Jin estava dentro de um bar enquanto tomava um copo pequeno de soju, observando os homens que estavam ali e também o noticiário. Ele estava tentando conseguir informações, mas até então não tinha achado nada. Ele estava frustrado, mas mesmo assim não iria desistir de continuar procurando por mais informações ou alguma pista de seus filhos. Mas sua atenção foi mudada quando Jungkook chegou ao seu lado, ofegante e suado, olhando bem em seus olhos. Jin se virou para si confuso e assustado.
— Jungkook? O que aconteceu? — prontamente se levantou, temendo que algo tivesse acontecido. Seu coração disparou e seus olhos saltaram ao pensar que o pior tivesse acontecido. — Meu Deus, Jungkook o que aconteceu??!! — levantou um pouco a voz, repetindo a pergunta, chamando a atenção de alguns homens daquele bar, que encararam os forasteiros confusos.
— Calma pai. — pediu Jungkook, com calma, parando para respirar melhor. — O Taehyung encontrou alguém que talvez possa nos ajudar. — o mais velho franziu o cenho, confuso.
— O quê? Alguém?? Eu e o seu pai pedimos para que não falassem com ninguém e… — parou de falar quando Jungkook pegou em seu braço e começou a puxá-lo para fora daquele bar. — Jungkook!! — o mesmo parou e olhou para si com aqueles olhos inocentes e confusos. — Por Deus, me diga o que aconteceu!
— Taehyung quer tentar encontrar os meninos com os seus poderes e ele conhece alguém que talvez pode nos ajudar. — soltou o pai e se virou para si, com a expressão mais séria. Jin franziu o cenho novamente e encarou bem Jungkook.
— Tá. Eu não vou nem repetir o que eu e seu pai dissemos a vocês porque já fizeram e seria perda de tempo. — levantou as mãos. — Mas teremos uma conversa séria com vocês dois após irmos para casa. — Jungkook revirou os olhos. — Não revira os olhos para seu pai, Jeon Jungkook.
— Desculpa! Mas podemos ir?? Precisamos ir logo! — falou impaciente. Hoseok e Taehyung estavam com Baekhyun e precisava levar seus pais até lá. Já tinha demorado um bom tempo até encontar seu pai Jin, não poderia demorar mais para encontrar Namjoon e ir até lá.
— Primeiro, quem é essa pessoa? E porquê ele não falou com a gente antes? — foram caminhando. — De qualquer modo, vamos encontrar seu pai primeiro e aí vamos para lá.
— Respondendo sua pergunta, ele é o Baekhyun. — pronunciou seu nome com desgosto. Quando falou o nome do indivíduo, Jin parou de andar e Jungkook bufou, olhando para o pai que olhava para si com o olhar bravo, parecendo indignado. — Pai, vamos!!
— Você disse Baekhyun? — Jungkook assentiu freneticamente com a cabeça. — Byun Baekhyun? — novamente ele assentiu. — O ex-professor do Taehyung e do Jimin?
— Esse mesmo. — confirmou, cruzando os braços e esperando a explosão.
— Aquele que atormentou a cabeça dos meus filhos e era um espião do governo? — Jungkook assentiu e Jin riu, passando a língua no interior de sua bochecha enquanto olhava para algum lugar, assentindo com a cabeça. — Vamos achar o seu pai e iremos diretamente para lá. — passou por Jungkook. Ele estava nitidamente com raiva e Jeon riu ao pensar que talvez o seu pai não teria controle de si mesmo quando encontrasse aquele homem.
Eles andaram mais um pouco e encontraram Namjoon saindo de uma lanchonete com algumas folhas nas mãos. O acastanhado parou quando viu os dois se aproximarem e notou a expressão de raiva de Jin e a divertida de Jungkook. Constatou que os mais novos tinham aprontado e respirou fundo para manter o controle, tinha acordado com o pé esquerdo naquele dia e sua paciência estava quase acabando.
— Namjoon! — chamou Jin, chegando perto do marido. — Nós vamos para um lugar. — segurou no braço do mesmo e começou a puxá-lo enquanto Jungkook os guiava. O Kim mais novo encarou o mais velho confuso, olhando bem para seu rosto. — Seu filho, Park Taehyung, encontrou o ex-professor filho da puta dele e acha que aquele merdinha pode ajudá-lo a encontrar Jimin e Yoongi. — explicou, olhando para Namjoon.
— Que???? — seus olhos saltaram. — Baek-alguma-coisa?! Jungkook!! — olhou com raiva para o mais novo que apenas deu de ombros e continuou seguindo o caminho.
Quando chegaram na casa, Jungkook bateu na porta e logo foi atendido por Hoseok. O moreno passou pelo mais velho e o ruivo sorriu amarelo quando viu os pais com as expressões fechadas, encarando o mesmo.
