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História Eternos - Único - História escrita por G0THLIX - Spirit Fanfics e Histórias
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História Eternos - Único


Escrita por: G0THLIX

Notas do Autor


Olá! Quanto tempo, não é? Sobretudo pois faz séculos que escrevi BEOMNJUN, já estava com saudades mesmo! Então, espero que gostem e muito obrigado por todo carinho e por não terem desistido de mim!
Boa leitura e desculpem qualquer erro.

Capítulo 1 - Único


Os salões de baile, das casas antigas londrinas, eram de uma exuberante elegância, modestas em sua simplicidade e delicadeza, usando tons pastéis nas paredes, às vezes um pouco mais escuros, para ter um contraste ousado contra a coloração dos móveis, conservando a identidade de séculos de cordialidade. Yeonjun fantasiava, passando os dedos pela superfície lisa de uma limpíssima mesa de escritório, guardando um jarro lindamente decorado, os olhos passeando pelas bordas molduradas. 

Talvez, se sentisse preso a um nível de melancolia sufocante. Talvez, seu corpo em chamas clamasse pelo doce toque do vento de inverno em uma floresta a poucos minutos do seu alcance, esperando-o ansiosamente. 

Ou talvez a fome estivesse enlouquecendo-o. 

Os pálidos pescoços das moças decentes pareciam gritar pela ávida atenção da sua boca. Yeonjun conseguia suportar, mas estava a ponto de ultrapassar seu limite. Há dias não se dava ao direito de usufruir do sabor delicado que despertava seus anseios mais profundos. Dentro daquela maldita roupa formal, Yeonjun sentia os pulmões espremidos pelo tecido quente; pelo calor nada convidativo daquele espaço amplo, mas apertado de pessoas desesperadas.

 Elas eram desesperadas só pelo simples fato de se permitirem continuar naquele espaço, seguindo uma boba ética humana que, honestamente, Yeonjun estava cansado.

Seus pés flutuaram para fora do salão. Algumas vozes tentaram em vão chamar sua atenção, mas, tão rápido quanto se permitiu chegar sem carruagem naquele casarão antigo, Yeonjun adentrou o jardim e escapou pela trilha da entrada do labirinto de arbustos altos conectado a uma tão familiar e grandiosa floresta. 

 Em séculos não se sentia tão vivo.

 Seus passos, no entanto, foram forçados a parar; uma voz, aquela voz, paralisou seus ossos, a frieza em seu tom fazendo-o congelar de um frio que não deveria sentir. Uma voz que, ao mesmo tempo que o encheria de pânico, o impulsionava a fugir. Há décadas, pensava ter se livrando do dono delas, mas encarando os lados, Yeonjun nada encontrou. "Estranho", pensou, não permitindo-se passar mais um segundo naquela fortaleza natural. Mudará de ideia; voltaria para o salão, suportaria aquele calor infernal. Afinal, a noite estava apenas começando. Sua fome ainda poderia ser saciada; alguma jovem iria desejar a honra da presença do ilustre Visconde Andrews, sem questionar suas intenções para um passeio romântico em sua propriedade. 

Era um plano que faria seu estômago roncar se o prazeroso tremor em sua espinha, lembrando-o daquele delicioso sabor, não falasse por si.



 …

A porta se fechou em um baque alto. Beomgyu sequer se mexeu para lutar contra ele, guiado pelo instinto furioso e o abraço rude em seu pulso a ficar calado e não contrariá-lo.

Um segundo bastava para um ataque letal.

 Alcançaram o escritório particular no fim do corredor. Sequer se lembrava de que Yeonjun era proprietário de metade de Londres; claro, apropriando-se dos títulos e das famílias de sangue azul mais antigas. Uma estratégia que em cem anos ainda não havia falhado. 

Ele não permitiria que falhasse.  

Beomgyu era a maldita pedra em seu sapato; insistente, incômoda, que tinha o poder de destruir seu reinado e tirar a paz da sua vida. Já tinha acontecido antes, num passado remoto que Yeonjun tentava esquecer, e não permitiria que esse erro voltasse a assombrar suas decisões. 

