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História Faint - Fight For Us - História escrita por Iris_Bella - Spirit Fanfics e Histórias
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História Faint - Fight For Us


Escrita por: Iris_Bella

Notas do Autor


gente, fiquei sem wi fi, pensem no meu desespero
boa leitura sz
OBS: novidades no capítulo

Capítulo 47 - Fight For Us


Fanfic / Fanfiction Faint - Fight For Us

 

• Point Of View - Brian Edwards

Tirei meu capacete e deixei a minha moto prateada parada ao lado de um prédio antigo e desgastado pelo tempo. Entrei na viela escura que tinha ali na direção esquerda e aperto a jaqueta de couro preta no meu corpo olhando por cima de meus ombros, ninguém havia me seguido, nem mesmo Bieber. Tenho certeza que ele me viu próximo a casa da Melanie, agora isso não era um problema.

Ando em direção a uns cara altos, estavam parados de braços cruzados no fim da viela. A vigilância do local estava rígida e eles estavam com os olhos atentos em quem entrava e saia das ruas. Fiz um sinal com a cabeça e passei por eles sem nenhum problema, afinal, eu já estava conhecido aqui faz um tempo. Desci o lance de escadas que me levava ao subsolo e o som da música estava abafado, se aproximando a medida que eu caminhava.

A boate Red, tinha luzes vermelhas por todo o lado, que óbvio.

Estava cheio de putas seminuas se esfregando nos homens e pegando notas de cinquenta dólares sem ao menos ver de quem estava vindo. Algumas pessoas estavam se drogando em um canto, fumando maconha em outro, se beijando, bebendo em suas mesas, rindo descontroladamente. Era o verdadeiro inferno debaixo da terra, o lugar do desejo, pecado e prazer.

Aquele puteiro estava lotado hoje, aqui em Atlanta só possuiam poucas delas, ficavam bem escondidas entre as ruínas das casas e prédios por conta do fluxo de drogas e das armas. Poucas pessoas tem acesso à aquele lugar e apenas soube da sua existência por conta de Trevis. Não podia negar que ele era um dos mais espertos negociadores de drogas que já conheci, ele era ajudante e pau mandado de alguns barras pesadas.

Mas ainda era um pirralho intrometido de dezesseis anos.

— Ei, Brian. — senti alguém me parar no meio do caminho com a mão no meu ombro esquerdo. — O que está fazendo aqui?

— Não devo satisfação pra ninguém, você sabe disso, não sabe Trevis? — lancei um olhar pra ele que o moleque se encolheu mas não foi capaz de conter sua curiosidade.

— Ah qual é? — ele veio me seguindo. — Não vai mesmo me dizer porque veio aqui? De duas uma; ou você veio se relaxar de algum momento de raiva ou veio comemorar. 

— Porra, porque não vai encher o saco da Kristen? — rosnei sentando-me no banco do bar e o olhando sério para ele saber que não estava afim de conversas. — Só falta você me dizer que ela está aí no meio dessas putas dançando pra esses velhos.

— A minha deusa não é desse tipo.

Claro, ela é de um tipo muito pior, pensei.

Ele sentou ao meu lado pedindo as bebidas mais fortes que tinham ali, o garçom nem se importou com a sua idade. Trevis bebia muito mais do que as pessoas que podem, de vez em outra ele reclamava de dor no fígado, eu imagino o motivo. Peguei a shots que o cara de trás do balcão colocou na minha frente e virei-a com tudo, minha garganta nem se deu ao trabalho de doer de tão ansioso que eu estava começando a ficar com meu plano. Meus pensamentos se alastraram e eu só conseguia pensar em Melanie sendo minha, apenas minha e de ninguém.

O pensamento era maravilhoso, certo, correto, mas ao mesmo tempo tão insano. E eu gostava disso. Quase sorri senão fosse por Trevis novamente no meu campo de visão, tinha até esquecido que ele estava aqui na minha frente com aquela cara de idiota que sempre teve.

— Você não tinha que estar fazendo dever de casa, fedelho?

— Eu só quero saber porque você está se embebedando aí Brian, você sempre está com raiva então não sei quando está feliz com alguma coisa e...

— Você é chato pra caralho, sabia? Não estou afim de ter que te aturar até o fim da noite. — rosnei segurando a gola de sua camisa mas logo me contive, afinal, que mal faria se eu compartilhasse meu feito de mais cedo para ele se era uma coisa satisfatória pra mim? Sorri e me afastei soltando seu pescoço, ele massageou o mesmo com os olhos arregalados. — Eu vou contar porque foi uma coisa boa, se fosse coisa ruim pode ter certeza que você nem estaria aqui falando comigo.

— Você parece a Kristen falando. — olhei fulminante pra ele, odiava que me comparassem com outras pessoas, principalmente com ela que estava ficando cada vez mais diferente de mim. Eu sou único. — Mas me diga o motivo de estar feliz, pelo visto, isso tem a ver com o Bieber.

— É Trevis, o cerco está se fechando para um certo casal e eu estou adorando participar disso. Isso me deixa animado, entende? E um pouco orgulhoso de mim mesmo. — cerrei os olhos virando a cabeça um pouco para o lado. — Ben Portman não sabia de nada então fui em sua casa, nos conhecemos e contei a história de amor entre Melanie, sua querida filha, e Bieber.

— Você contou ao pai dela? — ele perguntou surpreso e coçou atrás da nuca parecendo confuso. — Eu pensei que todos sabiam do namoro dos dois... Cansei de saber pelos corredores que Melanie enfrentava Kristen, coisa que ninguém se atrevia a fazer. Aquela ruiva gostosa teria te expulsado a chutes se tivesse visto você lá, com toda a certeza.

— Talvez.

Não podia negar que Melanie era bem esperta, nervosinha e raivosa, faria de tudo pra me tirar de sua casa caso soubesse que eu estava lá. Principalmente agora que eu sei que ela está com medo de mim e é engraçado. Eu sinto o cheiro do medo dela pairando de longe quando meu nome é pronunciado. Iria usar isso como uma vantagem.

