Na manhã seguinte Daegon chegou cedo no palácio, mas não encontrou Jade, uma serva disse que ela ainda estava dormindo em seu quarto e pelo horário iria acordar tarde naquele dia.
Daegon fez com que a serva o acompanhasse até os aposentos da morena onde abriu a porta com toda vontade, observou o quarto dela pela primeira vez estava meio escuro porque as cortinas estavam fechadas.
− Bom dia minha noiva! – Quase berrou, já entrava.
Jade acordou assustada e não entendia o que ele estava fazendo ali tão cedo e em seu quarto.
− Daegon.... O que está fazendo aqui? – Ainda com preguiça se enrolando no lençol.
− Vim ver minha noiva. Mas como pode ainda estar na cama em um dia lindo como esse? – Disse abrindo as cortinas com tudo. A claridade fez os olhos da morena arderem. Ele observou que a janela tinha marcas de patas, de algum animal grande e havia muito pelo no batente da janela.
Jade se levantou, tentou disfarçar ao máximo o mau humor.
− Jade, porque tem tanto pelo nessa janela? E, olha essas marcas.... São patas, tem algum animal entrando no seu quarto.... – Observava desconfiado, tal criatura poderia provocar um ferimento grave.
A morena revirou os olhos discretamente, sabia de quem era aquelas marcas e pelos, mas agiu com sabedoria.
− Não sei, provavelmente ele entra quando não estou. Deve ser algum animal faminto procurando comida. – Disfarçou, foi até a penteadeira e despejou a água da jarra de prata em uma bacia de porcelana para lavar o rosto.
− Não estamos falando de um animalzinho indefeso, essa criatura pode lhe causar um ferimento muito sério minha noiva. – Preocupado, se dirigiu a cama dela procurando algo em baixo dos lençóis.
− Daegon, não se preocupe seja lá o que for já foi embora. – Jade simples.
− Não deveria estar tão tranquila, vou pedir a Shao Kahn que coloque guardas na sua janela, ficará mais segura assim. – Decidido.
− Não! – Acabou berrando sem querer. – D-Digo eu não ficaria à vontade com dois homens na minha janela, como vê tomo banho aqui e se me veem? – Tentando controlar a situação.
− Tem razão, isso seria muito inadequado. – Seguiu em direção dela. – Até porque não quero que ninguém veja aquilo que é meu. – Ajeitou a camisola dela subindo um pouco mais a alça.
− Você me deixa constrangida assim.... – Jade corou, ele a enojava e pensar que ele tinha algum direito sobre ela daquela forma tornava as coisas piores.
− Me desculpe, não foi por querer. – Simples. – Mas não consigo evitar, saber que alguém além de mim pode querer chegar perto de você ou até mesmo te tocar, me deixa possesso.
− N-Não precisa disso, estou bem segura dentro do palácio. – Jade disfarçando o nojo. – Agora eu gostaria de me trocar antes de irmos tomar um desjejum. – Pediu. Ele assentiu e a deixou com a serva no quarto.
Ela suspirou aliviada, agora ele estava a vigiando também? Invadindo sua privacidade como se o quarto fosse dele? Não via a hora daquele cortejo acabar e ela poder fazer suas coisas tranquilamente de novo, ele estava ficando cada vez pior antes respeitava os limites, mas parece que agora estava desconfiado se certificando o tempo todo que ela estava sozinha mesmo.
Naquela manhã Shao Kahn foi visitar Mileena, os ferimentos dela estavam quase cicatrizados, mas ela preferia se resignar, estava com ódio e era bom Kitana não a ver daquela forma, já que ela mal conseguia guardar os dentes.
− Como se sente? – O imperador perguntou a filha.
− Melhor hoje, amanhã já não serão nada. − Simples. – Que bom que veio me ver. – Sorriu, adorava saber que era amada e protegida por ele.
− Vim, mas também perguntar o motivo da raiva de Kitana. – A encarou.
− Nesse tempo em que ela ficou fora, eu peguei a chave dela e tomei os cuidados do terreno daquele velho servo. Brinquei com ele, o mordi.... Acho que ela ficou brava, tem.... Apreço por ele. – Se limitou aquilo. Réptil ainda não havia chegado com notícias, ela não sabia se realmente a irmã havia levado o terreno ao festival por agradecimento ou se tinha outro tipo de sentimento por ele.