Outro baque alto, despertando-o. A porta foi trancada, a chave guardada no bolso do Choi. O olhar carmesim tirava o fôlego dos seus pulmões; o ar, extremamente quente, esfriava ao seu redor, deixando-o com um frio que não deveria sentir em suas pernas e braços.

Nenhuma palavra foi dita; e não era necessário. 

A expressão dura em seu rosto tão suavemente alegre; a raiva transbordando dos seus poros. Beomgyu sabia que não sairia vivo daquela noite.

Aos poucos, enquanto Yeonjun se aproximava lentamente, cercando-o, intimidando-o, Beomgyu se afastava, batendo a cintura contra a mesinha de escritório, a oportunidade perfeita para Yeonjun o encurralá-lo, uma mão de cada lado na madeira polida, privando-o de escapar do seu cheiro misturado a suor e vinho. A respiração fria chicoteava seu pescoço, os lábios roçando na pele morena em uma trilha de beijos insaciáveis.

Até as presas afundarem, exigindo o que a fome tanto almejava. 

— Jun… — o apelido soou em um tom fraco, fechando os olhos e apertando seus ombros. Tinha força para afastá-lo, mas não conseguia; não queria.  

Seu corpo tremeu com a dor daquela sede, demorando-se a parar como uma provocação que deixava Beomgyu tonto, as pernas fracas, mas aliviado por estar apoiado na mesa.

Yeonjun se afastou, fazendo questão de ajudá-lo a sentar na madeira, de pernas abertas para recebê-lo novamente grudado em seu pescoço, lambendo o rastro do pequeno filete, descendo os lábios e abrindo a fileira de botões da sua camisa até o último, parando ao encostar os dedos no cós da calça preta.

— Você não deveria estar aqui. — acusou-o, repreendendo com os olhos tilintando de uma raiva contida, mas ainda presente em sua completa magnitude. 

— Eu sei. — O que poderia responder? Sequer conseguia imaginar-se defendendo-se, enquanto aqueles dedos compridos estavam a uma curta distância do seu pau. 

Por Deus, iria morrer nas mãos daquele vampiro.

— Interrompeu meu jantar. — era seu objetivo, afinal. Jamais iria se esgueirar, dentro de roupas pavorosas, para um salão cheio em vão. Em sã consciência, sempre se manteria longe das malditas ruas movimentadas de Londres. 

— Eu sei.

— E me provocou. — de todos os seus crimes contra o vampiro, esse, em particular, parecia afetá-lo profundamente. — Sabe, eu já deveria saber que você não resistiria a tentação de me procurar e despertar meu interesse. Não consegue seguir as malditas regras dos anciões, não é?  

 Era verdade.

Eles não deveriam ter qualquer tipo de contato; eram seres tão distintos quanto o amor e o ódio, sentimentos que, contrariando qualquer lógica, se misturavam; se entrelaçavam eroticamente em ondas impossíveis de serem contidas.

Em suas entranhas, Beomgyu sentia aquela repulsa característica da sua espécie contra os vampiros. E, ainda mais fortemente, aquele desejo irracional, mas tão insistente, que o impedia de distanciar-se de Yeonjun por muito tempo. Mal havia se passado uma década!

— Não foi intencional. — Quem ele queria enganar? Nem Yeonjun nem o próprio Beomgyu acreditavam naquelas palavras ditas em um tom manhoso, mentiroso, disfarçado por um suspiro.

Aqueles lábios cheios abriram-se em um sorriso cínico; o fervor de uma centelha de ódio circulando em suas veias. Ele era tão irresistivelmente detestável. Céus, como permitiu-se incendiar de desejo por ele?

— Eu sei. — imitou-o, conseguindo abafar uma risada zombeteira.  

Mas, não por muito tempo; era impossível resistir a expressão fechada, extremamente adorável daquele pequeno lobisomem de traços finos, quase delicados se não fosse um predador mortífero que carregava em suas coxas grossas, acostumadas com a irregularidade de terrenos selvagens, em seus braços definidos, mas ainda finos e em seu olhar atento e ganancioso, a alma de um monstro que poderia matá-lo se quisesse.

