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História Entre Chutes e Gols - 2Son - Chapter Eighteen - História escrita por Anna_Belly - Spirit Fanfics e Histórias
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História Entre Chutes e Gols - 2Son - Chapter Eighteen


Escrita por: Anna_Belly

Notas do Autor


GLAMOROSA, RAINHA DO FUNK, PODEROSA, OLHAR DE DIAMANTE.

Cantem comigo!

Pretinha, moreninha, russa e loirinha. Me deixa doidinho quando dança a tremidinha!

Musiquinha pros meus de fé do Real

Funk antigo é tão---------

Real Madrid foi o único que não me deu desgosto semana passada😍

E aí, como ces tão? Eu tava putamente triste na segunda feira dps de perder o Cariocão de virada😍 Mas, whatever, isso tudo ai foi abafado por um único motivo:

VP CAIU CARALHOOOOOOOO.

Valeu a pena perder o quinto titulo... Em menos de três meses.

Ta, eu ainda tô meio depressiva. Chorei pra krlh dps q eu terminei de xingar todo mundo desse clube🤙

Lembrando que nada do que eu escrevo aqui se relaciona com a realidade, é apenas uma ficção criada por uma fã, sem o intuito de ofender nenhum dos citados.

Boa leitura monstrinhos

Capítulo 20 - Chapter Eighteen


🇧🇷

— Tá todo mundo vestido aí dentro? — a voz de Neymar soou pelo ambiente — Não quero ver ninguém pelado — o atleta esbravejou desconfiado.

— Nem parece que já beijou minha boca — Richarlison resmungou sarcástico, vendo o camisa dez entrar de costas no ambiente.

— Ele não quer mas eu quero! — Beatriz exclamou animada tentando sair detrás do atleta para enxergar algo. Neymar, por sua vez, não permite, seguindo-a severamente para bloquear seu campo de visão.

— Achei que você disse para não nos lembrarmos disso — o camisa dez replicou com sarcasmo.

— É verdade, vamos apenas fingir que nunca aconteceu — Richarlison dispensou com as mãos, voltando a mexer em seu celular.

O camisa nove estava sentando confortavelmente em sua mesa de jantar, sem realmente comer nada, apenas ficou ali encolhido na cadeira no aguardo de seus amigos. Neymar estranhou a falta de barulho que não fosse a voz chata da mulher do jornal local, e espiou por cima do ombro, vendo tuda esquisitamente arrumado.

Nem uma peça de roupa jogada por ai? Ou uma camisinha largada em cima do sofá?

— Concordo plenamente com você — apoiou convicto, enquanto se virava com uma careta desconfiada — Só existem dois homens que eu me admitiria ter pegado, um não me quis e o outro não quer mais me beijar — acrescentou ainda mantendo Beatriz atrás dele.

— Ai, quando cê vai contar quem é esse maluco? — Richarlison questionou com o cenho franzido.

— Se Deus quiser, nunca — Neymar sentiu seu corpo ser bruscamente empurrado para frente e, como um gato, Bea saltar detrás dele.

— Nunca é uma palavra muito forte meu amor — a fisioterapeuta rebateu, limpando a poeira da roupa ao andar na direção do centroavente com uma sacola em mãos.

— Enquanto eu puder esconder, eu vou little Bea — o camisa dez replicou fechando a porta atrás dele.

Era um pouco mais de oito e meia da noite quando os príncipes encantados resolveram dar o ar de sua graça em sua casa novamente. Vestidos da mesma forma que mais cedo e aparentando estarem mais chatos que antes também.

— Trouxemos comida — Beatriz joga a sacola de qualquer jeito sob a mesa e se senta na sua frente

— Onde tá o Sonny? — Neymar se acomodou ao lado dela.

— Primeiro, o nome dele é Son, não Sonny — enfatizou puxando a sacola para espiar do que se tratava.

— Foda-se — Ney rebateu franzindo a testa.

— Segundo, ele já foi — completou sem se importar com o xingamento, tirando o pacote fechado de hambúrguer do Five Guys.

— Tão cedo? O que você fez de errado? — o camisa dez se esticou sob a mesa e o deu um 'peteleco' com a bochecha da mão.

— Au! Tá me batendo por que?  — Richa protestou aborrecido, acariciando o local atingido.

— Você não jogou o verde que eu falei? — Ney ignorou a queixa e continuou a perguntar.

— Eu flertei com ele! — o camisa nove afirmou ainda enfezado.

— E? — o astro da seleção o encarou expectante.

— E não deu em nada — deu de ombros fazendo pouco-caso. Neymar murchou.

— Como assim "não deu em nada"? — questionou com certa indignação.

— Eu acho que ele levou na brincadeira, não sei — balançou novamente os ombros, se preparando para dar uma mordida em seu lanche.

— Você deve ter feito errado! — Neymar exclamou com um beicinho, cruzando os braços enfezado.

— Perdi as contas de quantas vezes eu pedi pra ele chupar o meu pau — rebateu franzindo o cenho, desistindo por instantes de começar a comer.

— Moleque, eu te mandei jogar um verde e não o arco-íris inteiro! — o camisa dez exclamou pasmo.

— Eu até tentei ser discreto, deixar assim no ar... Mas ele não pegou — Richarlison divagou coçando o queixo — Eu achei que o lerdo da relação fosse eu — murmurou com certa impaciência.

— Deve ter assustado o menino né seu jagunço? — Beatriz desdenhou com os olhos cerrados.

— Que porra é jagunço garota? — Richa indagou sem vontade alguma para iniciar uma discussão.

— Em resumo, uma pessoa de mau caráter — a garota sorriu como se se desculpasse, mesmo que seus olhos dissessem o contrário.

— Mau caráter é você, bruxa desdentada — o centroavante bradou deveras ofendido.

— Nariz de tromba de elefante! — a fisioterapeuta replicou lhe dando língua.

— Não enche o saco não pentelha! — reclamou zangado, gesticulando com o hambúrguer em sua direção.

Ni inchi o saco pentelha, vai tomar no cu — implicou enfezada — Não enche você o meu seu mocorongo — acrescentou, fazendo pouco-caso da carranca no rosto do amigo.

— Zé mané — Richarlison cruzou os braços aborrecido.

— Zé ruela, cara de fuinha! — provocou enquanto cantarolava.

— Você sua songa monga — rebateu a olhando de cima a baixo.

— Tchongo mongo! — ela retrucou também cruzando os braços, petulante.

— Podem ir parando por aí, parecem duas crianças de cinco anos — Neymar interviu antes que aquela discussão sem sentido se perdurasse por tempo demais.

— Cala a boca testa de aparar raio! — Richarlison mandou aborrecido.

— Cala você sacolé de chorume — Beatriz replicou por fora, saindo em defesa do atacante.

— Garota, eu nem falei com você — apontou o hambúrguer para ela com desdém.

— Fiquem quietos Paquitas do Capeta — Ney mais uma vez se intrometeu, com a voz mais firme que da última vez.

— Sai fora que eu sou da igreja seu desviado — Beatriz o contrapõe com a sobrancelha arqueada.

— E eu sou a Xuxa — o camisa dez debochou, ficando com os lábios entreabertos ao que ele faz outra careta.

— Só se for a que fez pacto com o satanás — Richy implicou por fora.

— Saí daí ô... Espantalho do fandangos! — Neymar o hostilizou com o olhar — Podemos conversar como os adultos crescidinhos que somos? — pediu ainda com o tom de voz duro.

— Meh... Muito sem graça — Bea apoiou o queixo na palma e sorriu fingida na direção do camisa dez.

