São Francisco
Elizabeth Saint Narrando
Acordei 6 horas da manhã e coloquei a bolsa de água quente para esquentar antes que minha mãe acordasse. A única ideia que veio a minha cabeça foi essa, eu talvez tenha visto em algum filme, mas tava torcendo para que desse certo. A bolsa finalmente esquentou e eu ouvi o despertador da minha mãe no andar de cima. Peguei a mesma e subi correndo antes que ela viesse me acordar.
Deitei-me e coloquei a bolsa na minha testa, estava começando a suar um pouco mas não me importei. Ouvi passos vindo até meu quarto e escondi a bolsa e fingi que estava dormindo.
- Lizzie, acorde você tem que ir para escola - Minha mãe me chacoalhou um pouco e eu resmunguei.
- Eu acho que estou com febre mãe - Fiz cara de sofrimento e minha mãe riu
- Levante logo - Ela se levantou mas eu puxei seu pulso.
- É sério, sente minha temperatura. - Coloquei sua mão na minha testa e ela se assustou.
- Meu deus Liz, você esta pelando, eu vou pegar o termômetro - Saiu correndo e fechou a porta.
Coloquei a bolsa mais um pouco na minha cara e esperei que ela voltasse.
- Se você estiver doente mesmo, você não vai poder ir a escola hoje - Abriu a porta e eu taquei a bolsa no monte de almofadas no chão. Sem que ela visse, claro.
Ela enfiou o termômetro na minha boca e esperou alguns minutos. Tirou-o e arregalou os olhos.
- 48 graus ! Elizabeth você vai ficar em casa hoje, vou ligar ao trabalho e dizer que não vou poder ir ! - Começou a ir a porta mas eu a alcancei.
- Não precisa mãe, eu me cuido, qual é eu tenho quase 18 anos, não precisa se preocupar - Dei uma risada forçada e ela me olhou desconfiada.
- Eu não sei, melhor eu ficar aqui ! - Abriu a porta mas eu a fechei
- Mãe, mãezinha, eu sei tomar conta de mim mesma. Acredita em mim ? - Ela suspirou forte e me encarou
- Tá, mas se qualquer coisa, eu digo qualquer coisa mesmo que acontecer você sabe meu número - Apontou o dedo
- Pode deixar, bom trabalho ! - Ela saiu e eu fechei a porta me escorando.
- Realmente você é uma ótima atriz - Andrea apareceu sentada ao meu lado.
- Que porra Andrea, vocês fadas não tem um aviso prévio de quando vão aparecer ? - Tentei me acalmar.
- Na verdade não, mas podemos pensar nisso mais tarde - Se levantou e me ajudou. - Então, exatamente que horas a sua mãe sai para trabalhar ?
- Umas 7:30h por ai ela ja deu no pé - A pequena assentiu e sumiu.
Me joguei na cama e voltei a dormir. Eu ainda tinha tempo.
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- ACORDA ! - cai da cama e ouvi a risada de Andrea atrás de mim.
- Existe alguma regra que eu possa machucar você ? - A olhei raivosa e me levantei.
- Para sua infelicidade, sim nós temos - deu um sorriso falso.
- Vou ter que infringir a lei desse jeito - Joguei meus braços encima dela e ela apareceu do meu lado.
- Acho que você se esqueceu que eu sou mais rápida que você - Agora ela tava de braços cruzados.
- Vamos logo fazer o que temos pra acabar logo com toda essa loucura - Coloquei meus óculos e baguncei meus cabelos.
- Isso, mas antes tira seu óculos e me da - Estendeu sua mão.
A olhei confusa e tirei meu óculos a entregando.
- O que você vai fazer com meu..- ela o jogou no chão e pisou encima - POR QUÊ VOCÊ FEZ ISSO ? - Esbravejei e peguei o resto dos meus óculos no chão.
- Você não vai mais precisar dele, agora se troca que nós vamos as compras - Deu um pulinho de felicidade.
Revirei os olhos e fui me trocar. Vai ser um longo dia.
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Meus braços doíam de tantas sacolas que Andrea me fazia carregar. Nós compramos muitas roupas, que na minha opinião são muito vulgares, e agora nós íamos comprar sapatos.