 Mas, verdade seja dita; ele já quis, mas nunca conseguiu tocar em um fio de cabelo de Yeonjun.

Ele o devorava sem vergonha ou pudor aparentes; banhava seu corpo de arrepios que o deixaria com a suspeita de estar sendo perseguido por um insistente admirador. Mas, afinal, Beomgyu era seu mais fervoroso perseguidor, um perseguidor que não ocultava sua presença, que não se limitava a sutis e inofensivas demonstrações da sua vigia atenta. Ou da sua constante presença e saudade, impulsionado por um anseio quase insaciável de tocá-lo, de colar seus corpos.

Yeonjun não estava atrás; sempre que a noite permitia, vagava pela floresta em busca do seu adorável vira-lata domesticado.

 Seus olhos não se desviavam. Desafiando-se, vampiro e lobisomem não se intimidavam, aumentando a diversão de Yeonjun.

Céus, há séculos que o via; que não tinha essa névoa de desafio instigando-o a ultrapassar certos limites do seu decoro.

— Vamos sair daqui. — sugeriu, se afastando sem tocá-lo, alcançando a porta em um segundo. 

Beomgyu sentiu-se aflito com a ausência da atenção daquelas mãos grandiosas em seu corpo, espalhando promessas de um doloroso prazer com tapas nos lugares certos, mas decidiu não comentar; e não o questionou, seguindo-o com o "rabo entre as pernas"; aquele angustiante sentimento de abandono perseguindo-o enquanto deixava-se ser guiado pelos corredores para um atalho escondido que os levaria para seu destino mais desejado.

A floresta.



 — Sabe, é cansativo te manter na linha. — o empurrão nada delicado de Yeonjun serviu para enfatizar a exaustão na tarefa de cuidar dele.

 As costas de Beomgyu bateram no tronco grosso da antiga árvore às margens do lago. A dor arrancou um suspiro dos seus lábios, porém, a agressividade das mãos de Yeonjun, segurando seu cabelo para manter sua cabeça erguida, apertando seu queixo e o forçando a encará-lo, bastaram para deixar Beomgyu de pau duro.

A caminhada e a conversa animada tinham conseguido acalmar seu desejo; passaram-se tantos anos desde a última vez que se divertiu com Yeonjun, que a saudade o fez aproveitar aquele momento descontraído. Porém, não durou muito; como se tivesse planejado cada segundo, Yeonjun arrastou e jogou aquele desejo de volta para seu corpo, derretendo sua pele e queimando suas terminações, o impossibilitando de lutar contra esse sentimento que, admitia vergonhosamente, permitia ser controlado por ele por puro capricho e teimosia.

— Quantas vezes vou ter que te alertar sobre os riscos e te afastar das formas mais dolorosas pra você entender que só quero manter nós dois vivos e seguros dos anciões? — questionou, erguendo a sobrancelha, o ar de superioridade e autoridade arrancando o ar dos pulmões de Beomgyu. Céus, sequer conseguia abrir a boca para respondê-lo; mas, para seu alívio, Yeonjun não esperava por isso.

A resposta estava gravada na expressão de Beomgyu; as bochechas coradas, os olhinhos confusos, perdidos, como se não soubesse o que dizer para defender-se - e verdade seja dita, ele não sabia -, aquele corpo comprido, mas tão indefeso, tremendo diante do seu olhar acusatório, já o entregavam. E deixavam Yeonjun ainda mais tentado.

Sempre precisava de um bom tempo para reunir autocontrole suficiente e conseguir encará-lo sem a sombra de um selvagem excitado perseguindo suas ações; o quanto precisava aguentar para não pular em cima do seu corpo, devorar cada pedaço daqueles lábios finos com beijos que o fariam amolecer em seus braços. Em segundos, ele estaria em suas mãos e Yeonjun poderia afundar-se naquele turbulento prazer e delirar com cada sensação que sacudiria seu corpo. 

Para mantê-los vivos, teria que resistir. 

— Eu sei, Junnie. Só que… — Beomgyu até tentou inventar alguma desculpa que pudesse poupá-lo de ser afastado novamente, mas era inútil. Yeonjun estava extremamente certo. Estava sendo ingênuo e teimoso se acreditava que os anciões não estariam de olho neles; poderiam passar décadas, que a atenção daqueles velhos continuariam exclusivamente na relação incomum que tinham.

