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História Estranha perdição - Park Jimin - Capítulo 1 - História escrita por KMontblanc - Spirit Fanfics e Histórias
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História Estranha perdição - Park Jimin - Capítulo 1


Escrita por: KMontblanc e LadyAmora

Notas do Autor


Olha quem chegou!!

Capítulo 2 - Capítulo 1


 Jimin

CAPÍTULO 1

 

Eu não deveria olhar tanto seu rosto, muito menos decorar as pintinhas que havia abaixo do seu olho direito. Eram pequenas e marrons, como se alguém tivesse pintado de propósito para deixá-la mais sedutora com este detalhe. Hipnotizante, disso eu nunca tive dúvida que ela era, principalmente quando levou uma mecha longa do seu cabelo para trás da orelha.

Podia sentir seu desconforto, ela ainda estava insegura e não me olhava por mais de um segundo. Naomi não me reconheceu, tive a confirmação quando perguntou meu nome. Não havia fragmento algum nas suas ações que mostrasse ser fingimento. Então, os boatos eram a dura realidade, ela realmente perdeu a memória. Me pergunto até que ponto se esqueceu.

Por outro lado não parece ruim, não há nada de bom para se lembrar daquela época, a maioria brincava com sua inocência, até mesmo eu. Ela queria estar com pessoas ruins, achando que éramos incríveis, mas tudo que havia era um bando de adolescentes vazios, solitários e sem propósito algum. Cada um com seus problemas, procurando um jeito fácil de lidar. 

Não precisava de muito para ver que Naomi não pertencia ao nosso mundo, seus olhos demonstravam facilmente sua pureza. Mas hoje não há mais nada lá, porque eu a corrompi e nunca vou me perdoar por isso. 

— Posso pedir o mesmo drink pra você, o que bebia antes? — Pergunto, antes que ela se arrependa e queira fugir. Preciso ir devagar se não quiser assustá-la. 

— Ah, tudo bem, mas você vai me acompanhar? Quero dizer, se não tiver outra coisa para fazer. Sabe, eu… Eu acho que atrapalhei ficando no seu caminho, não é? Me desculpe.

Eu podia ver que ela estava mais nervosa, e me pergunto se a razão sou eu. Seu jeitinho encantador e vulnerável é quase impossível não se sentir atraído. Ela sempre foi assim com todos ao seu redor, ou a odiavam por demonstrar ingenuidade, ou a amavam demais. Era uma contradição perturbadora. 

─ Hoje eu vim curtir sozinho, mas não vejo o menor problema em mudar isso agora. Na verdade, é mais do que eu poderia querer — Ver o sorriso dela, por algo tão idiota que eu disse, realmente era muito mais do que eu deveria ter. 

— Hã, acho que era blue alguma coisa — Ela pegou o cardápio e começou a folhear, logo apontou, animada, para uma bebida azul — Esse aqui!

Bebidas coloridas, divertidas e com pouco álcool, isso era realmente ela. Será que havia mudado tanto assim? Ou Naomi, apesar de suas memórias fragmentadas, continuava a mesma? 

Eu preciso parar um pouco de pensar tanto sobre isso, já basta ser inacreditável o fato de estarmos aqui, um diante do outro, após longos e infernais anos. Eu me pergunto quando deveria contar a verdade, qual seria o melhor momento para implorar seu perdão e confessar que sou afetado por tudo até agora.

Eu não posso acabar com sua noite desse jeito, talvez outro dia. 

— Amigo, um Blue Lagoon pra ela e whisky duplo pra mim. 

O bartender fez um sinal que havia pego o pedido. Naomi abriu seus pequenos e carnudos lábios para dizer algo, antes que ela dissesse o que queria, eu fiz a pergunta que estava me perturbando desde o primeiro momento que a vi no bar. 

— Você disse que é seu primeiro dia de volta à cidade. O que veio buscar em Busan? — A pergunta soou sútil, mas no fundo eu tinha um desejo forte para confrontar o maldito motivo que a fez voltar para a origem de seus problemas.

A expressão vazia que vi em seus olhos foi como receber um soco no estômago. Era culpa minha se agora ela estava perdida. Se pudesse voltar… Não. Mesmo que pudesse eu não saberia como consertar o erro que cometi. Eu era completamente diferente do que me tornei hoje. 

