Camus estava deitado em seu leito, o olhar fixo no teto do quarto que agora ocupava na Décima Terceira Casa. As imagens do beijo trocado com Esperanza não saíam da sua mente, nem as estranhas sensações que haviam despertado nele desde que a reencontrou, já uma bela mulher adulta. E o que mais incomodava o ex-guardião da Casa de Aquário, era a sensação de familiaridade que sentia toda vez que mirava aqueles olhos negros da jovem.
Apesar da coloração diferente, o formato deles, o brilho da paixão em uma luta, o desejo que viu refletido neles ao beijá-la, o faziam se lembrar de Milo.
—Isso é ridículo! –dizia a si mesmo, levantando da cama e passando os dedos pelos cabelos, andando de um lado para outro no cômodo. –Só estou impressionável, só isso! Com isso de nova amazona de Escorpião. Se fosse um rapaz no lugar de Milo, isso não estaria acontecendo... ou estaria?
Havia lido em algum lugar sobre o fenômeno em que as pessoas retornavam ao mundo em uma nova vida, para alguma missão ou aprendizado. Era chamado reencarnação. Algo que sempre considerou ser apenas um mito, até o momento. Imagens da luta travada pela armadura voltavam à sua mente. Como ela saberia aquele golpe que o desarmou, se apenas Milo o conhecia e nunca ensinou a ninguém como fazê-lo?
— Mesmos golpes... mesmo jeito de falar... será que..? Não, ridículo isso!
Camus suspira e toma uma decisão. Precisava tirar suas dúvidas sobre a confusão que sentia. Mas com quem conversaria? Shaka era o mestre de Esperanza, certamente não aprovaria que ele flertasse com a jovem. Shura? Ele, como pai, certamente não gostaria de saber que seu amigo beijou sua filha seminua em um lago, além do que, Camus já havia experimentado o bastante de sua Excalibur naquele incidente em Asgard anos atrás. Ainda tinha a cicatriz.
Mu estava recluso em Jamiel há anos, desde que deixou com Kiki seu legado. Consertando armaduras e treinando novos cavaleiros. A maioria de seus amigos estavam afastados do Santuário, ou já estavam entre as estrelas novamente. Deu um sorriso triste ao se lembrar deles. Estava sem opções, uma vez que não desejava falar sobre isso com Hyoga e nem tinha intimidade suficiente para dividir suas dúvidas com os demais cavaleiros. Então, só lhe restava uma pessoa e ela vivia do outro lado da Capital há alguns anos.
E pensando nela, tratou de sair de seus aposentos e visitá-la o mais rápido possível.
Ao sair de seu quarto, encontrou Olesya no corredor. A loira o fitou curiosa antes de perguntar:
—Já vai sair? Mal tocou no almoço, dizendo que não se sentia bem. Achei que iria ficar repousando em seu quarto, amor.
—Eu me sinto melhor, Olesya. –Camus deu um sorriso sem graça ao responder, tentando passar pela russa. –Vou dar uma saída.
—Aonde vai? –ela insistiu, se colocando em seu caminho.
—Conversar com um velho amigo. Pedir seus conselhos. –arrependeu-se de ter dito isso quando viu a curiosidade no olhar da namorada.
—Conselhos sobre o que, Camus? Geralmente, essa função é sua. Sempre ponderado com suas atitudes.
—É que... eu estava pensando se deveria ou não aceitar mesmo o manto de Grande Mestre. E queria tirar algumas dúvidas sobre isso com esse meu amigo, Olesya.
—Vai aceitar o cargo?! –ela espantou-se de início, mas sentiu uma enorme satisfação ao ouvir isso, logo substituída pela desconfiança, pois sentia que não era por suas insistências que ele havia tomado tal decisão. –Mas, por que mudou de ideia? Até ontem dizia que assim que terminasse a consagração daquela moleca iríamos voltar pra Sibéria.
