PASSADO
Assim que perceberam onde estavam, os dois trocaram olhares e rapidamente se esconderam atrás da árvore.
— Estamos no tempo em que minha mãe conheceu o Robin — Henry sussurrou para Lyra, observando a cena.
— Me dê sua mão — Robin disse, tentando alcançar Regina.
— Quem é você? — Regina olhou para ele e para trás, enquanto seu cavalo disparava adiante.
— O Sr. Gold está ali — Lyra disse, olhando para a árvore distante deles ao ver o homem sorrindo debaixo da capa. — Temos que segui-lo para pegar a caixa.
— Certo, vamos — Os dois se levantaram, e de repente, a figura desapareceu em uma nuvem de fumaça.
— Não ouse encostar em mim, nem o conheço — Regina disse, enquanto descia do cavalo com a ajuda de Robin, mas logo o empurrou.
— Não seja por isso. Me chamo Robin de Locksley, às suas ordens, milady — ele respondeu, ainda sorrindo.
— E eu com isso? — Regina respondeu, pegando a rédea do cavalo e começando a andar.
— E agora, o que fazemos? — Lyra voltou a se esconder, observando Regina e Robin ao longe enquanto os dois conversavam.
— Ahh, lembrei quem você é, o irmão do August — Regina falou, e Robin sorriu, fazendo uma reverência.
— Finalmente nos conhecemos. Ouvi muito falar de vós, milady.
— Precisamos seguir o plano e encontrar a caixa — Henry disse, olhando para Lyra. — Mas temos que descobrir onde fica o castelo dele, e o livro não vai ajudar.
— E como vamos fazer? — Lyra sussurrou, ainda observando o casal à frente que continuava conversando e andando em direção ao castelo a quilômetros de distância.
(NO REINO)
— Conheceu a Regina? — Killian perguntou, vendo o irmão se olhando no espelho enquanto terminava de arrumar sua roupa.
— Sim, e que mulher, meu irmão, que mulher... acho que me apaixonei — Ele se virou sorrindo, todo bobo.
— Mal a conhece — Killian disse, levantando-se e indo até a janela. — E Mamãe me contou que se encontrou com Emma e Regina no centro e as convidou para o aniversário dela. Pelo visto, elas virão.
— Dessa vez é diferente, Killian. Regina tem algo... Quando olhei em seus olhos... — começou Robin, mas foi interrompido por uma batida na porta. — Entre.
— Senhores, vossa mãe pede vossas presenças no salão — disse uma criada, com um sorriso educado.
— Já iremos, Teresa — Killian respondeu, e a criada saiu. — Regina, huh? Isso vai ser interessante... conquistar o coração dela.
Os dois desceram para o salão e viram sua mãe e seu pai junto com uma moça.
— Robin, venha — Amélia sorriu, pegando sua mão. — Quero que conheça a princesa Marian. — Robin foi até a moça e beijou sua mão.
— Encantado — disse ele, já de pé.
— Marian é filha do rei Richard, e ele e eu decidimos unir os dois reinos com o casamento de vocês — Owen começou, olhando firmemente para o filho, que se virou rapidamente para Killian.
— Casamento? — Robin repetiu, tentando processar a informação.
— Espero que possam se conhecer melhor — Amélia sorriu, e Marian retribuiu o sorriso. — Programei uma tarde no centro para vocês passarem juntos — Killian observava tudo atentamente.
CASTELO DOS ENCANTADOS
Henry e Lyra entraram no castelo disfarçados; os dois caminhavam pelos corredores sem chamar atenção.
— Temos que ser cuidadosos — Henry sussurrou para Lyra, que assentiu.
— Você ainda não me contou como vamos chegar ao castelo do Gold — Lyra parou de andar quando viu Emma junto de Regina indo na direção onde estavam, e os dois se esconderam até que elas passaram. Henry então disse:
— Com a Bella. Se eu estiver certo, eles são um casal aqui — Henry sorriu ao lado de Lyra. — Vamos até o quarto da Cora, e lá podemos encontrar o que precisamos.
— Ótima ideia... aí ela nos descobre e faz picadinho de nós — Lyra respondeu, olhando para o lado onde Regina foi e começando a andar.
— E você tem uma ideia melhor? — o garoto perguntou, saindo do esconderijo quando as duas mulheres passaram.
— Seguimos elas — Lyra disse o óbvio, andando à frente.
— E depois?
— Entramos no castelo do Rumple — Lyra respondeu.
— Tá esquecendo que não sabemos onde fica?
— Só me seguir — Lyra continuou andando, mas de repente parou, fazendo Henry bater a cabeça em suas costas.
— Por que parou? — Henry ficou ao seu lado e olhou para baixo, vendo a avó, que estava diferente de como a tinha visto há dois dias. — Aquela é a Branca de Neve? — Ele notou que os cabelos dela tinham tons de preto e branco e que sua aparência era bem mais velha. — Sobre o que elas estão conversando?