— Eu ainda não tenho certeza sobre o que estou buscando. No momento estou seguindo minha intuição. É um pouco estranho, eu sei. Eu passei um longo tempo com a minha avó na cidade onde nasci e cresci, mas sempre que deitava minha cabeça no travesseiro, era como se faltasse algo. Não sei explicar.

— Entendo. Espero que encontre o que procura. — Ela sorriu. O garçom nos entregou os drinks. Bebi um gole do whisky que desceu queimando a garganta, quase como uma penitência por ainda continuar aquela conversa. — Você já tem algum emprego em vista para se manter aqui? Ou pretende voltar para o quiosque?

Em dois anos tudo mudou, foi necessário. Mas o destino fez o favor de cruzar nossos caminhos, como se oferecesse uma nova chance. Eu não sabia se era certo, mas estava feliz em vê-la bem, pelo menos fisicamente. 

— Na verdade não, pretendo sair em busca de algo amanhã. 

— Talvez eu possa ajudar.

Merda. Eu não sei o que deu em mim. Deixei as palavras escaparem da minha boca antes mesmo de pensar. Embora, de certa forma seja responsabilidade minha ajudá-la. Ela arqueou a sobrancelha, esperando que eu continuasse.

— Como?

— Meu amigo e eu somos donos de um clube bastante famoso na cidade, ele mencionou a pouco tempo que estava precisando de uma funcionária. Eu poderia marcar uma entrevista para você, o que me diz? 

— Um clube? — Ela perguntou retoricamente. — E quem me garante que você não é um cafetão e esse lugar não é um bordel, onde você aprisiona garotas para o seu próprio prazer? — Sua expressão poderia ser séria, mas o sorrisinho no canto da boca não me enganava, ela estava tirando uma com a minha cara. Não consegui evitar rir pela lógica dela. — Não ria, de onde eu venho não é muito comum alguém que você nem conhece te oferecer um emprego.

— Desculpa, é que isso me assustou — Limpei a garganta, me esforçando para parar de rir — Certo, acho que você é muito esperta, acabou por descobrir meu plano. O que devo fazer agora que meu trabalho sujo foi desvendado? Talvez tenha que te seduzir ou levá-la a força para o meu convés no submundo, e então fazer algo que possa te calar — Ela era fácil de deixar vermelha, mesmo quando tentava ser forte e enchia o peito de coragem. Levei o copo de whisky mais uma vez à boca, sem tirar os olhos dela. 

Naomi sustentou meu olhar um pouco mais dessa vez, em seguida desceu para minha boca mordendo o próprio lábio inferior. Puta merda, ela percebia o quão sexy estava sendo agora?  É lógico que sabia, não tem como alguém ser tão inocente. 

— Qual o nome do clube? E o que se faz lá? — Questionou, sua curiosidade pertencia a mim naquele momento. Eu não deveria, mas estava gostando disso.

— Clube Persona. Há um restaurante e um extenso campo de golfe, o maior da região. É uma área de lazer para entretenimento e também grandes eventos importantes. — Explico.

— Nossa, parece divertido para quem tem dinheiro. Mesmo assim, pra mim, ainda parece um lugar sombrio que você pode estar pensando em se aproveitar — Diz ela, mantendo a nossa brincadeira.

— Você vai ter que confiar em mim. — Terminei a minha bebida — Busan é uma cidade grande e tem muitas oportunidades, mas não significa que sejam sempre boas. Se for esperta, aceitará pelo menos ir até o clube amanhã, você vai ver como funciona, e eu estarei lá também.

— Por que eu deveria confiar em um cara que acabei de conhecer? — Ela apoia os cotovelos sobre a mesa e o queixo sobre as mãos entrelaçadas, com o olhar fixo em mim, buscando a única resposta que eu poderia dar.

Seria agora uma ótima oportunidade, mas por mais que tente, as palavras não saem como deveriam.  

— Touché. Não tenho motivo algum. Só quero ajudar.

— Acho que posso dar uma olhada. Vou aceitar, mas não confio em você, viu? É bom que esteja falando a verdade, eu sou durona, ok? Posso acabar com você rapidinho. — Ela deu um soquinho no meu braço e eu não pude evitar ficar surpreso, no entanto, algo em mim quis provocá-la para ver sua reação.