Mas, mesmo que contrariasse leis, regras antigas e até a vontade do seu bando, Beomgyu não desistiria de Yeonjun. E sabia que era recíproco.  

— Eu só quero te proteger. Não consegue vê isso? — um suspiro cansado, derrotado, escapou de seus lábios, apoiando a testa no ombro de Beomgyu e segurando sua cintura com as duas mãos, incapaz de ter forças para controlar o impulso de tocá-lo, de sentir o calor reconfortante do seu corpo esquentando a frieza da sua pele. 

Ele não estava cansado de cuidar de Beomgyu. Era só mais uma forma de machucá-lo, de fazê-lo odiá-lo. Estava cansado de fugir, de se conter. Por Deus, aquele maldito cheiro o deixava por um fio, a beira de enlouquecer. Se ao menos Beomgyu pudesse entender que corria sérios riscos apenas por voltar para seus braços, Yeonjun não se sentiria tão sobrecarregado, tão faminto. Sem remorso, poderia deliciar-se com alguma jovem pacata do campo ou até uma londrina de família pouco influente, mas desesperada demais por dinheiro para recusar a atenção de um lorde.

A ponta do seu nariz ousou esfregar-se ao longo da linha do pescoço e ombro de Beomgyu. De olhos fechados, torturava-se ao saborear aquele cheiro que assombrava seus dias. Espalhado em sua mansão, marcado em cada centímetro que conversaram, transaram e até se deitaram, o fantasma de Beomgyu o perseguia em sua ausência. A sede tornava difícil conseguir afastar-se; Yeonjun sequer lembrava-se de impor seus limites para não acabar machucando-o. 

Mas, Beomgyu era tão cheiroso.

— Eu jamais vou te deixar. — afirmou em um sussurro arrastado, inclinando a cabeça para Yeonjun ter mais liberdade.

Ele resmungou; tentou se afastar ao menos um pouco, porém, voltou quase no mesmo segundo, segurando seu pescoço e aprofundando as mãos em sua pele, quase rasgando sua roupa enquanto o apertava e acariciava, desesperado para sentir seu calor e ouvir mais dos seus suspiros e pequenos gemidos. 

— Isso é loucura… Nós não devemos estar assim. — o lembrou, mas sem se afastar. Seus lábios ansiavam por beijá-lo, suas presas mal se escondiam, seu corpo incendiava. Ele ansiava coisas às quais iriam matá-lo, uma hora ou outra. — Me peça para sumir da sua vida, por favor. Diga que me despreza, que me odeia, que sente nojo de mim. Só não me deixa sofrer mais por alguém que não posso ter.

  Beomgyu abraçou seu pescoço, impedindo qualquer impulso que o levasse a enfim quebrar o vínculo dos seus corpos. Ele não usava força; sabia que o toque dos seus dedos no cabelo dele bastava para Yeonjun ter a segurança de continuar ao seu lado.

— Não fale mais besteiras, Junnie. Não temos tempo pra isso agora. — a insinuação das suas intenções teriam deixado Yeonjun irritado com a insistência. Mas, ele estava cansado de resistir. 

— Não faça isso. — como último recurso, implorou em um gemido arrastado, rouco, assim que os dedos do lobisomem deslizaram por seu corpo, alcançando sua ereção, apalpando-a descaradamente. — É demais pra mim. — sussurrou, fechando os olhos e mordendo o lábio, segurando outro gemido, a carícia em seu pau deixando suas pernas fracas, o desejo correndo por cada célula, dominando-o, seduzindo-o. 

Beomgyu sorriu, convencido pelo poder de ter aquele vampiro prudente em suas mãos, a mercê dos seus desejos. Sabia que, independente do que pedisse, naquela situação, Yeonjun faria o que quisesse; os papéis, enfim, foram trocados e Beomgyu não poderia estar mais feliz.

Yeonjun era seu cachorrinho obediente. 

