava com as reações de Sonny, estava satisfeito pelo que poderia causar no outro.

— J-já disse que é di-difícil de explicar — respondeu com dificuldade — A-ah — não conseguiu conter o gemido que escapou por seus lábios quando a pressão contra sua nuca dobrou. Em um reflexo natural de seu corpo, ele joga a cabeça para trás, encolhendo a nuca para tentar fugir daquele toque.

Era como estar recebendo uma massagem diretamente em suas terminações nervosas, nas chamadas zonas erógenas de seu corpo que enviavam ondas e mais ondas de excitação em direção ao seu baixo ventre.

— Resposta errada coração Richarlison o repreendeu —  E eu prometo me esforçar 'pra entender — o brasileiro sorri sacana ao encarar os olhos brilhantes, prestes a transbordar.

Son reagia de forma bastante peculiar  ao modo como ele o tratava agora, nunca imaginou que usar a mesma abordagem que utilizava em mulheres o deixaria tão submisso, era um pouco mais bruto? Sim, mas não deixava de ser a mesma.

Se lhe perguntassem o que estava fazendo agora, ele não saberia responder. Estava apenas seguindo o fluxo e, obedientemente, fazendo o que seu coração lhe mandava fazer. Não pensou muito no momento em que prendeu o corpo de Son contra o dele e nem pensaria agora.

Tudo o que precisava era de respostas, e se era daquela forma que conseguiria ao menos um terço dela, que seja, o que aconteceria depois seria lucro.

Já o asiático tentava reiniciar seu sistema, aquilo era pior do que a cantada ridícula que o brasileiro havia soltado no meio da conversa (discussão) que eles tiveram a não muito tempo. Aquela situação lhe deixava em pane total, mal conseguindo formular uma palavra em inglês. Ele queria fugir daquilo antes que ficasse duro, então precisava se esforçar para o responder de forma coerente.

— E-eu fiz a-alguma... Droga — ele mordeu os lábios tentando se recordar da tradução da palavra — Co-coisa es- estranha da última vez que... eu fui na sua casa? — conseguiu falar com muito custo.

Richarlison não lhe deu atenção alguma, estava concentrado demais encarando a pele branquinha do pescoço exposto bem na sua cara, sentindo seu lábio coçar e pulsar insistentemente. Son estranhou a falta de resposta e achando que o companheiro de equipe não havia entendido nada do que ele falou, estava prestes a repetir quando um arrepio percorreu por todo o seu corpo e sua barriga dar voltas e mais voltas.

O brasileiro, simplesmente, roçava a boca contra a base de seu pescoço. Perdeu a conta de quantas vezes havia prendido a respiração só naquele pequeno espaço de tempo. Primeiro, como Richarlison esperava que eles conseguissem conversar se fazia tudo para o desconcentrar? E segundo, como eles foram parar daquele jeito?

— Você pode repetir? — pediu. Era uma verdadeira tortura sentir os lábios se mexerem contra sua pele.

— E-eu f-fiz alguma co-coisa se-sexta à noite? — ele apenas rezava para que aquilo acabasse logo e que seu amiguinho lá embaixo continuasse do jeito que estava, dormindinho e quietinho.

Se sentia o próprio Gaguinho do Looney Tunes de tanto que gaguejava. Se pá ja poderiam o chamar para fazer a live action do desenho, não duvidava estar tão rosa quanto um porco.

Conseguiu sentir perfeitamente a contração dos lábios do brasileiro e uma lufada de ar bater contra sua pele, não soube dizer qual fora o motivo da reação.

— Por isso me ignorou por tanto tempo? — Richy indagou insatisfeito.

— E-eu fiz ou não? — voltou a perguntar.

Richarlison jogou a cabeça para trás com um beicinho nos lábios: — Depende, o que acha que fez? — ele largou sua nuca, e voltou a apoiar a mão no mármore, ao lado da sua.

Son não sabia se agradecia ou o mandava colocar a mão onde estava de volta.

— Se-sei lá... Alguma coisa estranha, talvez? — respondeu com a garganta seca, finalmente conseguindo raciocinar rápido.

