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História Escolhas - Capítulo 33 - História escrita por MaskKira - Spirit Fanfics e Histórias
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História Escolhas - Capítulo 33


Escrita por: MaskKira e HannaHigurashi

Notas do Autor


Esperamos que gostem e boa leitura

Capítulo 33 - Capítulo 33


Jade ficou um tempo ali, “treinando”, mas logo guardou a arma, não queria que Daegon a encontrasse e confiscasse, pior levasse aquilo até Shao Kahn e virasse uma confusão depois.

− Senhora, está acordada? – Ouviu Parthenia do outro lado da porta, elas não podiam ver uma luz ou ouvir um sinal de movimentação que estavam ali a mando dele.

− Sim. – Respondeu.

− Está passando bem, precisa de ajuda? – Preocupada.

− Não, apenas levantei e acendi as lamparinas, não se preocupe. – Simples e passando confiança.

− Por favor, se precisar chame, ou se quiser conversar, Fauna é jovem e meio abobada, mas eu sei que gravidez pode ser um período que gera muita insegurança. – Disse com um sorriso.

− Obrigada, se quiser entrar tudo bem. – Jade respondeu, talvez fosse bom conversar aqueles assuntos com uma mulher mais velha e experiente. Parthenia entrou fechando a porta.

− O senhor não precisa saber dessa conversa, homens também não entendem nada desse assunto, acha que porque uma mulher está grávida ela tem que estar feliz 24h por dia. – Riu e sentou-se à beira da cama.

− É, as vezes eu tenho essa impressão. – Sincera. – Não que eu não esteja feliz, apesar do tempo eu sinto muita saudade da minha vida, não que aqui não seja bom. – Mentiu, na verdade a única coisa que estragava era Daegon. – Mas sinto falta do que eu fazia, dos amigos que eu tinha. – Explicou.

− Eu entendo, exigem de nós que amemos a vida nova, sem nem ao menos termos nos acostumado com ela ainda.

− Isso, e ele é tão.... Me sufoca, sei que tenho deveres a cumprir, mas eu tenho o meu jeito, quero andar do meu jeito, não sempre enfeitada como um presente, ele me trata como se eu fosse um objeto de decoração. – Reclamou finalmente.

− Eu sei, não é só você, muitas passam por isso e muitas reconhecem isso como amor, é triste, você não o ama, não é? Eu não disse nada a Fauna, ela é jovem, acha que o mundo é simples, vejo que você o respeita e trata bem, mas não vejo amor. – Parthenia sincera, Jade a fitava, como a experiência realmente deixava as mulheres mais sábias.

− Não, não consegui durante a corte, ele era gentil no início, mas quando fiz coisas que ele desaprovou ele mostrou como realmente era. – Era bom desabafar.

− Imagino que sim, o senhor sempre foi assim, ele gosta de você é verdade, mas te trata como acha que uma esposa deve ser tratada, não pensa por si mesmo, apenas repete o que a nossa sociedade crê ser o correto. – Disse. – Não precisa se torturar com isso, o importante é o bebê ser amado, o senhor é outro assunto, o respeitando na frente da criança será mais que o suficiente. – Sorriu.

− Eu o amo sim. – Jade também sorriu acariciando a barriga. – Me sinto feliz por tê-lo aqui, independente do meu marido. – Respondeu, ah se pudesse contar toda a verdade a ela.

− Isso é tudo o que importa, senhora. Não encha a cabeça com preocupações, as coisas sempre foram difíceis para nós, não é hoje que irão mudar. – Suspirou.

− Não, não irão. Obrigada por conversar comigo, me sinto muito melhor, de verdade. – Jade a olhou.

− Não é nada, se precisar pode contar comigo, gostamos muito de você, pensamos que seria.... Diferente. – Riu.

− Chata? Mimada, nojenta. – A morena listou, Parthenia assentiu rindo. − Não, aprendi a ter respeito pelos servos. – Sincera. – Você e Fauna são muito boas para mim. – Sorriu. – Obrigada. – Agradeceu sincera.