— Então me faça parar. — desafiou, inclinando a cabeça, a expressão de uma falsa ingenuidade deixando claro para Yeonjun que não havia mais volta. — Ou pare de pensar demais e vamos aproveitar, Junnie. Essa não é a nossa primeira vez e nem vai ser a última. — deu de ombros, alisando as bochechas e pescoço do vampiro com a ponta do dedo, numa trilha lenta que o deixava angustiado por mais. — Posso garantir que não vou largar do seu pé nem que me implore e mesmo que eu vá, você me verá nos lugares que não estarei; me desejará mesmo diante da possibilidade da morte pelas mãos dos seus e me amará até o último segundo. — a confissão, por mais absurda, não passava da mais pura verdade. Yeonjun sabia disso. E Beomgyu também. — O que acha disso, meu caro vampiro? O que acha de um lobisomem ditar as regras e você segui-las obedientemente?

Que um ser divino tivesse ao menos um pouco de misericórdia da sua inexistente alma, pois Beomgyu não a teria. Yeonjun estava condenado, mas a ideia não o assombrou como esperava; afinal, mesmo que os anciões acabassem descobrindo, Yeonjun já havia aproveitado mais de duas vidas ao lado daquele lobisomem. Esses momentos, os sentimentos envolvidos, não poderiam ser roubados.

O que eles eram jamais seria esquecido.


 Suas vozes ecoavam floresta adentro. Mesmo que empurrasse a palma da mão contra sua boca, Yeonjun não conseguia controlar os gemidos manhosos de Beomgyu com cada investida precisa em seu interior apertado. De quatro contra a árvore, ele choramingava, gritava e gemia abafado, completamente entregue ao vampiro, revirando os olhos, babando em seus dedos, apertando a casca da madeira ao ponto das unhas se desfazerem em finos filetes de sangue.

Os olhos carmesim não perdiam um único detalhe dele. Encantado. Se sentia possuído pelo desejo primitivo e possessivo de mantê-lo pela eternidade ao seu lado, se aproveitando dos seus beijos, do calor do toque da sua pele. Ah, queria esse maldito futuro idealizado, e como queria, mas não deveria querer, não deveria insistir no relacionamento com um lobisomem. 

Era imprudência. Loucura. Errado.

Beomgyu não era uma das filhas do Drácula. Seus mundos eram diferentes, inimigos. Se Yeonjun ousasse "visitar" Beomgyu em sua alcateia, seria estraçalhado em um piscar de olhos e nem mesmo ele poderia impedir tal destino. Ele era fraco e inexperiente se comparado aos outros lobisomens. 

Yeonjun não poderia amá-lo mais.

 Princesa, se acalma… Desse jeito não vou a-aguentar muito. — informou, revirando os olhos e apoiando a testa ao ser esmagado dolorosamente por aquele interior quente, precisando diminuir seus movimentos para não acabar gozando cedo demais.  

Por outro lado, Beomgyu parecia determinado a enlouquecê-lo, rebolando e se mexendo rapidamente, o suficiente para Yeonjun ter que segurar sua cintura e rosnar contra seu pescoço tentando convencê-lo a se comportar antes que perdesse o maldito controle. Por Deus, aquele lobisomem não apenas brincava com sua vida, mas tratava-o com tanta pouca misericórdia que Yeonjun não sabia como conseguiria sobreviver ao dia seguinte. Até mesmo o sol era mais facilmente piedoso, bastando evitá-lo para Yeonjun não sofrer com a intensidade da sua dor.

Mas, Yeonjun não estava louco de evitar Beomgyu e ter que aturar graves consequências pela eternidade.

Uma risada abafada, ofegante, conseguiu escapar dos seus lábios. Sob o ombro, Beomgyu, com um brilho divertido nos olhos escuros, o encarou tão fixamente que Yeonjun se sentiu extremamente exposto, como se ele pudesse ler sua profana alma. Mas, não era como se Beomgyu já não conhecesse a podridão cercando sua imortalidade.

  Mesmo assim, ele o queria. Ele o amava incondicionalmente. 

