História Eu, Julieta. - Separados pelo medo.

Despertando do sono que deveria ser eterno, já que provará de um veneno a qual daria-lhe a aparência de uma pessoa sem vida, se viu arrebatada após ver o seu amado ao seu lado sem vida alguma. Espantada com tal visão, viu-lhe o frasco de veneno, que por hora era o verdadeiro em sua mão, e já prestes a tirar-lhe o frasco para que pudesse então beber, percebeu que o mesmo estava vazio. 

Desolada, e não suportando acreditar que o homem a qual tanto ama estava ali, porém ao mesmo tempo não estava, queria tirar-lhe sua própria vida de qualquer jeito, pois não suportaria viver sem estar ao lado de quem tanto ama. 

Então pegando o punhal de seu amado, o mirou em seu peito para tirar sua vida, porém restando somente um centímetro para cravar a ponta da lâmina em sua pele, ela parou. 

 – Meu amor, meu e somente meu amor, acariciei-lhe teu rosto, sentindo o seu calor indo embora, e por mais que eu esteja sentindo tu, não estás mais aqui. Meu coração em pranto e triste me faz derramar lágrimas sobre teu rosto, e enxugando eu as lágrimas que deslizam sobre sua bochecha, desejo me juntar a ti. Mas eu não posso fazer isto, não por não ter coragem, pois o que eu não tenho coragem, é de viver sem estar ao seu lado, mas chego perto ao seu ouvido e sussurro que não posso ser egoísta para com nosso filho que carrego em meu ventre, o qual não tive a oportunidade de lhe felicitar com a notícia sobre o nosso bebê, mas ainda sentindo todos os seus traços de seu rosto que deslizo com a minha mão, desejaria que tudo fosse apenas um pesadelo e, que eu pudesse acordar aos seus braços firmes e fortes, onde acariciava o seu rosto ainda dormindo, porém infelizmente isto não é apenas um pesadelo, e tu não estás apenas dormindo. Junto minha testa com a sua, e esperando que a sua respiração volte, tento não chorar, então selo um beijo no canto de seus lábios, e selo mais um, quase como um bitoque na sua boca, para então beijá-lo, na espera de que o veneno "acidentalmente" arranque a minha vida deste mundo. 

Erguendo-se Julieta, percebe que nem um resquício de veneno que poderia ainda estar nos lábios de seu amado, lhe tirou a vida, se levanta e, deixando apenas uma lágrima solitária escorrer sobre o rosto, disse um último "Adeus" para então o seu único e primeiro amor que já não tinha mais vida.