História Eu (Não) Fecho Com Demônio - Jeon Jungkook - Passeio nem tão legal assim

Acordo sentindo um negócio molhado no meu rosto ainda sonolenta viro-me para o lado contrário e passo o edredom de leve,mas sinto algo quente e fedorento contra meu rosto. Abro os olhos com dificuldade e vejo, Snow e Cristal sobre minha cama um me babando e outro me olhando.

- Seu casal de putos! - falo jogando a Cristal para o lado.- Vão fabricar outro filho e me deixem dormir.- Então eles começam a latir.- Ah,não!

- O FORMIGA, LEVANTA OU EU JOGO AS MERDAS DO CAVALO NA TUA CARA, SUA VACA! - A velha grita e entro de baixo do meu edredom que é puxado por Snow. Que ótima frase de se ouvir logo pela manhã, não é mesmo meus amigos ?

- Ah! Cristal, vai da a roda para ele isso aí é falta de te comer, amiga.- encaro a cadela que tomba a cabeça para o lado.- Não aqui. Vão lá para o ninho de vocês e me deixem.

Parece que ela me entende e pula da cama e segue até a porta, Snow me encara mas a segue. Cadela inteligente é tudo nessa vida. Me cubro de novo e quando estava prestes a volta a dormir, meu edredom é puxado e um balde de água gelada é jogado em me com toda a força do universo.

- MAS QUE PORRA! - grito tirando meu cabelo do rosto e vendo minha avó rindo com o balde em mãos.- Sua velha nojenta!

- NOJENTA A PUTA QUE TE PARIU! - Deixa a minha deusa saber disso.- LEVANTA DAÍ QUE EU NÃO ESTOU CRIANDO VAGABUNDA! - Diz batendo no meu pé.- ANDA!

- Aff ! - resmungo.

- Formiga, o Cyang está só esperando você comer para ir da uma volta pela fazenda.- Meu avô aparece na porta vendo minha situação e rindo.

- CYANG!

Grito e pulo da cama correndo ou melhor levando a cama junto para o banheiro, faço minhas higiene e prendo meus cabelos. Saio do banheiro e vejo a zona no meu quarto, suspiro, arrumo tudo e saio.

- Bom dia, formiga!- falam juntos. Ah, não expliquei o motivo do apelido formiga? É óbvio,né,só porque eu como muito. Nada a ver mas é a vida.

- Bom dia.- A mesa está repleta de bolo,tapioca, pão, leite,frutas, suco e claro o bom e velho café.- Não sei para quê esse exagero de comida.

- Não sabe ? Quando volta com o Cyang você me diz para quê.- minha avó diz comendo um pedaço de bolo.

- E não se preocupa que a Carla vem ajudar sua avó hoje, ou seja, pode ir vadia o dia todo. - Meu velho, eu não estava preocupada com isso aí não 'tá? Mas já que falou, amém, não estou afim de passar o resto do dia dentro de casa.

- Que bom! - falo tomando um gole do leite.

- Mas tem uma condição? - Minha avó fala.

- Lá vem bosta.- murmuro.- O quê?

- Terá que me entregar o seu celular e passará o final de semana sem ele.- Diz e me olha enquanto toma seu café.- Então?

- Meu filho ? - o tiro do bolso e a encaro.- Meu filho?

- Sim. Meu bisneto.- revira os olhos. Mas que velha audaciosa. - Vai ser apenas dois dias não é como fosse morrer sem ele.

- Mas...

- Essa é a sua escolha se ficar com ele irá apenas da uma volta com Cyang pela fazenda e volta para me ajudar.

- Okay. Mas deixa eu avisar a 'painho que vou ficar sem celular. - desbloqueio o aparelho e entro no WhatsApp deixando uma mensagem para meu pai, e coloco nos status: "Ninguém me encontra mais nessa porra! Vão procurar o que fazer e me deixem em paz nesse fim de semana." - Pronto.- desligo o aparelho e a entrego.

- Boa garota.- sorrir.- Agora come que não aguento mais tua cara.- faço uma careta e olho para meu velho que está comendo como senão houvesse amanhã.