—Eu sinto que devo ficar um pouco mais. –Camus finalmente consegue passar pela loira. –Não tenho hora para voltar.
Olesya o viu saindo a passos largos pelo corredor. Apesar de a decisão de ficar e assumir sua função de Grande Mestre apenas facilitar seus planos, sentia que havia algo errado na mudança súbita de opinião de Camus sobre esse assunto. Seus instintos femininos diziam que talvez... aquela garota da Casa de Escorpião tivesse algo a ver com isso. Tal pensamento a fez cerrar os punhos e a raiva novamente tomou conta de seu ser.
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Em um bairro residencial em Atenas.
—Por que estamos aqui?
Esperanza pergunta à Shaka, olhando a modesta casa diante dela, e olhando confusa para o loiro ao seu lado.
—É a casa de um amigo. –Shaka abre o portão para lhe dar passagem. –Ele gostaria de conversar com você, acredito que ele possa te ajudar.
—Me ajudar em quê?
—É melhor conversarmos lá dentro. –o cavaleiro decidiu, batendo na porta.
Logo eles foram recebidos por Yannos, que abriu a porta com um grande sorriso, convidando-os a entrar.
—Bem-vindos. Por favor, entrem e se acomodem. –pedia o estudioso. –Essa é a Esperanza, Friedrich?
—Friedrich? –a morena olhou curiosa para o antigo mentor, que parecia sem graça por ter seu nome de batismo revelado. –Pensei que seu nome fosse Shaka.
—Era meu nome antigo. Não o uso desde que fui levado por monges à Índia. Bem, Esperanza, esse é o professor Yannos Antonopoulos. Professor de Psicanálise da Universidade Nacional Capodistriana de Atenas, e também um grande orador e estudioso sobre fenômenos espirituais. –Shaka fazia as apresentações.
—Prazer. –a jovem olhou para ambos. –Bem, o que estamos fazendo aqui?
—Esperanza, Yannos está dentre os maiores destaques quando se trata de assuntos relacionados a espiritualidade. –Shaka lhe explicava.
—Vou te ajudar a entender melhor o que se passa com você, Esperanza. Suas visões, seus sonhos. –dizia o professor, visivelmente ansioso com a situação.
—Acha que preciso de um psiquiatra? –ela perguntou, visivelmente incomodada, olhando para Shaka. –Eu não preciso. Acho que foi apenas o estresse de ter feito o teste, que me fez imaginar essas coisas!
—Esperanza. –Shaka falou serenamente. –Não acho que precise de um psiquiatra. Escute-me... –ele fez uma pausa. –Eu... você... como falar isso?
—Falando. –a jovem incentivou.
—Está bem. Você, em outra vida, foi o cavaleiro de Escorpião... Milo.
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Nos arredores do Santuário.
Olesya caminhava por uma trilha há séculos abandonada. Esta levava diretamente às ruínas no exterior do Santuário, parando diante da “Arena dos Fantasmas”. A jovem loira entra naquele lugar lúgubre e destruído, olhando com desdém para as marcas de uma antiga batalha.
—Então, aqui foi o lugar em que Atena executou os Berserkers eras atrás. –ela caminha até o local que seria o centro da Arena. –Dá pra sentir os cosmos ressentidos dos guerreiros de Ares cujas cabeças foram aqui enterradas.
A loira toca em seu anel, acariciando a pedra vermelha com a ponta do dedo indicador.
—Tanto ódio... será que sinto isso graças à nossa ligação, meu senhor? Ou será que o Selo de Atena, que deveria manter os espíritos de seus Berserkers eternamente em repouso, perdeu sua força depois de mil anos?
Então, a jovem para diante de um amontoado de pedras, que pareciam ter sido marcadas por chamas anos atrás.
—Que lástima. Os túmulos foram violados e vários de seus guerreiros não estão mais aqui. –a gema começa a brilhar. –Eu sei, são apenas guerreiros menores e sem importância. Foram facilmente manipulados por um cavaleiro de ouro... tsc. Não mereciam a segunda chance que terão em breve.