- Que tipo de sapato você gosta ? - Entramos em uma loja chique, não muito cheia.
- Eu prefiro meu bom e velho tênis pra ser sincera - Ela bufou e sumiu. Voltando com várias caixas nas mãos.
- Você vai passar a usar saltos, e nós vamos queimar isso que você chama de tênis - Olhei para meus pés e corei.
Eu gostava de usar tênis, parecia que eu estava descalça.
Experimentei os sapatos que as atendentes me traziam e recebia elogios e incentivo de Andrea.
- Forma de pagamento senhorita ? - A menina do balcão perguntou simpática.
Fui pegar meu cartão mas a voz da menina me interrompeu.
- Me desculpa senhorita, mas vão sair por conta da casa, pode ir - Andrea sorria maliciosa atrás da menina.
- Isso é roubo Andrea, você precisa parar de fazer isso - Assim que saímos da loja a fada queria comprar mais. - Não chega, isso tudo é demais - Levantei as sacolas.
- Relaxa Elizabeth, só falta mais um item da minha lista e nós vamos fazer uma surpresa.
- Ta, e qual seria esse último item ? - Suspirei derrotada.
Ela virou de costas e de acordo com seu tom de voz eu sei que ela sorria.
- Lingeries - E saiu andando.
.¸ ¸.*☆*.¸ ¸.*☆*
- Você precisa sair dai de dentro, eu preciso dar opinião - Andrea batia na porta do provador.
- Eu não vou sair, eu estou ridícula - Abraçava minha barriga.
Me olhei no espelho e meus seios pareciam maiores com o sutiã, minha bunda estava quase a mostra.
- Eu vou entrar ai
- Não vai não!
- Caramba ! Já sei porque o Mark olha tanto para você - Me cobri com minha blusa.
- Pare de dizer isso, e sai daqui ! - A dei um tapinha.
- Experimenta as outras, se você sair para me mostrar, eu me retiro. - Cruzou os braços.
- Ta legal, mas sai daqui logo ! - Ela sumiu.
Tirei a lingerie rosa e coloquei a preta que estava no cabide ao lado da porta. Fiquei igual só que de outra cor. Ri com meu pensamento.
- Ja trocou ? - Andrea bateu na porta.
- Sim
- Agora sai
Abri a maçaneta com calma e cobri minha barriga e sai.
- Uou, você está um arraso ! - Me posicionei na frente do grande espelho.
- Eu me sinto violada - Abracei meus braços. Andrea revirou os olhos atrás de mim e deu um risinho.
Senti meu sangue indo até minhas bochechas e fiquei paralisada. Me toquei do que estava acontecendo e entrei no provador.
Depois de comprarmos absolutamente tudo e não ter pago nada, Andrea ainda quis me levar em um lugar para fazer aula de maquiagem.
- Elizabeth você é maravilhosa, e se escondia tanto ! - Cobri minha cara ao me olhar no espelho. Andrea tirou minhas mãos da minha cara.
- Eu estou diferente - Me virei para ela.
- Diferente é bom ! - Se apoiou na cadeira - Agora vamos comer eu estou faminta !
- Você come ? - Virei minha cabeça com curiosidade.
- Posso ser uma fada, mas sim eu como - Sumiu de minha vista.
[...]
Estávamos sentadas em uma mesa no centro da praça, quer dizer, eu estava sentada, e estava cheia. Já que era hora do almoço.
- Admite, você de divertiu hoje ! - A pequena fada se sentou na minha frente com um pacote de batatas.
- Admite, você de divertiu hoje ! - A pequena fada se sentou na minha frente com um pacote de batatas.
- Foi esquisito, mas teve seus momentos - Peguei uma e a mesma bateu na minha mão - Ei ! - As pessoas me olhavam como se eu estivesse falando sozinha - Sabe, não tem como você aparecer ? Só para não me acharem louca – Sussurrei perto dela.
- Não, só você pode me ver, regras das fadas - Ela notou alguma coisa atrás de mim e sorriu.
- O que foi ? – Encostei na cadeira.