— Não me lembro de você ser tão… sensível, querido. Passei tanto tempo longe e você já perdeu o jeito? — zombou, sem ao menos tentar conter aquele maldito sorriso largo que acendia a centelha de uma pequena - extravagante - raiva em Yeonjun. — Quer que eu te ensine? Está precisando de umas… 

Ele sequer teve a chance de concluir a frase e até mesmo o raciocínio assim que Yeonjun pressionou os lábios contra os seus, calando-o com um beijo que evaporou o ar dos seus pulmões. Aquelas mãos frias colidiram contra sua pele com tapas fortes que marcaram como brasa sua pele, arrancando gemidos abafados do lobisomen que revirava os olhos, se deliciando com a lentidão dos seus movimentos. 

Ele não havia perdido o jeito; pelo contrário, se aproveitava da sua sensibilidade para meter com uma preguiça que aumentava sua angústia, deixando-o desesperado. Desejava tão loucamente que ele parasse de provocá-lo e fizesse o que tinha que ser feito logo. Seu corpo suplicava, entre tremores violentos, por alívio, por mais daquele prazer que apenas Yeonjun era capaz de oferecer. 

Aquele prazer que assombraria suas noites mais frias e os dias mais quentes. Beomgyu lembraria de cada detalhe, sofreria em cada segundo e se deliciaria, na solidão da sua companhia, com a lembrança daquelas sensações; gozaria, choraria e chamaria desesperadamente por ele.

 O bom senso já havia escapado das mãos do vampiro. Agarrado fortemente ao traseiro gordo, abriu-o, assistindo com deleite o vai-vem propositalmente lento que irritava seu delicioso lobisomem. Seu pau entrava com tanta facilidade, babado pelo abundante pré-gozo. Porém, Beomgyu sempre o impedia de sair, apertando-o calorosamente gostoso, tentando em vão mantê-lo por mais alguns milagrosos segundos pulsando em seu interior.

Pelos céus, Beomgyu era tão absurdamente obsceno. Exalava a pura face da depravação; dos seus lábios, escapavam palavras soltas, desconexas, e alguns finos filetes de saliva. Seus olhos se reviravam, perdidos de prazer. Seu corpo se moldava nos dedos de Yeonjun, reagindo a cada toque, a cada mínimo movimento. Mas, ele também o provocava; empurrava-se contra seu quadril, começando a meter com mais precisão, mais rápido, gemendo com a alegria de um alcoólatra entregue ao seu vício depois de séculos de seca.

— Ju-jun, i-isso, isso! — Yeonjun havia perdido aquela pequena briga. Se dava por vencido, deixando-se cair na graça das vontades do lobisomem. 

 Se ele queria tanto aquilo, daria com o máximo de prazer, segurando sua cintura e jogando-se violentamente de encontro a sua gulosa fome, saciando-o com uma intensa devoção, seus lábios grudados no ouvido dele, sussurrando obscenidades que aumentavam seu prazer e deixavam o pau abandonado a beira de quebrar-se em um milhão de pedacinhos. 

Beomgyu estava tão perto do seu limite. Gemia com a agonia de um prisioneiro esfomeado; clamava a plenos pulmões por Yeonjun, puxando os fios da sua nuca para conseguir beijar seus lábios. Um orgulho descomunal preencheu o peito do vampiro, impulsionando sua determinação ao extremo. Naquele momento, Yeonjun estava certo da sua força para enfrentar o mundo e preservar seu amor por Beomgyu.  

Tudo e todos cairiam por terra. Ele e Beomgyu ficariam juntos para sempre; até o fim dos tempos. Transariam diante da destruição da humanidade, veriam o novo recomeço. 

 Arrepios violentos enfraqueceram as pernas do vampiro. Ao estar com Beomgyu, Yeonjun se sentia tão humano como nunca antes já havia se sentido. Nem mesmo nos primórdios do seu nascimento perdia o ar dos seus pulmões, seu coração pulsava descontroladamente e seu corpo era movido por sensações tão puras, tão humanas. A voz começou a falhar, sua visão ficou turva, enxergando apenas a figura embaçada do lobisomem tremendo com os espasmos da rápida masturbação, os dedos longos do vampiro espremendo a o pau gordo como se exigisse que algo saísse.