— Vocês três vão ter uma conversa com a gente depois. — Jin semicerrou seu olhar, fazendo Jung engolir em seco já sabendo que Jin bravo era assustador. — Agora me dá licença. — desviou o olhar e passou pelo filho, olhando a casa. Namjoon entrou logo depois, vendo o filho fechar a porta e dando uma olhada em volta, procurando por câmeras, escutas ou algo de diferente. — Isso está uma nojera. — fez uma careta ao olhar para a sujeira daquela casa e as diversas garrafas de Soju espalhadas em todo lugar.
— Taehyung? — Namjoon chamou pelo mais novo assim que entrou na cozinha e o viu sentado em cima da mesa, com uma de suas pernas ali também, sustentando o seu braço. O menino encarava seriamente Baekhyun, esse que estava sentado em sua frente, na cadeira, no meio da cozinha, com uma expressão assustada e até mesmo confusa. — Baekhyun. — pronunciou o seu nome assim que o viu olhá-lo. Namjoon cruzou os seus braços e endireitou a postura, olhando sério para o acastanhado, deixando sua mandíbula bem à mostra.
— Cadê esse filho da puta? — Jin chega com tudo na cozinha, com os punhos fechados e a expressão séria e brava. Taehyung olhou para o pai e assobiou, virando para Baek e sorrindo de uma forma "inocente", assim como Jungkook que observava encostado no batente da porta.
— Deus tenha piedade da sua podre alma, Baek. — o Park riu, vendo seu professor arregalar os olhos e olhar para Jin. O antes citado foi em sua direção e desferiu um forte soco em seu rosto, fazendo-o virar o mesmo para o lado. Hoseok arregalou os olhos ao ver a atitude do pai. Baekhyun não estava amarrado e nem nada do tipo, mas ele não conseguia sair da cadeira já que Taehyung o prendia com seus poderes.
— Mas que merd… — Baekhyun iria reclamar, mas Jin o cortou com sua voz mais alta ainda, o calando.
— Cala a boca porque você não tem direito de falar nada aqui! — Namjoon olhou para o marido com os olhos levemente arregalados. O homem estava fora do seu limite. — Você machucou meus filhos, mexeu com a cabeça deles e ainda trouxe o governo para essa cidade. Eu passei cinco anos tentando encontrá-los enquanto você transformava essa casa em um chiqueiro e se entupia de álcool! Sabe o que é cuidar de três adolescentes que estão sofrendo com três perdas?! Sabe como é trabalhar todos os dias para sustentar sua família enquanto tenta lidar com o estresse e a melancolia? Sabe o que é se sentir desamparado porque perdeu alguém???? — SeokJin se aproximou do homem, olhando bem em seus olhos. — Você ferrou com a minha vida. Isso tudo foi culpa sua. — disse lentamente e em um tom ameaçador.
Ele estava liberando tudo o que tinha guardado dentro de si para o causador daquilo tudo, bem, um dos causadores.
— Eu? — riu debochado, olhando bem para SeokJin. — Não fale de vida ferrada se não me conhece, Kim SeokJin. — o acastanhado rangeu os dentes.
— Vai querer comparar mesmo em uma situação como essa, Baekhyun?! Já sentiu como é perder um filho?! — o homem por fim ficou calado, não respondendo suas perguntas. — Eu imaginei. Então não queira comparar nada, Baek. Estou pouco me fodendo pra sua vida, pois sei que você preferiu ficar nessa situação. — o Kim olhou para Taehyung e endireitou sua postura, cruzando os braços. — O que você estava pensando em vir aqui??!
— Ele sabe como usar seus poderes e ter mais controle sobre eles. — mexeu os ombros. — Quando descobri quem ele realmente era, ele falou algo sobre ultrapassar seus próprios limites. — Baek ainda encarava o mais novo, em silêncio. — E eu acho que ele vai poder me ajudar a achar os dois.
— Taehyung, você tem que falar pra gente em primeiro lugar! Você sabe que decidimos isso juntos. — Namjoon falou seriamente. — E segundo, ele trabalhava para o governo! — deu ênfase. O Kim finalmente percebeu que o que fez foi uma atitude muito impulsiva e impensada, abaixando a cabeça. — Ele pode nos entregar novamente.
— Eu não trabalho mais com aqueles merdas!! — vociferou Baekhyun, tentando se mexer para sair da cadeira. — MAS QUE PORRA! ME TIRA DAQUI! — Taehyung bastou olhar para si para fazê-lo calar a boca e não conseguir falar mais nada. O mais novo entre todos direcionou seu olhar para Namjoon.