— Diferente dessa piolhenta, eu quero uma conversa civilizada — Richarlison interpelou, se achando sensatíssimo em dizer aquelas palavras.

— Cala a boca ô cara de cu com cãibra — foi a vez de Beatriz o fuzilar com o olhar, acertando uma bicuda fraca no meio da canela do atacante.

— Cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu — rebateu devolvendo o chutão. O silêncio estranhamente os envolve enquanto eles apenas se encaram com implicância, terminando por apenas crispar os lábios e dar continuidade ao assunto — Enfim... O que vocês fizeram a tarde toda?

— Transamos, Neymar sabe foder como ninguém — Beatriz responde sem papas na língua, não sentindo vergonha de se expor na frente do amigo.

— Ugh, eu não precisava saber disso — Richy declara enojado.

— Então por que você pergunta, campeão? — Ney indagou sarcástico.

— Vocês passaram a tarde toda só fazendo isso? — franziu a testa.

— Bem que eu queria passar a tarde toda com o pau dele dentro de mim, mas eu fiquei com cólica depois de chamar ele de soca fofo — lamentou abraçando a própria barriga — Em resumo, transamos e assistimos boa parte dos filmes da Barbie — ela deu de ombros.

Era uma boa programação.

— Foi querer provocar — Neymar resmungou por fora.

— Já disse que não preciso de detalhes — alegou novamente sentindo o estômago revirar.

— Mas eu preciso dizer isso pra alguém —a fisioterapeuta choramingou chacoalhando o próprio corpo.

— Esse alguém definitivamente não sou eu anão da Branca de Neve, fala com suas amiguinhas — Richy a cortou com um sorriso cínico.

— E você? O que fez a tarde toda? — Neymar devolveu a pergunta.

— A gente jogou, depois tomamo banho de piscina e depois assistimos um filme pika da terra dele... — divagou animado.

— Vocês tomaram banho de piscina juntos? — Beatriz reforçou com um tom malicioso e um sorriso sugestivo.

— Ih, sai fora que eu sou homem de família — Richarlison abriu um sorrisinho de lado e mordiscou o lábio.

— Não rolou nada? Certeza? Eu conheço você — ela mexeu as sobrancelhas, empurrando a língua contra os dentes molares.

— Como eu disse... Eu dei em cima dele e ele deu em cima de mim de volta — o camisa nove levantou as sobrancelhas como se dissesse que não tinha o que fazer — Na brincadeira — acrescentou ao perceber as caretas insinuativas no rosto dos amigos.

— Como você sabe que ele tava brincando? — Beatriz protestou pouco convencida.

Richarlison deu de ombros e fez biquinho: — Ele tava fazendo piadinhas sexuais demais, se ofereceu até pra chupar meu pau — resmungou coçando a bochecha.

— E por que você não aceitou? — Ney perguntou sinceramente confuso.

— Aí que tá o problema, eu aceitei, indiretamente mas aceitei — respondeu com pesar. Havia se oferecido tanto!

— Toda verdade tem um fundo de brincadeira — Beatriz citou o ditado famoso.

— O ditado não é ao contrário? — Neymar perguntou com as sobrancelhas franzidas.

— Ninguém te perguntou nada Pennywise da Shoppe — a garota resmungou o fuzilando com o olhar.

— Ih ala, pra que ofender lenhadora de bonsai? — protestou cruzando os braços enquanto se inclinava para longe dela.

— Somos quase do mesmo tamanho — Bea argumentou.

— Bem que você disse quase — o camisa dez frisou convicto.

— De qualquer forma, ele estava brincando — Richarlison voltou a afirmar, interrompendo a disputa entre os dois.

— Ou ele achou que você tava zoando com a cara dele — a fisioterapeuta argumentou voltando a o encarar.

— E por quê ele acharia isso? — juntou as sobrancelhas pouco convencido.

— Porque você dá em cima até do vento, quem dirá de outras pessoas — ela respondeu o óbvio.

— Calúnia! — protestou se fazendo de desentendido.

— Você sabe que é verdade — rebateu sem lhe dar crédito algum.

— O que eu posso fazer? Está no meu sangue — Richarlison se justificou, percebendo que não adiantava mentir.

— Ser um paspalhão? Eu concordo — Bea alfinetou.

— Você é essas gírias de velho ele faz careta.

— Não são gírias, são xingamentos que nunca deveriam ter saído do hype, tipo "seu bananão" — se defendeu.

— Prefiro chamar logo de Pau no cu — o camisa nove resmungou.

— Eu particularmente prefiro mandar o clássico "seu filho da puta, arrombadinho do caralho, enfia a porra de um rojão no teu cu e vê se voa pra puta que te pariu" — Neymar também opinou.

— Quanta agressividade — Beatriz resmungou, com preguiça demais para esboçar alguma reação.

— Você acha? É o mais pacífico que eu consigo ser — Neymar coçou o topo da cabeça.

— Enfim, acho que você deveria ser mais direto — a carioca se dirigiu novamente para Richarlison.

— Mais do que já fui? — questionou irônico.

— Se for preciso, desenhe. Apenas, faça algo pra resgatar a sua princesa em perigo — ela rebateu com certa impaciência — Até porque, o que você ganharia fingindo que não gosta dele? — acrescentou.

— Mas eu não gosto — ele resmungou passando os dedos pelos pelinhos que cresciam em seu queixo — Eu sinto atração, é diferente — alegou convicto.

— Que seja, indepentende do que for. O que você ganharia?

— Provavelmente, eu não colocaria a minha carreira em risco, nem minha imagem, nem minha amizade com ele ou meu relacionamento com o restante do clube... Assim, pouca coisa — fingiu pouco-caso ao dar de ombros.

— Olha pelo lado bom, você iria marcar a história como o primeiro jogador gay flagrado com o "namorado" — Beatriz tentou argumentar.

— Nem, você esqueceu da foto do Piqué com o Ibrahimovic em 2010? — o camisa nove a refutou.

— Puts, eu lembro disso, foi o maior bafafá na época — Neymar comentou se recordando da matéria.

— E era verdade? — Bea perguntou curiosa.

— Dizendo ele que não — o camisa dez deu de ombros — Mesmo com tanto em jogo, você parece bem confortável em assumir essa "atração" — fez aspas com os dedos ao retornar para o assunto anterior.

— Eu já disse: Não gosto de negar as coisas que eu sinto — relembrou coçando a nuca enquanto fungava  — Se eu quero algo, eu simplesmente corro atrás — finalmente levou o hambúrguer esquecido em sua mão para a boca.

🇧🇷

Richarlison coçou o antebraço incomodado, mal ouvindo o que Lucas tagarelava na sua frente gesticulando de forma exagerada enquanto seguiam os exercícios passados pelo preparador físico da equipe para se alongarem, na beira do gramado.

Uns faziam bate e volta próximos aos bancos, outros faziam adutores ou trabalhavam o posterior da coxa, e uma pequena parte ignorava as instruções e brincavam de bobo no meio-campo, cada um distraído no próprio mundinho ou grupinho pessoal.

— Richy — ele ouve Lucas o chamar com a voz arrastada — Você está me escutando? — Moura indagou com a sobrancelha arqueada.

— Ah sim, sim — afirmou piscando perdido — Lógico que eu tô — o atacante o respondeu de imediato em meio a um pigarro.

— Então do que eu estou falando? — o meia-atacante questionou com os olhos cerrados, claramente não acreditando na resposta do colega.

— Sobre a sua noiva...? — arriscou incerto.

