POV ALISON
Hanna lia sua carta e confesso que morri de ciúmes pela Emily ter citado sua colega de quarto duas vezes, fiquei um pouco cismada com isso, mas tentei me controlar e entender o lado dela. Ela estava em um lugar que não conhecia nada e nem ninguém, sentia a falta da família e dos amigos e não sabia lidar com as novas situações que tinha que enfrentar e tinha alguém que podia ajudar… Acho que era normal fazer amizade com a menina lá. Mas espero que seja só isso mesmo, se eu souber ou desconfiar que ela deu em cima da minha Emmy, eu vou lá pessoalmente. Respirei fundo e me controlei até a Hanna terminar de ler a carta. Ao final notei que a Emily escreveu que amava elas e meu coração se apertou, será que tinha um eu te amo para mim também? Eu queria que tivesse, mas, ao mesmo tempo, eu queria ouvir pessoalmente, queria ouvir dos seus lábios e dizer que eu sinto o mesmo.
—Tá tudo bem? – Hanna perguntou e eu pensei que fosse para mim, mas notei que a Spencer chorava.
—Está, mas a saudade da Em junta com tudo o que está acontecendo né? Fica difícil segurar as lágrimas o tempo todo. – Spen falou.
—Ei, está tudo bem! Você pode chorar sempre que precisar! Não tenha vergonha disso Spen, chore, coloque para fora. Segurar não faz bem! – Falei, a abracei e Hanna se juntou a nós no abraço.
—Ainda bem que a Emily está bem e logo está de volta! Parece que falta uma parte do nosso grupo né? – Hanna falou e nos soltamos.
—O mais engraçado é que éramos só nós quatro e agora parece mesmo que falta uma parte. – Spencer falou e todas rimos.
—Agora a Alison tem que ler a carta dela. – Hanna falou e eu me lembrei que ainda tinha a minha carta. As meninas discutiam sobre eu ler a carta em voz alta ou não e eu só conseguia pensar o que podia ter naquele pedaço de papel e em como eu amava ela, eu queria tanto compartilhar isso com alguém. Queria compartilhar principalmente com ela, será que eu podia contar para as meninas? E se elas rirem de mim? Alison, elas são suas amigas, confie nelas! Pensei comigo mesma e resolvi falar.
—Seeempre exagerada né Hanninha? Mas acho que devemos respeitar esse momento da Ali e… – Spencer falava até que interrompi.
—Meninas, eu acho que preciso falar uma coisa para vocês. – Falei.
—AI MEU DEUS, VOCÊ QUER TERMINAR COM A EMILY? – Hanna perguntou gritando.
—Não Hanna, eu sinto falta dela o tempo todo. Odeio ir para a escola e não ver ela todas as manhãs, não suporto a ideia da casa dela ser ao lado da minha e não dar de cara com ela até mesmo sem querer. Acho que eu precisava da Emily para levar um choque de realidade, vocês sabem disso já! Estou tratando as pessoas melhor agora, depois que ela me deu um belo sermão eu acordei para a vida. – Falei e Hanna começou a rir, rimos com ela.
—Verdade amiga, você acordou mesmo! – Hanna falou e eu mostrei a língua.
—Então o que foi Ali? O que precisa contar? – Spencer perguntou curiosa.
—Eu amo a Emily. – Falei finalmente e elas me encararam boquiabertas. Um longo silêncio se estendeu por meu quarto.
—Sério isso? – Spencer perguntou.
—Sim, nunca falei tão sério! Isso é tão ruim? – Perguntei já com medo da resposta.
—Claro que não! Isso é ótimo! Ali, eu não acredito! Você precisa dizer isso para ela! – Hanna falava empolgada.
—Eu concordo, precisa mesmo dizer, porém acho que deve dizer pessoalmente. – Spencer falou sorrindo.
—Eu também acho Spen, pensei em dizer a ela pessoalmente, quero que seja especial. – Falei sorrindo, estava feliz por ter o apoio das duas.