— Ele está falando a verdade. Já olhamos toda a casa e não achamos nada. Ele realmente cortou qualquer tipo de laços com eles. — relaxou o corpo e se sentou direito na mesa, por fim encarando Baek. — Mas ele tem uma dívida com a gente e vai me ajudar querendo ou não. — Byun franziu o cenho.
— Taehyung, é melhor você saber mesmo o que está fazendo porque estou a um fio de pegar aquela faca em cima do balcão e perfurar o peito dele. — Jin falou rápido, de olhos fechados, respirando fundo para se manter calmo. Por precaução, Hoseok foi até lá escondido e segurou a faca, mantendo longe do seu pai.
— Pode deixar, pai. — Taehyung falou sério. — Baekhyun vai cooperar com a gente, não vai, professor? — sorriu para o mesmo, vendo ele apenas ficar ainda mais bravo. Baekhyun então finalmente pôde falar.
— Eu não sei o que vocês querem comigo! Já se passaram cinco anos, mas que merda! — falou irritado. — Me deixem viver. Eu estava quieto antes de vocês… — Namjoon pegou o seu cabelo e o puxou para trás, fazendo ele levantar o seu rosto e encarar em seus olhos. Namjoon o olhava como um leão olha a sua presa. Ele engoliu em seco, com medo.
— Se passaram cinco anos, mas nada vai mudar o que você fez no passado e terá que pagar com isso. Você quer morrer lentamente ou escolhe nos ajudar com sua boa vontade? Sabe, você vai ajudar querendo ou não, mas você decide se vai ser por bem ou por mal, Baekhyun. — rapidamente ele pegou uma faca pequena que estava em seu bolso e encostou no pescoço do outro. — Então?
— Vou te mostrar que ninguém mexe com os filhos dos outros, Baekhyun. — SeokJin se aproximou. Os seus filhos olhavam surpresos, assustados e até mesmo admirados por ver como seus pais eram quando estavam com raiva. Eram incríveis e medonhos!
— Eu ajudo, eu ajudo, eu ajudo!! — repetia com medo, sentindo seus olhos marejados. Namjoon soltou seu cabelo e ele finalmente pôde virar para frente, respirando fundo enquanto sentia o seu corpo trêmulo.
— Ótima escolha. — Namjoon guardou sua faca e então olhou em volta antes de olhar para o filho mais novo. — Como pensa em fazer isso?
— Bom… — respirou fundo e olhou para Baekhyun. — Acho que podemos confiar nele e deixar que ele comande tudo. — os outros assentiram com as cabeças enquanto Baek os olhava surpreso, mas muito desconfiado. Ele se sentia novamente um ratinho preso dentro de uma gaiola com leões em volta, não tinha muito o que fazer naquela situação, apenas cooperar para que tudo isso passe logo para ele voltar a ter a vida normal que estava tendo. — Como começaremos, professor?
— Você, primeiramente, pode me soltar? — Taehyung estreitou os olhos e ele suspirou. — Por favor. — o menino sorriu e então finalmente sentiu controle do próprio corpo, se levantando e vendo Jin e Namjoon ficarem alerta. — Por Zeus, fiquem calmos! Eu não vou fazer nada, não sou burro a esse ponto. Vou apenas me alongar. — negou com a cabeça, se alongando rapidamente. — Pelo que você me explicou, quer ajuda com seus poderes já que acha que pode achar seu irmão e o outro desconhecido lá, né?
— Sim. — disse firme. Baekhyun assentiu com a cabeça.
— De acordo com você, Jimin as vezes conseguia localizar as pessoas, não? — o menino confirmou com a cabeça novamente. — Compreendo. Mas quero que saiba que nenhum experimento é igual, e se isso não der certo, não me matem porque a porra da culpa não é minha!
— Vamos parar de enrolação? — Jungkook perguntou sem paciência alguma, olhando feio para aquele professor.
— Isso não vai ser rápido. — Baek olhou para Namjoon e Jin. — Ter controle dos seus próprios poderes, ainda mais Taehyung, pelo que estudei, vai ser bem difícil e complicado. É preciso muita paciência, mas tudo depende dele. — ele olhou para o mais novo que parecia perdido em seus pensamentos, mas ainda prestando atenção em si.
— Vou avisar Jackson. — Namjoon falou por fim, dando as costas para sair daquela casa e ir achar o amigo.
— Eu vou deixar você ajudar meu filho, Baekhyun, mas saiba que uma gracinha ou um passo em falso eu atiro na sua cabeça. — ameaçou Jin com a voz baixa, olhando com ódio para o professor que apenas assentiu freneticamente com a cabeça.
[...]
— Fecha os olhos. — Baekhyun orientou o mais novo que prontamente fez como mandado. — Respira fundo e tente sentir a energia do seu corpo. — o menino fez exatamente o que o professor falava, sentado no chão, no meio da sala, enquanto sua família estava a sua volta e também mais afastados. — Consegue sentir? — o mais novo assentiu com a cabeça. — Certo, então concentre-se nos objetos a sua volta sem abrir os olhos.