— Primeiro é minha esposa, segundo eu nem citei dela — Lucas rebateu com os olhos cerrados — Que que tá pegando dessa vez? — perguntou lhe dando um leve empurrão no ombro.

— Não... Não é nada — resmungou hesitante enquanto fungava.

— Quem nada e peixe, anda logo e desembucha — Lucas insistiu sem dar brecha para que pudesse escapar.

Richarlison, inconscientemente, mordeu o inferior e desviou os olhos tentando achar uma desculpa. O atacante bufou coçando o topo da cabeça enquanto entortava a boca diante do olhar curioso do colega a sua frente.

— É o Son de novo? — indagou com os olhos grandes — Achei que tivessem se resolvido — murmurou confuso com a leve passada língua nos lábios alheios e a tremida perceptível na expressão do outro ao citar o nome do coreano.

— Que o Son tem a ver com isso? — questionou com a testa franzida.

— Quando você fica chateado assim... — apontou com o queixo para o antebraço cheio de listras vermelhas — De duas uma, ou você brigou com o Sonny ou você está ansioso com o futebol em geral.

— E como você deduziu que era com o Son? — cerrou os olhos. Estava começando a desconfiar que Lucas realmente era um alienígena leitor de mentes.

Mesmo que fosse calvo. Quer dizer, se ele fosse um alienígena escolheria alguém pique Leonardo Di Caprio para se disfarçar.

Ou melhor ainda, viraria o próximo Messi de sua geração.

— Ele tá te olhando igual um psicopata a, pelo menos, trinta minutos — Lucas colocou as mãos na cintura, olhando por cima do seu ombro — Ou mais — resmungou abrindo um sorriso simpático e acenando brevemente — Enfim, desde que começamos a nos alongar — acrescentou voltando a fixar os olhos castanhos nele.

O atacante comprimiu os lábios em uma linha retilínea arrumando a postura, dando uma breve conferida ao fingir girar a lombar para alongar o quadril. Fora imediato, assim que levantou o olhar para o horizonte seus olhos se fixaram nas orbes negras lhe encarando - o certo seria vigiando mas enfim - intensamente.

Escondeu os lábios e desviou os olhos rapidamente, voltando o tronco para sua posição de origem e dando de cara com a expressão de " você não me engana" de Lucas enquanto este cruzava os braços.

— Nós não brigamos, discutimos ou seja lá o que esteja passando por essa sua cabecinha careca — explicou a contragosto com desdém.

— Ei! — Lucas protestou com os lábios franzidos.

— Ele só... Está esquisito — o brasileiro ignorou a queixa e deu de ombros, empurrando o lábio inferior para frente fingindo não se importar.

Quando por dentro estava revendo - novamente, diga-se de passagem - suas atitudes e falas, procurando alguma pista do porque quando foi cumprimentar o asiático quando chegou aquela manhã, ele começou a ofegar e o encarar de uma meneira esquisita. Como se procurasse alguma resposta em sua fisionomia de alguma teoria maluca.

Óbvio que não conseguiu encontrar nada. Haviam dito tantas coisas que estavam presos em sua garganta, aproveitando que tinha o aval da brincadeira para desabafar, que se perguntou se a conversa em um todo não foi desconfortável para Sonny, que este desconfiava de suas claras intenções por trás daqueles flertes e estava procurando uma maneira de evitar que ele se... Declarasse?

Bem, essa não é a palavra certa mas não encontrou uma forma melhor de expressar suas paranóias.

— Esquisito como? — Moura questionou confuso.

— Como um psicopata — Richarlison usou as palavras do compatriota como resposta. Moura emitiu sons de compreensão com as cordas vocais e colocou as mãos na cintura.

— Você fez algo? — indagou com o cenho franzido.

— Não! — exclamou de imediato, se sentindo deveras ofendido — Que eu saiba no caso, estávamos bem ontem — ele se balançou com certa timidez, ao que recebeu uma arqueada de sobrancelha do compatriota.

— Uh, vocês se viram ontem? — o meia-atacante juntou as sobrancelhas e sorriu com certa malícia.

— Ih, qual foi a desse sorriso? — foi a vez de Richarlison o empurrar pelo ombro.

— Nada, eu só tô sorrindo, não posso mais? — respondeu se fazendo, mas o ar risonho e a expressão sapeca no rosto do mais velho o denunciavam.

— Você mesmo disse, quem nada é peixe — replicou usando as mesmas palavras que ele.

— Vocês dois são bem próximos não é? E o que acha dele? — ignorou a alfinetada e continou a questionar, balançando o corpo como quem não quer nada e enrolava para falar algo.

— Como assim? — mesmo que entendesse o significado por trás daquelas palavras buscou alguma confirmação.

— Da aparência dele, caráter e essas coisas — explicou enquanto gesticulava com as mãos — Digamos que eu conheça alguém que está interessado nele — justificou diante do olhar duvidoso que o atacante lhe lançou.

— Quem? — questionou de imediato ao sentir um gosto amargo em seu paladar e seu coração pulsar.

— Não vem ao caso, mas eu queria saber uma opinião de fora sobre — desconversou dispensando o assunto.

— Eu não tenho que achar nada — rebateu com certa grosseria, empurrando a parede interna de sua bochecha com a ponta da língua enquanto virava o rosto para o lado oposto.

— Calma aí campeão — Lucas ergue as mãos no ar e sorri de lado — Eu só queria saber se vale a pena ser 'cupido' — ele deu de ombros.

Richarlison voltou a encara-lo com uma carranca, medindo o meia-atacante dos pés a cabeça com um olhar enfezado enquanto colocava as mãos nos quadris. Parecia avaliar o quanto valia pena responder ou o deixar falando sozinho.

— O Son... O Son é chato... — ele crispou os lábios, pensativo — Bem chato na verdade — afirmou com veemência — Ele não sabe perder, reclama de tudo, ronca alto demais e parece querer te sufocar enquanto dorme com aqueles brações — resmungou abrindo as mãos no ar para simular o tamanho.

— Vocês já dormiram juntos? — Lucas perguntou, talvez estivesse começando a liga os pontos.

— Um dia que ele tava bêbo, brotou lá em casa e não queria ir embora — ele resmungou com o cenho franzido — Inclusive, quando ele tá bêbado, age igual uma criança mimada, chora quando não fazem o que ele quer, faz birra, bate o pé revoltado e tudo mais, além de ser um medroso, acredita que ele tem medo de escuro? — acrescentou com um sorriso contido enquanto dava de ombros.

— Você está falando sério? — Moura questionou com um meio sorriso, puxando o pé para trás.

— Nunca falei tão sério na minha vida, você deveria dizer para esse "alguém"... — fez aspas com os dedos — Desistir, vai por mim — aconselhou com as mãos no quadril, agindo como se tivesse toda a razão do mundo.

— Aham sei... E da aparência física dele? —  questionou largando o pé — O Son pode até ser tudo isso, mas a beleza dele compensa — acrescentou, mexendo as sobrancelhas insinuativo.

— Como alguém consegue achar aquilo bonito? — rebateu com certo desdém, apenas assistindo o colega se alongar, já havia perdido a vontade.

— Você não acha? — replicou franzindo os lábios desafiador.

Sim, pra caralho.

— Não, acho ele bem meia boca pra falar a verdade — respondeu dando de ombros, se parabenizando internamente por ter conseguido mentir sem gaguejar.

Mesmo que agora ele coçasse a base do pescoço viciosamente.

— Esqueci que você se amarra em loiras, a pessoa que você deve achar a mais bonita do clube é o Harry — murmurou contemplativo.