O brasileiro franziu a testa, e lhe encarou por alguns instantes pensativo: — Já disseram que você é muito paranóico? — o respondeu com outra pergunta.

Son juntou as sobrancelhas, incomodado por não ter recebido a resposta que queria: — Não importa — fez um bico teimoso — Eu fiz ou não? — continuou a insistir.

Richarlison ponderou: — Se roubar meu celular e dizer que foram doendes que te trouxeram 'pra minha casa em plena madrugada for algo estranho para você... Então sim — respondeu lhe encarando com os olhos cerrados.

— Eu roubei seu celular? — indagou confuso.

Richarlison deu um sorriso torto em resposta: — 'Cé tava louco 'pra dormir comigo, não queria ir 'pra casa de jeito nenhum — o provocou.

— Ei! Você não deveria inventar mentiras! — o repreendeu sentindo as bochechas esquentarem.

— Pode provar que é mentira? — o desafiou, Son grunhiu irritado por não se lembrar de nada — Foi o que eu pensei — disse ao não receber nenhuma resposta — Agora, me ignorar por causa disso, ao invés de ir me perguntar diretamente, não é bem uma atitude para alguém de trinta anos, não acha? — Son podia ver um traço de mágoa na voz do companheiro de equipe e se sentiu mal.

— Eu sei, é que... — ele mordeu os lábios sem saber como colocar aquilo em palavras sem deixar seus sentimentos a mostra — Eu sinto muito mesmo Richy, foi estúpido e imaturo da minha parte te ignorar por nada, com medo de ter feito alguma coisa errada ao invés de te perguntar e, realmente, não irei te culpar se você resolver não me perdoar, só saiba que eu realmente sinto muito e que não vai acontecer de novo — Son se desculpa, sentindo seus cílios tremerem e um frio passar por sua barriga, nervoso por qual seria a resposta do amigo.

Richarlison ficou alguns instantes em silêncio, acredito que processando o que o outro dizia de forma apressada e dando algum jeito de traduzir em sua cabeça. O ponta esquerda estava prestes a vomitar o almoço que quase o fez ver Deus de perto com a demora - para ele, os segundos que o atacante ficou quieto pareciam um século inteiro - para o outro o responder.

Por fim, o brasileiro respirou fundo, soltando um suspiro pesado em seguida, enquanto tentava organizar as palavras em sua cabeça e traduzi-las uma por uma de forma clara e objetiva para que o asiático não o entendesse mal.

Ser ruim no inglês era foda.

Nunca entendeu como pode tirar mais notas altas na matéria do que em português quando estudava no Brasil, e ser uma negação completa para o idioma em questão quando realmente era necessário usá-lo.

— Olha... — começou confuso — Tudo bem, eu não guardo mágoas de pessoas que eu gosto — o atacante sorriu torto, quase de forma inocente, ainda o encarando com um brilho divertido no olhar — Não vou exigir explicações de algo que é, claramente, difícil para você por em palavras, só não faça isso de novo — ele fez uma careta angustiada — Me deixou maluco pensando que eu tinha feito alguma coisa errada, não sei o que faria se perdesse você — Son engoliu em seco com aquela declaração repentina e notou, quase que imediatamente, que não era algo que ele pensou de antemão em falar — Su-sua amizade no caso — ele pigarreou sem jeito, desviando os olhos dos seus.

O ponta esquerda deu um mínimo sorriso, achando fofo a timidez repentina da pessoa que estava, literalmente, lhe provocando ativamente não muito tempo atrás e ainda o prendia contra a pia. Lembrar disso, fazia tanto o seu rosto quanto seu pescoço esquentarem ainda mais.

— Certo, não farei mais — o garantiu com um beicinho mimado nos lábios enquanto encolhia os ombros — Agora, não acha que está na hora de me liberar, Richy? — aquela posição estava lhe deixando claustrofóbico, e ainda tinha o joelho entre suas pernas.

— Por quê? — ele abriu um sorriso sacana, e pela primeira vez, conseguiu dizer com certeza que era malícia transbordava dos olhos brilhantes  — Está desconfortável Sonny? — voltou a aproximar o rosto do dele, mirando as íris castanhas nos lábios rosados.