— Eu pensei que tentaríamos me ajudar a encontrar meu irmão e Yoongi. — Taehyung reclamou, com o cenho franzido, fazendo Baekhyun revirar os olhos com a teimosia do garoto.
— Temos que ir por partes, Taehyung. Confia em mim que vai dar tudo certo. — o garoto respirou fundo e voltou a se concentrar. — Consegue sentir cada objeto que está do seu redor? — Park assentiu com a cabeça. — Tente levantá-los sem abrir os olhos e os conduzir entre nós.
— O quê??! — o menino novamente franziu o cenho, confuso. — Eu não sei onde vocês estão, não me lembro! — Baek riu com a lerdeza do mais novo, negando com a cabeça.
— Esse é o ponto. Você vai nos sentir e nos "verá" ainda que esteja de olhos fechados. Faça o que mandei e se errar, tente de novo e faça isso repetidas vezes se for preciso, até se esgotar. — Jin olhou para o mesmo de olhos arregalados, assim como Namjoon.
— O quê?! Nosso filho não vai se desgastar por conta disso! — se alterou. — Ele vai ficar fraco.
— Ele tem que se conhecer, SeokJin. Não vamos conhecer nossos limites se não tentarmos ultrapassá-lo. Taehyung é bom em se controlar e vai saber qual será o seu limite. Deveria confiar nele. — cruzou os braços, observando o Park pensativo no meio da sala.
— Mas e se ele ficar doente? — Hoseok perguntou receoso, com medo.
— Faz parte, de qualquer modo. Nenhum experimento é perfeito, então não é como se pudéssemos fugir disso. — mexeu os ombros. — Aqueles merdinhas sabem como destruir vidas. — falou amargamente. — Tae vai se curar.
— Taehyung, pra você. — o Park o corrigiu, ouvindo sua risada. Então, respirou fundo para tentar manter paciência e levantou os objetos que estavam ao seu lado, mexendo minimamente os dedos e apertando os olhos. Taehyung estava tentando focar na energia de cada um naquela sala e até mesmo dos objetos para identificá-los e também saber onde cada um estava no cômodo. Quando tudo estava indo bem, ele escutou um gemido de Hoseok e rapidamente abriu os olhos, vendo uma das garrafas batendo no rosto do mesmo. — Isso é impossível! — praguejou, olhando para Baekhyun e fazendo os objetos pousarem no chão.
— O impossível não existe. — Baekhyun respondeu sereno, olhando suas unhas enquanto bocejava. — O que está esperando? Faça de novo e se não conseguir, faça novamente! Ande. — o mais novo bufou e revirou os olhos, fechando-os e então tentando se concentrar novamente.
— Podemos conversar lá fora? — Jackson sussurrou para Namjoon, vendo o mesmo assentir e então os dois se retiraram do cômodo em silêncio.
Após Namjoon achar ele e seus amigos, todos foram para a casa de Baekhyun e começaram a observar como o mesmo treinava Taehyung. Tinham dado mais uma olhada na casa inteira, só por precaução.
— Dois saíram, não saíram? — Baek sorriu para Taehyung e confirmou, vendo o sorriso confiante do mesmo em seu rosto.
— O que foi? — Namjoon perguntou assim que fechou a porta atrás de si, olhando para Wang que se encostou em seu carro, com os olhos semicerrados por conta do sol.
— Percebi que o tal "treinamento" do Taehyung vai levar alguns dias. — Namjoon suspirou e se aproximou, colocando as mãos nos bolsos. — Eu dei uma olhada nessa casa, não dá para dormir todos nós.
— O que está querendo dizer? — se encostou no carro do melhor amigo, ao seu lado, olhando para a casa.
— Eu vou voltar pra casa com o Bambam e o Mark, então fica você, o Jin e seus filhos aqui. — olhou para Namjoon. — Não vou deixar as meninas e os outros lá em casa sozinhos sabendo do perigo que corremos. — Kim assentiu com a cabeça.
— Compreendo. — sorriu mínimo e então olhou para Jackson novamente. — Realmente, acho que vamos ficar aqui por uns bons dias. Taehyung parece convencido e bem confiante de que esse professor vai ajudá-lo.
— Sendo bem sincero, por mais que esse cara tenha cooperado para que Yoongi e Jimin sumissem, sem contar a morte do… — engoliu em seco e abaixou a cabeça, mexendo seus pés. — Eu acho que ele pode nos ajudar, principalmente a Taehyung porque ele teve mais experiências naquele laboratório. Ele sabe muita coisa. — Namjoon confirmou com a cabeça. — E ele também parece, de alguma forma, machucado, não sei dizer. — franziu o cenho.
