Por que você me beijaria?
Eu não tenho metade da beleza dela
Você deu seu suéter pra ela, é apenas poliéster
Mas você gosta mais dela...
Alaska
Minha respiração estava descompensada pela corrida que eu havia feito até a escola — Estava suada e grudenta, que ódio. Ontem eu havia ficado tempo demais assistindo séries que faltava terminar, mas nunca tinha tempo, e como eu estava entediada resolvi fazer isso. Nem me preocupei com a escola, pois sabia que o despertador ia me acordar no horário certo.
Errado!
Eu havia esquecido de programar o alarme, acabei por acordar vinte minutos atrasada para a primeira aula que teria, junto hoje que teria um trabalho de extrema importância. Comecei a correr novamente pelos corredores, eles já estavam completamente vazios porque o sinal já havia tocado, quando parei em frente a porta da minha sala, dei um suspiro antes de abri-lá. A professora não estava na sala, somente seus matérias em cima de sua mesa, aproveitei sua ausência e corri até minha cadeira, sentando-me de forma desajeitada.
Olhei ao redor, vendo Heyoon e Jeongin sentados nas cadeiras da parte de trás, coisa que sempre fazem quando tem trabalho ou prova, pois dizem que a professora fica olhando demais quando se sentam na frente e isso os deixam nervosos. Acenei para meus melhores amigos assim que me olharam, sorri e voltei a minha posição de antes, arrumando as coisas em cima da mesa.
Alguns minutos depois, nossa professora entrou começando a distribuir as folhas dos trabalhos. Matemática nunca foi uma matéria que me agradasse ou que eu poderia dizer que era fácil, pois não era! Contas que para mim, eram horríveis e impossíveis de resolver. Lembro dos dias de prova, eu passava noites acorda estudando, ficava na biblioteca na hora do intervalo, negando os convites que meus amigos faziam para sair, preferindo estudar e tentar ganhar nota boa.
Eu sempre fui péssima em matemática!
Mas eu estudei, eu acho que consigo resolver isso aqui.
[...]
Levei o suco de caixinha até meus lábios, sugando aquele canudinho enquanto meus olhos passeavam pelo refeitório. Eu estava tão imersa em meus próprios pensamentos que nem me dei o trabalho de procurar por Jungkook dentro da sala, meu nervosismo era tão grande que esqueci dele por algumas horas. O vi entrando no refeitório com Nayeon, ambos sentaram em uma mesa perto da porta de entrada no refeitório, conversavam descontraídos e pareciam estarem se divertindo com aquele assunto. Pelo menos era o que parecia.
— Amiga? — A voz de Heyoon me despertou de um transe, suspirei antes de morder meu sanduíche de atum que tanto amava. Olhei para a ruiva que mantinha um semblante confuso, enquanto Jeongin degustava seu almoço de forma apressada. — Você está bem? Não fala nada desde começamos a conversar.
— Ahn... Estou bem sim, só um pouquinho preocupada com minha nota no trabalho. — Dei de ombros, pegando uma batatinha de Jeongin que me olhou com cara de poucos amigos.
— Tenho certeza que você tirou nota boa, pois você mesma disse que havia estudado bastante. — Concordei, voltando meu olhar para onde Jungkook estava, e o vi nos encarando e assim que olhei de volta, ele desviou seu olhar.
— Eu não tenho certeza que arrasei, nem cheguei a estudar — Jeongin disse sem se importar, eu ri juntamente a Heyoon com a fala do mais novo.
— Você nem precisa se preocupar, suas notas saem altas nessa matéria sem você fazer um mínimo esforço — Não menti, o garoto era muito bom em matemática. Uma vez ele tentou me ajudar, mas não deu muito certo porque ele não tinha paciência para explicar.
— É, né. Eu sou um gênio — Gabou-se orgulhoso, revirei os olhos voltando a comer.
— E você, Yoon? Acha que tirou nota alta?
— Tenha certeza, eu me esforcei bastante e as questões nem estavam tão difíceis — Respondeu levantando, nós fizemos o mesmo que ela e saímos do refeitório. Antes de sair, olhei de relance para Jungkook que comia despreocupada, somente observando o movimento enquanto Nayeon mexia em seu celular.
No momento que andávamos de volta para sala, o celular no bolso do casado que usava, começou a vibrar. Desbloqueei o aparelho, vendo que era um lembrete do calendário que havia programado, lembrando-me que hoje é o aniversário de Jungkook. Suspirei cabisbaixa. Antes de tudo isso acontecer, eu mesma havia preparado uma caixinha com coisinhas que Jungkook gostava; fotos polaroides que tínhamos juntos, os bombons que ele tanto gostava, uma cartinha agradecendo por tudo que ele havia feito por mim, e uma pulseira da amizade que tinha comprado em uma viagem para Busan.
E se eu tentasse lhe entregar? Não, ele poderia joga-la fora ou recusar.
— Hoje é o aniversário do Jungkook — Comentei descontraída para ambos que caminhavam em minha frente, rapidamente, deixaram de andar ficando parados no meio do corredor. — O que foi?
— Você não fez nada para ele? — Jeongin perguntou, virando de frente para mim.
— Ah... fiz, fiz sim.
— O que? — Foi a vez de Heyoon questionar.
— Uma caixinha com algumas coisinhas dentro — Encarei meus pés envergonhada.
— E você pretende entregar para ele? — Cruzaram seus braços, olhando para mim com expressões curiosas.
— Bom... Sim, talvez eu envie pelo correio.
— Pelo amor de Deus, a casa dele nem é tão longe da sua — Heyoon revirou os olhos, impaciente.
— Exatamente, mas acho que eu não tenho coragem o suficiente para entregar pessoalmente para ele. Vai que ele nega ou jogue fora, eu não estou pronta para isso — Resmunguei emburrada, ganhando olhares reprovadores dos outros em minha frente.
— Você sabe que ele não seria capaz de fazer isso com você — Jeongin confessou, puxando-me para voltar a andar.
— Sei disso, mas acho que ainda não estou pronta para encara-lo — Eles suspiraram, concordando em seguida.
[...]
Olhava para a caixinha vermelha em minhas mãos, pensando em uma forma de entregar para Jungkook sem ter que vê-lo. Após sair da escola, resolvo passar por um parquinho que sempre gostei de vir, sentada em um dos balanços enquanto me balançava, olhei para cima vendo o céu azul, repleto de nuvens.
— Oi, toma esse 'Negocinho que eu fiz para você’ — Ensaiei minha fala, fingindo que em minha frente via Jungkook. — Nunca foi tão difícil entregar um presente para alguém. — Proferi, fechando meus olhos brevemente. — Oi, eu vim... — Meus olhos arregalaram-se quando a figura do garoto que tanto estava receosa em encontrar, apareceu em minha frente.
— Podemos conversar?
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