- Tem um garoto, bem bonito te olhando - Ia me virar mas ela me impediu - Não olha agora ! Eu te falo, ops, ele ta vindo aqui. – Sorriu maléfica.
- O quê ? - Comecei a surtar - Não me larga aqui sozinha Andrea. – Segurei sua mão.
- Boa sorte - Deu um sorriso e sumiu.
- Andre.. - Bati na mesa mas ela já tinha ido.
- Oi, esse lugar está vazio ? - A voz grossa invadiu meus ouvidos e eu me atrevi a olhar para cima.
Nossa. Ele realmente era bonito. Tinha olhos azuis. Era moreno e tinha um porte grande. Não muito, mas seus músculos ficavam marcados na blusa. Ele esperava minha resposta mas eu não conseguia abrir minha boca.
- Cla-claro - Ajeitei meu cabelo e ele se sentou.
- Ah eu me chamo Josh, e você ? – Estendeu a mão para mim. Ele era muito bonito. E era um garoto, falando comigo. Olhei para sua mão e depois para ele novamente. O cumprimentei de volta.
Não que eu nunca tenha falado com algum menino, aliás meu melhor amigo era um homem, mas flertando nunca.
- Meu no-nome, claro nome - Gaguejei e ele riu um pouco, mostrando suas covinhas.
- Fala seu nome Elizabeth ! - A fada de repente estava sentada encima da mesa.
- Elizabeth, esse é meu nome – Balancei minha cabeça e foquei no garoto.
- Bonito nome, para uma garota muito bonita - Corei e olhei para baixo - Então Elizabeth, você poderia me passar seu número ?
- Meu número ? De celular ? – Falava rápido demais. Ele assentiu.
-Claro que é o do seu celular sua idiota - Andrea reclamou ao meu lado. A olhei ofendida. Josh apenas me olhava com graça.
- Certo meu celular - Falei muito empolgada e me arrependi. Ele estendeu seu celular e eu anotei meu número.
Observei a hora no celular e arregalei meus olhos. Minha mãe deve estar voltando para casa.
- Oh meu deus, eu tenho que ir - Me levantei apressada pegando as sacolas - Foi ótimo te conhecer, desculpa. – Comecei a me embolar com elas, mas consegui catar todas.
- Você precisa de ajuda ? - Ele se ofereceu.
- Não é necessário, você tem meu número pode me ligar qualquer hora- Sai correndo feito louca.
Andrea cadê você nessas horas ?
Sai do shopping as pressas e parei no ponto de ônibus.
- O que você vai fazer ? E o menino ? - Ela apareceu do meu lado com os cabelos molhados e com roupão.
- Vou pegar o ônibus, se minha mãe chegar e eu não estiver em casa ela me castra ! - Sinalizei para o ônibus parar.
-Oh, vamos do modo mais prático - Estralou os dedos e num segundo eu estava em meu quarto.
- Mas que por...? - Todas as sacolas se encontravam no chão - Por quê não me disse que dava para vir mais rápido ?. - Tirei meu sapato rápido.
- Eu meio que esqueci - Ela ja estava devidamente trocada e com maquiagem pronta.
Ouvi a porta da entrada sendo aberta e o salto batendo no piso de madeira. A voz da minha mãe no celular ecoava no andar debaixo.
- Eu preciso tirar minha maquiagem. Me ajuda - Corri até o banheiro e esfreguei alguns lenços em meus olhos - Andrea me ajuda !
Ela bocejou e estralou os dedos de novo. Minha maquiagem havia se ido.
- Obrigada - Sussurrei. Joguei os lenços no lixo.
Os passos se aproximaram cada vez mais e eu me taquei na cama. Abri os olhos e olhei as sacolas.
- Andrea, as sacolas - A fada brincava com meu peixe novamente.
- Que que tem elas ? - Bocejou e olhou-as com indiferença
- Esconda-as - Ela deu de ombros e sumiu junto com as sacolas.
A porta foi aberta e eu fechei meus olhos fingindo que estava dormindo.
- Oh, ela está bem Mark, está dormindo agora, vou deixa-la descansar - Minha mãe apareceu na porta. - Ela deve ter tido um dia longo. - Fechou a porta. Ela nem imagina.
Foi por muito pouco.
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