— Talvez, mas isso não vai mudar o que ele fez com a minha família. — cruzou seus braços, olhando sério para a porta da casa. — Se ele conseguir ajudar meu filho a achar Yoongi e Jimin, terá pagado tudo o que fez porque é isso que importa. Consertar o que quebrou.
— Bem, eu confio nele. — Namjoon olhou para Jackson que se desencostava do carro. — Não me pergunte como, eu só sinto que devo confiar nele, mesmo depois de tudo. Bom, tô indo chamar os outros para irmos, ok? Fiquem bem e qualquer coisa é só mandar mensagem. — o acastanhado assentiu com a cabeça, entrando na casa junto com o melhor amigo. Quando entraram, viram os objetos passando pelos outros que estavam, dessa vez, espalhados pelo cômodo.
— Você está indo bem. — Baekhyun elogiou e Taehyung abriu os olhos, sorrindo ao ver que estava evoluindo aos poucos. — Mas ainda tem muito trabalho pra fazer. Não comemore.
— Jin, eu estou indo para casa porque tenho que resolver umas coisas e não quero deixar os outros lá sozinhos. — Jackson sussurrou na orelha do outro que assentiu com a cabeça, olhando para o amigo. — Eu estou indo com o Mark e o Bambam, ok? Qualquer coisa, você já sabe como conseguir contato comigo. — e assim ele saiu e Jin voltou a prestar atenção em seu filho que voltava a fazer os objetos voarem.
Namjoon foi atrás dos amigos junto com Jungkook, vendo eles entrarem dentro do carro e abaixarem a janela. Namjoon se aproximou de Jackson, apertando sua mão.
— Qualquer coisa, não hesite em me contactar. — Namjoon assentiu com a cabeça. — E tomem muito cuidado com as coisas aqui, Namjoon.
— Nós vamos nos cuidar. Façam uma viajem segura. — Jackson sorriu.
— Nem parece que me conhece. — o Kim semicerrou o olhar, o ameaçando. — É claro que vou devagar, idiota! Por Deus…
— Qualquer coisa, se esse mané por vocês em perigo de novo, o queime vivo e grava para mim! — falava Bambam animado, olhando para Jungkook assim como Mark. Os dois sorriam, menos o mais novo.
— Vocês são horríveis! — negou com a cabeça. — Mas eu faço isso. — sorriu e os dois falaram: "é assim que se faz, garoto!". Então, deram um toque de mão e após mais algumas palavras trocadas, foram embora.
— Espero que a casa sobreviva sem a gente lá. — Namjoon suspirou, botando o braço em cima dos ombros de Jungkook. Os dois encaravam o carro se distanciar.
— O Jinyoung e a Rosé estão lá, então vai ter ordem. — comentou e Namjoon concordou com a cabeça, pensando melhor.
— Nem tudo está perdido então. — riram e seguiram para dentro de casa.
[...]
Já tinha se passado três dias e a família ainda estava ali, esperando Taehyung conseguir achar um dos dois e até então, ele estava indo bem em seu "treinamento". Baekhyun, apesar de qualquer coisa, sabia como ensiná-lo e fazia isso muito bem, tendo seu limite, é claro, por conta de Tae que muitas vezes ficava cansado e sem energia alguma.
Na casa haviam dois cômodos, o quarto de Baekhyun e um de visitas que sequer era usado já que o antes citado não recebia visitas de ninguém. Nele há duas camas de solteiro, onde Hoseok e Taehyung dormem enquanto Jungkook fica no colchão no chão após Namjoon fazer questão de comprar. Ele e Jin dormem no quarto principal após Baek insistir, deixando os dois dormindo na cama de casal e, vendo isso, também foi comprado mais um colchão para que Byun dormisse bem, mas na sala. Tudo estava indo bem até então.
Agora todos estavam mais uma vez no cômodo principal, a sala, onde Taehyung estava treinando.
— Baekhyun, eu posso cozinhar? — Jin, que estava sentado no braço do sofá, de braços cruzados e uma expressão séria, se virou para Baekhyun que o olhou até mesmo surpreso.
— Cozinhar…? — Jin assentiu com a cabeça e o outro passou a mão em seu cabelo, suspirando. — Tá. Tudo bem. Eu só não tenho muito para… — Kim rapidamente o cortou.
— Não tem problema, eu vou comprar algumas coisas para podermos comer. Não se preocupe com isso. — olhou para Jungkook. — Quer vir comigo? Precisarei de ajuda. — o mais novo assentiu com a cabeça. — Baekhyun, mais uma coisa. — novamente o acastanhado olhou para si. — Tente deixar essa casa pelo menos um pouco mais limpa para podermos ter uma refeição decente. Nós vamos te ajudar porque está nos ajudando, por mais que não mereça tanto. — sorriu pequeno e saiu dali com o filho, indo até o mercado a pé mesmo já que onde Baekhyun morava não era longe do centro.