Olesya é guiada pela gema até o centro da Arena novamente e toca o seu solo, onde a imagem do selo de Ares reflete em rubro por alguns milésimos de segundo, fazendo a jovem sorrir.
—Eis aqui onde seu maior guerreiro repousa agora. –murmurou. -E em breve renascerá para me ajudar a trazê-lo de volta, meu senhor, e selar o destino dos cavaleiros.
Então, Olesya ouve sons e indaga a si mesma quem seria. Aquele lugar era evitado por moradores da região, e até por soldados, por acreditarem que era amaldiçoado. Mas ao ver quem se aproximava a passos vacilantes pela idade avançada, ela se ergue e fita o homem diante dela.
—Não acredito que esteja aqui. –o senhor de cabelos grisalhos e rosto marcado pelo tempo apontou o dedo para a jovem e deu uma risadinha.
—Tio Ivan... Que surpresa! –ela diz com um falso sorriso. –Achei que estaria...
—Aposentado?
—Morto seria a palavra que eu procurava. –a loira não disfarçava o desconforto pelo homem estar ali. –O que faz aqui?
—Fui um cavaleiro. –ele respondeu com simplicidade. –E dos bons! Raros são os que chegam à minha idade e sobrevivem a tantas guerras.
—Engraçado. Ouvi dizer que fugia das grandes guerras. –analisando as unhas ao falar isso. -O que veio fazer aqui?
—Não a vejo desde que nos separamos em Omsk. Soube que retornou à vila onde aquele cavaleiro havia se escondido e estão juntos desde então. –falando e observando as expressões da sobrinha. –Engraçado, aquele lugar nunca pareceu combinar com você.
—Como pode ver, se enganou. Eu tive meus motivos para ficar.
—Como o quê? E não é aquele homem, isso eu sei. Te conheço. –apontando o dedo para ela. –Lembro que quando nos reencontramos por ter saído do Santuário por não conseguir ser nomeada para postos mais altos entre os cavaleiros, largou sua armadura de bronze e foi embora. Se fosse em outros tempos, seria morta por deserção.
—Eu sei. Agi por impulso. –Olesya dizia com expressão de arrependimento. –Para minha sorte a atual Atena é... generosa demais.
—Tola e fraca demais, é o que pensa. –a expressão de Ivan tornou-se mais sombria. –Lembra que perguntei onde esteve nos anos que desapareceu? Japão, não é?
—Sim. –a expressão de Olesya tornou-se séria.
—Estive no Santuário assim que saí de Omsk. Pedi que fosse perdoada por ter desertado e Atena foi generosa em ter lhe dado seu perdão e permitido que vivesse uma vida normal. À mim, permitiu que eu me aposentasse e descansasse depois de tantos anos. Então pensei... por que não ir até o Japão?
Olesya ficou tensa, cerrando os punhos.
—Preciso mesmo falar do que eu vi no Japão, sobrinha?
—Não precisa. –respondeu cautelosa.
—A grande questão é: o que pretende? Por que matou aquelas pessoas?
—Você não entenderia.
—Realmente, não entendo. –ele a fitava. –Você não seria forte o suficiente para matar aqueles homens. Alguém a ajudou? –olhou ao redor. –Iriam se encontrar aqui? Nesse lugar afastado?
—Tio Ivan... o que quer?
—Quero saber por que fez isso, Olesya! –Ivan quase gritou. –Eu a conheço desde que nasceu, a vi crescer... por que fez aquilo?
—Tive motivos grandiosos, meu tio.
—Motivos grandiosos? É essa a sua resposta? –o idoso parecia agora transtornado. –Eu não conseguia acreditar que você seria capaz daquilo... E o que levou do Templo? Será que devo me dirigir ao atual Grande Mestre e contar o que vi e...