— Espera. — ele cruzou o cenho analisando o que eu tinha dito antes. — Se você estava lá na casa, aonde ela estava nesse momento?

— Ela tinha saído com Bieber e uns amigos pra uma orla aqui perto. Eu vi quando eles saíram e aí foi a deixa pra mim, estava tudo se encaixando perfeitamente. — falei amador com um gosto doce de vingança nas palavras, relembrando. — Eu pensei que o pai dela sabia, mas quando vi que ela fugia pela janela eu deduzi tudo. Quando contei, o pai dela estava tão furioso que eu senti vontade de tirar uma foto e mandar entregar pra Melanie mas pensei bem e não o fiz. Ela iria ver de perto a fúria de seu pai. Então fiz questão de dizer aonde eles estavam, já que fiquei do outro lado da rua da casa dela observando sua janela por horas e observando o momento em que Bieber e Christian chegaram pra buscá-la. Já tinha visto outras vezes que ela costumava fugir por ali ou Bieber entrava por ali.

A última parte pronunciei com repulsa, não pude evitar. Ver aquilo fazia meu sangue ferver nas veias mas tive que me controlar. Afinal, pra tudo começar eu precisava de controle.

— Você é uma espécie de cara bem louco e possessivo e olha que ela nem te beijou, imagina se tivesse beijado...

Ele deixou no ar, poderia ter dado um murro nele para engolir suas palavras mas o que ele disse me chamou mais atenção, me fez parar e pensar.

Louco e possessivo.

Louco, eu? Eu não sou louco, isso não tem nada a ver com o que eu faço. Eu só quero o que é meu por direito, ela. Possessivo? Convenhamos, eu não sou assim nem fodendo. Melanie é minha e isso não é uma possessão. Desde quando observar sua janela é algo desse tipo? Ri de canto e viro o gole de uma vez, pedindo outra.

— Você está com sorte que estou com muita paciência, mas acabou seu tempo. Agora vai embora daqui e me deixa sozinho. — aviso vendo ele revirar os olhos e se levantar sem muita vontade. 

— Vou voltar pra perto dos outros chefias, fazer o quê? Até amanhã no colégio, Brian. — então ele se foi em meio da multidão.

Eu sabia que Trevis contaria tudo a Kristen, porque ele é um fofoqueiro muito filho da puta. Mas eu queria que ele contasse, caso Kristen ainda sentisse algo por mim, espero que esse sentimento morra logo. E deixando bem claro que eu quero a Melanie, ela pode começar a colocar isso em prática.

Ao meu lado algumas garçonetes passaram com suas bandejas piscando para mim, passei a mão no queixo e fitei seus belos par de pernas. Seus seios pulavam no decote de couro clamando por minha atenção, elas sorriam para mim.

Em seguida, sumiram do meu campo de visão e eu fiquei um tempo ali ainda bebendo mais alguns copos, ainda não tinha perdido a consciência total. Estava sóbrio o bastante para notar que uma garota de cabelos médios e loiros, sentou no banco ao meu lado pedindo uma dose de vodka. Enquanto a música tocava, observei seu corpo de cima a baixo a medindo com meus olhos cautelosamente, enquanto ela esperava sua bebida. Observei seus movimentos, os dedos se embolavam na borda do vestido olhando para todos os lados, como se estivesse nervosa. Seus trajes eram comportados comparados ao resto das mulheres que dançavam nos postes de polly dance. Ela parecia jovem demais pra estar num lugar como esse, mas reparei que a loira tinha uns peitos incríveis em seu decote e descartei a hipótese. Desviei meu olhar e tomei minha bebida de uma vez apoiando os braços no balcão e apenas esperei alguns segundos para que ela abrisse a boca.

Cinco, quatro, três, dois...

— Você está sozinho aqui?

Meu sorriso se alargou amador sem que ela veja, e desfiz o mesmo rapidamente e olhei pra ela, vestindo a minha outra face.

— Não tenho outra opção. — respondi amigável. — E você está?

— Estava com uns amigos, mas eles estão lá com algumas prostitutas. — ela falou com desdém, encarei a doçura de seus olhos pretos, mas nada comparado aos azuis de Melanie. Os olhos azuis de Melanie me deixavam encantado, nada se igualava aos dela.

— O meu caso é que, tomei um pé na bunda da minha namorada faz um tempo e agora estou assim. — menti, erguendo meu copo. Ela ficou me olhando dos pés à cabeça. — Seus amigos não deveriam deixar você sozinha em uma espelunca dessas, princesa.

— Na verdade, eu que os deixei lá, não queria mais ouvir eles falando no meu ouvido e resolvi vir pra cá me acalmar um pouco. — deu um pausa e logo continuou. — Então estou sozinha.

Sozinha? O que ela acabou de me dizer foi perfeito pra eu pensar em várias coisas, notei que ela seria meu brinquedo da noite e sorri gentilmente para a garota.

— Podemos fazer companhia um ao outro já que já estamos aqui sozinhos, aliás não tenho nada a fazer, apenas beber. — estendi minha mão para a loira, que olhou desconfiada mas apertou. — Qual seu nome?

Anneliese. — ela respondeu toda delicada apertando minha mão e eu senti a maciez de sua pele branca como a neve. — Anneliese Malette.

— Prazer Anneliese, meu nome é Brian. Brian Edwards.

— Brian. — ela repetiu e bebeu mais um pouco de sua bebida, sem tirar os olhos de mim. Fiquei a encarando, talvez mais tempo do que eu posso olhar. Mas não estava a admirando, estava apenas analisando seus traços faciais para não me esquecer do seu rosto amanhã. E algo me surpreendeu, ela me lembrava alguém que eu conhecia mas não sabia quem.

— Você tem uma bonita voz.