— Ta repreendido, Deus me livre e guarde de uma maldição dessa — Richy replicou fazendo o sinal da cruz com uma careta desgostosa — E quem disse que eu gosto só de loiras? — acrescentou fingindo pouco-caso.

— Você mesmo — Lucas rebateu sarcástico.

Droga! Havia sido refutado com suas próprias declarações.

— Quando eu fiz isso? — se fingiu de sonso.

— Cara, como ator eu devo admitir que você é um ótimo atleta — ele crispou os lábios e fez um joinha na intenção de o consolar.

— Eu até posso preferir loiras — admitiu a contragosto enquanto cruzava os braços — Mas em algumas ocasiões, a morena prevalece, ainda mais se "a morena" em questão for quem eu estou pensando — acrescentou como quem não quer nada.

— E em quem você tá pensando?

— Não te interessa careca — Richy lhe deu língua e, discretamente, encarou Son por cima do ombro novamente, mordendo o inferior ao mais uma vez encontrar o seu olhar.

— Quem dá lingua é cobra Richarlison  — Lucas lhe empurrou com o ombro — Cuidado pra não engasgar com o próprio veneno — advertiu sarcástico.

O atacante virou o rosto para outra direção, debochando dele com um beiço maior que que o próprio nariz.

Do que vocês tanto conversam? — Eric Dier que estava próximos a eles perguntou curioso, já fazia um tempo que o inglês ouvia a conversa deles sem entender bulhufas do que falavam.

— Nada interessante irmão, apenas bobagens entre compatriotaso meia-atacante é quem o responde, lançando uma olhadela esquisita em direção a Richarlison, que franziu o cenho e concordou mesmo que sob pressão.

Aquele sorrisinho... Lucas sabia de algo e estava disposto a não lhe contar de jeito nenhum. Antes que Richarlison também pudesse responder Eric, Conte assopra o apito e ordena que todo mundo se reúna ao redor dele.

— Bom... — o italiano começou o sermão coçando a barba — Como todos aqui sabem, nos perdemos o último jogo — ele suspira com certa decepção e comprime os lábios procurando as palavras certas.

Se passam pouco mais de oito minutos com Antônio lhes dando algumas broncas isoladas e um discurso tentando motivar a equipe a ser mais proativa em campo. Afinal, ele não ganharia títulos sozinho.

Conte não poderia simplesmente entrar em campo e jogar por eles.

No meio de toda aquela ladainha que Richy escutava atento a cada palavra e micro-expressão para que pudesse traduzir da forma correta em sua cabeça, ele sente alguém bater o ombro contra o dele de leve. Estava pronto para virar e xingar todas as gerações que viriam de Lucas por tê-lo desconcentrado, mas dá de cara com um sorriso alinhado e olhos pequenos animados.

Quase como se alguém apertasse um botão em sua cabeça, seu coração acelera e um frio percorre sua barriga ao que seus olhos processam a imagem de Son ao seu lado.

Oi Richiee... — o sotaque fofinho deixava o apelido ainda mais prazeroso ao seus ouvidos e a voz de Son mais arrastada.

Ele falava de forma manhosa, como uma criancinha fala quando quer pedir algo aos pais, e Richarlison se vê refém dos pontinhos brilhantes presente em seu olhar. Como se fosse de lei e regra absoluta, seu diafragma relaxa e todo o oxigênio preso em seus pulmões são liberados aos poucos.

O brasileiro simplesmente não percebe que deixou Sonny sem resposta, nem o tempo passando e se sente letárgico, como se o mundo estivesse parado e consequentemente, tudo ao seu redor também. Era como se... Como se a imagem de Son fosse o único frame que sua cabeça conseguisse processar e repetir incessantemente.

Apenas o barulho de Antonio batendo a prancheta contra a palma da mão o faz despertar e sobressaltar de susto. Richarlison engole em seco ao perceber a expressão confusa no rosto de Son, provavelmente esperando que o brasileiro o cumprimente de volta, mas Richy torna a desviar os olhos para o professor, ignorando a dose perceptível de adrenalina que fora liberada em sua corrente sanguínea.

— Bom é isso, agora é trabalhar para os próximos que virão — Conte encerrou o discurso que o brasileiro nem se lembrava do que se tratava, com um suspiro pouco animador e um sorriso torto, começando por distribuir o cronograma para aquele dia, separando os goleiros, volantes e meias dos atacantes e defensores — Quero que juntem duplas de um atacante e um defensor vamos começar treinando agilidade  — o italiano explicou com as mãos na cintura.

Conte os levou para onde haviam quatro circuitos, com duas bolas, com uma série de cones entre elas, e dois gols. Os dois jogadores ficariam em lados distintos, um com o intuito de encontrar o melhor momento para finalizar e o outro tinha que ser ágil o suficiente para bloquear o ataque. Conte os explicou que o objetivo da atividade era aprimorar a reação e a agilidade para marcar ou bloquear as tentativas de gols.

Se sentiu um pouco culpado ao apenas se afastar de Son sem falar nada e seguir o treinador, o deixando com cara de tacho ao que apenas agarrou o braço de Emerson, que já combinava dupla com Harry, e o puxou com ele sem nem perguntar nada.

Sentia que se tentasse falar algo, nada correto sairia, gaguejaria mais do já guaguejava normalmente e fritaria seus miolos ao tentar traduzir as simples expressões de "olá, como está?!"

Como diria alguém por aí: Pane nos sistema, alguém me desconfigurou.

Richarlison e Emerson fizeram dupla, mesmo que o último ainda estivesse confuso com o "sequestro" repentino, e aguardavam a orientação do professor de mãos dadas na frente da fila que se formou, ambos os brasileiros se oferecendo para irem primeiro, e quando autorizados, não demoraram a começar a executar o exercício.

🇬🇧

Já era quarta-feira novamente.

Eles teriam outro jogo no domingo, pela manhã. E como tinham perdido o último clássico, tinham a obrigação de ganhar aquele jogo para acalmar os ânimos da torcida.

O treino seria integral. Mesmo que as quartas fosse comum eles só treinarem pela tarde.

Harry ergueu a sobrancelha e encarou com estranheza a cena que se desenrolava na sua frente. Quando chegou no centro de treinamento aquela manhã - um pouco atrasado, diga-se de passagem -, não demorou a avistar Beatriz e Emerson conversando cheios de sorrisinhos próximo ao bebedourou do corredor que levava aos vestiários.

Eles falavam baixo, Bea estava escorada na parede, enrolando um fio de seu cabelo nos dedos e Emerson estava parado na sua frente com um sorriso empolgado no rosto.

Foi, no mínimo, esquisito o incômodo que fez seu corpo tencionar.

E outra coisa, nunca - nem uma única vez sequer -, viu os dois trocando uma palavra que não fosse o clássico "bom dia" para agora estarem próximos demais em um corredor tão... Grande.

Olhando de esguelha e dando acenos breves para quem passava por eles enquanto calavam a boca, esperando para continuar seja lá qual seja o assunto que estavam falando.

Também não soube dizer porque se atentou a este fato.

Se aproximou com passos lentos, arrumando a mochila em sua costa com um breve sacolejo de seus ombros. Inconscientemente, levou a mão para frente da boca, checou seu hálito e arrumou os cabelos para trás. Mesmo tentando ser discreto, o brasileiro o notou e o encarou com os olhos naturalmente grandes e um sorriso inocente.

— Emerson! — o inglês cumprimentou ao chegar por trás do brasileiro, descansando a mão discretamente na cintura do brasileiro, que o encarou com o cenho franzido por cima do ombro— O treino ainda não começou?