− Se ficou esses quase 9 dias com ele porque não o matou? – Shao Kahn questionou a encarando severamente.
− Eu.... – Se calou. Não podia dizer.
− Pouco me importa o que Kitana sente ou deixa de sentir por alguém. O que importa é que o casamento dela deve acontecer! Você entendeu? – Sério.
− Sim, meu pai. – Séria, sentia-se culpada, mas não queria mata-lo antes de saber aquela preciosa informação que poderia prejudicar a mais velha.
− Ótimo.
− Poderíamos…. Realizar uma batalha para divertimento da corte, o prisioneiro.... Contra Goro. – Respondeu, aquilo isentaria qualquer um da culpa, com a morte dele por uma ideia dela o imperador iria ficar satisfeito e esqueceria os feitos idiotas da irmã. Mileena observou os olhos dele se iluminarem.
− Isso é perfeito! – Animou-se. – Minha filha você me enche de orgulho, prepararei tudo, mas não diga nada a ninguém, não quero que a ira de Kitana se volte contra você novamente, fez bem em não se descontrolar e se mostrar a ela. – Sorriu passando a mão no rosto dela.
− Por que não acabar com isso, não dizer a verdade e vê-la chorar pelos pais fracos, prendê-la e executá-la. – O fitou.
− Porque o casamento com Rain será uma aliança única e preciso dela. Até conquistarmos o Plano Terreno Kitana é uma peça valiosa, uma arma única no arsenal, mas depois que eu tiver o Plano Terreno em mãos ela não será mais necessária, Rain vai cuidar de tomar conta dela. – Sorriu perverso. Mileena sorriu também, mal podia esperar para ver aquilo.
Kotal sentia-se possesso ao saber que mais uma vez Daegon estava ali no castelo. Odiava aquele homem por trazer tanto sofrimento a Jade. Não podia fazer nada, Shao Kahn o havia pedido para não se aproximar da morena e pensar nisso o deixava triste, nem ao menos poderiam sair em missões ou trabalhos juntos. Se pudesse matar aquele homem.... Ainda bem que tinha seu trabalho e o treinamento das crianças shokan para se preocupar. Ele fingia que não via Kitana e Jade irem cuidar das crianças shokan, elas iam em horários diferentes para não se encontrarem, mas isso não era ruim, as crianças estavam fortes e treinavam muito bem, mas ainda temia que fossem pegas, que a morena sofresse por isso.
Kitana acordou naquela manhã com batidas a sua porta. Suspirou, quem poderia ser? Ainda estava levemente apreensiva pela conversa com o guerreiro que havia sido mandado espioná-la, mas não tinha outra alternativa a não ser confiar em sua palavra. Levantou-se e caminhou até a porta abrindo-a devagar.
− Bom dia. – Rain desejou, tinha um buque de flores brancas nas mãos, elas eram raras e cresciam apenas naquela época do ano. Admirou-a com as roupas de dormir, leves, finas.... Os cabelos negros também soltos que batiam em sua cintura.
− O-o que quer aqui? – Desconcertada.
− Vim lhe trazer isso, chegaram hoje. – Respondeu sorrindo. Mas observou aquele maldito objeto adornando o pescoço dela novamente, ela o havia concertado e colocado. Sentiu raiva, muita raiva.
− Não.... Precisava ter se preocupado com isso. – Disse, enrolá-lo era melhor do que discutir.
− Claro que eu precisava.... Você merece. – Ainda sorria, esconder suas emoções daquela forma ainda o faria passar mal, mas era preciso.
− Obrigada. – Kitana pegou as flores, imaginou que ele pagou uma fortuna, era o que todos os nobres da Exoterra faziam quando elas começavam a nascer, era isso o que faziam, as arrancavam e as viam murchar e morrer lentamente, como faziam com as mulheres. – E-eu preciso me trocar. Com licença. – Disse e fechou a porta apressada, não aguentaria mais um minuto dele a olhando de forma lasciva.
Rain suspirou, era a primeira vez que a via tão descontraída, mais linda do que em seus pensamentos, será que podia estar com vergonha? Ah ela era tímida e isso só o instigava, mas ver aquela porcaria no pescoço dela só o deixava com mais raiva, como ela ainda podia usar um adorno dado pelo terreno? Era bom não se ater a isso e tratar de pensar no que mais fazer para conquista-la.