 

Os dois guardas que estavam à frente da cela de Liu Kang observaram Mileena se aproximar.

− Princesa. – Curvaram-se para ela.

− Deixem-me sozinha com o terreno, quero brincar um pouco com ele. – Disse com voz afetada e rindo, Liu revirou os olhos dentro da cela, realmente ela era intragável, podia ter a aparência de Kitana, mas isso não salvava sua personalidade.

− Sim. – Disseram em coro e saíram apressados, eles não ousavam questioná-la. Ela tirou a chave da corda que estava em seu pescoço e abriu a cela, observou Liu virar o rosto, tirou os cabelos longos de dentro da blusa e a máscara rosa que cobria parte do seu rosto.

− Kitana! – Ele sorriu ao vê-la.

− Vou soltar você. – Anunciou, odiava como Mileena gostava de prendê-lo em correntes quando estava encarregada do cárcere dele, deixava ele assim por dias. – Por que fez isso? Podia ter morrido! Eu podia ter te matado! Pelos deuses, você é louco, passou por tudo isso.... – Indignada tirava as correntes dos pulsos dele.

− O que? – Curioso.

− Senhor Zhou me contou tudo, tudo o que você já sabia sobre a família real de Edênia. – O encarou.

− A ideia foi de Lord Raiden, você não acreditaria se te prendêssemos, não confiaria em nenhuma palavra. Zhou implorou ajuda e Lord Raiden tem informantes, disse que a maior parte da Exoterra se levantaria com você e isso nos ajudaria, se fosse Kahn não haveria mais ameaça. – Explicou esfregando os pulsos.

− Você podia ter morrido! – Enfática.

− Você me salvou de tudo. – Sorriu. Ela fez o mesmo e aproximou-se o beijando finalmente depois de tanto tempo, ele se surpreendeu, mas retribuiu, quanta saudade havia sentido dela.

− Rain e papai vão adorar saber. – Mileena a porta da cela, porém a mais velha não se virou. – É ótimo vê-la se passando por mim ao menos uma vez. – Riu. – Agora se entregue e morra com honra, diferente dos fracos dos seus pais. – Séria. Kitana cerrou os punhos, como ela ousava falar deles?

− Me abrace. – Pediu a Liu.

− Não ouse! – Irritada jogou um dos sais na direção dela antes dela conseguir teletransportar como planejava.

− Kitana. – Liu preocupado a segurou.

− Isso.... É algo que eu tenho que resolver. – Disse a ele. Segurou o sai que estava cravado na parte inferior de suas costas e o puxou, se levantou e se virou.

− O imperador já sabe, não tem como fugir, sua conversa no corredor estava muito estranha. – A encarou.

− Pois muito bem, agora eu sei. Mostre a sua cara de verdade para mim. – Pediu a encarando com os olhos castanhos em lágrimas. Mileena sorriu, seus olhos mais amarelos que o comum e os dentes fortes e afiados no lugar da bochecha.

− Ele me disse que eu seria Kahn, que você podia ser mais velha, mas não era filha de verdade, jamais seria Kahn. Eu vivia a sua sombra quando criança, sempre a mais nova, sempre a segunda. As palavras dele me deram força para crescer. – Mileena explicou.

− Nós éramos irmãs.... Não me importo com a sua aparência, nós crescemos juntas, nós dividimos as coisas, segredos. Você preferiu o poder porque ele encheu a sua cabeça com isso. – Reclamou.

− Nós nunca fomos irmãs, sou melhor do que você, uma versão melhor. Mais forte, não só fisicamente como emocionalmente também. – Olhou para Liu.

− Sinto muito que essa seja a sua opinião, eu tentei, me afastei de você porque você se afastou primeiro, você me fez perder a confiança em você. – Kitana a olhou.

− Sim eu fiz e não me arrependo. – Simples.

− Ótimo. – Trazendo os leques as mãos.