—Vai ser lindo, tenho certeza. Mas será que você pode ler a carta pra gente agora? – Hanna falou e eu ri.
—Claro, eu não me importo, não temos nada para esconder de vocês! – Falei e abri o envelope com a carta. Meu coração disparou, eu sorri e não conseguia acreditar em como ela me deixava boba mesmo estando quilômetros longe de mim.
“Oi meu amor, como você está? Eu estou bem tá? Não se preocupe. Antes de tudo eu queria me justificar, estou sem chip, por isso não consigo te ligar, mas logo eu te ligo ok? Quero que você mande um beijo para a Aria e diga que quando eu te ligar quero dar um oi para ela também! Estou com saudade das quatro.
Bom, a minha rotina aqui é inconstante, eu estou indo sempre para lá e para cá, aprendo uma coisa a cada dia que passa. Aprendo com as pessoas daqui e comigo mesma. Aprendi a dar valor nas coisas que eu tenho, por mais menores que sejam. Aprendi a valorizar as pessoas que eu amo e que é importante demonstrar isso, porque talvez não haja um amanhã. Aprendi que a distância no faz notar a importância de um sorriso, um olhar, um abraço, um beijo, um cafuné... A distância nos faz notar o quanto é bom estar perto.
Amor, a verdade é que meu peito está cheio de saudade sua. Sinto saudade de tudo em você e de tudo sobre nós. Sinto falta de te ver cantarolando logo cedo, de te ver sorrir ao entrar no carro, da sua mão na minha coxa enquanto dirijo, do seu sorriso bobo após nossos beijos, das suas bochechas coradas quando digo algo, das nossas mãos entrelaçadas, do seu toque contra a minha pele, de todo o seu corpo e do seu cheiro.
As vezes me pego olhando para esse imenso céu azul e lembrando dos seus olhos, esses lindos olhos que são a porta para a sua alma. Esses olhos que lhe entregam caso pense em mentir. Os seus olhos que me deixam ver o quanto sua alma é inquieta, me deixam ver o seu desejo de florir o ano inteiro, sua vontade de se mostrar para mim misturada com o medo de que eu não goste do seu verdadeiro ser. Seus olhos falam mais que seus lábios e eu me pergunto, como não conseguiram notar antes? Como puderam ignorar a coisa mais linda que são esses seus olhos? Como uma pessoa não conseguiu decifrá-los antes? Seu coração foi tachado de indeciso, mas lá no fundo ele só espera um amor que não lhe faça ter mais dúvidas e responda-me, como não querer ser sua certeza nessa vida?
Eu pensei que essa distância me ajudaria ver se o que eu sinto por você é permanente ou apenas passageiro, pensei que ainda me restava dúvidas sobre o que eu sinto por você, mas que tola eu! Precisei vir para outro país apenas para confirmar o que já estava muito mais do que certo. Porém, agora eu sei, o que eu sinto por você é permanente e não me resta mais dúvidas Alison! Você é minha certeza! Não vejo a hora desse tempo que resta aqui se passar e te ter em meus braços novamente!
Até breve meu amor! Um beijo!
Emily.”
Meu sorriso estava presente, mas minhas lágrimas escorriam mesmo assim. As meninas me encaravam com os olhos marejados, sorri para elas. Spencer me abraçou forte e eu retribui seu abraço.
—Sabe que isso é bem maior que um “eu te amo” né? – Ela perguntou baixinho.
—Eu sei, eu tenho sorte por ela não desistir de mim. – Falei sendo sincera e me soltando do abraço da Spencer.
—Você tem sorte mesmo e queremos que demonstre isso para a Emily! – Hanna falou.
—Eu vou demonstrar. – Falei.
—Eu espero! Eu te proíbo de perder essa mulher Alison! Promete que vai se entregar para esse amor? – Hanna me perguntou séria.
—Eu prometo! – Falei e ela sorriu, me puxou para um abraço e quando me soltou olhou em meus olhos.