— Emma encontrou alguém para se casar... — Regina foi direto ao ponto.
— Deve ser o Killian — Lyra disse, abaixada para não serem vistos.
— O que a Cora está usando no rosto? Continua a mesma da última vez que a vi. — Henry estava impressionado.
— Concentra, Henry — Lyra falou, e então um rapaz entrou acompanhado de alguns servos.
— Regina, este é o príncipe Daniel. Deve se lembrar dele do encontro de inverno — Cora interrompeu antes que Branca dissesse algo.
— Encantado — o príncipe pegou a mão de Regina e a beijou suavemente.
— Eu acho que não — Regina murmurou, mais para si mesma do que para ele. Cora, que estava observando, franziu a testa em desaprovação, e Regina forçou um sorriso falso para Daniel. — Se me dão licença... foi um grande prazer, Daniel.
— Aonde vai? — Cora perguntou, bloqueando a passagem de Regina. — Temos muitas coisas para preparar para o casamento.
— Casamento? — Regina repetiu, surpresa e chocada, enquanto Emma segurava o sorriso.
— Então como fica a nossa família? Minha mãe, Regina, na verdade é minha tia e irmã da minha mãe — Henry falou baixo, apenas para Lyra escutar. — A Branca não é a enteada da Regina, e sim sua mãe, então o Leopold seria meu bisavô? A tia Regina ficou com o avô dela? — Lyra abriu a boca em um “O”, olhando para Henry.
— Espero que não — Henry disse, prestando atenção no que a avó ia falar.
— Sim, querida — Branca interveio, aproximando-se.
— Além disso, seu pai deu a bênção — Cora pegou na mão da sobrinha e na de Daniel.
— Mas eu não concordei com isso! — Regina respondeu, a voz mais alta do que pretendia, e saiu dali.
— Ela não está com o Robin? — Lyra se virou para Henry, que deu de ombros, também sem entender. — Certo, vamos — Ela se levantou e foi na direção que Regina seguiu.
— Se me dão licença — Branca disse gentilmente, indo atrás da filha, junto com Emma.
Branca apressou-se para alcançar Regina, com Emma logo atrás.
— Regina, espere! — Branca chamou, alcançando-a nos corredores do castelo.
Regina parou, respirando fundo antes de se virar para encarar a mãe e a irmã.
— A senhora não concordou com isso, né? — Regina perguntou, tentando manter a calma.
— Eu sei que é uma surpresa, mas pode ser bom para você — Branca começou, com uma expressão de preocupação.
— A senhora e o papai me prometeram que eu me casaria por amor — Regina respondeu, cruzando os braços. Emma, que estava ao lado de Branca, interveio.
— Verdade, e justo o Daniel? Leopold não conseguiu que alguém se apaixonasse pelo filho, não? — Emma mencionou, divertida, e recebeu um olhar de reprovação da mãe.
— Não me casarei com ele — Regina disse, entrando em seu quarto e fechando a porta.
— Mas ainda vamos à festa da rainha, né? — Emma perguntou assim que a irmã fechou a porta. A mãe não disse nada, apenas começou a andar, com a filha seguindo-a.
Henry e Lyra, escondidos atrás de uma tapeçaria próxima, ouviram cada palavra.
— Então, é assim que ela conhece o Robin — Henry sussurrou para Lyra, com um olhar de entendimento. — Eles já se conhecem, mas vão se conhecer melhor na festa. Podíamos...
— Precisamos seguir com o plano e encontrar a caixa — Lyra lembrou, puxando Henry para continuarem.
Enquanto isso, Regina ficou em seu quarto, lembrando a tarde que teve e a novidade que descobriu. Sem pensar duas vezes, saiu pela janela do quarto.
REINO DOS LOCKSLEY
— Tem certeza disso? — Killian perguntou, olhando para Robin enquanto ele terminava de preparar a sela do cavalo.
— Sim, só diga à mamãe que não me viu.
— Como se ela acreditasse... Sabe que não consigo guardar segredos dela — Killian entregou a bolsa para o irmão.
— Eu não vou me casar com uma pessoa que mal conheço, mesmo com a mamãe arranjando uma dama diferente a cada dia. Se ela perguntar, diga que não sabe — Killian assentiu, e Robin montou no cavalo, partindo em direção ao Reino dos Encantados.
(Quebra de tempo)
Já longe, Robin cavalgava e, ao longe, avistou Regina. Ele sorriu e foi em sua direção, parando entre algumas árvores, não muito perto dela. Desmontou do cavalo e caminhou silenciosamente até onde a mulher de olhos castanhos estava, surpreendendo-a ao perguntar:
— O que uma dama faz aqui sozinha no finalzinho da tarde? — Ele apareceu à sua frente justo quando ela fechava o livro e fechou os olhos por um momento.
— O que pensa que está fazendo?! — Regina exclamou, respirando fundo por causa do pequeno susto, enquanto Robin sorria. — Por que está sorrindo? Quase me matou de susto!
