• S/N Griffin POV's •
22/12/2020, terça-feira
Fazenda da Família Griffin
10:30 AM
Joguei a vassoura na despensa junto aos demais matérias de limpeza que usei para limpar a casa que parecia ter mais cômodos do que o habitual passo minha destra sobre a testa para retirar as pequenas gotas de suor e solto um lufar de cansaço.
— Formiga tem que colocar água para os cachorros. - minha vó diz próximo a porta da despensa e suspiro.
— Já estou indo.
Saio para a fora para fazer o que foi pedido após isso encaro o curral onde tem Antônio cuidando dos cavalos e outro cara sentando na porteira de roupas brancas ao sentir meu olhar sobre si vira o rosto fazendo vê um sorriso de dá arrepio até na bunda, fecho os olhos respirando fundo e abro tento a visão do mesmo caminhando até me de cabeça baixa com os cabelos longos voando e a única coisa que eu sei fazer de melhor é... estanca em um lugar feito carro sem gasolina.
— Não é real, não é real, não é real. - repito meu mantra após essas coisas bizarras acontecem de olhos fechados e aos abrir não o vi. — Safira para que lado é o hospício ? - pergunto para a cachorra que pende a cabeça para o lado faço um carinho em sua cabeça — Nem eu entendo minha vida.
Retorno para dentro vendo minha vó cuidando do almoço junto com a Ana abro a geladeira atrás de algo para comer e encontro um cacho de uva roxa - é dá pra enganar o bucho - lavo bem aos olhos de Ana.
— Sabe que eu lavo tudo antes de guarda, certo ? - concordo enfiando três uvas na boca e procuro uma vasilha para colocar o cacho dentro — Vai morrer engasgada menina!
— Vai nada. - minha vó diz rindo.
— Posso ir me jogar na minha amada cama ? Já fiz tudo que a senhora pediu. - encaro a mesma que revira os olhos. — Coisa feia vovó. - rimos.
— Pode. Aproveita e toma banho porquê o fedor está grande. - abana a mão enfrente ao nariz e a olho indignada.
— Realmente, S/N! - Ana diz e a encaro com a mão sobre o peito.
— Eu sou a pessoa mais cheirosa que existe na face da Terra, suas coisas. - resmungo saído da cozinha mas para ao me lembrar que tenho irmão. — Cadê o Thierry ?
— Está com o Samuel. - a mais velha diz e concordo indo até meu quarto.
Fecho a porta deixando a vasilha com uva sobre a cama e procuro meu caderno de acontecimentos estranhos o C.A.E. Eu sei sou muito criativa.
— Onde caralho eu coloquei aquele caderno?! - questiono ao olhar todas as gavetas da cômoda e não encontra. — Pensa, S/N.
Enfio mais uva na boca enquanto ando pelo quarto a procura do caderno e vejo o mesmo dentro da minha mochila que está jogado no chão do quarto ao lado da porta, pego o mesmo e jogo sobre a cama e encaro a capa vermelha com as iniciais C.A.E e abro vendo a minha descrição.
Eu só posso ter um carma ou os meus ancestrais fizeram muita merda para essas coisas acontecer comigo. Ou seja estou pagando pecados alheios e não tô gostando disso.
A primeira folha está os últimos acontecimento de setembro.
• 1 - Vi um cara de branco no corredor, certeza que era um noivo fugindo do altar;
• 2 - Ouvi uma música que só faltou me matar por dentro;
• 3 — Kayla apareceu com uma anel que me causa um desconforto enorme;
• Outubro •
• 1 - Sinto está sendo observada 24h e com mais uma hora extra;
• 2 - Kayla mudou seu comportamento drasticamente sendo mais agressiva e com a língua mais afiada que espada de samurai;
• 3 - Ela está mais próxima do Ayllon o que é MUITO estranho já que ela viveu três anos dizendo que não suporta ele, mas ao mesmo tempo é bom. Família unida é lindo;
• 4 - Via imagens/sombras nas paredes da escola, que não faço a mínima ideia do que seja;
•Novembro•
• 1 - Tudo voltou ao normal ou quase tirando as atitudes da Kayla. Vou dá na cara dessa garota a qualquer momento;
• 2 - No último dia de provas resolvemos colorir os cabelos - péssima idéia - ficamos duas horas no salão a turma inteira fazendo zoada, me senti sendo observada e o ar daquele ambiente mudou drasticamente ficando desconfortável para mim;
• 3 - Thierry disse que um cara veio na nossa casa alegando ser meu amigo do curso que fiz de idiomas pois precisava conversar comigo disse que se chama Fábio, mas eu o chamava de Bynho. Eu não faço a mínima ideia de quem seja;
• 4 - Estava passando pela praia quando vi o noivo fugitivo novamente mas ele não estava sozinho a pessoa que estava com ele tinha um símbolo/tatuagem, um negócio na nuca, que só faltei voar para chegar em casa com aquela sensação de que vou morrer cedo;
•Dezembro•
• 1 - Esqueci de relatar que sinto um vazio em mim desde de setembro, bem lá no fundo tem uma solidão que me faz querer chorar rios;
• 2 - Minha mãe está estranha, eu sei que toda mãe é, mas a minha está passando dos limites. Sempre que me vê encara cada pedaço do meu corpo como se eu fosse um ET e as vezes me ignora;
• 3 - Meu pai cismou que eu tenho que arruma um namorado e me apresentou a um sócio da empresa do pai da Kayla um tal de Min-gi - eu quase falei mijei quando o vi, desnecessário eu sei -, ou seja, minha família 'tá ótima para ir fazer uma visita ao hospício;
• 4 - Vi o noivo fugitivo hoje no curral da fazenda e ele vinha fala comigo, caguei bonito.