—Eu estou feliz por vocês! – Ela falou e eu sorri.
—Obrigada Hanninha, obrigada por tudo que fez por nós!
—Gente, não quero ser chata, mas amanhã temos aula, podemos dormir? – Spencer falou e nós rimos. Me levantei e fui apagar a luz, elas se ajeitaram no colchão e eu deitei em minha cama. Coloquei a carta ao lado do meu travesseiro, repensei em todas as palavras que tinha acabado de ler e fiquei sorrindo, Hanna tem razão, não posso perder essa mulher! Acabei dormindo em meio aos meus pensamentos.
Acordei nessa terça animada por conta da carta, fui fazer minha higiene e tomar meu banho. Voltei para o quarto e encontrei as meninas de pé, me arrumei e elas fizeram o mesmo. Fomos para o The Brew tomar nosso café da manhã e depois fomos direto para a escola. Encontramos com a Aria na entrada e todas cumprimentamos ela, seguimos para nossas salas, o tempo passou depressa. Me encontrei com a Mona no corredor e avisei que ela sairia comigo amanhã depois da escola. Vi que as meninas estavam sentadas separadamente e desanimei, porém tomaria uma atitude agora mesmo.
—Pode levantar, vamos sentar todas juntas! – Comuniquei a Aria.
—Você sabe que não é o que a Spencer quer. – Ela falou.
—E dai? Essa é sua última semana aqui e eu não quero você longe de nenhuma de nós! Spencer vai me agradecer depois ok? – Falei e ela arregalou os olhos. —Vai levantar ou quer que eu te pegue pelo braço? – Ela se levantou e eu fui até a mesa que as meninas estavam, Aria vinha bem atrás de mim.
—Oi meninas! Vamos sentar todas juntas hoje! Porque? Estou tão feliz que não quero que nada estrague isso! Quero todas juntas! Podemos? Obrigada! – Falei sorrindo, Spencer me olhou confusa e Hanna sorriu para mim.
—Fica a vontade! – Hanna falou e nos sentamos.
—Cadê o Caleb? – Perguntei.
—Ele está na biblioteca terminando um trabalho. – Hanna explicou.
—Vão me contar sobre as cartas? – Aria perguntou, Hanna e eu contávamos animadas, Spencer por sua vez apenas comia em silêncio. —Que legal, fico feliz que a Emily esteja bem! Também sinto falta dela, espero dar um oi quando ela ligar. – Aria falou.
—Você vai, com certeza! – Falei.
—Meninas, eu vou até o banheiro. – Spencer falou enquanto se levantava, notei a expressão da Aria entristecer no mesmo instante.
—Vou com você! – Falei e me levantei, seguimos em silêncio até o banheiro.
—O que foi? Pode falar Alison, eu não estou correspondendo como quer? – Spencer começou a falar assim que a porta do banheiro se fechou atrás de nós.
—Spen, eu sei que separações são dolorosas e não imagino pelo que está passando, mas eu quero que desabafe! Coloque isso pra fora! E siga em frente, por favor! Aproveita que a Aria está aqui e chame ela pra conversar, coloque os pontos no I e a abrace se for necessário! Não é porque não deu certo como casal que vocês não darão certo como amigas! Sempre deram certo e agora fingem que nem se conhecem mais? Por favor Spencer, não espere ela ir embora como a Emily foi, para você dar valor na presença dela! – Falei e ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas. —Por favor, só tenta ok? – Abri os braços e ela me abraçou, acariciei seus cabelos e respeitei seu choro.
—Ainda dói Ali, eu não sei lidar com isso. Como eu posso querer que a ferida seja curada pela mesma pessoa que me feriu? Eu sinto falta da amizade dela e queria que ela soubesse disso, mas tenho medo de me aproximar e ela pensar que quero algo a mais. – Ela falava entre os soluços.