Os gritinhos finos e angustiados do lobisomem eram impagáveis. Divertindo-se, Yeonjun diminuiu os movimentos das suas investidas e começou a tratá-lo com mais delicadeza, a boca faminta alcançando enfim seu ponto de interesse, deslizando os dentes lentamente, temendo assusta-lo, mas Beomgyu apenas gemeu arrastado, revirou os olhos e empinou-se como podia, os jatos da sua porra saindo a intervalos que o faziam dar pequenos pulinhos nos braços do vampiro. 

Yeonjun sorriu largo, convencido, lambendo os lábios molhados do sangue do seu amado. Limpando a pequena marca, sentia seu pau ser esmagado daquele jeitinho que partiu seu corpo em um ataque de arrepios, tremores, ao ponto de se concentrarem em sua virilha, explodindo-se em um dos orgasmos mais deliciosos da sua longa existência. Arrastado, baixinho e com doçura, ele gemeu o nome de Beomgyu, abraçando-o fortemente, imundos, até os tremores pararem e Yeonjun se derramar completamente dentro dele. 

 Com uma trilha de beijos serenos, delicados em seus ombros e ao redor da marca, Yeonjun o acariciava suave, mas firmemente, temendo que Beomgyu pudesse desaparecer na primeira brecha. Mas, ele continuou no alcance do seu toque, sorrindo largo, a expressão da mais pura felicidade. Ele estava genuinamente feliz ao lado de quem sempre amaria. E Yeonjun não poderia estar mais apaixonado por ele.


 Com as roupas rasgadas, Yeonjun as usou para deitarem-se no chão. Ainda exaustos demais e incapazes de permitirem que a realidade invadissem seu precioso sonho, eles continuaram na proteção e calmaria da floresta, rodeados pela canção das corujas, do toque gentil do vento nas folhas das árvores, do passeio silencioso dos pequenos animais noturnos; os vagalumes flutuando em uma desordenada e casual dança, acariciando o cenário com um romantismo tranquilo muito bem vindo. 

Beomgyu adormeceu em seus braços em poucos segundos, exausto demais; a face serena fazia Yeonjun sonhar com um futuro adorável vivendo juntos em algum lugar distante, fantasioso, que pudessem ser livres. Uma cabana nas profundezas desconhecidas de alguma floresta ou sob uma montanha nas névoas congelantes de algum país gelado. E, deitado de lado, observando o movimento tranquilo do seu peito, Yeonjun acreditava fielmente que poderiam viver em paz. "Que loucura", pensou, se pegando sorrindo, quase rindo.  

Aquele lobisomem imprudente, fofo e ousado quase o fazia mergulhar em ideias malucas que só serviriam para arriscar ainda mais suas vidas. Não havia um lugar imune à influência dos anciões; onde quer que fossem, seriam perseguidos, julgados, desprezados. E até usados para amedrontar aqueles que contrariarem as regras do antigo reinado vampiresco. Yeonjun jamais se perdoaria se amarrasse Beomgyu a um destino tão cruel e sufocante de fugas repentinas e isolamento constante. 

Mas, eles já estavam entrelaçados ao perigo. Yeonjun só era orgulhoso demais para admitir. 

Com um suspiro, ele se levantou. Seus dedos deslizaram pela água fria do lago, mal reagindo a sua terrível temperatura. Mergulhou um pé, agachando-se lentamente, entrando aos poucos, sendo abraçado pelo gelo que reconfortava e despertava seus nervos. 

 — Aconselho que não se mexa mais do que isso, caro amigo. — A voz profunda do seu tão conhecido, e insistente, perseguidor deixou-o paralisado. Em seus pesadelos mais profundos, Kai sempre se escondia nas sombras, esperando o momento certo para alcança-lo e colocar um ponto final na sua imprudente "aventura" - como chamava. 

 Para sua infelicidade, não estava sonhando.

— O que faz aqui, Kai? — não sabia como, mas teve forças para se erguer, saindo do lago, e perguntar, pouco importando-se com sua nudez. Eles se conheciam a tempo suficiente para esse detalhe incomoda-los.