Réptil foi até Mileena como ela pediu.
− Não houve nada demais, princesa. – Respondeu.
− O que? – Questionou. Shao Kahn já havia saído, estava de fato animado com a ideia que a filha deu, seria divertido realmente presenciar aquele combate.
− Eles apenas conversam, o terreno fala sobre o mundo dele, coisas que eu não entendo, sabe como o mundo deles é cheio de máquinas e essas coisas estranhas. – Rezando para ela acreditar. – E a princesa fala sobre a Exoterra, sobre nossos costumes e leis. – Simples.
− Aquela.... – Entredentes. – Continue vigiando, uma hora eles vão se entregar. – Séria.
− Sim, alteza. – Curvou-se.
− Pode ir, não preciso mais de você. – Ordenou, estava brava, tinha certeza de que ele encontraria alguma coisa. Mas a irmã não ficaria livre por muito tempo, talvez se preocupar com o terreno a denunciasse. Sorria com a ideia. Eles pagariam pelos ferimentos e humilhação que ela levou!
Daegon foi embora algumas horas depois, gostou muito de poder observar o quarto da morena, suas coisas. Tão linda ao acordar pela manhã, sorte que teria aquela visão para o resto da vida. Estava mesmo feliz com aquele matrimônio.
Jade suspirou aliviada quando ele se foi, pelo menos teria um pouco de paz, era desgastante fingir que se interessava pelo que ele dizia, gostar daquele futuro planejado. Foi se arrumar para poder cuidar do seu serviço. Esperava pelo menos poder ver o general enquanto isso.
Kitana sentiu muita falta de Jade, ficou pensando no que o shaolin havia dito, mas ainda estava chateada, sabia que era errado, que deveria se preocupar mais com sua posição na corte do que com seu coração, mas não podia fingir, ele havia sido uma centelha de luz e calor naquele mundo escuro e frio e ela precisou se envolver para perceber que sua vida não era tão boa assim. Tinha uma posição na corte e desfrutava dos benefícios da mesma, mas o que tudo aquilo significava? Estava presa a regras estúpidas que tiravam sua liberdade de escolha, de pensamento. A um casamento com alguém que não amava. Só desejava que Jade entendesse seus sentimentos, já que suas situações não eram em nada diferentes, mesmo a morena tento um leve envolvimento com o general antes da proposta de casamento. Colocou as flores com água no quarto, mesmo sentindo-se triste ao olhá-las, elas deviam ficar vivas para que todos pudessem apreciá-las, não serem cortadas para os nobres agradarem mulheres que nem ao menos amavam. Arrumou-se para dar conta de seus afazeres, Mileena ainda estava enclausurada, por isso ela ficou responsável por alguns de seus deveres também.
Dois dias se passaram. Shao Kahn havia organizado tudo com Sheeva, Goro havia aceitado a luta, mesmo achando uma tolice ter que enfrentar um terreno. Sheeva por outro lado o advertiu para não ser arrogante, se Shao Kahn mandou prendê-lo era por algum bom motivo.
Jade e Kotal mal podiam se ver, já que foi decretado que deveriam se afastar. Os dois sentiam saudades, mas sabiam que era para um bem maior. Eles conseguiram combinar de se encontrar para comerem na barraca do general naquela manhã.
Liu Kang realmente se surpreendia com a eficácia do que foi passado em seus ferimentos, ele já se sentia bem melhor e estava aliviado de Kitana ter conseguido resolver a situação com o espião. Ainda se sentia inseguro, temia vê-la machucada por conta daquilo, mas bastava vê-la para ter coragem de dizer tudo o que seu coração sentia.
Mileena havia se recuperado e já voltado a seus deveres, ouviu o plano de Rain e riu por ele ser tão patético a ponto de se humilhar só para levar a mais velha para cama. E tinha suas dúvidas de que ela estava acreditando nele, mas não comentou nada, esperaria para ver como aquilo terminaria.
Jade andou despreocupadamente, mas ao se aproximar da barraca do general tomou todo cuidado para ninguém vê-la. Surpreendeu-se pela mesa bem-posta e com vários pratos, não havia nenhum papel ou material de escrita ali, Kotal havia arrumado tudo para aproveitarem aquela refeição.
