Alice enrijeceu na cadeira e ficou com seu olhar vago, todos nós paramos e a encaramos, sabendo que ela estava tendo uma visão. Quando voltou ela tinha o cenho franzido.
-Aro sabe que já chegamos a Volterra e estranhou que não fomos imediatamente a ele, ele está reunindo a guarda para que nos procurem e nos encontrem antes do amanhecer.
-Ótimo, ele não tem como saber que vocês foram até mim, nós usaremos a lareira para retornar, já que agora vocês fazem parte da família as enfermarias os reconhecerão. Toda a área da casa é protegida por magia sendo impossível para eles passar pela barreira e até mesmo localizar onde fica, ainda que passem bem em frente a ela. – Harry explicou e nós assentimos.
-Devo lembrá-lo que você precisa retornar o mais cedo possível para que sua familia e consorte possam ser integrados aos cofres, Harry! – Mestre Basy disse quando nos levantamos.
-Não se preocupe Basy, voltaremos até o fim dessa semana! – garantiu – E obrigado por tudo meu amigo, que seu ouro sempre cresça! – disse sorrindo para o chefe dos goblins.
-E que seus inimigos caiam aos seus pés! – respondeu com uma vênia.
Nós saímos da sala voltando pelo mesmo corredor até chegarmos aos balcões. Harry acenou para Griphook que olhou para nossas mãos e vendo os anéis, nos saldou com um aceno de cabeça.
Harry nos dirigiu até uma grande lareira e se virou para nós pegando um punhado de pó.
-Para que a viagem via flu ocorra sem acidentes vocês devem entrar na lareira, falar seu destino de forma clara e então jogar o pó no chão aos seus pés. Não se assustem pois chamas verdes os engolirão, porém elas não afetarão vocês em nada!
Todos nós demos um passo para trás achando uma péssima idéia viajar dessa forma, de repente a chave de portal não era mais tão ruim assim.
-Deixem-me demonstrar! – Luna andou até o lado de Harry e pegou um punhado de pó, entrando na lareira – Residência de Harry Peverell, Estrada norte, quilômetro seis, Volterra - Itália. – então ela lançou o pó a seus pés e chamas verdes a engoliram e ela desapareceu.
-Puta que pariu! – Emmett xingou, recebendo um tapa de Rosalie – Mas isso foi assustador Rose! – reclamou esfregando o braço – Eu sou o próximo! – disse correndo para a lareira e pegando um pouco do pó que Harry o deu.
-Decorou o endereço?! – Harry perguntou e ele assentiu.
-Residência de Harry Peverell, estrada norte, quilômetro seis, Volterra – Itália! – ele recitou e como Luna jogou o pó a seus pés e foi engolido pelas chamas, desaparecendo.
Rosalie foi imediatamente até a lareira, parecendo muito preocupada se seu companheiro realmente havia chegado a casa de Harry e assim um por um, eles foram entrando na lareira e desaparecendo.
Eu fiquei por último com Harry e confesso que estava inseguro em experimentar esse meio de transporte, mas ainda assim, dei um passo hesitante para dentro da lareira.
-Quer que eu vá com voce?! – ele ofereceu ao ver meu receio.
-A viagem pode ser feita por mais de um por vez?! – questionei franzindo o cenho e ele assentiu – Por que você não ofereceu isso para os outros?! – perguntei confuso.
-Eles não me deram muita chance depois do rompante de Emmett, então deixei que eles seguissem o fluxo, apenas você demonstrou alguma hesitação. – explicou com um pequeno sorriso.
-Bem, eu tenho verdadeiro pavor de fogo! – admiti pela primeira vez – Quando eu ainda era humano, o celeiro onde guardavamos o suprimento para os animais no inverno pegou fogo enquanto eu cochilava em cima dos montes de feno. Tentei fugir mas havia fogo por toda parte, pensei que iria morrer, mas então meu pai subiu pelas escadas do lado de fora e abriu com o machado um buraco para que eu pudesse passar. Corri para lá, mas antes que eu alcançasse, uma viga em chamas despencou em cima de mim e prendeu minha perna, eu me debatia com a dor da queimadura, pois eu sentia minha perna se desmanchando embaixo dela. – parei de falar quando senti braços me rodearem.
A princípio eu paralisei, pois não era uma pessoa de muito contato físico, mas o toque associado ao cheiro de Harry me fizeram relaxar e me sentir protegido. Talvez isso também seja sua magia.
-Eu me esqueci do rosto de meus pais, do som de suas vozes, mas a dor, o medo e o cheiro de carne queimada eu jamais vou esquecer. – me ouvi dizer. Por alguma razão eu sentia que podia confiar em Harry, não somente pelo que estava fazendo por nós ou por ele ser irmão de Alice, mas ele tinha uma aura honesta e eu me via inclinado a confiar nele e ser sincero.
-Isso, querido, era antes de você ter um bruxo como seu noivo, pois eu posso fazer esquecer disso facilmente, vamos apenas resolver sua situação com meus queridos chefes primeiro! – brincou se afastando para me olhar sem desfazer do abraço.
Eu sorri e nós ficamos alguns instantes daquela forma. Era tão bom e certo que eu me assustei e dei um passo para trás desfazendo o abraço. Percebi que seu semblante se fechou um pouco, mas eu não queria que Harry se sentisse obrigado a forjar uma proximidade comigo por causa do cortejo.
Entendo que no momento é necessário para que a magia nos considere um casal, mas é injusto que ele precise sacrificar uma parte de sua vida em prol de alguém que não é nada para ele.
-Vamos?! – ele chamou, indicando a lareira com a cabeça. Eu assenti e o segui, nós tivemos que ficar próximos, mas Harry manteve o contato o mínimo possível, provavelmente por conta da minha atitude anterior e depois dele dizer o endereço e jogar pó de flu, nós desaparecemos.
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