—Conversa com ela sobre isso, abre seu coração e só assim saberá como ela vai reagir Spencer. Mas por favor, não fique assim, queremos nosso grupo unido e não despedaçado. Promete para mim que vai procurá-la? – Falei enquanto a soltava.
—Eu prometo! – Sorri para ela, enxuguei suas lágrimas com um lenço de papel que carregava na bolsa e dei um beijo em sua testa.
—Vamos voltar? – Perguntei e ela assentiu.
—Mas deixa eu fazer no meu tempo tá bom? – Ela falou e eu concordei, torci mentalmente para que ela tomasse uma atitude depressa, antes que a Aria fosse embora. O sinal bateu assim que saímos do banheiro, fomos pegar nossas coisas na mesa e seguimos para nossas salas. Novamente as aulas passaram voando, dei carona para as meninas e fui para a casa. Almocei algo rápido, lavei a louça e fui para minha aula de piano.
POV SPENCER
O que a Ali me falou no banheiro me fez pensar muito, eu tenho ignorado totalmente a existência da Aria nos últimos dias, mas não tinha percebido como aquilo me fazia mal. Minha mágoa aumentava a cada dia e não tinha um motivo sequer para isso. Nós éramos amigas antes de tudo acontecer e podemos ser depois de tudo ainda. Fiquei surpresa por ter recebido esse choque pela Alison, antes ela pouco ligava e agora me aconselhou e me deixou chorar em seus braços. Acho que ela estava mesmo mudando e isso me deixava feliz, ela estava se tornando uma pessoa e uma amiga melhor, Emily ficará orgulhosa quando voltar. Mas acredito que o motivo seja bem maior, acho que Alison está mudando por ela mesma, ela enxergou que não ganhava nada com o jeito de ser antes e percebeu que o segredo para atrair as borboletas é cuidar do próprio jardim.
Procuraria a Aria ainda nessa semana, tomaria coragem para encará-la e dizer tudo aquilo que sinto. Precisava colocar tudo para fora e saber como ela estava se sentindo, precisava deixar sangrar para assim então começar a cicatrizar. Quanto mais eu tentava fechar minha ferida sozinha, mais ela se abria.
POV ALISON
Fui direto para a casa depois da aula, subi para o meu quarto e tomei um banho. Deitei na cama e reli a carta da Emily, olhei no relógio e notei que ainda era cedo para jantar. Peguei meu celular e disquei o número da Aria.
CHAMADA ON:
—Oi Ali, aconteceu alguma coisa?
—Oi, não aconteceu nada não, mas queria te perguntar algo.
—Pode falar amiga!
—Quando vai contar para as meninas sobre sua mudança? Não quero que deixe para a última hora.
—Eu estava pensando em contar amanhã, podemos marcar algo a noite sabe?
—Ótimo, vamos fazer isso então. Se quiser eu marco!
—Você faria isso?
—Claro que faria, eu vou inventar algo ok?
—Obrigada Ali, tenho medo de chamar e a Spencer não aceitar.
—Relaxa, não se preocupa com isso, eu já cuidei dela tá?
—Como assim?
—Não é nada, apenas aconselhei ela, assim como aconselho você. Só quero que me prometa algo, fiz ela prometer e quero que prometa também.
—O que quiser!
—Aproveita que está aqui ainda nesses dias e tenta partir sem estar brigada com a Spencer ok? Não quero nenhuma se arrependendo pela distância. Quero que sejam amigas e parem com isso! Promete que vai tentar?
—Eu prometo!
—Ótimo, assim que eu gosto! Vou desligar agora, até amanhã!
—Até, um beijo!
CHAMADA OFF.