− Bom dia, general. – Ela cumprimentou sorrindo.
− Bom dia. – Respondeu sorrindo. Aproximou-se fechando a cortina da tenda para terem privacidade, em seguida abraçou-a. – Sinto tanto a sua falta. – Suspirou.
− Também sinto a sua, mas estamos indo bem, ninguém implicou mais comigo. – Sorriu abraçada a ele, gostava tanto de estar perto.
− Isso é bom. É realmente melhor assim, por favor, sente-se. – Indicou o banquinho. – Mandei que as servas preparassem tudo, para todos os efeitos vou me reunir com um dos comandantes. – Simples.
− Perfeito. – Respondeu sorrindo e sentou-se. – Obrigada, não precisava de tudo isso, até um sanduíche seria agradável na sua companhia. – O fitou. Kotal sorriu, como se sentia bobo sendo invadido por aqueles sentimentos.
− Obrigado, mas você merece. – Simples, sentou-se. – Posso? – Perguntou ao cortar um pedaço de carne.
− Claro, por favor. – Jade observou-o servi-la. Ela gostava da gentileza dele, fazia-a se sentir cuidada e amada. Ele a serviu e depois a si mesmo.
− Como estão as coisas? – O general perguntou.
− Normais.... – Ela preferiu não falar sobre a indiscrição do noivo ao entrar no seu quarto e revirar seus lençóis.
− É melhor assim, ficar afastada da princesa. – A fitou. – Estará mais segura.
− Sou grata por se preocupar com meu bem-estar, mas sinceramente não quero falar sobre isso, Kotal. – Simples. Sentia muita falta da amiga, ainda tinha suas desconfianças, mas não sabia como resolver aquilo. Como falar com ela.
− Tudo bem. – Sorriu. – Vamos falar de coisas boas. – Disse ainda a olhando. – Nossa pequena cerimonia. – Observou a morena sorrir e isso o alegrou.
− Ah eu penso tantas coisas, sou tão feliz por estarmos fazendo isso, já pensei no que vestir. – Animada. – No que usar. – Assim eles conversaram enquanto aproveitavam aquela refeição. Tinham felizmente muitos assuntos bons e felizes para tratar e isso ocupou seus corações.
Naquela tarde Shao Kahn reuniu toda a corte na sala do trono.
− Muito bem, eu anuncio que uma batalha ocorrerá entre o escolhido e Goro, na arena amanhã para o nosso divertimento! – Disse sorrindo, a corte batia palmas e ovacionava, porém, Jade observou Kitana com os olhos pequenos arregalados, viu-a se aproximar do imperador.
− Pai.... O prisioneiro ainda se recupera de alguns ferimentos. Não pode fazer isso, não pode mata-lo. – A princesa disse baixo, internamente estava desesperada. Shao Kahn não hesitou em dar outro tapa no rosto dela, mesmo estando na frente da corte..
− Está mais do que na hora de você aprender a dirigir-se a mim primeiro como seu Imperador! Pouco me importa como o prisioneiro está, sua função é avisá-lo sobre a batalha, não que vá resolver algo, claro. – Riu. A corte observava curiosa.
− Sim, meu pai. – Curvou-se, observou Mileena sorrir. Saiu apressada, tinha que prepará-lo. Jade aproveitou que a corte estava eufórica comentando sobre tudo e saiu também.
− Kitana! – Chamou a amiga no início do primeiro pavilhão da masmorra, estavam sozinhas, por isso podiam falar sem medo. A princesa se virou, esperou a morena se aproximar e a abraçou.
− Não queria ser rude com você, apenas fiquei chateada. – Respondeu.
− Eu sei, também não queria, fiquei preocupada de verdade, com sua vida. Nosso futuro é algo horrível e pré-determinado, mas você tem chances melhores. Se for Kahn pode tentar arrumar tudo isso. – Sorriu.
− Eu sei. – Respondeu da mesma forma.
− Tem algo que eu possa fazer por você? – Jade perguntou sincera a olhando.
− Não, não precisa se preocupar. – Kitana respirou fundo. – Eu cuidarei de tudo, tenho senhor Zhou para me levar o que preciso, ele é servo ninguém questiona sua movimentação. Aja naturalmente. – Pediu.