De repente, Olesya venceu a distância que a separava de Ivan a uma velocidade que o experiente cavaleiro não acreditava ser possível para ela. A mão da russa transpassava seu peito em um golpe mortal e certeiro.
—Seu erro, meu tio... é ter vindo me confrontar primeiro. –ela murmurou ao seu ouvido. –Não sou aquela garota fraca que ajudou a criar... não mais. Eu não sirvo mais a uma deusa fraca... só a Ares.
Ao dizer essa frase, Ivan arregala os olhos surpreso pela revelação. A jovem retira a mão de seu peito e o sangue jorrava abundantemente pelo ferimento, enquanto o corpo já sem vida do cavaleiro tombava de bruços sobre o local que antes havia o selo enfraquecido do deus da guerra.
—Gostou do sabor de sangue, Berserker? –ela sorri. –Terá mais de onde veio este.
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Bairro Residencial de Psirri.
Psirri certamente é o bairro mais intrigante de Atenas. Com ruas escuras e pichadas, causa a impressão de ser um lugar perigoso, de onde turistas deveriam se afastar e moradores viveriam com medo.
Pura ilusão. Camus visitou aquele lugar algumas vezes em sua juventude, e após a morte de Milo nunca mais retornou ao bairro, e por isso encantou-se com a mudança no local, onde as pichações eram agora verdadeiras obras de arte e tavernas aconchegantes e iluminadas com muitas cores, embaladas com música grega, tornavam esse bairro um dos mais belos de ser visitado. É um local pequeno, praticamente resumido em torno de uma praça, onde refletia toda a atmosfera típica desse país.
E onde mais encontraria um pequeno e aconchegante restaurante que servia comida grega, italiana e brasileira? Tendo como gerente um ex-cavaleiro de ouro chamado Aldebaran? O Chrysós Távros.
O cavaleiro de Aquário adentrou o simpático recinto, ainda fechado, pois de acordo com o cartaz, só abririam ao fim do dia, percebendo a movimentação de alguns garçons colocando o salão em ordem e o cheiro apetitoso de comida caseira que vinha da cozinha.
—Só abrimos às seis para os turistas! –a voz poderosa do proprietário atraiu a atenção de Camus, que sorriu ao reconhecê-lo.
—Não sou turista, Aldebaran.
—Mal aparece, pra mim é.
Aldebaran dá uma gostosa gargalhada, cumprimentando Camus de modo eufórico, abraçando-o. Camus nunca se acostumou ao jeito extrovertido do brasileiro de cumprimentar as pessoas, afinal, ele se contentaria com um aperto de mão.
—Há quanto tempo, Aldebaran.
—Muito tempo mesmo. Não te vejo há dezenove anos! –dando um tapa amigável em suas costas e puxando uma cadeira. –Senta, vamos. Tomaremos um aperitivo e você me conta por que apareceu aqui em minha humilde residência.
O brasileiro faz um gesto e pede que um de seus empregados traga uma garrafa e dois copos pequenos. Camus ergue a sobrancelha ao analisar o líquido cor de âmbar que o amigo lhe servia.
—Isso é..?
—Cachaça da minha terra. –respondeu animado, erguendo o copo para o francês. –Brinde?
—Querido, Camus é sensível demais para esse tipo de bebida. Por que não lhe serviu um dos vinhos? –Camus virou-se rapidamente ao reconhecer a voz feminina e espantou-se ao ver Shina diante dele, usando roupas civis e segurando alguns menus nas mãos.
—Shina? –Camus olhou para a italiana e depois para Aldebaran. –“Querido”? Não me digam que vocês dois...?
—Casados? –Shina puxou uma cadeira e se sentou à mesa com os dois homens. –Há quatorze anos.
—Quatorze mês que vem. –corrigiu Aldebaran, pegando a mão de Shina e a beijando.
—Quem diria. –Camus sorriu, cruzando os braços. –Fico feliz por vocês dois.