— N-não é bem uma posição favorável, sabe? — respondeu engolindo em seco, um sorriso zombeteiro enfeitou o rosto do sul-americano, que parou a milímetros de sua face, podia sentir sua respiração bater contra sua bochecha e seus narizes se tocarem — Pare de me provocar — pediu com um fio de voz.

— Eu? Longe de mim provocar uma das estrelas do time — seu sorrisinho aumentava ao notar a respiração alheia desandar novamente, o jeito nervoso que a língua rosada umidecia os lábios ligeiramente ressecados pareciam mais um convite para que ele os provasse de uma vez.

Bastava um empurrãozinho para que ele ultrapassasse mais ainda a linha do espaço pessoal de Son, um único impulso para frente o faria sanar a distância entre eles e finalmente fazer o que tanto martelou em sua cabeça essas semanas.

Beijar Sonny, seria tão bom quanto beijar outra mulher? Ou melhor ainda?

Desde aquele selinho meio xoxo, a boca do coreano é o que mais apareceu na cabeça do brasileiro nos últimos dias. Se perguntava se ele saberia beijar de verdade, com dentes se batendo no processo, com as línguas se enrolando uma na outra, se ele teria pegada, se o beijo coreano era tão bom quanto o brasileiro.

E se não fosse, faria questão de o ensinar como se beijava de verdade.

Antes que pudesse sequer pensar em continuar com seus impulsos, algo o interrompe: — Onde vocês estão? — a voz alta de Beatriz os faz sobressaltar. Em um pulo, Richy se distancia do corpo do asiático, sufocando um palavrão que subiu por suas cordas vocais ao pisar no chão com força.

Son piscou perdido, mal conseguindo raciocinar o que acontecia ao seu redor, como se estivesse anestesiado. A única coisa que conseguia distinguir eram as sensações de seu corpo, pulsando em todos os locais possíveis, extasiado.

— Achei vocês — Beatriz puxa a cortina que cobria a entrada para os chuveiros e sorri faceira. Como um banho de água fria, o oriental sente seu corpo finalmente reagir ao quase flagra, seu coração parecia querer pular para fora de sua boca e sair correndo dali.

Já podia imaginar o momento que vomitaria seu órgão vital, ele criaria pernas, braços e uma boca para sair dali gritando enquanto sacudia os bracinhos para cima histericamente e  acabar por ser pisoteado pelos pés enormes de Kane no meio do caminho até seu carro. Son franziu a testa com o final de sua curta-metragem, sua imaginação tinha uma estranha mania de sempre colocar aquele inglês seboso como o vilão das histórinhas que criava antes de dormir.

Ok, precisava urgentemente parar de assistir desenho animado, especialmente, "O incrível mundo de Gumball".

E talvez um psiquiatra.

— E se eu tivesse pelado? — ele desperta de seu transe com a voz debochada e aborrecida de Richarlison, que trucidava a garota em sua mente.

— Melhor ainda que eu aproveitaria pra também tirar a roupa e comerçarmos uma orgia — respondeu sorrindo maliciosa. Son não soube dizer se o que ela falava era brincadeira ou não, porque ela realmente parecia ponderar aquela ideia em sua cabeça.

Deveria dizer de antemão que era um seguidor fiel da famosa "monogamia"?

— Não seria ménage? — Richarlison indagou confuso.

— Não me importaria se outros do time também quisessem participar — respondeu dando de ombros, olhando para o relógio fino em seu pulso — Eles já devem chegar — ela resmunga.

— Você não vai 'pro céu — o brasileiro comentou horrorizado.

— Que coincidência! Nem você! — ela rebate sorridente — E pelo visto vocês começaram a brincar sem mim — ela lança uma piscadela analisando o peito nu de Richarlison — Trouxe o gelo campeão — ela ergue o saquinho de gelo ao lado da cabeça.

Son engasga com a saliva, sentindo seu rosto queimar de vergonha pelo que eles conversavam com tanta naturalidade e que Beatriz fazia questão de ser em inglês para que ele fosse incluído no diálogo. Achou fofo, mas não se importaria em não entender o que falavam. O ponta esquerda dos Spurs sentia a pele de sua nuca e a base de seu pescoço formigar, ansiando por mais dos toques de Richarlison.