— Oras… que abusado. — Baek fez careta e olhou em volta, tendo que concordar com SeokJin sobre a casa estar uma imundície. — Taehyung, podemos continuar depois? É melhor limpar minha casa antes que seu pai volte e resolva me matar.
— Eu te ajudo. — Tae se ofereceu, se levantando e então limpando a roupa. — Eu acho que vai ser mais fácil com a minha ajuda. — Baekhyun o olhou surpreso. — O que foi? Eu sou educado, ok? Vamos começar logo!
Baekhyun, Hoseok, Taehyung e Namjoon começaram a limpar as coisas e no meio disso, teve uma pequena discussão do ruivo com o loiro em que canal colocariam na televisão para assistirem. Namjoon e Baekhyun não trocavam uma palavra sequer, como sempre, apenas ficavam em silêncio absoluto quando estavam no mesmo cômodo. Quando Jin chegou, ele começou a fazer a janta junto com Hoseok e Jungkook enquanto Baekhyun continuava a ensinar Taehyung e Namjoon mexia em algumas coisas em seu notebook. Ele tinha deixado o seu carro estacionado um pouco longe da casa de Baek já que ainda tinha medo de alguém do governo ver aquilo e achar estranho.
— Tá pronto o rango! — Hoseok apareceu na sala, olhando Taehyung de olhos fechados e respirando fundo. Baekhyun olhou para Hoseok e mandou o mesmo ficar quieto, apontando sua cabeça para o mais novo.
— Você sabe onde está seu tio? — Taehyung franziu o cenho, para então abrir com os olhos arregalados, olhando para Baekhyun e sorrindo quadrado, assentindo freneticamente com a cabeça.
— É tão estranho, tão, tão, tão louco! — se levantou animado, fazendo Baekhyun rir de si, cruzando os braços. — Hoseok, eu vi o tio Jackson nitidamente na cozinha de casa, mas eu não conseguia olhar nada em volta, apenas ele e a cozinha, sabia que era a nossa casa. É tão estranho falando em voz alta. — falou para si mesmo.
— O quê? Mas já progrediu assim?! — Hoseok falou animado, olhando para Tae. O garoto tinha treinado o dia todo, todos os dias, mas não achou que ele iria conseguir fazer isso em tão pouco tempo. Mas, bem, estávamos falando de Park Taehyung, um dos melhores experimentos já feitos naquele laboratório, com poderes incríveis e surpreendentes.
— Eu acho que te subestimei muito. — sorriu. — Você viu uma pessoa que está muito ligado, alguém que conviveu com você nesses últimos anos, todos os dias, talvez seja um pouco mais complicado achar Yoongi e Jimin, mas não impossível.
— levou a mão ao queixo, pensando. — Se continuarmos nesse ritmo, teremos encontrado eles rapidamente. Eu também farei mais algumas pesquisas e tentarei pensar em algo para que não faça você ficar tanto desgastado.
— Até que você não é burro. — Hoseok murmurou, olhando para Baekhyun. O antes citado arregalou os olhos e olhou para Hoseok. — Eu não fiz nada! Eu te elogiei. — se defendeu.
— Ei, a comida já está pronta. — SeokJin apareceu na sala ao ver que nenhum dos meninos tinha ido comer, até mesmo Baek. — Vamos logo. — mandou e assim todos foram.
Hoseok correu para mesa, se sentando ao lado de Jungkook. Tae se sentou ao lado de Namjoon, de frente para o ruivo enquanto conversava com o pai e Jin os servia, conversando com Hoseok e Jungkook também. Baek apareceu vindo da sala, observando a família, inseguro e perdido em suas memórias.
Então aquilo era uma família.
Baekhyun sorriu pequeno, observando como eles eram barulhentos na hora da janta. Baekhyun amava o silêncio, mas, talvez, o barulho de uma família junta, sentados para jantar, poderia ser ainda mais agradável e acolhedor. O silêncio, muitas vezes para Baekhyun, era a sua mais pura solidão dizendo que estava ali, presente em sua vida, como sempre.
— Ei, não vai comer? — Jin olhou para o mais velho, vendo Baekhyun assentir com a cabeça e então se sentar na mesa. Jin sorriu mínimo e serviu para o mesmo.
— Obrigado… — agradeceu meio sem jeito, com suas bochechas rosadas. Ele então pegou uma colherada e fechou os olhos ao sentir como era boa a comida de Kim. Ele tinha que admitir que nunca comeu comida melhor que aquela em toda a sua vida.