Fui preparar um jantar para mim, desci as escadas e separei as coisas para cozinhar. Estava conformada que passaria mais uma noite sozinha, porém Jason chegou todo animado e veio me abraçar. Sorri ao vê-lo em casa, ele se juntou a mim e me ajudou a cozinhar. Coloquei uma música na TV da sala e cantava animada, ele me acompanhou e nos divertimos o resto da noite. Jantamos juntos, falamos das nossas aulas e das novidades, contei a ele sobre a viagem da Aria e ele lamentou por mais uma amiga minha ir viajar. Ele se ofereceu para lavar a louça e eu aceitei, depois assistimos a um filme e seguimos cada um para o seu quarto. Coloquei meu pijama, deitei na minha cama e fechei meus olhos, deixei meus pensamentos viajarem até a Emily, sorri assim que a imagem de seu rosto apareceu. Lembrei de como nos conhecemos e de cada momento juntas, estava quase adormecendo quando meu celular começou a tocar, peguei o mesmo e notei que o número era desconhecido. Meu coração disparou ao pensar que poderia ser a Emily.
CHAMADA ON:
—Alô? – Falei com a expectativa de ouvir sua voz.
—Te acordei amor? – Sorri assim que ela mencionou essas três palavras.
—Não, estava indo para a cama. Que saudade da sua voz, não some mais assim não!
—Ôh amor, eu também estou com saudade, você recebeu a carta já?
—Recebi e obrigada! Obrigada por tudo que escreveu.
—Ei, não precisa agradecer, eu quem agradeço ok? Me conte, como você está?
—Eu estou bem meu amor, tudo aqui está bem, porém sem graça! Algumas coisas aconteceram…
—É mesmo? Me conta tudo! – Ela falou animada, me sentei na cama e contei tudo para ela. Contei sobre o fim de Sparia, sobre o paintball, contei que Aria iria para Islândia e que as meninas ainda não sabiam, contei sobre o jantar em sua casa e todo o resto, até da Paige perguntando sobre ela. —Você não xingou ela?
—Não, fui até educada! – Ouvi sua risada do outro lado da linha e sorri.
—Olha só, merece até um prêmio hein? Lamento por Sparia e pela Aria estar se mudando, mas vamos torcer para que não seja permanente né?
—Sim, estou torcendo. Posso te perguntar uma coisa?
—Claro amor, pergunte.
—Porque citou sua colega de quarto duas vezes na carta? São tão amigas assim?
—Ai meu Deus, eu não sabia que a Hanna deixaria você ler a carta também!
—AAAAAH, ENTÃO EU NÃO PODIA SABER SOBRE SUA AMIGA NOVA EMILY? TÁ ESCONDENDO ALGUMA COISA? – Falei aumentando meu tom de voz e ela riu.
—Você deve estar linda com ciúmes amor!
—Olha Emily, pode parar ok? E me responde!
—Claro que você podia saber sobre minha colega de quarto, só não queria que tivesse essa reação. Não tem motivos para isso, ela me ajuda muito.
—Que bom então! – Falei e um silêncio se estendeu na ligação.
—Senhorita DiLaurentis?
—Que?
—Não precisa ficar assim, meu coração já tem dona ok? – Sorri ao ouvir isso.
—Espero que seja o que eu estou pensando Emily, se não eu te esgano quando chegar aqui. – Novamente ela riu.
—No que está pensando?
—Que sou eu, claro!
—Claro que é você, quem mais seria?
—Ué, vai que sua coleguinha toma um lugar no seu coração ai.
—Óbvio que não, pare de pensar assim ok? Sei que estou longe, mas meus sentimentos só aumentaram por você.
—Os meus também amor, volta logo, por favor.
—Eu volto, quando se der conta, já estarei ai! Preciso desligar, amanhã vou ver se ligo de novo tá?
—Tá bom, se cuida! Beijo minha sereia.
—Se cuida também, dorme bem! Beijo minha princesa.
CHAMADA OFF.