— Ah, agora estou tentado a saber de que modo você acabaria comigo. — Suas bochechas coraram.

Enquanto ela terminava o drink a convidei para dançar. Parte de mim implorava para que eu me afastasse, mas a outra não obedecia, quanto mais próximo eu ficava de Naomi, mas eu ansiava por algo que não podia ter. Dançamos três músicas na pista. Eu toquei sua cintura aproximando suas costas do meu peito, senti o perfume no seu pescoço e pude ver seus olhos lindos aguardando algo de mim. Se fosse outra, já estaríamos nus no meu apartamento, mas era Naomi alí, cada vez que ela tocava suas mãos pequenas em mim, crescia a vontade de agarrá-la. Apertei sua cintura contra o meu quadril, ela dançava sem perceber que se esfregava em mim. 

Porra! O que eu estava fazendo?  

Afastei um pouco seu corpo do meu, soltei o ar com dificuldade. Essa garota estava fodendo comigo.  

— Acho melhor te levar pra casa agora. — Soprei em seu ouvido. 

Ela encolheu os ombros e virou-se para mim.

— Não, está tudo bem, eu posso pedir um Uber. 

— Eu não vou te comer, não sou o lobo mau. — Ela riu, não, ela gargalhou, meu comentário sarcástico era para ser sensual não engraçado — Ok mocinha, chega, eu posso levá-la?

— Não, é sério, eu não moro tão longe assim. Está tudo bem — Ela balança as pequenas mãos negando meu pedido.

Seguro suas mãos, apenas para que pare de sacudir e preste atenção em mim. 

— A essa hora pode ser perigoso, Naomi. Seria um prazer levá-la em segurança. Assim posso dormir em paz. Por favor? — Eu não me perdoaria se deixasse ela ir dessa forma, era o mínimo que eu deveria fazer. 

Ela me encarou analisando meu pedido, levou algum tempo, e eu já estava começando a pensar em qual outra desculpa poderia convencê-la, quando Naomi me respondeu.

— Ah, não me olhe assim, desse jeito não posso resistir. Se é assim, então, tá bom.

— Obrigado.

— Está me agradecendo porque eu deixei você me levar para casa? — Ela riu.

Ao mesmo tempo que era um alívio ver seu sorriso, era mais uma razão para me lembrar de que eu não merecia ser o motivo. 

— É estou. E seu sorriso é lindo — Contei a ela. Automaticamente parou de rir e mordeu o lábio inferior. Isso foi demais pra mim. Seria melhor sairmos daqui antes que eu faça algo que possa me arrepender.

Bastou colocar a mão sobre o ombro dela, para seguirmos dali direto pro meu carro. Naomi ainda estava desconfortável, não sei se algo despertou suas lembranças, ou é apenas o estranhamente natural. Isso está me deixando maluco. Fico ansioso o tempo todo buscando interpretar cada uma de suas ações, como se estivesse me preparando para a enxurrada de palavras de ódio e gritos. 

— Tudo bem? — Perguntou, me puxando de volta.

— Claro — Ofereço meu melhor sorriso. Só então percebo que ainda não dei partida no carro, estou tão preocupado, que não estou dando a devida atenção ao que está ao meu redor.

°°°

Era difícil, minha cabeça estava uma pilha de nervos, sequer conseguia ouvir o que Naomi estava dizendo. Durante o caminho passei mais tempo quieto, corroendo  a sensação de inquietude que pairava no ar. Eu sentia que ela queria dizer mais alguma coisa, porque abriu a boca e fechou muitas vezes, até desistir e se encolher no banco.

O que eu estava fazendo? Essa era a pergunta que gritava na minha cabeça, porque eu não tinha uma resposta óbvia, apenas estava seguindo um tipo maluco de instinto primitivo.  

— Me desculpa se fiquei um pouco estranho, eu estava concentrado em uma outra coisa — Falei assim que chegamos ao prédio dela.

— Acho que você se lembrou do motivo que saiu para beber hoje a noite, não foi? — Ela estava preocupada comigo, eu não poderia me sentir pior. 

Não era isso, mas também não estava tão longe de ser verdade. 