Bonita voz para estar gemendo meu nome daqui a pouco, pensei. A loira sorriu com o elogio.

• Point Of View - Melanie Portman

— Então Justin é o rapaz que você ama, Melanie?

A porta do carro dele foi fechada com uma força tão grande que me assustei. Eu tinha perdido a voz e permaneci imóvel atrás de Justin, sem acreditar no que estava vendo. Meu pai veio caminhando em nossa direção devagar e parou em nossa frente, ficando a poucos centímetros de nós. Próximo o suficiente para deduzir o que se passava diante de seus olhos, o olhar que já presenciei antes. Furioso, irado, irritado, repulsivo e indiferente. Mas agora parecia pior, com uma pontada de traição. Sr. Ben permaneceu o encarando intimidador, mas Justin não pareceu se abalar até porque estava fazendo o mesmo.

— Fiz uma pergunta, não vai me responder?

— Ela não ama sozinha, eu a amo de volta. — respondeu Justin.

— Então é assim? O rapaz, filho de Pattie, estava com a minha filha esse tempo todo? — deu um riso de canto desdenhoso. — Debaixo da minha casa?

— Me dê dez minutos.

— Como pude ser tão cego ao ponto de não notar nada em vocês dois? — ele ignorou o que Justin disse e sibilou com fúria, encarando rapidamente nossas mãos entrelaçadas com indiferença. — São dois mentirosos, dissimulados e descarados.

Até então Justin estava calmo, mas percebi que ele se sentiu incomodado com a acusação de meu pai, pois sua mão estava começando a suar na minha, seu maxilar trincou e aquilo não era um bom sinal. Eu estava começando a temer o que poderia acontecer daqui em diante entre nós três. Não queria soltar a mão de Justin por nada. Agarrei seu braço, mas não sabia exatamente porquê; talvez eu esteja com medo do que meu pai poderia fazer comigo, ou talvez esteja segurando o braço de Justin caso ele queira entrar em uma luta de socos e chutes com meu pai. Mesmo que eu tenha certeza que Justin não ficaria com a segunda opção, continuei o segurando.

— É, realmente, não acho que tenha sido cego. — o louro sorriu um pouco rapidamente como se algo nostálgico estivesse passando por sua mente. — Apenas tomamos cuidados com seus olhos. Eu já disse que quero apenas dez minutos, ou até menos do que isso.

— Acha mesmo que eu quero uma explicação de qualquer um dos dois?

— Deveria querer. — Justin respondeu sério, mas um sorriso de canto brotou em seus lábios e eu lembrei desse seu lado debochado que ele adorava acender quando estava irritado. Mesmo que não seja hora pra esses tipos de pensamento, ele estava fodidamente tão gostoso.

Tive que me conter e esquecer que Bieber é o foco. O foco está aqui na minha frente parecendo um cão bravo querendo nos atrocidar de ira. Quando me dei conta meu pai estava com os punhos cerrados, respirando com força. Ele passou a mão no cabelo grisalho e nos olhou bem atentamente.

— Melanie, venha para meu lado agora. Você vai pra casa comigo.

Os dois não paravam de se encarar fulminantemente como se desejassem a morte um do outro, não pareciam os mesmos que haviam se conhecido ou conversado com toda aquela simpatia de antigamente. E aquilo, era tudo muito estranho.

— Melanie, agora. — me despertei, e deduzi que pela primeira vez na minha vida eu estava com medo do meu pai e não queria chegar perto dele.

— Mel, vá... — sussurrou Justin acariciando a palma da minha mão com o polegar e eu franzi as sobrancelhas para ele.

— O que? — balanço a cabeça. — O que quer dizer com isso? Eu não quero ir, olha como ele está transtornado.

— Não se preocupe, vá pra casa. — levantei minha cabeça para encarar seus olhos que agora pareciam escuros e sinceros, mas tristonhos. — Não esquece o que eu disse sobre as janelas fechadas, sempre fechadas.

— Tudo bem, eu fecharei. — digo um pouco trêmula e ele toca um lado da minha bochecha com o dedão e me beija, um selinho demorado e sutil de despedida. Logo ele se afasta e eu o puxo de volta para mim. — Justin, espera.

— O que foi?

— Estamos encrencados? — um sorriso pequeno surge em seus lábios, por uns segundos ele me parece divertido.

— Confia em mim? 

— Confio. — murmuro.

— Já acabaram? — escuto a voz carrancuda do meu pai e logo ele envolve seus dedos no meu braço e eu me sinto guiada para trás dele com certa força me fazendo resmungar, ele me puxou como se Justin fosse algo perigoso para se estar perto de mim. — Fique quieta atrás de mim ou vá para o carro.

— Eu não quero ir à lugar nenhum com você, pai.

Ele me ignora.


              — O que há de errado Sr. Ben? Nada que fizer ou falar vai fazer com que nós paremos de nos amar, será que não vê isso? Tudo envolve um motivo, e tivemos que esconder esse namoro por meses, porque simplesmente você começou a namorar a minha mãe. — Justin implica visivelmente irritado e meu pai lançou um soco em direção a seu rosto, me assustando. Solto um grito histérico e espantado, eu não esperava por isso.

Justin pressionou os punhos contra o capô do Audi. Ficou um tempo assim recobrando o fôlego ou talvez controlando sua vontade de revidar, no final das contas se controlou. Tentei me aproximar dele mas meu pai me impediu, me lançando um olhar matador. Quando olhei preocupada para Justin de novo, ele já estava de pé passando a mão por seu cabelo dourado. Estava com dois riscos de sangue no canto dos lábios. Ele encarou meu pai.

Sorriu, com repugnância.

— Eu amo a sua filha e ela me ama também, fim de história.

Ver Justin enfrentando meu pai por minha causa, poderia me arrancar sorrisos e suspiros mas eu estava desesperada, esgotada, com medo, triste, praticamente irada. Fechei os olhos os cobrindo com as mãos impedindo que as lágrimas despencassem. Toda aquela briga me doía tanto dentro do peito, não deveria ser assim.