Após escrever tal acontecimento fecho o caderno e volto a comer minhas uvas. O quão azarada eu sou ?
— S/N! - gritam próximo ao meu ouvido fazendo engasgar com a uva bato em minhas costas ouvindo meu irmão rir. — Calma, não morra!
— Cara de rapariga! - digo respirando normalmente — Precisa gritar, peste!
— Precisa sim! E eu vou dizer a mãe que você me chamou de peste!
— O que você quer irmãozinho mais lindo desse mundo ? - pergunto segurando seu braço sorrindo de puro sarcasmo. Se você nunca fez isso está sendo irmão de forma errada.
— Me empresta seu celular ? - arqueio a sobrancelha e a frase da minha mãe veio em mente: "Thierry, eu já disse que você vai ficar sem celular até a véspera do ano novo."
— Sem chance! - o solto — Você quer me lascar, seu muleque.
— Ah, deixa de ser chata! - bufa — É só para ligar pro Raian!
— Não! - jogo meu caderno dentro da mochila e a fecho — Mãe falou e está falado. - o olho — Sem celular até a véspera de ano novo, Thierry.
— Chata do caralho! - diz batendo a porta do quarto.
— A MÃE VAI SABER DISSO! -. grito e o mesmo chuta a porta como resposta solto uma gargalhada.
Me jogo sobre a cama e volto a comer uva perdida em pensamentos aos quais não faço ideia de onde surgiram. O que significa aquelas coisas que vejo ? Gente morta é a explicação mais plausível para isso, mas e os desenhos na parede ? É o Demon querendo me assustar pois está fazendo um ótimo trabalho. Eu tô' ficando uma cagada.
— Kim Namjoon. - o nome simplismente sai por vontade própria de minha boca. — Quê? Vai de ré satanás.
Encaro a uva em minha mão como se fosse um monstro pois a minha expressão deve ser de susto. Já não basta vê e sentir coisas estranhas agora falo, que lindo.
— Se piorar é caso de hospício na verdade já é faz é tempo. - digo pegando minha vasilha com algumas uvas indo até a cozinha quando vejo a mais velha de costas com o celular no ouvido me afasto ficando próxima a parede que divide a cozinha da sala ouvindo sua conversa - não sou de fazer isso mas algo me diz que devo.
—... Ela está mais avoada que o normal... - reviro os olhos com tal comentário porque é sobre minha pessoa. Certeza. —.... Eu já disse que está tudo sobre controle! Não tem ninguém atrás...Sim. Não continua a mesma coisa após aquele dia á três meses atrás. Sei como fazer isso.... Qual o tempo que temos ? Isso não é feito de uma dia para a noite sabe disso. É pouco tempo! Okay. Terá ela em mãos. - volto até o corredor tentando entender o que foi que ouvi. Ela está falando de mim ? Não. Óbvio que não.
Não tem ninguém atrás dela.
Terá ela em mãos.
Como assim?! Ter quem ? Pra quem ? Por que? O que aconteceu três meses atrás ? Será que ela leu meu C.A.E ? E porque sinto que isso está me incomodando e não é pouco. Respiro fundo e retorno até a cozinha cantarolando a música Evidências - Chitãozinho e Xororó, - não me culpem foi a única que feio na mente em um momento de puro desespero - a mais velha está lavando as mãos e ao me vê sorrir.
— Ainda não tomou banho ? - seu tom é divertido, mas a conversa ao celular ronda minha mente.
— Tomei, tomei sim. - dou um sorriso e a mais velha joga o pano de prato em minha direção. — Para quer agredir vovó do meu coração ?
— Vai tomar um banho, sua porca! - rir — Irei servir o almoço em quinze minutos anda!
— Credo que bicho mordeu a senhora ? - deixo a vasilha na pia e a olho.
— Uma formiga fedorenta que se chama S/N. - diz rindo — Banheiro!
— 'Tô indo.
Ao virar as costas para a mais velha sinto um calafrio percorrer meu corpo como uma onda elétrica como se tivesse me avisando para ter cuidado com tudo ao meu redor, mas a pergunta é: O que está acontecendo ?
Sinto uma leve tontura atingi em cheio quando saio da cozinha tento me manter em pé escorada na parede, respiro fundo. Já já o oxigênio da fazenda acaba de tanto que já respirei fundo. Ao abrir os olhos vejo o noivo fugitivo sorrindo para me sentando no braço do sofá, seu sorriso era confortante mas parece esconder algo perverso por trás e ouço ele canta suavemente.
Lado a lado eles chamam o seu nome
Nunca, nunca, nunca abra aquela porta as coisas não serão as mesmas.
Rastejando está a mão dele a procura de sua presa
Logo você será pega, a próxima presa nas garras do monstro.
Ele não vira sozinho, a bruxa também irá te caçar
......
Lado lado beberam seu sangue
Rastejando o monstro sussurra seu nome
Nunca, nunca, nunca abra aquela porta
É lá que ele mora
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