— Oi...? — o lateral-direito devolveu o cumprimento com um tom incerto, esperava que o loiro apenas lhe acenasse com a cabeça e passasse reto por eles — O professor tá conversando com o Lloris e a comissão na sala de reunião — ele coçou a nuca confuso.

Também se atentou ao fato de que os olhos azuis não estavam nele, e sim, em sua "acompanhante". Que logo percebendo a atenção sobre ela, se desencostou da parede e arrumou a postura.

— Harry! Bom dia — Beatriz o cumprimentou com um sorriso falso.

Kane mordiscou os lábios e franziu a testa, pareciam estar mais distantes do que antes de terem transado. Quer dizer, parece que para ela isso nunca sequer havia acontecido, visto que, Beatriz agia normalmente, como se o... Desprezasse? Bem, essa não era a palavra certa, mas serviria.

— Senhorita Borges, como está? — Kane sorriu em meio a um suspiro pesado, sentindo as costas de Emerson baterem contra seu peitoral.

— Estou otimamente bem, e você? — devolveu a pergunta — A consulta foi boa?

— Consulta? — Royal ergueu o queixo confuso e o encarou de esguelha, com uma pergunta muda em sua expressão.

— Ué? Você não sabia? — ela fingiu uma confusão com um sorriso cínico brincando nos lábios, sem desviar os olhos de Kane — O loirinho aí marcou uma consulta em uma clínica de——

— Ex-exame de rotina — Harry a interrompeu, apertando os dedos na cintura do lateral-direito que lhe deu uma cotovelada — Eu comentei com a Caip--digo, com a Senhorita Borges que eu fui fazer exame em uma clinica diferente da que eu ia normalmente — explicou atrapalhado.

— Ele teve que cagar no potinho e tudo mais — Beatriz acrescentou descaradamente, recebendo uma encarada mortal de Harry.

— Ahn entendi... — Emerson murmurou desconfiado, olhando da garota para o inglês com a testa franzida — Não precisa ficar assim amigo, todo mundo já cagou no pote — tentou o consolar ao ver sua carranca, Beatriz virou o rosto e mordeu os lábios tentando suprimir uma risada — Não sabia que eram próximos — Royal acrescentou.

— Não somos — os dois responderam juntos, o que acarretou em mais uma encarada desconfiada do lateral-direito.

— Que-quer dizer, a gente não é tem nada um contra o outro... — Kane tentou justificar em meio a um pigarro.

— A palavra certa é conhecidos — Beatriz corrigiu comprimindo os lábios ainda tentando segurar a risada — Eu e o Implan--digo, Harry, somos apenas colegas.

Emerson afirmou diversas vezes com a cabeça, compreendendo a mensagem e os três ficaram em silêncio.

— E vocês dois... — Kane pigarreou incomodado com a quietude — São próximos não é? — questionou tentando desviar o assunto.

— Mais que próximos, eu e a Bea somos parças — o brasileiro afirmou voltando a abrir um sorriso empolgado.

Mais que amigos, friends — Beatriz resmungou em sua língua materna enquanto cruzava os braços, arrancando uma arqueada de sobrancelha do inglês ao que este não lhe entendeu.

— Sério? Como isso aconteceu? — indagou ignorando aquela... Audácia!

— Encontrei essa gatinha perdida em uma festa aí que eu fui — Emerson explicou com uma leve entortada de cabeça.

— A gente dividiu uma cerveja, um pedaço de pizza que algum maluco deixou pela metade em cima do balcão e um uber — a garota acrescentou com um ar nostálgico,

— Você não... Você nunca me disse isso — Kane franziu o cenho, se dirigindo ao Royal.

— Não achei necessário — Emerson deu de ombros.

— Ah, entendi... — Não achei necessário?? E eu achei que eu fosse a porra do seu melhor amigo! Se você tivesse um filho, também não acharia necessário me avisar?! — Eu não lembro de você ter me chamado... — trocou olhares entre Beatriz e Emerson, acariciando o lábio inferior como quem não quer nada.

— É porque eu não chamei — ele sorriu faceiro — Era um lugar meio duvidoso e insalubre, corri sérios riscos de contrair um tétano, uma leptospirose, uma dengue ou turbeculose... Quem sabe sair sem uma perna — divagou pensativo, sendo cem porcento apoiado por Beatriz que concordava com tudo que ele falava — Você não aceitaria ir — justificou dispensando o assunto com a mão.

Quando esatava prestes a demonstrar a sua insatisfação, o barulho de uma notificação tirou a atenção de Harry de Emerson e se fixaram em Beatriz, que leu, re-leu e crispou os lábios ponderando alguma coisa. Terminou por soltar um suspiro e guardar o telefone no bolso da calça.

— Tá bom o papo e tudo mais... — a fisioterapeuta começou, estralando os dedos com um sorriso nervoso — Mas eu ainda preciso ir trabalhar, a gente se vê — declarou já começando a se distanciar.

— Pera aí, não vai nem se despedir do seu parça? — Emerson protestou parecendo estar ofendido a segurando no lugar.

— A gente vai ser ver mais tarde — ela murmurou sem entender.

— Idaí? — o brasileiro rebateu, lhe puxando pelos ombros para um abraço de urso — Bom trabalho — desejou a balançando de um lado para o outro.

— Você tá me apertando — choramingou e mesmo assim, retribuiu o carinho — Você também, bom treino. Agora me larga! — exigiu com um ar risonho.

Emerson a soltou com um sorriso largo no rosto e se aquietou do lado de Kane. Quando este fez menção de também lhe abraçar, Beatriz arregalou os olhos e inclinou o corpo para trás, fugindo de seu toque, impondo a mão entre eles com uma careta enquanto murmurava um "opa",  surpreso.

Ela lhe deu uma única opção de cumprimento, um simples aperto de mão. Kane poderia sentir os olhos curioso do outro brasileiro nele e se sentiu ligeiramente nervoso. Para não deixar o clima tão desconfortável quanto ele já estava, Harry aceitou o cumprimento formal com as orelhas queimando.

— Tchau Harry — ela sorriu amarelo balançando a mão dele com certa lentidão.

Kane apenas murmurou uma despedida qualquer e largou a dela o mais rápido possível, sentindo as palmas suadas e o estômago revirado em pura vergonha. Se perguntava o que Emerson estaria pensando dele naquele momento, então, fungou e puxou a lóbulo de sua orelha desconfortável, evitando encarar o brasileiro.

Este que acompanha Beatriz ir na direção contrária do Departamenro médico, curioso.

Onde essa maluca vai? — resmungou em sua língua materna, antes de se virar para ir em direção ao vestiário — Você não vem? — perguntou confuso ao ver o inglês parado ainda no mesmo lugar, olhando para onde Beatriz havia sumido.

— Eu tenho que fazer uma coisa, já volto — murmurou distraído.

Harry apressou o passo e seguindo seus impulsos internos, fez o mesmo caminho que a fisioterapeuta, olhando atento para cada corredor que passava a procura de sua figura pequena.

Onde estamos indo? — ouviu um choramingo e não tardou a se esconder em uma sala qualquer.

Calado! — a voz de Beatriz veio logo atrás.

Kane olha pela fresta da porta e vê a garota puxando um homem com ela. Eles passam pela frente do cômodo que estava se esgueirando e, de relance, o centroavante consegue ver o rosto do acompanhante de Beatriz.