Nesses três dias, comiam a comida que Jungkook fazia junto com Hoseok ou até mesmo Baekhyun, mas é claro que com o espírito cozinheiro de Jin, ele, alguma hora, iria pedir para cozinhar.
— É bom, não é? — Tae peguntou sem olhar para seu ex-professor, sorrindo enquanto pegava mais comida. — Pai, passa o suco, por favor?
— Sim… muito. — respondeu baixinho, por mais que soubesse que o garoto não escutaria. Byun sorriu e conteve as lágrimas, continuando a comer.
— Depois você vai tomar esses remédios, ok? — Jin deu duas pílulas para Tae, esse que concordou com a cabeça. O Park estava cansado o suficiente para cair na cama e simplesmente apagar imediatamente, mas se esforçava para comer e sabia que teria que tomar aqueles remédios querendo ou não. Elas ajudavam com a fraqueza de seu corpo e também a sua energia, sempre tomava quando usava demais seu poder.
— Você consegue aguentar mais hoje? — o professor perguntou ao gêmeo mais velho. Tae negou com a cabeça e continuou a comer em silêncio, preferindo ficar assim já que não queria gastar mais da sua energia pra nada.
Quando terminaram, Tae tomou suas pílulas e subiu para tomar um banho e dormir. Agora os três mais velhos estavam no quintal de Baekhyun. O antes citado estava fumando enquanto os outros dois estavam bebendo, todos observando o céu.
— Tem algo que queria muito perguntar a você, Baekhyun. — Namjoon iniciou uma conversa, quebrando o silêncio e ganhando a atenção do acastanhado. — Você, quando aconteceu aquela invasão, fez por conta própria tudo aquilo? Sabe, estava bem fazendo o que fez? — Jin levou sua atenção a Baek que encarava os dois.
— Independente da minha resposta, o passado não vai voltar. — tragou o seu cigarro e voltou a observar as estrelas. — Mas respondendo, não. Não queria isso, mas precisava.
— Precisava? — arqueou uma sobrancelha.
— Precisava, para sobreviver. Eu era mantido naquele lugar como um animal sem valor, tendo que aguentar uma coisa na cabeça para que não usasse meus poderes contra eles, como aconteceu no dia em que vocês libertaram os gêmeos. — soltou o ar do cigarro de sua boca, rindo soprado. — Podem me odiar, até porque, também tenho culpa. Eu não neguei, não neguei acabar com a família de vocês. Mas se pensarem pelo meu lado, não veriam muitas escolhas, quase nenhuma. Eu queria ser livre. — Namjoon franziu o cenho e SeokJin respirou fundo.
— Eu não teria coragem de acabar com a vida de uma família. — Jin respondeu grosseiro, sentindo ainda mais raiva depois daquele comentário.
— Você diz isso porque não se encontrava entre a vida e a morte como eu, SeokJin. Não seja hipócrita, todo ser humano é egoísta. — o mais novo se calou e Baek continuou. — Depois do que fiz, o fantasma dos gêmeos me perturba todos os dias. Eu me culpei. Não mereço essa casa, não mereço essa vida, não mereço um lugar para dormir depois do que fiz, eu entendo. — olhou para o casal. — Por isso eu vou fazer de tudo para ajudar Taehyung a encontrar Jimin e Yoongi.
— Está fazendo a escolha certa. — Namjoon falou, vendo o mais velho assentir com a cabeça. — Onde você ficava no laboratório? Nunca te vi lá em todos os anos que trabalhei naquele lugar.
— Você não me via, mas eu via todos. — riu soprado. — Ainda mais as visitas que você e o dono da cara emburrada ao seu lado faziam nos banheiros. — Namjoon arregalou os olhos e Jin começou a tossir ao se engasgar com a bebida. — Isso quando eu não usava aquela merda que bloqueava meus poderes. — Tragou seu cigarro. — Nos fundos, junto com outros experimentos descartáveis.
— Como? — perguntou Namjoon confuso.
— Os mais falhos. Eu sou falho, tenho muitos defeitos e sou fraco. — olhou para Joon e encarou Jin. — Você tá bem? Não é como se eu tivesse dito um absurdo, é normal transar e desestressar às vezes.
— Era algo íntimo nosso, seu… seu… — Jin fechou os punhos, vendo Baekhyun gargalhar de si.
— Jin, não era segredo para ninguém. — sussurrou Namjoon, botando uma mecha de cabelo do marido atrás de sua orelha, admirando seu rosto e sorrindo bobo.
— Há uma grande diferença entre saber e ver, Namjoon. — revirou os olhos. — Você não ouse entrar nas nossas cabeças e nem dos meus filhos novamente, Baekhyun. — o outro levantou as mãos, em rendição.