—Nós também. –Shina completou. –Mas, qual o motivo da sua visita? Não acho que seja para provar a cachaça duvidosa que meu marido lhe serviu.
—Essa é das boas! Veio de um alambique em Minas Gerais, Amor! –o Touro se defendeu e a esposa balançou a cabeça negativamente.
—Vim para conversar. Rever um velho amigo e...
Sons de passos apressados vindos do andar superior, seguidos de gritos de uma pré-adolescente e risadas infantis invadiram o recinto, momentos antes de uma garota por volta de doze anos, cabelos castanhos longos e furiosos olhos esverdeados aparecer perseguindo dois meninos, um de cabelos esverdeados como os de Shina, que aparentava ter seis anos, e outro de cabelos castanhos, com pouco mais de nove, por entre as mesas.
—EU VOU MATAR VOCÊS, SUAS PESTES! -vociferava a menina, perseguindo os garotos armada com uma escova de cabelos.
—Bianca! –A voz autoritária de Shina fez os três pararem imediatamente com a perseguição. Ela olhou severamente para os três e fitou em seguida os meninos. –Lucas e Lorenzo, o que aprontaram dessa vez?
—Nada! –disseram os dois ao mesmo tempo.
—Mãe! Eles colocaram aquele bicho nojento em minha cama de novo! –a menina protestou. –E não me deixam conversar quieta com minhas amigas!
—Lucas... –ela olhou para o menor, que escondeu em sua blusa uma rã que queria sair de dentro do esconderijo, em seguida olhou para o mais velho. –Ideia sua, Lorenzo?
Os dois se entreolharam e começaram a rir e Shina suspirou.
—Devia ter mandando os dois para treinarem com Ikki na África, che cazzo di decisione... Maldita hora que decidimos criá-los longe do Santuário. –ela comentou. –Acho que ele os domaria, Cáspita!
—Ou matava um. –Aldebaran riu. –Meus filhos, Camus.
—Mamãe falou um palavrão. –Lucas sussurrou para o irmão mais velho.
—Não falei, não. –Shina se defendeu. –Não repitam o que eu disse!
—Falou sim. –Aldebaran comentou rindo e de repente ficou sério diante do olhar da esposa. –O quê?
—Não vai falar nada para seus filhos?
—Er... –olhou para os três e depois pra esposa, depois para os três. –Lucas e Lorenzo, peçam desculpas para sua irmã. Vão pro quarto sem videogame.
Os meninos começaram a protestar, mas Aldebaran ergueu a mão pedindo silêncio. Os dois baixaram a cabeça e subiram as escadas em seguida, resmungando.
—Bianca. Vá para o seu quarto também. –disse a mãe. –Sem internet.
—Eu não fiz nada! –a jovem subiu protestando sobre a vida ser injusta.
—Foi você quem quis uma vida normal. –Aldebaran se defendeu diante do olhar da italiana.
—Vou subir e conversar com eles sobre se comportarem. –disse Shina. –Fiquem à vontade.
—Tem uma bela família, Shina. –Camus comentou e a amazona sorriu, concordando.
—Igualzinha à mãe, essa menina. Não sei a quem esses pestinhas puxaram. –Aldebaran comentou, apontando para cima e rindo.
—Faço uma ideia. –Camus virou o conteúdo da bebida em um gole e sem fazer careta colocou o copo vazio diante dele. –Aldebaran, já vimos de tudo em nossa vida como cavaleiros de ouro, não é?
—Tudo e um pouco mais. –Aldebaran serve outra dose para o amigo.
—Acredita que alguém possa voltar dos mortos? –Aldebaran riu e apontou o dedo para si mesmo e para Camus, que teve que rir junto e depois ficou sério novamente. –Não como nós voltamos. Mas... voltar?
—Juro que estou tentando te entender.
—Acredita que alguém possa reencarnar? –Aldebaran o encarou parecendo confuso com a pergunta. –Digo, é um exemplo... você acha que Milo poderia ter reencarnado?
Continua...
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