— Isso é uma hipérbole. E, respondendo à sua primeira pergunta, vim ver se encontrava uma bela moça que eu salvei — respondeu ele, com um sorriso travesso. Regina revirou os olhos, levantando-se.
— Não tem o que fazer, não? — Ela começou a andar em direção ao seu cavalo.
— Ter, eu tenho. O que estava lendo? — Ele parou em sua frente.
— Então vá fazer e me deixe em paz. E não é da sua conta — Regina guardou o livro na bolsa, mas Robin o pegou.
— A princesa gosta de livros de mistério? — Ele olhava a capa do livro.
— Me dá isso — Regina tentou pegar o livro de sua mão, mas ele o levantou no alto. — Você é criança, por acaso? Devolve, Locksley.
— A milady lembra do meu sobrenome, isso é música para mim — Robin sorriu, levantando mais os braços, fazendo com que ela ficasse mais perto dele e seus olhares se encontrassem.
Regina tentou manter a compostura, mas sentiu seu coração acelerar. Ela sorriu friamente e disse:
— Você acha que pode simplesmente pegar o que não é seu? — perguntou Regina, sua voz revelando nervosismo. Antes que Robin pudesse responder, ela deu um rápido chute entre as pernas dele, fazendo-o soltar o livro e se dobrar de dor. — Isso é para aprender a não pegar nas minhas coisas — disse ela, pegando o livro de volta e se afastando com um sorriso satisfeito.
ENQUANTO ISSO, NO CASTELO DOS ENCANTADOS
No jardim do castelo, Emma estava sentada em um banco de pedra com um caderno no colo e, ao lado, tinha um conjunto de lápis. Killian, que havia ido ao castelo com a mãe para um convite da rainha para uma tarde de chá, a observava de longe, vendo-a concentrada nas flores e no desenho. Ele resolveu caminhar lentamente em sua direção e, no meio do caminho, pegou uma rosa branca. Quando estava bem atrás dela, estendeu a flor sobre seu ombro, deixando-a evidente em sua linha de visão. Emma parou de desenhar, olhou para cima, surpresa, e virou-se para encontrar Killian, que sorria.
— Uma rosa, princesa — disse Killian, assim que ela pegou a flor.
— É linda, obrigada — respondeu Emma, corando levemente e sentindo o aroma da flor.
— Não tão linda quanto você. Posso? — Ele apontou para o espaço ao lado dela no banco, e ela assentiu.
— O que faz aqui? Não que esteja incomodando ou algo do tipo... — Ela começou a se enrolar nas palavras.
— A rainha Branca convidou minha mãe e outras mulheres para a tarde de chá — respondeu ele. Emma desviou o olhar, e eles ficaram em silêncio por um momento. Killian então focou sua atenção no desenho e comentou: — Belo desenho.
— Não é para tanto — disse ela, olhando para o desenho.
— Claro que é. Uma verdadeira artista, eu diria.
Eles ficaram ali conversando sobre coisas que tinham em comum e outros assuntos.
[...]
Depois de andarem pelos corredores, Lyra e Henry entraram no quarto que deduziram ser o de Cora.
— Você tem certeza de que devemos estar aqui? — perguntou Lyra.
— Apenas um minuto. Minha mãe tinha um cofre bem perto dela. Se a Cora tiver um, será no quarto dela — disse Henry, começando a mexer nas coisas e nas paredes.
— O que estamos procurando, basicamente? — Lyra pegou um livro qualquer da estante e depois o devolveu, pegando outro em seguida, quando a porta se abriu. — Okay! Acho que encontramos o cofre.
— Vamos — Henry deu um pequeno sorriso e entrou no quarto com Lyra. Ele olhou ao redor, vendo várias caixas que deduziu conter corações, além de diversos espelhos espalhados e mais caixas. — Se a Cora sente algum amor materno pela minha mãe, por que ela escolheria as trevas?
— Simples. Tia Regina não quis ter outra mãe — respondeu Lyra, tocando em um espelho, que revelou a imagem de Emma e Killian. Ela tocou em outro espelho, e apareceu Branca com Amélia no jardim. — Ou talvez ela tenha escolhido se tornar vilã por livre vontade.
— Não quero nem imaginar Cora com o poder das trevas — disse Henry, pegando um frasco. — Encontrei.
— Isso faz o que exatamente? — Lyra se virou, olhando curiosa para o frasco.
— Pode nos levar até Rumple e à caixa. Podemos ir? — Henry colocou o frasco no bolso do casaco e começou a ir em direção à saída, com Lyra seguindo-o. Antes de sair, ela pegou um livro da estante. Eles saíram rapidamente do quarto e, ao virar o corredor, esbarraram em Zelena.
— Quem são vocês? — perguntou Zelena, estranhando os dois e o fato de estarem saindo do quarto de Cora.
Lyra e Henry trocaram olhares nervosos, tentando pensar em uma desculpa plausível.
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