Os dois pontos que o brasieliro pressionava com o polegar e o indicador pulsavam, sentindo falta da pressão que os dedos ásperos faziam e que o deixava com as pernas moles e incapaz de formular sequer uma única sentença coerente, suas palmas ardiam por ainda estarem firmemente presas no batente de pia, sem indícios que se soltariam dali tão cedo.

Ao menos conseguiu conversar sobre o que aconteceu com Richarlison. Ok, não completamente, mas poderia dizer que já estavam "resolvidos".

— Vamos ficar aqui? — Beatriz indaga com cara de paisagem — Ou voltamos 'pro vestiário? — ela morde os lábios com uma expressão de duvida no rosto.

— Eu pretendo tomar um banho primeiro — Richarlison responde dando de ombros — Se a senhorita puder me dar licença — ele cerrou os olhos com deboche.

— Por que eu deveria sair? — indagou com um expressão birrenta no rosto.

— Se não percebeu, isso daqui ainda é um banheiro e te adianto que não é feminino — Richarlison sorri sarcástico — Ah não ser que queira me ver tomar banho — flertou de brincadeira.

— E se eu quiser? Quem vai me impedir? — entrou na onda — Você pode precisa de ajuda — ela fala com um falso tom de inocência — Eu posso segurar o sabonete 'pra você — se oferece sorrindo de canto, de um jeito estranhamente doce.

— Eu poderia te denunciar por assédio — ele falou sorrindo sacana.

— Eu sei que não vai — afirmou com o sorriso se alargando.

— Como pode ter tanta certeza? — desafiou com uma sobrancelha erguida. Beatriz apenas manteve seu sorriso e deu de ombros em resposta.

Son piscou confuso com aquela trocação de... flerte?

— E eu machuquei o pé, não a mão, posso muito bem segurar o sabonete e me ensaboar eu mesmo — Richy continuou, sentindo arrepios na espinhas por ver alguém tão bruto como ela, agindo de forma meiga.

— Você pode precisar de apoio e eu não me importo de me molhar — continuou a insistir, umidecendo os lábios enquanto balançava o corpo de um lado para o outro com os braços escondidos atrás das costas.

— Já disse, e repito, eu machuquei o pé, não fiquei aleijado — ele mexe as sobrancelhas para cima e para baixo fingindo pesar — Mas não me incomodaria de ter você me assistindo tomar banho — acrescentou, lançando uma piscadela para a garota que riu alto.

Son franziu a testa incomodado, olhando de Richarlison para Beatriz diversas vezes diante do diálogo que eles estavam tendo. Quer dizer que Richy só era péssimo no inglês quando não estava flertando?

Porque para ele, naquele instante, o brasileiro parecia mais fluente que nativo. O asiático fixou os olhos desgostoso na expressão sacana no rosto do camisa nove, sua vontade era de tirar aquele sorrisinho ridículo da cara dele a base do soco. Foi apenas naquele instante que conseguiu mover as mãos do lugar, para cruzar os braços.

Como se sentisse os olhos faiscante do coreano em sua pessoa, Richarlison desvia os olhos divertidos da garota e os levam para ele, logo ficando confuso ao encontrar a expressão zangada no rosto do outro. Vendo que a atenção do amigo não estava mais nela, Beatriz também dirigiu o olhar para a terceira pessoa no meio deles, mas diferente do atacante, ela o encarou curiosa. Na verdade, nem se lembrava da presença do oriental no ambiente, de tão quieto que ele estava. O garoto simplesmente não emitiu um único pio desde que ela entrou no banheiro.

Seria muito precoce dizer que ela achava que ele não ía muito com a cara dela?

Aquilo era interessante, e advinha? Ainda era seu primeiro dia.

— E você olhinho puxado? — Beatriz o chamou — Vai ficar aí vendo esse palerma tomar banho, ou vem comigo?— perguntou com um sorriso esquisito nos lábios e um brilho perigoso no olhar.