− Se renda, faça as coisas do jeito mais simples uma vez na vida, se não fizer escândalo papai vai deixar as coisas como estavam, você se casa com Rain, deixa seus direitos políticos, ganha o terreno como bichinho de estimação.... – Listou desinteressada.

− Eu prefiro morrer a me casar com aquele homem, já que você gosta tanto de tudo que é meu pode pegar ele para você, mas de uma vez, não apenas se esfregue com ele pelos cantos. – Respondeu séria. Viu Mileena arregalar os olhos. − Por que acha que decidi ficar com Liu? Eu vi vocês juntos, bem juntos. – A encarou. – Então decidi que não ia perder tempo com aquele babaca, ia me dedicar a quem havia demonstrado amor por mim e a quem eu também amava. – Séria.

− Ah que coisa linda.... Sempre quis fazer isso e agora não tenho que me segurar para que não me veja de verdade. – Mileena se muniu com os sais.

− Você é só uma cópia malfeita, um capricho de um louco, jamais será mais do que eu. – Kitana provocou e viu o olhar dela faiscar de ódio.

− Vou cortar a sua língua por isso. – Berrou e foi para cima da mais velha.

Liu observava, sabia que não podia interferir, apesar de tudo as leis da Exoterra eram as mesmas que ditavam o torneio, nada de interferência, tinha que esperar e ver o que aquele embate viraria. Nunca viu Kitana com tanto ódio, mas se preocupava por ela estar com aquele ferimento nas costas.

 

Mileena mal podia acreditar que aquela era sua chance, finalmente depois te tantos anos, mesmo o pai dizendo que não era para ela matar Kitana, afinal ele ainda tinha planos para ela e o shaolin. Avançou com um pulo em cima da mais velha tentando lhe cravar os dois sais nas clavículas, Kitana bateu os braços nos dela aparando o golpe e com a abertura lhe chutou a coxa direita, sentiu o ferimento nas costas incomodar.

− Vou provar de uma vez por todas quem de nós merece a coroa. – Mileena com quase ódio.

− Você? Acorde, Shao Kahn jamais dará o trono a você, o que acha que vai acontecer se ele consumir as fontes de poder do Plano Terreno? Se destruir os deuses ancestrais? Ninguém conseguiria derrubá-lo, você continuaria sendo a princesa eternamente, jamais Kahn. Ele não vai abrir mão do poder para ninguém! Nem mesmo por você. – Kitana explicou a encarando. A jovem só sentiu mais raiva, pois lembrava-se que o terreno havia dito quase o mesmo.

− Cale a boca! Eu não sou você. – Jogou um dos sais, mas a mais velha a desviou com o leque.

− Eu não quero.... Machucar você, Mileena, não importa o que seja, nós crescemos como irmãs, juntas nós podemos pará-lo. Podemos governar juntas, fazer algo melhor, melhor para todo mundo. – Pediu a fitando.

− Mas eu quero machucar você. – Simples, foi para cima dela, as duas tentavam uma ferir o colo e pescoço da outra, se empurravam no processo. – Jamais governaria ao seu lado, você é fraca, sentimental e destruiria tudo o que papai construiu, ele pode não ser o seu pai, mas é o meu! É por vontade dele que eu estou aqui. – Berrou arranhando o colo de Kitana, abriu a boca revelando os dentes afiados, mordendo o ombro esquerdo da mais velha com força, dilacerando a carne, Kitana gritou de dor. Iria acertar os sais nas costas dela, mas Kitana golpeou o braço de Mileena com o leque direito, fez um corte profundo em vertical em todo o braço, isso fez a mais nova se afastar.

− Ele é um louco. – Alto, como aquilo doía.

− Ele está certo, você errada. Ele apenas criou você porque sua mãezinha implorou aos pés dele que lhe poupasse a vida. – Mileena respondeu.