Deitei novamente, sorria sem parar, apertei meu celular contra o peito e adormeci enquanto pensava na conversa que acabamos de ter. Acordei nessa manhã animada, me arrumei e sai de casa rápido, passei no The Brew e peguei apenas um café para tomar no caminho. Hoje não precisava dar carona para as meninas, Spencer pegaria seu carro e daria carona para Hanna. Fui direto para a escola, todas as aulas passaram rápido, no intervalo tudo fluiu de forma tranquila, convidei as meninas para jantarem e todas aceitaram. Sai da escola acompanhada da Mona, fomos ao oftalmologista para que ela pudesse largar os óculos e começar a usar lentes de contato, no começo ela reclamou que incomodava, mas depois nem percebeu a diferença mais. Passamos no salão de beleza e eu pedi para as meninas cuidarem tanto do cabelo quanto das unhas e sobrancelhas dela, esperei todo o processo enquanto lia uma revista e quando ela estava pronta, me chamaram. Ela estava simplesmente linda, eu não podia acreditar no que estava vendo! Abracei-a feliz com o resultado e ela retribuiu meu abraço.
—Mona, você está incrível! – Falei sorrindo.
—Graças a você! – Ela falou.
—Não, eu não tenho nada a ver com isso! Essa beleza é sua!
—Obrigada Ali, por tudo!
—Não me agradeça ok? Eu quem agradeço por confiar em mim!
—Claro que eu confio e quero que saiba que pode confiar em mim também!
—Espero que nossa amizade cresça Mona, espero de verdade! Vamos indo?
—Vamos! – Ela falou sorrindo. Fiz questão de acertar o pagamento no salão, saímos de lá ambas felizes. A levei até a escola para pegar seu carro e nos despedimos. Fui para a casa tomar um banho, me arrumei e preparei minha lasanha para as meninas, estava arrumando a mesa quando a campainha tocou. Elas chegarem todas juntas, me ajudaram a terminar de arrumar as coisas e quando a comida ficou pronta nos sentamos para comer. Comíamos em paz, falávamos sobre nossas aulas, o que tínhamos feito durante o dia e todas ficaram surpresas quando contei sobre a Mona. Me surpreendi quando elas pediram para convidá-la a se juntar ao nosso grupo, fiquei satisfeita com essa atitude e concordei que convidaria. Olhei para a Aria que estava falando menos que as meninas e acho que ela capitou o recado.
—Meninas, eu preciso comunicar uma coisa a vocês! – Ela falou finalmente.
—Aconteceu alguma coisa? – Hanna questionou.
—Não, sim, ai, não sei! Meu pai recebeu uma proposta de emprego! – Aria falou e as meninas ficaram confusas.
—Isso é bom, não é? – Spencer perguntou.
—Então, eu não sei, porque o emprego fica na Islândia. – Ela falou.
—Ai, não acredito! – Hanna falou e me olhou. —Ele aceitou?
—Aceitou! – Aria falou de cabeça baixa.
—E quando vocês vão embora? – Spencer perguntou.
—No fim de semana, eu queria… – Aria falava mas Spen interrompeu.
—E porque não nos contou antes? – Seu tom de voz estava embargado.
—Porque eu não sabia, meus pais resolveram ir essa semana e nos contaram só agora, me desculpem por isso.
—Aria, você não tem culpa, nós entendemos. – Hanna falou e pegou na mão dela.
—Obrigada Han, de verdade. – Aria disse sorrindo fraco.
—Temos que sair para uma despedida, certo Spencer? – Falei olhando-a e notei que ela estava em choque.
—Certo, podemos sair na sexta, que tal? – Ela falou se recuperando.
—Por mim está ótimo! – Hanna falou, Aria e eu concordamos. Ficamos planejando sobre onde ir durante o resto do jantar. As meninas me ajudaram com a louça e depois ficamos na sala jogando conversa fora, falando dos velhos tempos, o clima tava gostoso e era bom ver a Aria e a Spencer interagindo normalmente. Depois de um tempo as meninas foram embora e eu me deitei para dormir, estava satisfeita com o dia de hoje, só faltava uma ligação da Emily para fechar com chave de ouro, mas eu não podia esperar uma ligação todas as noites né? Fechei meus olhos e deixei o sono me alcançar, nem percebi quando adormeci.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.