Ir onde? Fazer a tal da orgia?

— Hum? — ele desviou sua atenção do centroavante brasileiro e a encarou, piscando diversas vezes confuso. Ela lhe encarou com... malícia talvez? Não soube dizer, apenas parecia que ela estava teorizando sobre algo. Acho que era notório a sua falta de jeito para fazer leitura corporal em desconhecidos.

— Perguntei se vai ficar, ou vem comigo olhinho puxado? — repetiu com a voz divertida.

— Acho que ele também precisa de um banho — Richarlison respondeu por ele, Heungmin lhe lançou um olhar confuso, recebendo um sorriso torto em resposta — Ele fede a suor e grama.

— E como você sabe? — o sorriso no rosto da meina aumentou, Son olhou em direção ao questionado e o viu cerrar os olhos entendendo alguma mensagem subliminar que passou despercebida pelo asiático.

— Bea, Bea é só chegar perto dele que você sente — respondeu dando de ombros.

— E você virou porta-voz dele agora? — questionou umidecendo os lábios.

— Não acho que ele tenha alguma oposição — rebateu sorrindo sacana.

Bea lhe lançou uma olhadela de canto com um bico pensativo nos lábios, deu de ombros, sem questionar a decisão alheia e se virou para sair: — Espero vocês lá fora — avisou, acenando em despedida com a mão livre.

— Meu nome é Son — finalmente conseguiu fazer suas cordas vocais funcionarem. Ela o olhou por cima do ombro, com um beicinho confuso nos lábios cheios — Não "olhinho puxado" — acrescentou engolindo em seco.

— Prazer em conhecer — resmungou sorrindo gentil — Sou Beatriz, olhinho puxado — se apresentou lhe lançando uma pisadinha de um olho só.

O que era isso? Fletar com qualquer um estava no sangue dos brasileiros?

Richarlison a assistiu sair do vestiário e soltou um riso nasal: — Não liga, ela é assim mesmo — falou dirigindo sua atenção para o asiático que ainda encarava a saída com a testa franzida.

— Ela é meio... Diferente? — Son o encarou de volta, com uma expressão hesitante.

— Eu diria maluca e esquisita — Richy o corrigiu com um sorriso divertido. Terminou de se despir, jogando as roupas no banco e pegando a toalha branca que estava no mesmo lugar.

No momento que o outro ficou completamente nu, Son desviou os olhos dele quase que imediatamente e engoliu em seco, se encolhendo novamente em frente a pia.

— Você vai ficar aí? —indagou confuso ao o ver parado no mesmo lugar.

— E-eu já 'tô indo — gaguejou, Richarlison deu de ombros e andou mancando em direção a uma das cabine.

🇰🇷

— Advinha quem ganhou com um a menos no time? — Son sente um pé empurrar a sua panturrilha.

Ele desvia os olhos de Richy, apluma a postura e encara Kane com o queixo erguido. O europeu que estava em pé na sua frente tinha uma expressão arrogante no rosto e zombava ativamente dele, com aquele sorrisinho irritante nos lábios.

— Que eu saiba, sua equipe não passou nem da segunda fase — o oriental rebate com um sorriso debochado nos lábios finos.

— Independente irmão — retruca o europeu, puxando a toalha de rosto do pescoço do amigo que solta um grunhido ao sentir o tecido de algodão queimar sua nuca — Eu ganhei de você, ou seja, ganhei um jantar de graça — ele desvia da mão que tentou acertar um soco em sua coxa.

— Eu ouvi jantar de graça? — Sánchez se aproximou com os olhos brilhando.

— Sim amigo! Son vai pagar — Harry confirmou sorrindo animado.

— Barzinho hoje então? — Romero sugere, passando o braço pelos ombros de Kane e Sánchez, ficando no meio deles com um sorriso calmo no rosto.

— Jurei nunca mais beber depois daquele dia — Son rebate com os olhos cerrados.

— "Nunca" é uma palavra muito forte Sonny — retruca o sul-americano tentando o convencer indiretamente.