− É graças ao sangue dela e ao sangue do meu pai que você está aqui. Não ouse falar deles! – Se irritou, correu para ela tentando lhe cortar não importa onde, estava com raiva por ela falar daquela maneira, nem imaginou tudo o que os pais sofreram ao verem o reino ruindo, o sofrimento da mãe a se ver obrigada a servir.... Aquele monstro. Cortou a barriga e coxa direitas da outra. Mileena acertou a mão fechada no queixo dela a fazendo vacilar, derrubou-a. Kitana aparou os sais com os leques, soltou-os rapidamente segurando os pulsos da irmã, forçou o corpo mesmo sentindo dor, ficando por cima dela, ajoelhou-se nos braços dela fazendo-a reclamar pela dor no braço cortado. Com as mãos limpas ela socava o rosto da jovem, com raiva, com raiva por todas as traições ao longo dos anos, todos os segredos que contou, as coisas que armou, as vezes que a machucou, que armou para machucar Jade, Liu.... Com raiva por ser sua imagem, os dentes machucavam as costas de sua mão, mas ela não se importava.

− Kitana! – Liu Kang advertiu assim que viu a arma do imperador, assim que ela levantou o rosto a marreta lhe acertou com toda a força à fazendo cair um pouco longe de Mileena, a arma desapareceu do mesmo modo que havia aparecido.

− Eu só não mato você porque papai não deixou! – Mileena cuspiu sangue e chutou o estomago da outra com força, a fazendo cuspir mais sangue. – Eu odeio você, lembre-se disso. – Irritada, pegou a chave da cela que estava na algema com correntes, Liu correu até a mais velha e lá vinha o feiticeiro.

− Não a toque! – O shaolin vociferou.

− Você não dá ordens a mim, monge. – Shang Tsung sério. − Farei o mesmo que fiz com você. – Simples, ela tinha os olhos abertos, mas parecia não estar ali, Liu temia que a pancada tivesse sido demais. O feiticeiro passou a mão no roso dela colhendo o sangue e conjurando o feitiço de selamento do local, quando ele saiu Mileena trancou os dois.

 

Kotal observou Mileena passar pisando duro, mas reparou nos ferimentos dela, Shang Tsung vinha logo atrás.

− Alegre-se, general.... Se houver uma execução você vai ser incluído no pacote. – Sorriu sádico.

− Shao Kahn não.... – Claro que faria, não se importava com ninguém além de si mesmo.

− Seu sofrimento terá fim. O melhor, Daegon com certeza vai levar Jade para assistir. – Riu e saiu. Kotal segurou as barras de ferro com força, aquilo colocaria a morena e o bebê em risco, seria arriscado. Como fazer para alertá-la? Sentia-se nervoso agora, Jade com certeza não ficaria calada, seria o fim para ela....

 

Jade estava já deitada na cama, mas tinha o sono leve, ainda não dormia bem ali, dormia em alerta, acordou quando Daegon abriu a porta do aposento, mas....

− Minha querida, está bem? – Ele perguntou levemente preocupado ao vê-la se sentar bruscamente. Fechou a porta atrás de si e caminhou em direção a cama.

− Eu estou só.... Você usou alguma coisa diferente? – Perguntou.

− O que? – Sem entender.

− Algo durante o banho? – Perguntou.

− Não, nada de diferente. – Simples. – O que houve? – Questionou.

− Eu não sei. – Jade fez careta. – Um cheiro, estranho, enjoativo. – Reclamou.

− Não deve ser nada demais. – Simples sentou-se na cama para se acomodar. Jade também se deitou, fez outra careta quando ele lhe abraçou por trás e agora percebeu que o cheiro enjoativo vinha dele, era o próprio cheiro dele.

− Daegon, por favor, me-me solte. – Disse rápido livrando-se dele, correu para bacia de louça que ficava no quarto e vomitou ali.

− Os chás que o médico passou não estão fazendo efeito? – Ele questionou, já pensando em brigar com o médico e acusa-lo de vender produtos que não funcionavam.

− Não é isso, eu enjoei com algum cheiro, não foi um enjoo matinal. – Respondeu. Iria chamar as servas para ajudá-la.

− Mas que cheiro? Não mudou nada. – Sério.