— Tentando ajudar meu irmãozinho a escapar de mais um infortúnio. Como sempre. — como um dos mais velhos da família, Kai acreditava fielmente que qualquer um dos mais novos ficaria honrado com seu auxílio. Mas, Yeonjun apenas sentia nojo. E Kai sabia disso.

Talvez, por isso se divirta tanto às suas custas.

 A lua havia se escondido entre nuvens escuras, a sombra de uma feroz chuva pairando na floresta estranhamente silenciosa. Se não fosse por seus olhos tão hábeis, Yeonjun não teria percebido a pequena menção de Kai alcançar o lobisomem ainda adormecido.

 — Não ouse se aproximar dele. — ameaçou, a voz rouca, e em um segundo, pondo-se entre eles. Kai sorriu ainda mais, deixando a raiva de Yeonjun à beira de transbordar. 

— Ora, não se preocupe, Jun. Vim em missão de paz. — ergueu as mãos, o sorriso sumindo. — Você sempre foi assim, não é? Esquisito, teimoso. Buscava sempre o que não deveria, insistia no que estava óbvio que não lhe pertencia, no que jamais seria seu, e continuava determinado até ser destroçado, machucado. Os sinais estavam ali, os conselhos foram dados, mas você se recusava a parar por um segundo. Não me impressiona que esteja fugindo. Acabou as alternativas, irmãozinho?

 Yeonjun estava certo que iria pular em seu pescoço se mais uma palavra saísse dos lábios imundos do outro vampiro. Se quisesse ouvir a mais pura e dolorosa verdade, teria buscado o conselho dos anciões. Mesmo com Beomgyu por perto, era impossível se controlar quando era tão descaradamente provocado por ele.

 — Eu nunca pedi que me ajudasse. E eu não quero sua ajuda, entendeu? — Kai assentiu, cruzando os bracos. — Agora, vá embora e nos deixe em paz. 

— Como eu disse, vim em missão de paz. Acredite, a última coisa que eu queria era deixar meu precioso ducado de jovens damas para cuidar de você e do seu pequeno problema pulguento. — Yeonjun mal percebeu quando suas mãos agarraram o pescoço dele com tanta força que seus dedos estavam perto de quebrá-lo. 

Kai não se desesperou. Já esperava que o outro vampiro iria reagir dessa forma; sempre reagia assim com qualquer insulto a seu precioso amante. Sua mão segurou o pulso dele, sem tentar pará-lo. Apenas o tocou e aquele mínimo toque bastou para irritar ainda mais Yeonjun. Se Beomgyu não estivesse ali, seria tão fácil…

— Só… me escuta. — Kai conseguiu falar, sufocado, chamando sua atenção. Yeonjun afrouxou apenas um pouco o aperto, mas sem soltá-lo. Ele tossiu algumas vezes, recuperando a voz e falando em pequenas, rápidas, pausas. — Estão vindo atrás de vocês. A guarda do Norte. Precisava avisar. Posso não querer cuidar de você, mas não quero meu irmão morto. — Yeonjun assentiu, encarando-o relutante em acreditar em suas palavras.

Pelo canto do olho, ele notou os movimentos do sonolento Beomgyu aos poucos despertando; espreguiçando-se com um sorriso sereno, pouco ciente do novo problema que os perseguia. Se as palavras de Kai eram verdadeiras, eles não deveriam perder mais tempo. Em um empurrão furioso, o soltou, se aproximando para pegar as roupas mais decentes e ajudá-lo a se vestir, mesmo de olhos fechados e resmungando irritado que gostaria de continuar dormindo.

— Vamos embora daqui. Agora. — falou, usando sua camisa comprida para cobri-lo. Esperava que Kai estivesse longe; não queria lidar com ele novamente assim que Beomgyu acordasse e questionasse sua presença. Já era umanl grande dor de cabeça os anciões colocarem um exército em seu encalço. Mas, se recusava a dizer qualquer coisa a Beomgyu. Só fugiriam para algum lugar distante e desconhecido. 

Yeonjun o protegeria a qualquer custo. 

Eles seriam eternos. E livres para se amarem.


Notas Finais


Vejo vocês na próxima!
Quem sabe uma Chanlix ou HYUNLIX, hum?


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