− Tem certeza? – Curiosa.
− Tenho sim, não quero que se comprometa por isso. Mileena.... Tem suas desconfianças e não quero que ela use isso contra você. – Sincera.
− Tenha cuidado, estarei aqui para o que precisar, sabe disso.
− Eu sei, sou grata por sua amizade. – Kitana sorriu, as duas abraçaram-se novamente e ela observou a princesa sair apressada em seguida. Queria poder ajuda-la mais, mas descrição era tudo no momento, era melhor se retirar. Esperava que a amiga controlasse seus sentimentos na frente de todos, Shao Kahn não permitiria que a princesa mais velha não participasse daquela diversão de violência gratuita.
− Você foi vê-la, não é? – Kotal disse, ao não ver a morena na sala do trono saiu para procura-la e já sabia bem onde ela estava.
− Fui.... Kotal, por favor, tenha um pouco de empatia, claro que tenho medo, me preocupo e ainda desconfio, mas ela deve estar em frangalhos, eu estaria se fosse você. – O fitou.
− Não se preocupe, depois dessa batalha não haverá mais terreno para você ou ela se preocuparem. – Simples.
− Kotal.... – Jade o repreendeu. − Ele é comum, mas também creio que não estaria aqui atoa. – Precisava passar forças a amiga.
− Não confio muito nisso, Jade. Lord Raiden pode ser um deus, mas os humanos não são. Ele vai ter que ser muito bom realmente para sair dessa inteiro. E se acontecer alguma coisa com a princesa.... Por favor, em nome dos deuses não intervenha. – Pediu a olhando sincero, Jade podia ver o medo dele, seu coração realmente estava em conflito.
− N-não irei. Quero que saiba que ela nunca me obrigou a nada, ou gosta que eu me arrisque com e por ela, eu a sigo porque eu quero, porque concordo com o que ela prega. – A morena disse o olhando, Kotal suspirou. – Não se preocupe, não saio por aí dizendo isso. – Sorriu erguendo a mão para acariciar o rosto dele.
− Eu sei, apenas tenha cuidado, não posso perde-la. – A fitou.
− Não irá. – Confiante. – Vamos, vamos voltar a sala antes que desconfiem de algo. – Disse séria.
− Por favor, pode ir primeiro. – Indicou, Jade assentiu e seguiu rumo a sala do trono, a corte ainda estava animada com a atração que foi anunciada.
− Ora, mas nem é hora do almoço. – Liu sorriu ao ver a princesa do lado de fora da cela, porém seu sorriso se desfez ao ver a expressão dela, os guardas haviam saído, ele observou ela se abaixar e tirar o sapato direito, de lá tirou a chave. – Onde guarda essa chave quando está dormindo? – Curioso brincou, ela sorriu fraco,
− É ótimo ver que nada abala o seu bom humor, mas o que tenho para lhe dizer é sério. – Recolocou o sapato e abriu a cela. – O imperador decidiu, que você vai lutar com Goro para o divertimento da corte. – Kitana informou o olhando.
− E obviamente não posso recusar. – Simples.
− É o mesmo que morrer. – Respondeu.
− E você tentou contestar com ele.... – Passou as costas da mão direita delicadamente no rosto dela, onde estava vermelho.
− De forma simples, mas ele interpretou como se eu estivesse questionando. Não é importante agora. – Séria.
− Eu sei, me fizeram estudar uma lista dos campeões dos torneios anteriores. Sei o que ele é, como age. – Liu respondeu calmo.
− E porque perguntou quem eu era? – Curiosa.
− Para enrolar. – Riu. – Você precisa ficar calma, vai se denunciar e será pior. – Sincero.
− Eu.... – Suspirou. – Depois que você chegou, Liu Kang, eu sinceramente percebi como minha vida era vazia, a única coisa boa é Jade. Amo meu pai e Mileena, mas é muito difícil conviver com eles, preciso a todo momento ter cuidado com o que digo, faço. Tenho o benefício da corte, mas.... Eu não sou livre. Como posso me acalmar sabendo que podem tirar de mim a única coisa que me dá alegria. – O fitava aflita, o shaolin sorriu.