− Eu não sei. – Temeu dizer que era o cheiro dele e ele se irritar, afirmando novamente que não havia mudado nada, as servas vieram e ela abriu a janela, sentando-se com o rosto o mais próximo possível.

− Meu amor, precisa de alguma coisa? – Fez menção de se aproximar.

− Não! Fique.... Fique à vontade aí na cama, descanse. Quando o enjoo passar eu irei me deitar, não se preocupe. – Pediu esperando que ele obedecesse, Daegon suspirou e se deitou, queria ajuda-la, queria passar mais aquele tempo com ela, mas ela parecia querer afastá-lo e ele não entendia o porquê.

Jade agradeceu mentalmente, suspirou. Só faltava mais aquilo, pegar nojo dele, já tinha ouvido falar sobre aquilo, mas achava que era exagero, agora estava vivendo na pele para comprovar que não, era verdade, o cheiro dele parecia detestável ao seu olfato e isso a enjoava. Parou de pensar nisso se não iria vomitar outra vez.

 

Rain andava de um lado a outro nervoso, ouviu burburinhos dos guardas esperava Mileena em seu quarto.

− O que houve? – Preocupado ao vê-la machucada, servas vinham atrás com panos limpos, faixas, remédios e água. – Saiam, eu cuido dela. – Ele disse sério. Elas curvaram-se e saíram fechando a porta.

− O que você acha? – Questionou. – Papai podia ter deixado. – Entredentes tinha os punhos cerrados. – Kitana já sabe de tudo, ia fugindo com o terreno, desconfiei contei a papai e a interceptei. – Simples.

− Não.... – Rain, molhava o pano na água.

− Não ouse ficar com pena dela! – Berrou.

− Não estou com pena dela. – Ele respondeu passando o pano devagar no rosto dela. – O que Shao Kahn pretende fazer agora? – Questionou simples.

− Se preocupe menos com seu casamento, vai propor ainda que se rendam, que ela desista de qualquer ideia idiota, que se case. – Suspirou.

− Claro, ele ainda tem seus planos. – Rain respondeu. – Se acalme, tenho certeza de que pode se vingar. – A olhou.

− Não como eu gostaria ou deveria. – Séria. – Eu espero que eles morram, que sejam executados. – O olhou.

− Tenha paciência, conhecendo bem como conhecemos é bem óbvio que ela dirá não a seu pai, lá se vai meu casamento.... Pelo menos posso ser seu agora. – Riu, mas percebeu que ela não estava animada, nem ao menos o respondeu.

 

Senhor Zhou desceu apressado para as masmorras, aproveitou a troca de guarda, ouviu os burburinhos, não podia acreditar.

− Hey, servo, ancião, espere! – Kotal chamou alto. Zhou parou para atendê-lo. – É verdade que a princesa sabe de tudo? – Questionou.

− Sim. – Suspirou.

− Por favor. Avise Jade, Shang Tsung disse que-que se ela for executada, Shao Kahn me levará para arena com a mesma intenção. Precisa dizer para Jade se acalmar e não se denunciar, pelo bebê. – Pediu, não acreditava que estava praticamente implorando a um servo.

− Eu farei o melhor possível, darei um jeito do marido ciumento me receber sem desconfiar. Não se preocupe. – Zhou disse querendo confortá-lo, achava-o mal-agradecido, mas sabia que a princesa também iria querer proteger Jade.

− Obrigado. – Kotal sincero, Zhou apenas fez um movimento de cabeça e saiu apressado novamente.

Liu estava sentado no chão, apoiava o corpo de Kitana gentilmente em seu braço, deixando a cabeça dela inclinada para baixo, para que ela não se engasgasse com o próprio sangue, ela ainda estava fora do ar e aquilo o estava deixando desesperado. As coisas não deviam ter saído erradas daquela maneira.

− Pelos deuses. – O servo disse ao ver tanto sangue.

− Senhor Zhou, não devia estar aqui. – O shaolin repreendeu.