Ele franze o cenho ao reconhecer de quem se tratava, aquelas roupas chamativas pertenciam a Neymar. Mas não era para ele estar nesse momento em Paris, no departamento médico do Paris Saint-Germain?

O que ele estava fazendo em Londres? E mais ainda, o que ele estava fazendo no Hotspurs Stadium?

Será... Será que ele queria ter a honra de jogar no maior de Londres? E estava ali para negociar com a diretoria?

A imagem de Neymar com a camisa do Tottenham, paira em sua cabeça. Não seria má ideia, talvez eles dois pudessem brilhar juntos no time.

Só quando ele ouve as vozes longe que saí de seu esconderijo e leva poucos instantes para decidir se os seguia ou não. Kane anda com passos leves para a direção que foram, fazendo o possível e o impossível para não fazer barulho.

Quanto mais ele se aproximava do fim do corredor as vozes voltavam a agraciar seus ouvidos, então ele se esgueira e para bem rente ao fim da parede. Harry prende a respiração e brecha o corredor que ela entrou com Neymar, vendo Beatriz parada na frente do atleta. De onde estava, ele não conseguia escutar o que falavam e nem ver a expressão que a garota fazia.

Ainda se perguntava silenciosamente o por quê do astro da seleção brasileira estar ali. Quer dizer, sabia que Beatriz era fisioterapeuta e que ela era amiga de Richarlison, mas não fazia sentido algum ele ter vindo de Paris apenas para uma consulta com uma iniciante.

Ao que sabia dela, seu último emprego foi um fracasso e o único outro lugar que havia trabalhado se tratava de um estágio para provavelmente compor hora em sua grade curricular.

Kane engole em seco quando percebe que as mãos da garota seguram Neymar pelo maxilar e ela se inclinar para mais perto dele, sentindo uma certa irritação por não ouvir o que eles conversavam.

Não que fizesse muita diferença, não sabia falar na língua deles.

Mas era nessas horas que ele queria ser uma mosca. Ou carapanã. Ou uma abelha. Ou qualquer inseto que fosse, desde que ele tivesse asinhas e fosse pequeno.

Sua atenção volta para eles quando Beatriz solta uma risadinha, ao mesmo tempo em que ela empurra o atleta pela testa. Harry encara com descontentamento a mão presa na cintura da garota e isso piora quando Neymar enterra a cabeça no pescoço de Beatriz.

Cansado de assistir aquilo, ele suspira alto, se encosta na parede e joga a cabeça para trás, não entendendo - ou, ao menos, não querendo - o aperto que sentiu no peito. Por fim, apertou a ponte do nariz e se virou para ir embora.

🇧🇷

Richarlison estava sentado na grama sintética próximo aos bancos, amarrando as chuteiras quando sentiu alguém apertar seus ombros e um beijo ser depositado em sua nuca. Um arrepio correu sob seu corpo, e ele tensionou os músculos em reflexo a reação curiosa de seu corpo, sabia que não era em decorrência ao vento que batia contra os braços e pernas desnudas e o dia poderia ser considerado "quente" mediante as temperaturas que normalmente faziam naquela cidade.

Ergueu a sobrancelha com certo escárnio e encarou o indivíduo que fizera isso por cima do ombro: — Você veio! — comemorou com uma falsa animação, voltando a sua tarefa de prender os cadarços e ignorando a figura que se sentava por detrás dele, nos bancos dos reservas.

— Você tentou me boicotar, mas deu tudo certo! — Neymar acusou com um suspiro entusiasmado.

— Quem disse que eu fiz isso? — virou o rosto de imediato para o camisa dez, se sentindo deveras ofendido.

Ele havia realmente feito isso? Talvez, mas não vinha ao caso agora!

— Se sair sem antes me chamar pra ir junto, sendo que esse foi o combinado, furar o pneu da sua própria bicicleta, esconder minha carteira no freezer e meu celular no meio das coisas da sua cachorra que passa mais tempo com sua prima do que com o você — Ney começou a enumerar — Não é boicotar, eu sinceramente não sei o que é — encerrou com um sorriso cínico.

Ora, bolas! Ele realmente havia feito aquelas coisas? Sim, mas quem era Neymar para jogar na sua cara?

— Quem disse que eu fiz isso? — chiou aborrecido, empurrando a canela de Júnior com o ombro — Foram apenas... — ele desviou o olhar — Acasos do destino! — afirmou convicto.

— Uau, o destino estava tão empenhado em me fazer faltar esse compromisso — Ney debochou.

— Cê viu? Nem o Universo te queria aqui — reforçou empurrando os lábios para frente' enfezado.

— Se com o "Universo", você quis dizer você mesmo, realmente, ele não queria de jeito nenhum — Neymar cutucou com uma piscadela, não demorando a chiar de dor pela bofetada que levou no meio da canela — Cadê minha carioca favorita? — questionou aborrecido, acariciando o local atingido.

— Diferente de você, ela está trabalhando — Richarlison respondeu desdenhoso.

— Ih ala, cê sabe que eu tô de férias — Ney lhe empurrou com o joelho.

— Você tá suspenso — o camisa nove corrigiu com os olhos cerrados.

— Já disse que são férias forçadas. Férias forçadas! — voltou a afirmar convicto.

Aos poucos, o campo ia enchendo novamente. Naquele dia, Beatriz se encontrava atolada e havia saído mais cedo para almoçar, consequentemente, desmarcando o "almoço caridoso" - como Richy carinhosamente apelidou - com o atacante.

Desse jeito, Richarlison fora o primeiro a chegar de volta para o treino e a esperar o técnico retornar para o campo. Algumas pessoas já estavam treinando por ali, brincando de toquinho entre elas, do 'salve' e rindo.

Neymar estar ali não era mais uma novidade muito grande, toda surpresa fora gasta quando a informação chegou até eles na metade do primeiro treino, mas mesmo assim, não deixavam de entrar no campo empolgados e exclamarem animados, bem como não se demora a virem na direção onde a "celebridade" estava, ou seja, para cima deles.

Como um acordo mudo ou previamente planejado entre eles, uma espécie de fila indiana se formou na frente do atacante do Paris que não tardou a se levantar com um sorriso agradecido.

— Fala, parceiro! — Lucas bateu na mão de Neymar e o puxou para baterem os ombros em um abraço rápido.

— E aí Luquinhas! — Neymar cumprimentou animado — Quanto tempo cara, da última vez que eu te vi, você ainda tinha cabelo — comentou largando a mão dele com um olhar nostálgico.

— E da última vez que eu vi você, cê tinha aquela crista de galo na cabeça  — devolveu o comentário com o mesmo sentimento, o analisando de cima a baixo com interesse.

— O topete — lamentou ao se lembrar do estilo que usava no início de sua carreira no PSG — É verdade, por que ninguém avisou que eu tava ridículo com aquilo? — questionou indignado.

— Você iria nos xingar e dizer que era tudo inveja, campeão — Moura justificou com um meio sorriso.

Antes que Neymar pudesse retrucar, mais pessoas se achegam até eles, ignorando totalmente a fila indiana e Richarlison se vê obrigado a levantar para não ser pisoteado por aquela muvuca. Lucas se assustou ao quase ser atropelado por algum indivíduo que o empurrou sem mais nem menos para o lado.

— Neymar! — Emerson choramingava ao pé do ouvido do craque e estava prestes a se ajoelhar no chão para beijar os pés do camisa dez enquanto era aparado pelos braços do mesmo.

— E aí Royal, como vai meu mano? — Neymar abriu um meio sorriso, lançando um olhar confuso para os demais presentes.