− Eu sou realmente grato por isso, princesa. – Disse afastando a franja dela que caia no rosto. – Mas eu sei o que fazer, ele pode ser grande e é essa mesma a fraqueza dele. – Liu disse.
− Você.... Eu sou tão burra, é o que estão tentando fazer, te matar. Mileena só não o fez porque. – Pausa. – Queria ouvir da sua boca algo que me comprometesse. – O encarava. – Ele só fingiu me ouvir, me deixou responsável porque eu não acreditaria que ele mentiria. – Kitana irritada.
− Eu infelizmente tenho que concordar com você, sei que ele é seu pai, mas nós dos outros Reinos.... Vemos a forma que ele age, mentir e manipular é muito comum. – Explicou a olhando.
− Vou passar a noite aqui. – Séria. Acabou rindo ao vê-lo com o rosto vermelho. – Vou dormir do lado de fora, não vou deixar ninguém se aproximar, para que não trapaceiem, fora da cela você estará livre, só me deixou dar uma volta no dia do festival porque seu poder estava acumulado, não é? – Curiosa.
− É.... Mas foi bom poder vê-la sorrir, saber que se divertiu. – Liu respondeu a olhando.
− Obrigada. – Sorriu.
− Isso pode comprometer você. – Respondeu agora levemente preocupado.
− Virei depois que todos estiverem dormindo, não precisa se preocupar. – Ela disse simples.
− Ainda tenho medo. – Liu a fitou.
− Eu também, pedi para Zhou preparar algo que vai cicatrizar de vez seus ferimentos e depois do almoço vamos treinar. – O encarou.
− Você comigo? – Curioso.
− Claro, agora sei que foi muita má vontade quando fui captura-lo. E ainda não entendo isso, mas não é importante agora. – Respondeu o fitando.
− Tudo bem. Por favor, fique calma. – Liu pediu aproximando-se. Kitana o abraçou, foi retribuída. Ficaram assim um tempo, sem dizer nada, apenas aproveitando aquele contato.
− Voltarei mais tarde com o almoço. – Ela disse se afastando com pesar.
− Tudo bem. – Ele assentiu, mas estava de fato preocupado com ela e agora consigo mesmo, havia treinado claro, para isso e muito mais, mas aquelas condições não favoreciam em nada.
Jade fez careta quando uma serva lhe disse que na manhã seguinte ela deveria se arrumar adequadamente, Daegon viria apenas para assistir a luta junto com ela. A morena suspirou, não tinha paz.
Kotal foi designado a preparar tudo na arena e escalar a guarda naquela noite com um grupo de soldados. Ele estava preocupado com Jade e as imprudências que ela faria ao lado da princesa. Suspirou, ela nunca o levava a sério com aquele assunto, pensou sinceramente que aquela briga abriria os olhos da morena, mas ela não ouvia. Não podia ficar se desgastando pensando nisso, tinha um trabalho a fazer.
− Você é incrível. – Rain disse elogiando Mileena, os dois caminhavam por um dos corredores. A pequena reunião da corte já havia acabado e a maioria esperava ansiosa pela manhã seguinte para ver sangue na arena.
− Eu sei. – Ela disse simples. – Tudo bem se não me disserem a verdade, de uma forma ou de outra ela vai sofrer e isso vai me deixar muito feliz. – Sorriu.
− E não teremos mais que nos preocupar com isso. – Simples.
− Você, não é? Estou com raiva e quero ver ele morto, mas ainda seria ótimo eu poder dizer com todas as palavras o que ela anda fazendo a meu pai e seria melhor vê-la castigada por isso. – Mileena suspirou.
− E minha honra iria para o lixo. – A encarou.
− Você que não faz as coisas direito.
− Eu estou tentando. Hum.... Isso vou consolá-la. – Riu perverso, a outra revirou os olhos.
− Vai precisar é concertá-la se ela resolver passar muito tempo com ele. – Riu.
− O que quer dizer? – Curioso.
− Papai chamou Quan Chi, pediu para ele trazer o espectro, ele vai garantir que o terreno não tenha chance contra Goro. – Simples.
− Ah, a boa e velha trapaça. – Sorriu. Seria ótimo se pudesse intervir, salvaria Kitana e o terreno e ela lhe seria pelo menos grata.
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