— Não repita o que disse, garoto. Você está querendo colocar minha filha contra mim e você não sabe o que eu posso fazer. — rebateu friamente com os dentes cerrados.

Eles estavam gritando inúmeras coisas em seguida que entraram em minha cabeça como vozes distantes. Aquilo estava me torturando, senti como se estivesse prestes a explodir. Ouvi coisas aleatórias, coisas como:

Faça o que quiser Sr. Portman...
             Você é tão diferente da sua mãe.

Isso não é uma ameaça, é um lembrete...
              Ela é minha filha...

— Chega disso pai, não quero que encoste mais um dedo no Justin! — me intrometo o enfrentando, chego no meu ponto extremo. — Não me lembro do tempo em que resolvia as coisas na violência, o que custa escutar o que temos a dizer por apenas dez minutos? Sei que fizemos errado em esconder, mas isso já está passando dos limites. Não precisa de tudo isso. Já chega.

— Você não pode falar de limites pra mim Melanie, seria a última a exigir algo disso. — sua voz abaixou, mas ainda estava um tom irritadiço. — Uma das coisas que eu mais odeio é mentira e você sabe muito bem porquê, principalmente por alguém que é bastante próxima de mim. E você, você é minha filha e me conhece como ninguém. — ele olhou pra mim de um jeito sentido. — Eu nunca imaginei, você me decepcionou tanto com essas mentiras, namorando com o Justin debaixo do meu teto enquanto eu acolhia os dois. Vocês fingiam ser amigos, quase irmãos... Aceitaram ir junto comigo e com Pattie para Charleston, a fim de quê? Pra namorarem pelos cantos? Fazer coisas erradas longe de nós?

— Acertou em cheio. — murmurou Justin com amargura, fazendo meu pai olhar feio para ele.

— Eu sempre fiz coisas erradas. — falei com a voz um fiasco, estava odiando essa fraqueza, estava esgotada de chorar por isso. — O que temos demais, pai? Somos apenas pessoas namorando, firmes um com o outro. Felizes. E queremos ficar juntos.

— Eu estava pensando em perdoar você por ter namorado escondido por meses e não ter me contado, mas então uma pessoa me diz que você está namorando com Justin, eu juro que não acreditei. Tive que segui-los para comprovar e aqui está a resposta. — riu com sarcasmo e eu prestei atenção em apenas uma parte, cruzei o cenho.

— Uma pessoa disse que estávamos namorando?

— Isso não interessa agora. Os dois mentiram pra mim da pior forma possível, talvez até pra Pattie. Melanie, não posso tolerar mais que você faça erros em cima de erros por mais que seja jovem, isso não justifica.

Quem diria algo pra ele? Aquilo martela na minha cabeça e aposto que na de Justin também.

— Então o que quer que eu faça? — balancei a cabeça e sorri, as lágrimas brotaram nos meus olhos pois a visão embaçava. — Se quiser posso sumir da sua vida agora mesmo, assim não faço coisas erradas perto de você se é o que tanto incomoda.

— Pode ser, assim você para de trazer problemas pra casa.

Permaneci calada, estava sem acreditar que meu pai tinha dito aquilo de maneira tão fria e áspera. Dizem que quando as pessoas estão com a raiva no nível extremo ou quando o álcool já subiu para sua cabeça, as coisas que você realmente pensa são liberadas sem que você perceba. E é verdade. Coisas que são verdade que você não é capaz ou não tem coragem suficiente de dizer em sanidade. E essa briga foi apenas um empurrão para isso, um cutucão para essa realidade. Como se meu pai estivesse na beirada de um abismo prestes a pular.

Engoli o choro. Meu pai apenas ficou me encarando e respirou fundo vindo em minha direção. Recuei dando passos para trás.

— Me perdoe Melanie, eu não quis... Não quis dizer isso, minha filha.

— Não diga nada, eu já tenho o que queria saber. Agora quem não quer mais sou eu, ok? Estou cansada disso tudo e obrigada por desabafar o que pensa sobre mim, que sou um problema. Tudo bem, eu entendo. Até porque foi sempre isso que eu fiz a minha adolescência inteira, causar estragos e ser expulsa de colégios. Talvez você devesse ficar um tempo sozinho, pra se despreocupar das coisas e principalmente da sua filha.

Sorri rapidamente sem nenhum traço de animação no rosto.

— O-o que querendo dizer? — gaguejou.

Encarei os olhos castanhos de Justin do outro lado, me fitando como se soubesse o que eu ia fazer. E ele sabia. Os faróis do Audi estavam ainda acesos iluminando o asfalto e então fui para o lado de Justin. Ele alcançou a minha mão com a sua e a apertou.

— Ela virá comigo, Sr. Portman.

— Preciso ir para outro lugar. Eu já tomei minha decisão e é com Justin que vou ficar.

Nossas mãos continuavam entrelaçadas então eu percebi que nossas almas pertenciam uma a outra e que não precisava de mais nada. Apenas dele. 

— O que? Melanie, o que está fazendo? — dei a volta no Audi cruzado no meio da pista e suspirei demonstrando frieza antes de responder.

— Até outro dia, pai.

• Point Of View - Justin Bieber

— Até outro dia, pai.

Então a porta se fechou com o orgulho dela, eu via a dor nos olhos de Ben assistindo aquela cena. Aliás, mesmo com toda sua raiva ele ainda era um ser humano com sentimentos. Ele ama sua filha e a tensão tomava conta de sua expressão, o pânico de ficar sem a Melanie. A única filha que ele tinha.