— Eu não irei, SeokJin. Fique tranquilo. — sorriu e olhou para as estrelas novamente. — Só quero viver normalmente, consertar os erros do passado e ficar de bem comigo mesmo. Conseguir dormir de noite… — suspirou. O clima ficou tenso depois disso, fazendo o silêncio reinar por ali durante alguns segundos antes de SeokJin cortar ele.
— Agradecemos pelo que está fazendo pelo Tata. Ele parece mais confiante depois de treinar com você. Realmente, é melhor com alguém que conhece essas coisas e tem experiência. — Baekhyun olhou para ele e riu. — O que foi? — franziu o cenho.
— Você me agradecendo. Acho que Jesus vai voltar, deixa eu ver! — colocou a palma sobre os olhos, semicerrando os mesmos enquanto tentava enxergar algo no céu. Recebeu um tapa leve o braço, o que fez os três dali rirem.
— Eu só tô te agradecendo, não somos amigos ainda. — empinou o nariz. — Só está fazendo o mínimo.
— Vou me sustentar com as migalhas, por enquanto. — riu, apoiando suas mãos atrás de seu corpo e não deixando de olhar as estrelas. — Sobre os gêmeos, quando eu estava na cabeça deles pude entender o porquê eles tanto querem os dois. — de imediato ganhou a atenção do casal. — Eles são extraordinários e a energia deles… como dizer? É tipo: uau.
— Temos bem noção disso. — Namjoon sorriu fechado e segurou a mão de seu marido.
— Eu os admiro por aguentar isso tudo. — Baekhyun suspirou. — A energia é tão grande que isso acaba com o corpo deles, mas eles, de alguma forma, conseguiram usar isso também para curarem a si próprios. Não é incrível? — os dois franziram os cenhos, confusos. — Oh, vocês não sabiam. — disse surpreso.
— O próprio poder deles os mata? — Namjoon perguntou confuso, vendo Baekhyun assentir. — Céus, isso explica muita coisa! — falou assustado, se desesperando ao pensar demais.
— Pode não parecer, mas eles usam seus poderes quase o tempo todo para se manterem em pé. Sério, realmente é incrível ver como eles estão vivos até hoje. O governo não está atrás deles por nada, Namjoon. Os dois realmente são algo muito poderoso.
— Eles não vão botar as mãos em meus filhos! — Jin vociferou, com raiva.
— Temos que acabar com aquele laboratório… — comentou Namjoon, com a expressão séria. Baekhyun olhou para o mesmo e sorriu, levando o cigarro a sua boca.
— Quando forem fazer isso, me convidem. Eu quero poder acabar com eles. — os dois olharam para o mesmo. — O que foi? Eu quero vingança! — riu sem humor.
— P-Pai… — quando ouviram a voz baixa de Taehyung, os três olharam para a porta, vendo o menino escorado ali, quase caindo. — E-Eu… — sorriu torto, caindo no chão com tudo enquanto o seu rosto estava pálido. Os três correram até o mesmo e pegaram Tae no colo, indo até o sofá as pressas.
— Filho? Taehyung!?? — Jin tentava chamar a atenção do mais novo. Tae estava tentando regular a respiração enquanto olhava para o teto, fechando os olhos algumas vezes e então rindo, deixando que lágrimas caíssem de seus olhos, assustando os demais.
— Tae?... — Namjoon perguntou confuso, segurando o rosto do menino para ver se ele estava bem. Taehyung começou a chorar ainda mais alto, levando a mão trêmula para a sua boca enquanto sentia seu coração batendo rápido em seu peito.
— Água, por favor!! — pediu SeokJin a Baek, esse que correu até a cozinha. — Filho, fala com a gente.
— E-Eu achei ele… — disse entre lágrimas, deixando soluços escaparem. O seu corpo estava doendo e ele sentia sua visão um pouco turva. Quando falou isso, seus pais sentiram os corações falharem uma batida e simplesmente pararam de se mexer, olhando para o Park. — E-Eu achei o Guinho!! Eu finalmente achei ele, pai! — Tae comemorava, mas ainda se sentindo incapacitado de se levantar e fazer algo. Ele tinha usado muita energia enquanto estava procurando os dois. Não tinha achado seu irmão, mas conseguiu achar Yoongi e isso já era um começo e eles estavam cada vez mais perto de se tornarem completos.
Namjoon e Jin se encararam com os olhos arregalados e Baek parou no meio do caminho, com o copo cheio de água em sua mão. Jungkook e Hoseok desceram com seus cabelos bagunçados e as expressões preocupadas já que tinham escutado o choro do mais novo. Eles encararam todos ali confusos, aproximando-se do Park aos poucos. Taehyung sorriu entre lágrimas e olhou novamente para os pais.
— Eu sei onde o Yoongi está!
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