O asiático soltou um riso soprado e nega diversas vezes com a cabeça. Sua atenção é usurpada para Emerson, que se joga na cadeira ao lado da sua cantarolando a música que soava pelo ambiente. O treino já havia acabado a algum tempo e a maioria do time já estavam de banho tomado e íam embora de pouquinho em pouquinho.

No fim, a equipe de Harry ficou em terceiro lugar e a de Doherty em primeiro. Bom, créditos a eles por vencerem do astro principal da equipe. Mas, mesmo com a derrota do inglês, Son ainda tinha a obrigação de pagar o jantar dos amigos, afinal, só de ter perdido a primeira partida para ele o deixava na berlinda. De um jeito ou de outro, ele ganhando o primeiro lugar ou não, teria de pagar.

E não seria caloteiro igual a um certo brasileiro.

E falando nele, Richarlison estava do outro lado do vestiário conversando com Lucas, e era o responsável pela música que ecoava pelo ambiente em um volume baixo. Apostava todo o seu salário que era brasileira.

— Eita que o patrocínio hoje é seu! — o brasileiro sorri de orelha a orelha, entusiasmado.

— Vamos dar prejuízo para esse fofinho! — diz Davies se aproximando dos amigos. Antes que possa responder, o oriental sente dedos alisaram a pele seu pescoço. Ele lança um olhar questionador para Harry que tinha uma careta de duvida no rosto.

— O que está fazendo? — Sonny indagou.

— Por que seu pescoço tem um hematoma? — o respondeu com outra pergunta.

— Hematoma? — Romero franziu a testa se aproximando do corpo do amigo para olhar de perto.

Hematoma...? Puta que pariu. Son sentiu sua cabeça girar, seu estômago despencar e o sangue fugir de seu rosto.

— Eita, tem mesmo — o argentino também passa os dedos pela marca meio esverdeada e meio arroxeada — Como isso aconteceu, Sonny? — o zagueiro indagou confuso.

— Eu... — ele pisca diversas vezes, tentando pensar em alguma desculpa convincente — Foi na hora do jogo...? — falou incerto.

— Não lembro de ninguém ter te acertado na nuca — Harry rebate desconfiado.

Son desejou cortar a língua afiada daquele europeu safado com uma faca.

— Diz a verdade, o Richy te bateu? — Emerson pergunta curioso — Devemos chamar a polícia? Fazer exposed no Twitter?

— O Richy só bate em adversário — Ben descarta a possibilidade, também aproximando o rosto para encarar a marca.

— Tá bem feio isso daí — Sánchez resmunga, encarando de longe — Num parece marca de dedo? — indaga pensativo.

— Ih, é mesmo... — Kane compara o tamanho da mancha com seu dedão.

— Tem certeza que foi no jogo? — Emerson pergunta também ficando desconfiado.

Tem certeza de que você não quer calar a boca?

— Se não foi em campo, onde mais teria sido? — respondeu de forma áspera, tentando escapar da situação.

Porra, sabia que Richarlison havia usado um pouco de força demais, mas não a ponto de machucar. Tudo bem que não era necessário muito para o deixar roxo.

— Hum, sei não em — Kane lhe encara com a sobrancelha erguida.

— É, não sabe mesmo — Son confirma sarcástico — Se as donzelas se aprontaram, será que podemos ir? — pergunta arisco.

— Ir pra onde? — a voz de Richarlison o faz sentir um arrepio pecorrer sua espinha.

O motivo de estar sendo interrogado havia chegado. Nem percebeu o momento que as musicas havian parado de tocar.

— Sonny vai pagar a jantinha de hoje, vocês estão convidados — Harry deixa de lado o assunto anterior e sorri sacana.

Graças a Deus.

Mas por outro lado, não era tão graça assim. Aquele inglês meia boca iria convidar o time inteiro?

Ele definitivamente queria o ferrar. Tudo bem que não era um Sánchez da vida e podia ser rico, mas não cagava dinheiro.

— De graça, até injeção na testa — Lucas responde, ajeitando a mochila em suas costas.

— Bom... Já estavamos indo — Son se levanta, pegando suas coisas para ir embora e os outros seguem seu exemplo. Em todo o momento podia sentir o olhar de Richarlison em cima dele, o que não facilitava em nada para o seu pobre coração.