Eu sabia que estava sendo difícil para ela também, e como estava. A coisa mais frustrante que existe é brigar com seu pai ou sua mãe. No meu caso era Pattie que antigamente discutia comigo sem motivo, ela dizia coisas que magoariam até um robô, jogando responsabilidades pra cima de mim, me repreendendo por coisas desnecessárias. O fato era que eu sempre me desentendia com ela, mesmo assim eu a amava muito. Ainda amo. E quando brigávamos, uma cratera de vazio se abria no meu peito deixando um grande vácuo, eu sabia exatamente como Melanie estava se sentindo e era horrível não poder fazê-la ficar bem de uma vez.

Dei as costas e fui em direção para o lado do motorista já que não tinha mais nada a se fazer ali, até ouvir a voz do Sr. Ben novamente chamar por meu nome.

— Justin. —  virei-me para ele, já estava perto da porta estranhando seu tom calmo, diferente de minutos atrás. — Eu... Eu só quero que diga pra Melanie que quando ela quiser, estarei a esperando voltar pra nossa casa. — ele parecia mais controlado, o olhei de cima a baixo. — Cuide bem da minha menina.

— Cuidarei, como sempre cuidei.

Então ele caminhou de volta para sua Range Rover e deu partida para longe dali, fiquei olhando o carro dele partir pela estrada. Abri a porta do carro e assumi o volante girando a chave na ignição iluminando todo o painel. Melanie continuava inexpressiva encarando seus dedos, então eu não sabia o que ela estava sentindo agora. Olhei pra ela, estava preocupado com seu estado. Sempre fui acostumado em vê-la rindo de qualquer coisa e agora vê-la desse jeito me deixava um pouco atordoado, preocupado, não sei ao certo mas queria, precisava, necessitava do seu sorriso novamente estampado no rosto.

— Sabe? — dei de ombros desistindo de ligar o carro. — Não estou querendo fazer a situação ficar mais fácil, mas já passei por isso com Pattie. Ela já disse absurdos e no final de tudo descobri que é momentâneo. — digo e ela passa a me olhar prestando atenção com seus olhos azuis celestes brilhantes. — Ele não estava em um momento bom quando disse aquilo.

— Não me olhe assim Justin, como se... — ela virou o rosto envergonhada.

— Como se?

— Como se estivesse com pena de mim.

— Isso é sério? — dou um riso fraco trazendo seu rosto de volta para me encarar, com a ponta do meu dedo indicador. Afasto uma lágrima que ameaçava despencar por sua bochecha. — Eu só quero te ver bem, te ver feliz.

— Eu só queria ficar com você, Justin. Nada mais. Qual o problema disso? — ela fungou e eu achei aquele momento engraçado, seu nariz vermelho e fofo.

— Eu também, olhos azuis. — murmurei com um sorriso fraco. — E bom... Estou até concordando com seu pai, você é um grande problema. Levei até um soco por sua causa e é a primeira vez que vale a pena levar um soco. 

Ela riu fraco limpando a lágrima do rosto rapidamente. 

— Eu acabei de ter a pior briga da minha vida com meu pai, e você me faz rir com um comentário desses. — ela faz careta. — Considere isso como algo raro.

— Te fazer rir em momentos como esse? — ela assentiu. — Eu preciso do seu sorriso pra sorrir também, simples assim.

Ela acalenta meus lábios com o beijo, mas o beijo não vai muito além. Eu gemi baixo devido a dor e ela se afasta, como se não quisesse me machucar.

— Temos que cuidar disso e... — ela para de repente fitando-me por uns segundos. — A propósito Justin, o que ele disse a você antes de ir embora? Vocês ainda trocaram algumas palavras, consegui ver.

— Nada demais. — passei a língua no lábio inferior ainda com gosto metálico de sangue, não queria dizer aquilo pra ela agora. — Mas eu tenho a certeza de uma coisa, seu pai vai vir atrás de você e é uma questão de tempo.

— Como tem certeza? Ele acha que sou um fardo pra vida dele. — ela disse encarando-me com incredulidade. — Ele nunca mais virá atrás de mim depois dessa traição toda, ele não quis nem nos ouvir.

— Confia no que estou falando, ele virá atrás de respostas. — murmurei e ela permaneceu pensativa, com o silêncio do carro. — Acho que até eu de longe consigo ver que você pode fazer as piores coisas, mas seu pai sempre vai amar você.

— Você acha mesmo que meu pai vai impedir de ficarmos juntos? — ela murmurou e eu desviei o olhar do dela.

— Seu pai pode tentar, mas eu não vou deixar. Já chega de pessoas tentarem nos destruir.

Liguei o carro novamente e pisei no acelerador e fomos em direção à minha cobertura pelas estradas escuras e desertas, na beirada das onze horas da noite.

• Point Of View - Melanie Portman (23h51 PM)

— Ai. — gemeu Justin fazendo uma careta de dor enquanto eu cuidava de seu machucado. — Será que dá pra ser mais delicada?

— Shhhiu, se você ficar se mexendo vai ser pior então quer, por favor, colaborar?

Ele ficou quieto me olhando fixamente como uma criança obediente, pude imaginar minhas bochechas ficando vermelhas.

— Para de me olhar.

Ele riu fraco e tirou alguns fios ruivos do meu rosto. Gotículas de água pingavam por sua testa devido o cabelo molhado pelo banho de minutos atrás, ele continuou quieto mas brincando com meus cabelos. Seu rosto tinha uma expressão calma e serena, Justin agora parecia tão inocente, indefeso e precioso. Não me perdoaria se meu pai tivesse feito algo pior com ele.

— Me desculpe, eu não deveria ter deixado meu pai ter feito nada com você. Eu juro que tentei impedir mas foi tudo tão rápido que...

— Ei, o que é isso? Não se lamente. — ele segurou minha mão ordenando-me parar e encarar profundamente seus olhos castanhos claro. — Não foi sua culpa, está me entendendo?

— Mas eu sinto como se fosse.

— Bom, mas e daí se foi ou não, sua ou minha culpa? Já acabou e é isso que importa. — um sorriso começou a surgir em seus lábios. — Afinal, consegui te trazer pra minha casa e sabe Deus quando vou devolver você pro seu pai.