− Não pude evitar eu tinha que ter certeza. Não se preocupe, pensarei em alguma coisa. Cuide dela da melhor maneira que puder. – Pediu.

− Eu irei, não se arrisque mais. – Respondeu. O servo assentiu e se retirou rapidamente, tinha que pensar em tudo aquilo, como tirar os dois da prisão e como contar as coisas a senhorita Jade.

Ele suspirou, temia também pela vida do servo se Shao Kahn desconfiasse dele ele estaria perdido.

− Por favor, fale comigo.... Diga alguma coisa. – Pediu a princesa que ainda não respondia.

 

Jade teve muita dificuldade em dormir, pela manhã o cheiro de Daegon ainda a incomodava.

− Com licença, um servo do palácio de Shao Kahn deseja ver a senhora. – Uma serva anunciou. Jade ia se levantar mais Daegon repousou a mão sobre o braço direito dela.

− Deixa que eu atendo, você precisa descansar, rolou a noite toda. – Sério, aquilo queria dizer que ela não veria o servo, servo, só podia ser senhor Zhou, ela esperou Daegon passar pelo portal que dava acesso ao corredor e saiu em seguida.

− Bom dia, senhor Daegon. – Zhou curvou-se.

− Vá embora, minha esposa precisa descansar, não deve ser incomodada por assuntos triviais.

− É senhor Zhou. – Jade disse da porta, Daegon a olhou como se fosse capaz de mata-la por desobedece-lo. – É servo pessoal de Kitana. – Olhou o marido.

− Bom dia, senhora. − Sorriu. – A princesa encontrou umas coisas suas que estavam no quarto dela, está ocupada com os assuntos do casamento, por isso pediu que eu as trouxesse, pediu para senhora verificar tudo, para que eu possa levar algo que não seja seu de volta. – Explicou calmamente, esperava que a morena entendesse que ele queria falar com ela.

− Parthenia pode ficar conosco, na sala de estar. Não precisa se preocupar, ele cuidava de mim e Kitana no palácio. – Jade.

− Tudo bem, chame-a, mas não demorem. – Daegon consentiu e encarou o velho.

− Sim senhor. – Zhou disse educado e entrou no palácio seguindo Jade, ela chamou a serva e eles entraram na sala.

− Parthenia, pode buscar o desjejum para mim, o bebê está com fome. – Jade pediu com a mão na barriga.

− Claro senhora, não demoro. – Respondeu e saiu fechando a porta.

− O que aconteceu? – Jade foi logo perguntando.

− Leia isso com calma e entenderá todos os motivos, a princesa e Kotal podem ser executados. – Explicou rápido.

− O-o que? Não, não, Shao Kahn não pode.... – Disse querendo gritar, chorar.

− Escute, será um evento como conhece, seu marido pode leva-la. Nem ela ou Kotal querem que se denuncie, querem que você fique a salvo com seu bebê, não faça nada imprudente se acontecer. – Zhou advertiu.

− Não, não.... – Jade reclamou em lágrimas.

− Por favor, se acalme. – O senhor pediu, porém Parthenia voltou logo, Jade disse que estava nostálgica ao vê-lo, por isso as lágrimas, olhou as coisas, pegou algumas para dizer que eram suas e logo Zhou foi embora, ela beliscou um pouco, alegou que não se sentia bem e foi para o quarto, correu abrir a carta.

 

“Jade, não queria contar as coisas dessa maneira, queria te ver, dizer pessoalmente e chorar em seu colo, mas não tenho tempo, preciso correr para me salvar e salvar Liu. Não só você tem sangue edeniano, eu também tenho, meu pai mentiu a vida toda, meu pai e minha mãe eram o rei e a rainha de Edênia, Shao Kahn a obrigou a se casar com ele e criou toda essa farsa de família para me manter aprisionada a suas vontades, não mais. Fugirei com Liu para o Plano Terreno, ele só está aqui porque Zhou pediu, desde o começo só tentando me fazer enxergar a verdade, eu voltarei assim que possível, não desista da sua liberdade ou de Kotal, voltarei mais forte, com ajuda de dentro do Reino e a livrarei desse estorvo de marido. Por favor, fique bem. Resista por nós! Não se preocupe, pedirei que Zhou continue cuidando de Kotal, ele será alimentado e medicado todos os dias. Até breve – Kitana”