Família mais louca.

Após meu café da manhã e minha avó quase me chutar da cozinha estou aqui encaro o Cyang, meu cavalo desde dos dez anos. Cyang, tem a pelagem de dar inveja a qualquer um até eu tenho inveja dessa pelagem castanha que brilha mais que gliter. Não estou exagerando a sua raça é Akhal-Teke, traduzindo para o inglês é uma raça de cavalo Turcomena. Cavalos dessa raça tem uma reputação de velocidade e resistência, inteligência e um brilho metálico distinto. A pelagem brilhante da raça levou ao apelido de "Cavalos de Ouro". Até o cavalo é tem mais valor que eu nessa vida.

- Bom dia, formiga. - Anderson, que cuida dos cavalos e os outros animais junto ao Hélio,João, Josué e o Carlos.

- Bom dia.- sorrio.- Ela já está pronto para dá uma volta pelas redondezas ? - pergunto enquanto passo minha mão pela pelagem dele.

- Sim. Mas a senhorita não acabou de comer ?

- Aff! 'TÁ daqui a pouco vamos. Povo chato.

- É para o seu bem.- fala e reviro os olhos.- Aliás, como está seu último ano na escola ?

- Maravilhoso! Só espero que chegue logo novembro para fazermos as provas e dá adeus para aquela escola.- falo suspirando.

- Você vai sentir falta.- Diz.- Eu sinto falta da minha.

- Eu não vou sentir falta porque se eu aparecer lá será para colocar fogo nela. - dou de ombros e gargalho.

- Você não muda mesmo.- rir.- Mas deixa eu colocar a cela nele para poder ir.

- Já era para ter feito isso.

- Quer ficar sem ir da suas voltas? - nego.- Então mantenha a língua dentro da sua boca.- Anderson é mais velho e as vezes me mente medo pra caraí.

- 'Tá.

[ ... ]

Estava distante da fazenda já adentrando a pequena floresta que guarda seus encantos, porém, Cyang para de andar.

- O que foi rapaz ? - pergunto e o mesmo assopra.- Isso que dizer que há algo errado.

Encaro às rochas que dão passagem a floresta e algumas árvores, mas não vejo nada de mais.

- Cyang, não tem nada aqui.- falo e ele assopra mais forte.- Aff! Meu cavalo está louco. Cyang, vamos ? - ele assopra e da passos para trás.- Mereço.

Quando faço menção de descer sinto algo segurar minha perna e olho sem entender pois não vejo nada lá.

- Sem nome ?

- Sim, sou eu. Agora pega o Cyang e vai para casa.

- Mas eu quero entrar na floresta.

- Quer porra nenhuma! Vaza!

- Ah,mas não vou mesmo!

- Você vai! Garota me escuta não tem nada de bonito aí então vaza!

- Vai pro inferno!

- PORRA! VOCÊ, VAI EMBORA SIM!

- VAI TOMAR NO CU! E EU NÃO VOU CARALHOS NENHUM!

- Veremos.

Então Cyang da passos para trás seguro as rédeas mas não adianta e o mesmo começa a correr em direção a fazenda, e minha mãos estão sendo apertadas na rédeas por um ser para que eu não caía. Não sabia que espírito poderia fazer isso.

- Filho da puta! - falo com puro ódio.

- Você deveria me agradecer.

- Te agradecer? TE AGRADECER PELO O QUÊ? POR ESTRAGA MEU PASSEIO A CAVALO? VAI SE FODER!

- SE QUER MORRER, MORRE! PORRA! QUE INFERNO! EU ESTOU TE SALVANDO E VOCÊ SÓ SABE RECLAMA!

- POR QUE SERÁ, NÉ? - sorrio de canto com puro deboche.- Eu sonho, vejo e ouço coisas estranhas, e de brinde vem você! Queria que eu te agradeça por estragar o resto da minha vida?! Então, OBRIGADA POR ME SALVA!

Cyang para repentinamente e meu corpo se inclina para frente porém não o suficiente para cair.