— Idiota. — ri fraco e ele também, gemendo de dor em seguida. — Mas estou falando sério, eu queria que ele soubesse de um jeito melhor essa história, ou menos pior.

— Do jeito que ele estava não dava pra ter uma conversa civilizada. — ele pausou, ficamos pensando distantes e eu voltei a cuidar do seu machucado. Talvez ele tenha razão sobre meu pai, ele estava irredutível hoje. — Ai porra, vai com calma Mel, isso dói.

— Fica quieto. — o repreendi e ri baixinho ao ver sua cara de bravo. — E não me olha assim.

 — Porque o Sr. Ben disse que odiava mentiras e você sabia exatamente o porquê? 

— Eu realmente sei o motivo de ele odiar tanto a mentira e vai por mim, faz sentido. — respirei fundo antes de explicar, Justin pareceu interessado. — Como eu já disse pra você, minha mãe me abandonou com meu pai quando eu ainda era um bebê. Nos abandonou por causa de um estrangeiro rico, fez tudo isso por dinheiro. Ela dizia que o amava, ela mentiu pra ele e na primeira oportunidade o trocou. Desde então meu pai ficou amargurado com essa questão do amor e da mentira, ele acha que são as coisas abstratas que andam lado a lado. Pra ele os jovens, como nós, são novos demais pra saber amar mesmo que por pouco tempo. Pra ele o amor é uma ilusão, uma precipitação. Por isso demorou tanto tempo pra eu ver ele se relacionar novamente, e aí senhorita Pattie apareceu na vida dele e espero que ele se dê conta de que o amor não tem seu lado totalmente ruim...

— Não sei o que dizer. — murmurou e eu sorri rapidamente selando um beijo rápido em seus lábios.

— Então não diga.

Tentei me levantar do seu colo mas ele puxou minha cintura novamente, obrigando-me a voltar e encarar sua boca tão próxima a minha.

— Ele disse que alguém contou a ele sobre nós.

— E você sabe quem? — pausei dedilhando sua tatuagem no meio do peito, mas logo continuei. — As únicas pessoas próximas que sabiam era a senhorita Pattie e nossos amigos, eles não contariam nada pra ele e estavam com a gente o tempo todo.

— Eu sei que eles não contariam. — ele arqueou a sobrancelha me encarando, estava mais bonito do que o normal com os cabelos bagunçados. — Pra contar não precisam ser pessoas próximas.

— Você me confunde com as suas conclusões.

Disse saindo de cima dele novamente e guardando o kit de primeiros socorros no armário que pertencia. Voltei e peguei uma escova para pentear meu cabelo em frente ao espelho do banheiro e fiquei olhando meu reflexo por ali, logo vejo Justin ainda sentado no banco atrás, olhando para mim fixamente como se quisesse enxergar minha alma. Virei-me de frente pra ele e de costas para o espelho. 

— Eu preciso voltar pra casa.

— Como é que é? — Justin estava sem camisa e me proporcionou uma imagem maravilhosa de seus braços tatuados. Infinitos pensamentos impróprios e impuros invadiram minha cabeça, mas me despertei quando ouvi sua voz de novo. — Como assim, ir pra casa?

— Preciso voltar pra casa e buscar algumas coisas, eu não trouxe nada pra cá. Estou no seu apartamento, só tenho a roupa do corpo. — quando disse, ele ficou com os braços no balcão da pia, os músculos flexionados e o maxilar trincado encarando o mármore.

— Seu pai quer que você volte e ele está esperando por você na casa. Pode parecer egoísta, mas eu não quero isso.

Ele confessou e saiu do banheiro me deixando sozinha com meus pensamentos. E com muitas borboletas pelo estômago. Ele não queria que eu voltasse pra casa. Ele queria que eu ficasse aqui, junto a ele.

Vou atrás de Justin em passos lentos e quando saio do banheiro vejo que ele está em pé atrás da escrivaninha cheia de livros espalhados por ali revirando algumas coisas, como se estivesse procurando algo. Logo ele está com uma garrafa de uísque na mão (que eu não sei de onde ele tirou) e um copo raso, derramando o líquido no mesmo. Dou a volta na escrivaninha encostando meu bumbum na mesa e me erguendo para sentar em cima. Estava apenas de calcinha e uma camisa branca de botões de Justin, mordi o canto dos lábios e balancei as pernas levemente para frente e para trás.

— Você não quer que eu volte pra casa?

— Eu quero você aqui. — ele olha pra mim fixamente e vira um gole. Ele se aproxima de mim ficando entre minhas pernas, ainda com o copo na mão. — Em segurança comigo.

— Eu ainda estou confusa em relação às janelas, porque eu tenho que mantê-las fechadas? — ele faz todo aquele mesmo processo, bebendo de novo. Ficamos um extenso silêncio daquele jeito, até ele quebrá-lo.

— Tem um louco observando a sua janela. — ele diz simples e eu cruzei as sobrancelhas.

— Que? — minha voz quase não sai então sinto que preciso reforçá-la pra ter a certeza que ele ouviu. — Justin, que história é essa?

— Não tem história, é bem simples. Brian estava observando a sua janela ontem à noite, sabe lá desde quando. — seus dedos percorreram a parte de dentro da camisa, entrando em contato com a minha pele exposta. Senti calafrios e tive a certeza que não era de frio. — Ele está ficando cada vez pior e eu não sei o que ele realmente pretende, mas sei que não é nada bom.

— Como consegue ter tanta certeza que é ele?

— Porra Melanie, não acredito que ainda esteja duvidando disso. Até quando vai tentar defender esse cara? Já é hora de você acordar, ele está ficando obcecado por você. — ele se afasta de mim e vira de costas andando pelo quarto, enterrando os dedos nos cabelos olhando para o teto. — Estou falando que o filho da puta do Brian está observando a sua janela, como quer que eu me sinta?