— Mais ou menos. Ah, pegue isso aqui — Inclinei para procurar no console do carro um cartão de visitas — Este é o endereço do clube, esteja lá às 09hs, eu vou esperar por você ansiosamente, Naomi.

— Obrigada, Jimin. — Ela inclinou e beijou minha bochecha. — Até amanhã!

Ela acenou após sair do carro, eu fiquei observando Naomi entrar no prédio, como um idiota.

— Que porra, não olhe! — Balbuciei.

Agi de maneira impulsiva, eu não tinha um emprego pra ela. O que iria fazer? Como consertar essa idiotice? Peguei meu celular no bolso, discando um número. A voz sonolenta soou do outro lado após o sétimo toque, como uma ameaça de morte. 

— São duas da manhã. Se não for importante e-

— Eu não ligaria se não fosse realmente importante. Taehyung, preciso da sua ajuda, cara. Naomi está na cidade, ela voltou, cacete! Nós bebemos juntos, conversamos, e eu dei um emprego pra ela.  

— O que? Naomi?  Emprego? Eu não estou entendendo nada. Vou desligar.

— Não, não! Espera! A garota que se afogou no mar… Há dois anos, naquele acidente na praia. Lembra? —  Taehyung pareceu entender sobre quem me referi, porque ouvi uma série de palavrões logo em seguida — Você vai me ajudar ou não? 

— Ela não gritou? Ou chamou a polícia pra você?   

— Não. Ela não se lembra — Esse era o golpe final. Passei a mão pelo cabelo, nervoso, olhei em direção ao prédio tentando adivinhar qual poderia ser seu apartamento. Se ela soubesse quem eu sou,  não me deixaria nunca redimir o erro que cometi.

— Então qual é a razão para oferecer um emprego a ela, se você não foi ameaçado? Por acaso você contou a verdade?

— Não. Eu não consegui. Eu não sabia o que fazer, nem mesmo como dizer. Só queria um jeito de mantê-la por perto, até a hora certa chegar.

— E vai se aproveitar disso? Grande ideia, Jimin — Debochou — Será um erro ainda maior mantê-la por perto.  

— Não estou me aproveitando dela, estou reconhecendo o que causei e tomando a responsabilidade. Não era isso que você dizia? Essa pode ser a minha única chance! — Eu estava surtando, mais do que isso, eu estava completamente desesperado. 

— Que porra de chance, Jimin? Eu disse que você deveria assumir a responsabilidade, sim, pedindo desculpas e seguindo seu rumo. Não cometer outra merda! Será que não percebe a burrice que está fazendo?

Taehyung estava puto comigo. Eu também estaria no seu lugar. Sabíamos que o passado um dia voltaria, só não prevíamos que seria tão breve. Ele não era assombrado pela culpa como eu, não havia nenhuma ligação entre eles, era mais fácil ignorar tudo e fingir que nada aconteceu. Mas eu não poderia, nem mesmo se tentasse.

— ACHA QUE NÃO SEI? Eu me culpo por essa merda todo santo dia. Você não tem ideia…

— Realmente eu não tenho. O que eu não entendo é por que você está tão preocupado com isso, acabou de ver que ela está bem, seguindo a vida dela. É só a Naomi, a garota que ninguém nunca se importou antes, nem mesmo você. 

— Eu me importo! 

Posso ouvir o suspiro profundo e frustrado de Taehyung.

— Já que se importa, por que você não providencia o tal emprego?

— Eu não consigo pensar em nada, minha cabeça está um inferno agora e vai continuar assim até amanhã. Eu não vou conseguir dormir hoje. Nem mesmo posso pedir isso a Jennie. Então, me ajuda, por favor, amanhã dê um jeito de encontrar um trabalho pra ela no clube. Eu cuido do que for preciso.

Ele percebeu que eu não mudaria de ideia, já havia decidido. Ouvi outro suspiro, resignado.

— Não sei o que você está pensando em fazer, Jimin. Não consigo enxergar absolutamente nada de bom vindo disso. Eu nunca vi você implorar por nada, mas se está fazendo deve haver uma razão. Portanto, quero deixar claro que,  quando ela se lembrar e foder com tudo o que você tem, tornando sua vida um inferno, espero que não se arrependa. 


Notas Finais


E aí? 👀


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