- Então tente sobreviver sem mim, S/N Griffin. - sua voz sai baixa, mostrando que está chateado. Foda-se. Tome no boga. 'Tô nem aí.

- Será um prazer me ver livre de você!- Ele rir. Sim, riu. Mas de puro deboche. Filho da puta!

- Bye, S/N!

Fico alguns minutos parada no mesmo lugar. Cyang, comia o capim e eu observava o campo. A natureza tem suas belezas.

Então sinto uma angústia, um vazio, tristeza e uma vontade enorme de chorar.

- Agora deu mesmo.- reviro meus olhos.- Vida de bosta, hein.

Então fecho os olhos por alguns segundos e ouço um choro que me faz derramar algumas lágrimas. Esse choro me doí o peito, me faz sentir uma inútil. Seu choro é silencioso como se me matassem aos poucos.

Abro meus olhos e com minha destra limpo os requisitos de lágrimas.

- Céus! - encaro o céu.- O que está acontecendo comigo ?

Fecho meus olhos tendo como visão um quarto escuro a única coisa que ilumina é uma vela que está no canto do quarto do lado oposto está alguém a chorar com a cabeça apoiada nos joelhos sem ao menos perceber já estou chorando novamente. Me aproximo devagar e me abaixo ficando de joelhos, passo minha mão sobre seus cabelos que estão úmidos. Tento falar algo porém nada sai, mas o vazio continua.

Quando aproximo minha destra de suas mãos, ele segura meu pulso. Seu toque é gélido e me faz arrepiar, o mesmo me puxa para si e o abraço. Ele funga baixinho no meu ombro e acarencio seus fios.

Sinto minhas costas serem arranhadas e solto um grunhido de dor,abro meus olhos e sinto minhas costas arder com o vento gélido que passa no momento então olho para minha roupa que está rasgada, olho sem entender nada. Cyang, que estava comendo agora está assoprando de novo. Merda! Sinto mais uma ardência porém em meu ombro como se algo estivesse perfurando.

- VAMOS CYANG! - Bato as rédeas e o mesmo começa a correr.

O vento gélido faz os cortes arderem mais ainda, porra!

Bato mais as rédeas para chegar logo na fazenda,mas como eu só tomo no boga. Meu corpo é arremessado pelo ar. Mano, eu só me fodo.

Então sinto meu corpo ser colidir com uma árvore, grito de dor, e caio no chão. Minha costela doem, assim como minha coluna e minha perna. Passo minha destra sobre o meu rosto com muito custo ao tentar ver algo falho, pois,minha cabeça doí e não consigo focar em nada. Merda! Um zumbido irritante é a única coisa que ouço, deixo meu antebraço sobre meus olhos.

Sinto minha perna ser amarrada por algo um pouco grosso, tento abrir os olhos mas falho minha cabeça doí. Sinto algo me cheirar ao se aproximar do meu rosto funga e faço careta por conta do bafo fedorento. Então sinto meu corpo ser arrastado. Céus! Eu vou morrer sem nem aperta a bunda do Jackson e Jaebum. Que vida!

.

- Meu Deus....S/N? - ouço a voz um pouco longe por conta da dor.-MEU DEUS! GENTE! CORRE AQUI!!! RÁPIDO! - A pessoa se desespera.- ANDEM LOGO!

Sinto minha perna ser solta e gemo de dor quando sinto sua mão sobre minha costela.

- Que gritaria da peste é essa João?....S/N? MEU DEUS!

- Temos que levar ela para o hospital!

- Chama o seu Samuel! - Silêncio.- O que aconteceu com você, formiga ?

Sinto novamente um vazio me consumir, uma súbita vontade de chorar surgir e meu corpo inteiro ficar sem forças. 

- Meu Deus! Não chora! S/N, está me ouvindo? Aperta minha mão.

- JOSUÉ, 'TÁ ESPERANDO O QUÊ? PEGA A S/N E VAMOS!

Então tudo fica um absoluto silêncio e minha mente um puro breu, mas ouço um fio de voz sussurra no meu ouvido:

- Ainda não acabou.