Dei um pulo da escrivaninha e fui até ele, envolvendo meus braços em seu pescoço e o beijando com doçura. Seus braços enlaçaram minha cintura e Justin parecia querer me proteger do mundo e aquilo me deixava fascinada, fazia eu me sentir amada, segura. Mesmo ele brigando comigo eu o achava lindo, daquele jeito. O beijo finalizou com uma mordida em seu lábio inferior.

— Eu estou aqui com você, não estou? — encarei seus olhos amendoados que não se desviavam do meu, era meu ponto de salvação e devastação. — Você está bravo comigo? 

— Não consigo ficar bravo com você, Mel. — ele passou a língua entre os lábios e eu sorri vitoriosa. — Não devemos pensar nisso por hoje. Vamos dar um jeito.

— Jeito? Que jeito? — perguntei maliciosa e Justin prendeu o lábio entre os dentes.

— Esse jeito. 

Então ele me beijou de novo, me fazendo sorrir. Sua língua pediu passagem e eu cedi, um beijo ardente, quente, feroz, apaixonante. Envolvi minhas pernas em seus quadris prendendo os cabelos dourados da sua nuca em meus dedos.

Então ele foi me guiando para a cama coberta por lençóis vermelhos, e me fez sua novamente.

• Point Of View - Brian Edwards

Caí ofegante ao lado da loira e fiquei fitando o teto de luzes vermelhas desejando dar o fora daqui, olhei para o meu lado e a garota estava com um imenso sorriso na cara como se tivesse ganhado na loteria, revirei os olhos. Depois de uma hora de muita paciência conversando, ela resolveu abrir as pernas pra mim. Tive o prazer de tirar sua virgindade, as virgens são as melhores pois são mais apertadas. Anneliese até que dava para o gasto na cama, mas já fodi melhores e mais gostosas.

O vestido vermelho e curto da garota estava caído no chão, levantei e juntei o mesmo e joguei em cima dela, que estava encolhida na cama me olhando com atenção vestir a calça jeans.

— Vai ficar me admirando ou vai se vestir? — perguntei irritado. — Cada minuto dentro dessa porra custa dinheiro, e sou eu que vou pagar.

— Você vai embora? Como assim? — olhei para os lados e ri de leve pegando minha camisa. — Você disse que ficaria comigo, que passaríamos a noite inteira juntos e que... Brian, você tirou minha virgindade, foi especial pra mim e...

— Foda-se Anneliese, você e sua pureza.

— Que? — bufei, ela era meio devagar para entender o recado. 

— Anneliese Malette. — ri fraco. — Você é bonitinha, mas olhe em volta, olhe pra você. — me inclinei em sua direção encostando os lábios em sua orelha e sussurrei. — Você é uma virgenzinha inexperiente, aposto que tem dezessete anos no máximo e você se ofereceu pra mim como uma puta barata de esquina, abrindo as pernas para o cara mais filho da puta que tinha aqui na Red que por acaso sou eu. Achou mesmo que ia encontrar algum príncipe encantado dentro de um prostíbulo como esse? Realmente você não sabe nada da vida, sinto muito mas eu não o cara dos seus sonhos.

— Você não está falando sério, você... — quando me afastei dela seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela estava chocada, soltei alguns risos. — Você me enganou, como você pôde? Mesquinho, descarado, mentiroso, falso.

Ela começou a atirar almofadas vermelhas em cima de mim, desviei delas. Estava me acostumando em ser chamado de coisas desse tipo que quando as pessoas diziam, já não fazia tanto sentido pra mim e nem me afetavam mais. Pareciam elogios.

— É melhor ser mentiroso do que burro, como você. — sorri e dei um beijo em sua boca mas ela não mexeu os lábios. Então a deixei ali chorando na cama como uma criancinha sem mãe.

— Brian, volta aqui! — gritou, tirei algumas notas de dólares do bolso da jaqueta e joguei em cima dela.

— Obrigado pelo programa.

Fechei a porta e saí dali caminhando tranquilamente, querendo pegar minha moto e seguir sem rumo na estrada. Já tinha fodido uma mesmo, e uma bem otária por sinal. 

• Point Of View - Justin Bieber (06h55 AM, dia seguinte.)

— Justin, acorda. — escutei a voz de Melanie e suas mãos pequenas me sacudindo. — Justin, levanta, você tem aula e preciso que você me leve em casa pra que eu vá pra aula também.

— Depois mãe. — resmunguei sem abrir os olhos.

— Levanta Justin!

— Melanie, ainda nem amanheceu, porra.

Puxei seu braço a fazendo cair em cima de mim, ela riu e ao notar que eu estava acordado, me beijou como um gesto de bom dia. Sentia seus seios pressionados contra meu peitoral, era a visão do paraíso. Ela acarinhou meus cabelos com as mãos e quando nos afastamos ela mordeu o canto dos lábios, poucos vermelhos por conta do beijo e ficou fitando a minha boca.

— Então você estava acordado, né seu safado? — ela apertou minha bochecha e me deu um selinho. — Estou chamando você faz um tempão.

— Tenho mesmo que ir pra aula? — resmunguei com os olhos ainda fechados. — Ou levar você pra casa?

— Tem, sim senhor. Não posso ficar aqui pra sempre então é melhor largar essa preguiça e acordar de vez. — ela suspirou ainda por cima do meu corpo e eu continuei parado, tentando achar minha força de vontade pra ficar em pé. — Vamos bebê, tenho uma novidade. 

— Novidade? — franzi o cenho e ela saiu de cima de mim se ajoelhando na cama, parecia animada e sorridente.

— Eu tinha acordado bem cedo pra fazer o nosso café da manhã e aí...

— Puta merda, foi a coisa mais fácil achar seu endereço. O prédio mais luxuoso do centro, não é mesmo?