Não demora muita para eles já estarem prontos, andando lentamente pelos corredores enquanto resmungavam o quanto estavam cansados e precisavam de umas férias.

— Onde vocês querem ir? — pergunta Son.

— Bar! — Romero responde quase que imediatamente.

— Não, temos treino amanhã — Kane recusa com uma careta — Não quero treinar de ressaca — os outros concordam com um murmúrio.

— Vocês são muito molengas — o argentino resminga insatisfeito.

— Eu topava barzinho — Richarlison divaga distraído.

— Viram só? Isso sim é homem de verdade — Cristian fala apontando para o brasileiro.

— Eu diria homem burro — Emerson rebate — Conte esfolaria vivo quem ele pegasse de ressaca em plena semana e no meio da temporada — o zagueiro faz careta ao imaginar os esporros que levariam.

— Poderia ser na lanchonete que a gente sempre vai — sugere Lucas.

— Acho uma boa — Davies confirma com um biquinho nos lábios.

— Por mim, desde que não seja eu a pagar vou até no pior restaurante de Londres — Sánchez fala dando de ombros.

— Então vamos de lanchonete hoje, bar deixa 'pra quando estivermos livres — Son confirma com a cabeça, procurando em seu bolso a chave de seu carro.

Ele puxa o chaveiro de seu bolso e sente alguém lhe empurrar pelo ombro.  Son sorri, já sabendo de quem se tratava, ele vira a cabeça e encara a expressão travessa no rosto de Richarlison, o brasileiro estava com as mãos enfiadas nos bolsos e os ombros encolhidos. Ao perceberem a aproximação, o restante do grupo desacelera o passo, os deixando se distanciarem para ficar a sós.

Lucas encara os amigos confuso, mas não luta contra Romero que o puxa junto com ele para trás e apenas segue o fluxo das ações, sem questionar. Tinha a sensação de estar sendo deixado de fora de algum assunto importante.

— Você sabe que eles vão torrar todo o seu salário, não sabe? — pergunta Richy o encarando brincalhão.

— É o preço que se paga — Son faz careta ao imaginar o valor da conta — Quem mandou eu perder 'pra aquele sebento? — divagou dando de ombros.

Richarlison solta um riso soprado pelo apelido: — É verdade, quem mandou você ser tão ruim no futebol — o provoca, sorrindo de lado.

— Olha quem fala, justo o reserva do gasparzinho sem sobrancelhas — rebateu ácido.

O brasileiro puxa o ar entredentes, fazendo um barulhinho como se estivesse sentindo dor e coloca a mão no peito, o encarando com uma careta sofrida.

— Peguei pesado? — indaga arrependido — Foi mal — resmunga um pedido de desculpas, lhe dando duas batidinhas no ombro. O ponta esquerda não percebe o momento que os olhos do brasileiro brilham ao baterem na mancha esverdeada em sua nuca.

— Eu que deveria pedir desculpas — rebate com seriedade.

— Por que? — Son o encara confuso.

— Eu te machuquei — ele roça a ponta do indicador na marca, lhe causando arrepios e cosquinhas — Foi mal — repete as suas palavras, podia até conseguir esconder o sorriso, mas o olhar de admiração estava estampado em sua cara.

O asiático franziu a testa, não acreditando muito que o brasileiro estava, de fato, arrependido. Ele dispensa com as mãos, dizendo de forma silenciosa que estava tudo bem.

Não deveria estar tão feio assim. Enquanto isso, mais atrás para os dar privacidade, a trupe de idiotas sussurava entre eles.

— Quando eles se reconciliaram? — indagou Emerson desconfiado.

— Vai saber — resmunga Kane ao seu lado — Mas, pelo menos seu plano pode entrar em prática — o inglês apontou.

— Ao menos isso — Davies resmunga, concordando.

— O problema, é que ainda não existe plano — Emerson dá de ombros diante do olhar indignado do europeu.

— E aquele lance de "Operações Bitocas"? — questiona o inglês confuso — Você fez até grupo no Whatsapp.