— Você quer meu tornozelo? Eu sei que, como atleta eu ainda preciso dele, mas eu não me importo de emprestar ele pra você — a voz do lateral-direito saia como a de um gatinho com frio, os olhos grandes acumulavam lágrimas e ele passava a mão por todo o corpo de Neymar para se certificar que ele não estava machucado em outro lugar.

Parecendo mais mãe do que a própria mãe dele.

— Não se preocupe! Já marquei um horário com um pai de santo pra você! — acrescentou mudando de triste para determinado em instantes.

— Que que deu nele? — Ney questionou com as sobrancelhas juntas, se segurando para não rir.

— Desculpe, ele está um pouco sentimental por esses dias — Romero interviu, puxando Emerson para longe do atleta com um sorriso amarelo.

— Cuti! Como cê tem estado? — conhecia aquele argentino, ele jogava junto a Messi na seleção.

— Perfeitamente bem, e você? — devolveu o cumprimento — Mande lembranças para o Lionel por mim — pediu com um brilho animado no olhar.

— Mais pra lá do que pra cá, mas enfim. Pode deixar! Eu vou dizer pro Leo — garantiu com uma piscadela — Harry Kane! O astro do time e da seleção inglesa! É sempre bom encontrar você — Ney exclamou ao ver o inglês.

— E aí cara, o que cê tá fazendo por aqui? — Kane forçou um sorriso simpático e o abraçou de lado, esfregando a mão por suas costas carinhosamente.

— O Richarlison e o Son me convidaram pô — explicou, e pela primeira vez, os olhos foram nele que sorriu torto, apesar da queixa entalada no meio da sua garganta.

Quem disse? Mentiroso de uma figa!

— Seu tornozelo está muito machucado? — Kane perguntou curioso.

— Que nada! Ele ainda aguenta muito rojão! Daqui a pouco está novinho em folha de novo — Neymar garantiu, dispensando com as mãos enquanto fazia menção de dar alguns pulinhos para comprovar suas palavras.

— Não faça isso! — Emerson empurra Kane da frente dele e segura Ney pelos ombros, impendindo seus próximos movimento.

Ih, qual foi Royal? Tá chapando? — Neymar indagou com um ar risonho, aparando o brasileiro novamente com os braços.

— Tô chapado por vocêEmerson choraminga com a cabeça enterrada no pescoço do atacante.

— Ih, tô te estranhando irmãoo camisa dez o provocou, tentando empurrar o lateral-direito para longe dele.

O que eles tão dizendo? — Kane bateu o ombro contra o dele e se pôs ao seu lado curioso.

Richarlison o encara com a testa franzida, ponderando se respondia ou apenas ignorava, mas não conseguiu se manter indiferente diante dos olhos azuis: — Besteira, nada de interessante — resmungou de volta, sem se importar muito.

Harry chiou compreensivo e acenou diversas vezes com a cabeça, assistindo com certo prazer o olhar de socorro que Neymar dava a eles e qualquer pessoa ali por perto.

Depois de muita insistência, o camisa dez conseguiu fazer Emerson largar dele e agora soltava algumas risadinhas envergonhadas para as outras pessoa que vinham o cumprimentar enquanto passava as mãos na camisa rosa choque para dessamassar o tecido.

Soltou um gemido surpreso quando uma bola acertou seu estômago, a segurou de forma meio desajeitada e, tanto ele quanto Richy, lançaram um olhar curioso para quem havia feito aquilo.

— Você veio — Son comentou se aproximando dele com um sorriso tímido.

Richarlison perdeu o ar por alguns instantes ao o ver passando a mão no cabelo para tirar da frente do seu rosto, vestido com o uniforme de verão da equipe: uma regata - ainda verde-néon - e um calção preto, ambas com o símbolo do time estampado, estando ligeiramente diferente de mais cedo, onde estava todo encapado. Mas sua "alegria" e "falta de ar" foram rapidamente superadas por uma carranca indignadas quando não recebeu nada mais que um olhar rápido de descaso e percebeu que toda a atenção do coreano estava em outra pessoa.

Especificamente, Neymar.

Ouviu Harry resmungar alguma coisa ao seu lado mas não deu atenção o suficiente para que seu inglês prejudicado traduzisse, enquanto este cruzava os braços ao mesmo tempo que ele próprio colocava as mãos na cintura.

— Me disseram pra seguir meus sonhos e advinha? Ele tá aqui nesse estádio — Neymar colocou a bola debaixo do braço, dispensando a mão erguida do coreano e o puxou para um abraço desajeitado.

— Você é assim com todo mundo? — questionou achando graça da cantada, aceitando com gosto o toque.

Era relaxante para ele estar em contato constante com as pessoas, poderia ser considerado como sua terapia pessoal. E Richarlison sabia disso, então apenas sorriu com escárnio e segurou sua vontade de afastá-lo enquanto falava: Fique longe do meu homem sua puta! Ou eu enfio meu sapato no seu rabo até vocé gritar!

Talarico! Raspa canela!

Você ainda duvida Son?

Richarlison pensou com a sobrancelha erguida.

— Não, só com você Sonny — o coreano soltou uma risada alta, claramente não acreditando naquela piscadela fajuta.

É Son! Não Sonny, arrombado.

Richarlison sentiu uma séria vontade de o corrigir, mas se conteve. Sua expressão piorou quando viu a coloração avermelhada nas pontas das orelhas do colega.

— Espero que seu tornozelo esteja realmente bem — Son puxou a bola do camisa dez e a jogou no chão, a dominando com o própio pé — Quem sabe, eu precise de umas aulas de como bater pênalti — deixou seu pedido subentendido.

— Vai ser o maior prazer te ensinar Sonny — Neymar lhe lança mais uma piscadela e sorri de lado.

O camisa nove sente suas mãos coçarem e o diabinho pendurado no seu ombro o mandar puxar aquele cabelo ridículo do compatriota, o derrubar no chão e o enforcar até a morte.

Mas o anjinho no outro ombro lhe relembrava com a voz sensata que eles ainda tinham uma Copa do Mundo para disputar juntos, então, apenas riu com escárnio e pressionou a língua contra a parede de sua bochecha enquanto olhava para o céu azul contando de 1 a 10 mentalmente.

E por assim se passaram alguns minutos, com Neymar cumprimentando quem iria falar com ele enquanto se animava mais ainda, principalmente depois de ver Ivan Perisic entrar em campo seguido de Lloris com Conte e seu auxiliar. Neymar e o croata compartilharam algumas brincadeiras entre eles, relembrando o tempo que jogaram juntos no Barcelona.

Conte cumprimentou o atacante e lhe desejou melhoras, antes de o mandar se sentar no banco para que assistisse o treino. De acordo com o italiano, era ruim forçar o pé mesmo que ele já estivesse recuperado.

Nem era preciso dizer o quanto Richarlison comemorou internamente por finalmente Neymar ter desgrudado de Son. E não demora para que Antônio assopre o apito e dê continuidade ao trabalho.

🇧🇷

Certo, talvez ele tenha comemorado cedo demais.

Richarlison revirou os olhos ao ver mais uma vez Neymar em cima de Son. Seja fazendo piadinhas, oferecendo garrafas d'água, elogiando a forma como ele jogava, soltando suas cantadas ridículas - seu repertório era mil vezes melhor que o dele -, indepentende de que jeito, o camisa dez parecia querer estar sempre na cola de Heungmin, prestes a se grudar em suas costas como um carrapato e nunca mais largar.

Richy o associou carinhosamente a um encosto, Neymar parecia um obsessor louco para sugar toda a sua energia vital e, por ventura, te matar no final.