Olhei para a porta do quarto ao escutar outra voz invadindo o cômodo. Uma pessoa de cabelos castanhos, lotada de tatuagens, roupas pretas, botas pretas, bom humor e piercings. Eu sabia muito bem quem era.

— Hector? — perguntei e olhei para a Melanie que tinha um sorrisinho no rosto, se divertindo com a minha surpresa.

— E aí ele apareceu dizendo que era seu primo, que veio lá do Canadá. — ela completou o que estava dizendo, esfreguei os olhos em busca de uma visão melhor.

— Hector, como você chegou aqui porra?

— Ué, de avião. — ele respondeu e eu cobri as pernas da Melanie com o lençol, ela reprimiu o riso. — Foi mal a chegada surpresa mas não me contive. Tinha que ver como meu primo estava e quando cheguei fui recebido pela sua namorada e...

Ele sorriu para a Melanie como se estivesse encantado. Tossi para ele se tocar que estava olhando tempo demais pra ela e mesmo assim não adiantou.

— Você veio sozinho? Aonde está o Castiel, tio Harrow, Anneliese? 

— Isso é uma longa história, mas eu conto pra você depois. — ele encarou o relógio de pulso e entortou os lábios. — Você tem colégio agora, não é? Tinha me esquecido desse fato.

— Tudo bem, pode ficar por aí. Eu e a Melanie vamos sair daqui a pouco e quando voltarmos, podemos conversar em paz. — disse me levantando e passando a mão na nuca.

— Tudo bem. — pausou e olhou para ela antes de sair, seus olhos estavam atentos e eu sabia que Hector não era muito comportado em relação a mulheres, mas pelo menos a dos outros ele respeitava. — Foi um prazer conhecê-la Melanie.

Ela sorriu gentilmente para ele e aquilo me causou um pouco de ciúmes, mas ela não precisava saber, é claro.

— A quanto tempo ele está dando em cima de você enquanto eu estava dormindo?

— Ele não deu em cima de mim, só conversamos um pouco, você não acordava mesmo. — ela riu fraco e massageou meus ombros por trás. — De primeira não acreditei que ele fosse seu primo, mas então me lembrei do que você me contou sobre sua temporada no Canadá e o quanto tinha um primo bastante tatuado e maluco.

— É, Hector é o mais retardado deles.

— Estarei te esperando na cozinha. — ela beijou minha bochecha e se levantou, fazendo eu admirar sua bunda espetacular rebolando até a porta.

— Ei. — a chamei e ela se encostou no vão da porta me olhando, a analisei e ela estava com suas roupas de ontem, aquele vestido branco, solto e curto que caiu perfeitamente bem com seu corpo incrível. — Você podia colocar uma roupa maior pra estar perto dele.

— Quer que eu fique só de calcinha e vista uma camisa sua? É a única outra peça que tem.

— Não, está louca? Por mim você andava tapada até o pescoço.— respondi sério, ela riu fazendo pouco da minha cara.

— Tchau Justin.

Ela me mandou beijo me fazendo bufar e me levantei indo direto para o banheiro tomar um banho gelado, estava frio mas estava pouco me importando. Deixei a água cair pelo meu corpo e depois de uns minutos saí do banho, me arrumei e peguei minhas coisas. Fui para a cozinha e encontrei os dois conversando e rindo.

— Falando mal de mim? — perguntei atravessando a cozinha e pegando um copo de suco de laranja.

— Com certeza, estávamos falando o quanto você demora no banho e o quanto você já deve estar atrasado por causa disso. — Melanie estava risonha, mais linda do que nunca com seus cabelos jogados para o lado.

— Tinha que ver quando ele estava morando comigo na casa do vô Bruce, usava toda a água do Canadá e...

— Pare de contar mentiras pra ela, porra. — respondi rindo fraco e acertando um soco em seu braço tatuado, logo ele revidou puxando meu pescoço e bagunçando meu cabelo -antes- arrumado.

— Meninos... — Melanie revirou os olhos vendo a cena e logo escutamos a campainha. — Deixa que eu vejo quem está na porta, já que vocês estão ocupados demais se amando.

Paramos de nos socar e rimos. Ela se levantou e caminhou para a saída da cozinha com um riso no rosto, o silêncio pairou entre nós a observando. 

— Quando você me disse que estava enrolado e sofrendo por uma garota chamada Melanie, eu achei idiotice. — pausou Hector olhando pra minha cara. — Mas depois que vi quem era, mudei de idéia. Até eu ficaria na fossa pela sua garota.

— Que bom que sabe que ela é minha garota.

— É claro que não me atreveria, eu seria um cara morto. Aliás, ela nem me deu bola mesmo. — quis rir, essa é a minha Mel. — Perguntei sobre vocês. Ela disse que nunca imaginou que você iria se tornar tão importante pra ela. — ele deu de ombros e ficamos calados, senti um sorriso se formando no meu rosto mas me contive para ele não ficar me perturbando depois. — Ela não está demorando demais?

— Vou lá ver...

Quando ia me levantar, Melanie surgiu na porta da cozinha com uma garota de fios loiros, os olhos pretos e brilhantes mas com olheiras fundas como se tivesse chorado a noite inteira. As últimas vezes que vi minha prima Anneliese, estávamos brigando feito loucos na casa do vô Bruce. Eu havia chegado bêbado e ela jogava na minha cara que eu era um Bieber oficial, que eu tinha sangue ruim. E agora ela tinha no rosto uma expressão inocente, angustiada, medonha e frágil. Hector pareceu preocupado ao vê-la, assim como eu, e foi logo disparando a pergunta que queríamos fazer:

— Anneliese, aconteceu alguma coisa? — uma lágrima solitária desceu do rosto da garota como resposta.

 


Notas Finais


Quem é a vítima dessa história, Anneliese ou Brian?
meu twitter (fc) é @mistletrust falem comigo pq eu não mordo! !! beijo na bunda e até a próxima (bem proxima) (:


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