— A operação existe, só que ainda não está esquematizada — o Royal o responde impaciente.

— E o que 'cê 'tá esperando 'pra pensar em alguma coisa?

— Vocé fechar essa sua boca de sacola e me deixar quieto — resmunga aborrecido empurrando Kane de perto dele com o ombro.

— Ah não, vocês já vão começar? — Sánchez fala em repreensão ao sentir o corpo do inglês se chocar contra o dele.

— Se eles não brigassem, não seriam eles — Romero resmunga.

— É tipo você com cartão amarelo — Davies comenta, recebendo um olhar indignado do argentino.

— Esse filho da puta que começa — Harry devolve o empurrão com uma careta enfezada no rosto.

— Não briguem — Ben pede, se colocando entre os dois — Está tão tarde para isso — fala cansado.

— Qual é a dessa "Operação Bitocas"? — Moura pergunta com a testa franzida .

— Não é nad mi hermano, bobeira nossa — Romero passa o braço por cima dos ombros do meia-atacante e da um sorrisinho forçado.

No momento em que os pés deles tocam o solo asfaltado do estacionamento e olham para frente, vêem uma figura parada do lado da entrada, com os braços cruzados e os pés batendo contra o chão, impaciente.

— O que ela ainda está fazendo aqui? — Emerson se pergunta curioso.

Dessa vez, Harry não lhe responde, concentrado demais em admirar a beleza da garota que não tinha nada além de uma expressão raivosa no rosto. Ela bufa ao bater os olhos neles e anda, com passos pesados em direção a eles.

Como poderia ficar mais gata ainda quando irritada? O inglês se perguntou.

Richarlison que estava rindo do relato de quase morte do oriental, percebe a aproximação pela visão periférica para no lugar, olhando confuso para a fera raivosa. Junto com o brasileiro, os outros também param de andar, e encaram a cena curiosos.

— Está atrasado! — Beatriz fala ao parar na frente dele com as mãos na cintura. Richarlison olha confuso, indo dela para o visor do seu celular, não demorando a mudar para uma careta desacreditada.

— São oito e um — rebate o atacante com a testa franzida — Eu demorei, literalmente, um único minuto.

— Em um minuto eu posso morrer por reagir a um assalto — ela aponta dramática.

— Você não reagiria, já morou no RJ — retruca com uma expressão amena.

— Ok, você tem um ponto — ela admite sua derrota — Mas vamos de uma vez, antes que eu te deixe aí — Beatriz se vira indo em direção a uma s10 branca.

— Claro madame — responde com um tom sarcástico — Tchau galera — ele se despede apressando o passo.

— Espera! — Son o segura pelo antebraço, o impedindo de avançar mais.

— O que? — ele pisca confuso com a atitude.

— Você não vai com a gente? — pergunta esperançoso.

— Hoje não dá, já tinha combinado com ela umas coisas — ele nega com pesar, também gostaria de passar mais tempo com o coreano, mas se desmarcasse em cima da hora a carona que pediu, seria duramente estrangulado.

— Ah sim, então... Até amanhã — Heungmin pigarreia incomodado, o soltando de forma hesitante.

— Até — Richy sorri torto e acena com a mão.

Vamos margarida — Son ouve Beatriz o apressar e o barulho do carro destravando.

Ele o assiste correr em direção a garota que já entrava dentro do veículo, com o coração na mão. Sua vontade era de o impedir de ir com ela, o puxar para longe dela, de o levar junto com ele para jantarem, queria ter tido mais tempo para ouvir o som esquisito de sua risada, admirar seu sorriso e seu rosto feio - mentira, até o achava bonito, mas não admitiria para ele.

Queria ter mais da presença dele, passaram tanto tempo longe.

Claro, por culpa dele.

— Quem troca comida de graça por mulher? — ele ouve Lucas questionar mais atrás.

— Eu mandaria você calar a boca — Sánchez resmunga cruzando os braços — Mas eu concordo.


Notas Finais


Tecnicamente ainda é domingo.
Desculpem a demora, não sei dizer se eu gostei ou não desse capítulo, mas enfim

Até a proxima pessual


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