 

Jade piscava tentando processar todas aquelas informações em um único parágrafo. Tudo aquilo parecia uma loucura absurda, mas.... Mas no fundo fazia muito sentido, como o imperador tratava a amiga muitas vezes igual trataria um servo comum, como permitiu que Rain a ferisse, usou chantagem emocional para dobrá-la, mandou ela a uma guerra perigosa. O apego da amiga pelas ruínas. Jade chorou, se ela podia ser executada significava que ele já sabia que ela sabia de tudo e provavelmente a estava ameaçando como de costume. Respirou fundo tentando se acalmar, ele não podia, o casamento devia ser mais importante que a morte dela, devia.

Respirava tentando se acalmar, mas parecia impossível, aquilo era a gota d’água em todos os seus sentimentos.

 

Kitana recobrou a consciência pela manhã, mas sua cabeça doía muito.

− E-eu não me lembro, assim que senti o impacto no meu rosto tudo ficou escuro e não vi mais nada. – Respondeu à pergunta de Liu.

− Eu achei que tivesse se machucado, que ele tivesse te machucado de verdade, fiquei tão preocupado. – Ainda parecia aflito.

− Desculpe. – Pediu o olhando.

− Não tem que pedir por isso. – Sincero. – O feiticeiro selou a cela com magia, não vai conseguir sair.  – Suspirou.

− Aquele maldito.... Desculpe, devia ter sido mais rápida e saído com você, é-é minha culpa. – Kitana reclamou o olhando.

− Não, não pense assim, nos impediriam de todas as formas. Não se preocupe. – Liu pediu.

− Sei que não é o momento para isso. – Ela comentou depois de um tempo. – Mentiu sobre seus sentimentos? Concordou comigo apenas para eu te escutar? – O fitava.

− Não. Foi algo que eu jamais esperaria e que saiu completamente do meu controle, por isso quando se declarou para mim eu não sabia o que responder, imaginei que complicaria tudo, que podia estar em perigo, mas eu me angustiei porque eu queria corresponde-la. Jamais mentiria sobre algo assim. – Também a fitava, viu ela sorrir.

− Obrigada. Se não fosse você eu não teria descoberto, se Zhou tivesse me dito aleatoriamente eu não teria acreditado e provavelmente ainda confiando em Shao Kahn eu iria questioná-lo. – Respondeu.

− Eu sei, foi quase isso que Zhou disse na carta, ele alertou que iriam tentar me capturar e pediu que alguém fizesse algo, que ajudasse você, que sozinho ele não poderia fazer nada, ele contou que você se ofereceu para missão e ressaltou como você era gentil, sensata, que não me machucaria se eu ficasse preso. – Listou.

− Eu não acredito que confiou em uma carta. – O olhava.

− Nós sentamos e conversamos sobre isso, era melhor arriscar do que passar por outro torneio, Lord Raiden considerou você importante, não só como aliada, mas faria bem para o povo e depois de ver o festival eu acreditei muito nisso, eles precisavam de você, da sua liderança. – Sério. Observou os olhos dela em lágrimas.

− Eu estraguei tudo. – Kitana reclamou.

− Não, era um risco provável. Ainda temos tempo de pensar em como agir, não vou desistir de libertar você. – Liu disse, quase que como uma promessa.

− Não, eu não quero mais que se arrisque por mim, não pode. Já sei o que deveria saber. – O encarou.

− Não estou mais aqui só por isso. Eu amo você, princesa. E estarei com você até tudo acabar. – Respondeu simples.

− Eu também amo você. – Respondeu, mas sentia-se preocupada, tinha medo do que aconteceria com eles agora, do que Shao Kahn podia fazer com ele.



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