Nervosismo.
Pé batendo no chão.
Mãos inquietas.
Agitação.
Tzuyu estava com esses sintomas. Por quê?
Porque ela estava batendo na porta de Myoui Mina, a garota cujo disse que iria lhe dar uma resposta a um mese atrás, porém não deu nada.
Até que ontem, em plenas duas da manhã, lhe enviou uma mensagem.
"Vem pra minha casa amanhã, vou te dar a resposta."
Mordendo o lábio inferior, esperou cerca de trinta segundos — que em sua cabeça foram trinta minutos — até que uma garota baixinha abriu a porta acompanhada da irmã de Mina.
— Ah, oi Tzuyu! — Sana sorriu para si.
— Oi, Sana. — Tentou sorrir de volta, porém deve ser saído uma careta. — Oi...?
— Yeojin. — A baixinha respondeu.
— Oi, Yeojin. — Cumprimentou. — Alguma das duas sabem onde a Mina 'tá?
— Ela 'tá no quarto. Entra aí. — Afastou-se um pouco da porta para que ela pudesse passar.
— Okay, obrigada. — Agradeceu e seguiu em direção ao quarto da sua amiga.
— E aí, Tzuyu! — Jungeun, mãe de Mina, apareceu no corredor da casa indo para a sala.
— Oi, tia. — Foi tentar sorrir, mas a feição da mais velha tornou-se assustadora de repente.
— Não ouse machucar minha filha novamente. — Sussurrou de um modo assustador. — Boa conversa para as duas! — Sua feição voltou a ser alegre, deixando a taiwanesa assustada.
— Ahn, Obrigada...?
— Para de assustar a garota, Jungeun. — Haseul, a outra mãe de Mina, chegou puxando sua esposa pela orelha até a sala e recebendo reclamações da mesma, como "Ai, Haseul!", "Tá doendo!", "Não vou deixar ela roubar o bebê do meio não!" E etc.
Engolindo em seco, decidiu continuar seu trajeto que parecia muito mais longo do que deveria ser e conseguiu, finalmente, chegar no quarto da japonesa.
Bateu duas vezes na porta, não recebendo nenhuma resposta. Até que uma Mina com uma cara de sono abriu a porta, olhando confusa para si.
— Tzuyu? — Perguntou com a voz rouca de sono.
— Ah... — Murmurou sem graça. — Você me mandou mensagem dizendo para vir falar contigo.
— Mas ainda tá cedo, garota. — Bocejou.
— Mina, são duas da tarde.
— Cedo, oras.
Suspirando frustrada por terem atrapalhado seu sono para conversar sobre algo sério, Mina disse que iria lavar o rosto e que era para Tzuyu ir entrando no quarto.
Ao entrar, deparou-se com o habitat natural de sua amiga. Cama bagunçada, cortinas bloqueando a luz da janela e algumas roupas jogadas em uma cadeira giratória em frente ao seu pc. É, tudo normal.
Exceto pelo fato de que agora ela não estava aqui para se divertir como sempre fizera. E isso deixava o clima do quarto completamente tenso.
Só para ter uma ideia, a bichinha da Tzuyu estava tão tensa que nem sentar ela sentou, preferiu ficar em pé mesmo.
— Então, Tzuyu... — Mina entrou de repente, fazendo a taiwanesa pular de susto. — Eu sei que fico feia quando acordo, mas não é 'pra tanto. — Riu.
"Ela riu" Pensou Tzuyu. "Bom sinal"
— Enfim, — Sentou-se em sua cama. — Eu andei pensando sobre tudo o que aconteceu. Você foi babaca quando decidiu fingir que nada tinha acontecido e ignorar o que eu claramente sentia por você, sabe disso, não?
— Sim. — Murmurou de uma forma quase inaudível. "Mas como assim sentia?" Completou em seu pensamento.
— E eu ouvi seus motivos. — Continuou. — E, sei lá. Não sei se é porque eu sou trouxa ou não, mas eu não consigo ficar com raiva de você, sabe?
— Como assim? — Perguntou surpresa.
— Eu não sei? — Suspirou. — Todo mundo faz cagada e mesmo assim perdoam, por que eu não iria poder fazer o mesmo com você? Não é como se você tivesse matado alguém e estava me pedindo para ajudar a esconder o corpo.
— M-Mina... — A garota estava tão surpresa que não sabia nem o que falar.
— Deixa eu terminar de falar, cacete. — Carinhosa como sempre. — O porquê de eu ter demorado tanto para chegar nessa merda de decisão foi que eu decidi receber diversas opiniões sobre isso.
— Eu pedi ajuda para as minhas mães, minhas irmãs e até as nossas amigas. — Explicou. — E com isso, fui formando minha própria opinião. Até porque é necessário ouvir mais de uma versão da história, né?
— E-Então você me perdoa? — Perguntou atordoada.
— Se eu não perdoasse, já teria te expulsado do quarto. — Revirou os olhos sorrindo e abriu seus braços, fazendo a cadelinha da Tzuyu correr para abraçá-la.
— Mina... — Chamou baixinho, continuando ao escutar um "hm?" — Como assim "sentia" por mim? Você não sente mais?
— Não sei. — Respondeu. — Se você me chamar pra sair, talvez eu até pense um pouco sobre isso... — Murmurou travessa.
— Opa, — Tzuyu deu um pulo da cama. — Eu soube que It tá nos cinemas, e eu não queria ir sozinha... — Deu uma volta de 360° no mesmo lugar (?) E voltou ao normal. — Então, que tal a gente sair pra ver o filme?
— Ora, que pergunta agradável, nem esperava por ela. — Mina entrou na brincadeira. — É claro que eu aceito.
— Antes de tudo, eu gostaria de relatar algo. — Tzuyu falou de repente. — Sua mãe tava me ameaçando quando eu estava no corredor, deveria me preocupar?
— Bastante. Ela vai te matar, bro.
— Ih. Minha hora chegou, inferno aí vou eu!
— Você tem uma passagem direto para o inferno.
— De tobogã, até.
— Ah, eu estava sentindo falta das nossas brincadeiras. — A japonesa admitiu.
— Eu também estava. Me desculpa, Mina, de verdade. Se eu fizer merda novamente, pode me linchar, ok?
— Ok.
— Não era pra você concordar! — Reclamou jogando um travesseiro na cara da japonesa, enquanto ela desviou rindo.
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