Achou um tanto quanto ofensivo quando Sonny o escolheu para fazerem a dinâmica em grupo juntos, sendo que normalmente eles eram uma dupla absoluta. E isso o obrigou a fazer o exercício com Emerson, nada contra ele ou coisa do tipo, era só que... Porra! Son estava o trocando na cara dura!

Conte já até desistirá de fazer ele se sentar e não se esforçar muito, mas largou de mão ao ver que ele não lhe ouviria e o deixou ajudar Son a treinar sua finalização de fora da área - com Ney servindo de gandula e dando algumas dicas de como chutar da forma correta é claro.

O brasileiro enchuga o suor do rosto com a barra da camisa, ofegando pelo cansaço ao segurar a bola com a sola da chuteira. Todos estavam centrados em suas próprias tarefas, mas sua atenção estava sobre o grupinho perto do gol, com Lloris sendo desfiado a defender os chutes e os demais a acertar. Ele assistia abismado a forma como Heungmin se "derretia" quando Neymar o tocava, o mínimo que fosse, sempre com aquele sorriso gentil e aqueles olhos brilhantes na direção do camisa dez.

— Aí, toca pra mim — Kuluseviski chamou sua atenção novamente, e ele assim o fez.

Ele e o sueco não eram tão próximos assim, mas Conte havia os colocado para treinar toques rápidos juntos, justamente por isso. Era algo sobre "entrosar todos da equipe".

Não que Richarlison não tivesse tentado se aproximar de Dejan Kuluseviski, era só que o Ligeirinho - como carinhosamente o apelidou por debaixo dos panos - era quieto demais. Aí você soma ao fato de que ele também não era a pessoa mais falante do mundo.

Mas claro, ele não tinha nada contra o sueco, até simpatizava com o ponta-direita só que eles não tinham assuntos além do futebol para conversarem.

Não podia simplesmente chegar nele e contar sobre como o cocô que saiu dele ontem parecia ter a grossura do pênis do Kid Bengala, faltando lhe arrombar inteiro e o fazendo suar frio por horas, como normalmente fazia com seus amigos próximos.

No final do treino, alguns jogadores se juntam no meio campo para se divertirem um pouco brincando de "bobo". Entre eles estavam, mais uma vez, Neymar e Son grudados, rindo juntos da situação de Skipp que tentava desesperadamente roubar uma bola para que saísse do meio da roda.

Conte havia os liberado mais cedo aquele dia alegando ainda ter algumas coisas para fazer e arrastando sua comissão e Lloris com ele, não sem antes dar a ordem para uma pessoa aleatória guardar e organizar os itens utilizados no treino e reforçar que cheguem no horário no treino de amanhã.

Com um suspiro alto, Richy jogou a bola para quem estava recolhendo os materiais e andou com passos lentos em direção a rodinha em questão para tentar se enfiar entre os ditos cujos que estavam tirando sua paciência naquele momento.

— Vish, esconde a bola que o pombo chegou — Emerson bagunça assim que vê Richarlison.

— Ô... Que tal você enfiar no seu cu? — o centroavante ergue o dedo do meio e lança uma piscadela em direção ao lateral-direito.

— Enfia você no seu, cê que gosta dessas coisas — Royal rebateu devolvendo a piscadinha.

Um coro de chiados maliciosos soam pelo campo e os dois  batem a mão e gargalham pela troca de farpas saudável. Richarlison se coloca entre Romero e Son, não conseguindo ficar entre o coreano e Neymar pelo fato de que agora eles estavam um com o braço em cima do outro, aparentando estarem confortável e apenas assistindo os outros conversarem.

— O que cês tão fazendo? — o centroavante brasileiro perguntou suprimindo a raiva crescente em seu peito, levando em consideração de que não era hora de discutir com Neymar.

— A gente vai brincar de altinha, quem deixar cair leva babau de todo mundo — Cristian explicou segurando a bola com o pé.

— Cês não tavam brincando de "bobo"? — perguntou confuso.

— Skipp quase vomitou de tanto rodar atrás da bola — Davies justificou a troca de brincadeira.

— Ficou tontinho, tontinho — Harry reforça com as mãos na cintura.

Skipp fica com as bochechas vermelhas diante de seus veteranos e coça a nuca sem jeito: — E ninguém conseguia tirar a bola desses dois — o volante acrescentou tímido, apontando para Ney e Son.

— Formamos uma dupla e tanto, talvez eu devesse mudar de clube? — Neymar sugeriu, sorrindo para o ponta esquerda com certa malícia.

— Seria um prazer ter você aqui — Son não demorou a retribuir o gesto, dando um leve apertão na cintura do astro da seleção.

— Olha que se o Messi escutar isso, ele fica com ciúme — Romero provoca com um meio sorriso.

— Que nada, Leo não é possessivo, ele aceita me dividir — o camisa dez dispensou com um leve sacolejar de ombros.

— É uma pena que não tenha vaga pra você — Richarlison se intrometeu com um tom áspero.

— Hum? Como assim? — Neymar se fez de desentendido, querendo rir por dentro ao mais uma vez alcançar seu objetivo.

— Quer dizer, nem mesmo eu tenho tanto espaço no time titular, talvez você também venha pra ser banco — explicou cínico, transmitindo toda a sua raiva pelo olhar e torcendo para que o outro a percebesse.

— Neymar Júnior, banco? — Son resmungou confuso, inconsciente do fato de que estava pisando em terreno perigoso — Claro que não Richy, em todos os times do mundo que ele entrasse ele iria direto pro time titular, indepentende de quem fosse  — defendeu seu ponto de vista, fazendo o ar de superioridade no rosto do centroavante desaparecer como um passe de mágica.

— Eu iria falar isso, mas você tirou as palavras da minha boca — o camisa dez abriu um sorriso de orelha a orelha, suprimindo uma gargalhada sincera.

— No caso quem rodaria seria você — Richarlison rebateu com uma pitada de indignação em seu tom de voz — Até onde eu sei, o Ney é ponta-esquerda — alfinetou.

Son franziu a testa e escondeu os lábios sem saber o que responder diante daquela clara "farpa".

— Eu sou versátil bebê, podemos encaixar tanto eu quanto Son e o Harry em um único time, aí seriamos imbatíveis — foi a vez de Neymar partir em defesa do coreano, fazendo Richarlison soltar um riso de escárnio.

— Haha, tá legal o papo e tals... — Lucas se intromete antes que o centroavante brasileiro possa abrir a boca para responder.

— Mas que tal começarmos a brincadeira? — Perisic que também estava quieto intervém, sentindo o clima não muito agradável permear no ar — Antes que fique muito escuro — murmurou coçando a nuca.

— Claro, por que não? — Emerson também concorda, sorrindo forçado.

Skipp olhava ao redor curioso para saber qual era daquela discussão, ou se aquilo havia sido de fato uma, encarando seus veteranos em busca de respostas. O problemas é que nem os próprios tinham, apenas Neymar sabia o que estava acontecendo. E o brasileiro em questão se deliciava do resultado que estava tendo. Depois esfregaria na cara de Beatriz que ele havia mais uma vez acertado.

Antes que a atmosfera desconfortável se perdure mais no meio deles, Romero joga a bola para cima e dá o primeiro toque. O primeiro a errar foi Lenglet, que aceitou de bom grado a punição, envolvido demais no clima de resenha que se construiu ao redor deles.


Notas Finais


Capitulo um pouquinho (muito) grande, mas prometo q o próximo sai logo logo hein guys, cheio de tiros - ou eu ao menos acho isso.


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