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História Fall Again - Zeke Jaeger - Preocupação - História escrita por BenedictCumbertold - Spirit Fanfics e Histórias
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História Fall Again - Zeke Jaeger - Preocupação


Escrita por: BenedictCumbertold

Capítulo 2 - Preocupação


Fanfic / Fanfiction Fall Again - Zeke Jaeger - Preocupação

— Queria conversar contigo, sobre negócios.

— E então? — Arthur cruzou os braços e uma de suas sobrancelhas ergueu-se por impulso em relação à aproximação do Foster. Este, pôs uma mala sobre uma das mesas e a destrancou, apresentando uma quantia exacerbada de notas de cinquenta e cem reais.

— É disso que precisa por acaso? — Floch riu maldoso ao fazer seus dígitos bailarem sobre as notas de alto valor. Ele estava ciente da situação que o dono se encontrava, e estava o bajulando logo em seu ponto fraco.

Mesmo com tamanha oferta oferecida, Arthur desconfiou. E desconfiou muito de algo ser oferecido tão fácil assim. Sua mão roçava sobre a superfície do balcão e seus olhos alternavam entre a maleta e o rapaz ruivo.

— Me perdoe, Floch. Mas isso tá estranho demais. Ninguém oferece isso tudo de dinheiro quando não quer algo em troca — falou firmemente, enquanto suas mãos afastavam a mala da mesa — …Eu sei que você quer algo em troca, então me fale logo.

O Foster foi até mais rápido que o esperado nesse quesito. Do bolso de sua calça, arrancou uma caixa de baralho, a lascando sobre a tábua do balcão. Com uma risada anasalada, desafiou o outro a uma partida de cartas.

— Soube que você gosta de apostar. Então façamos assim. Se eu ganhar, esse dinheiro será todo seu. Simples assim.

— E se eu perder… Hum? — Ergueu uma das sobrancelhas e se apoiou sobre tábua, quase que se aproximando do ruivo.

— Bom. — Riu anasalado. — Se perder, sua dívida vai ficar ainda maior. — Os braços do ruivo acenaram para trás, chamando seus capangas. Por volta de seis pessoas de aparência misteriosa adentraram o bar, e todos estavam armados.

Agitado, o dono do bar bufou nervoso. Só havia visto armas daquele calibre em filmes e séries, nunca pessoalmente. E ver todas as armas apontadas para sua face o deixou mais inquieto ainda. Engoliu em seco, visto que a única coisa que poderia fazer era se render e obedecer as ordens do Foster.

Respirando pela boca, desafiou:

— Partida única?

— Partida única.

 

 

— Meus parabéns, Arthur! — Floch bateu palmas sarcástico ao fitar o desafiante e lançou as cartas sobre a mesa. — Você perdeu, e ainda aumentou a dívida. Nunca que alguém teve tanto azar num jogo de cartas como você.

— Eu… Perdi?! — Botou o seu conjunto de cartas sobre a mesa, desacreditado ao ouvir o canto de vitória do desafiante. — Mas não tem como… Todas as cartas que podiam fazer essa combinação pra ganhar estavam ali… Como…

O ruivo se espreguiçou sobre a cadeira e bateu palmas por, segundo ele, mais uma de suas vitórias fáceis demais. — Você é ingênuo demais, Arthur. Deveria ter prestado mais atenção ao seu redor.

— Huh? — E foi aí que o dono do estabelecimento notou que estava cercado pelos capangas do rival, e atrás de si, tinha um… Será que era ele quem estava passando quais cartas que este usava?! — Floch, você tá trapaceando!

O ruivo gargalhou do espanto alheio. — Não é trapaça se não for pego durante o jogo! — Proferiu dando de ombros e logo pegou a mala de dinheiro, caminhando rumo a saída do estabelecimento… — Aliás, se lembra do prazo pra pagar tudo não é, Arthur?

O jovem estava com o rosto acobertado por seus braços e controlava a respiração abalada e alta para não entrar em pânico. Aquela desgraça de dívida ficaria ainda maior?!

— Lembro… Mas ainda não acho justo como você trapaceou na cara de pau. Cara, trapaça! — Abriu os braços e atuava como se estivesse muito irritado. — E eu que sou o tolo aqui, não é?! — Exalou uma respiração descompassada e formou um sorriso maníaco em seu rosto desgastado. — Floch, você que é a vergonha aqui por estar jogando sujo! Pensa, cara! Da mesma forma que você odeia gente que usa hack em jogo online, é exatamente o que você tá fazendo comigo! Usando vantagem apenas pra ganhar! Cria vergonha, desgraça!

— A vida não é justa, Arthur. Só de entender isso, você vai perceber que todos vão te passar a perna, e sempre terão uma vantagem contra você.

— Se é assim, vou passar a minha perna por baixo da tua em forma de rasteira. — Riu confiante de que conseguiria fazer algo. No mesmo instante, os colegas de Floch ficaram a frente do Foster, formando algo semelhante a uma muralha. — Bom. Acho que não vou mais dar uma rasteira nem nada. — Suspirou nervoso, abanando e se afastando. Havia forçado uma inclinação no canto de seus lábios e ficou chamando o ruivo para jogar outra vez.

Agora, de forma justa.

— Só se garante na trapaça quem não se garante no mano a mano! — Arthur debochou, apenas esperando que reação em cadeia ocorreria ali. A única coisa que viu foi Edgar saindo de fininho do estabelecimento.

Floch parou o movimento do amigo do Silva por um instante, mas em breve permitiu ele saísse. O encarou com um olhar cruel que deixou um frio na espinha do loiro, porém, nada fez com ele. O Foster então se virou e viu tal riso escrachado na face de Arthur. Tanto que riu daquela encenação barata. Com o mover de sua cabeça para os lados, fingiu sentir pena do moço em questão. — Então que tal tentarmos de novo? Dessa vez sem ninguém por perto mesmo.

— Beleza. — Disse Arthur, ríspido.

— Vai ser molezinha. E se você perder, vai ser uma despesa ainda maior, entendeu? Quatro vezes o valor inicial.

 

 

— Desgraça! — Arthur gritou e jogou as cartas com tudo sobre a mesa. — Será possível que eu sou tão ruim assim ou tá trapaceando de novo?! — Agarrou as laterais da mesa e arregalou os olhos para o Foster, quase rugindo em consequência da derrota.

— Vê minhas mãos? — O cobrador mostrou seus palmos, os virando e de forma debochada e voltou a falar. — Você só não sabe jogar baralho, admite, Arthur. Agora se vire com o quádruplo do tanto que devia.

— Que tal admitir que estava trapaceando, seu maldito! — Arthur então, furioso, saltou de sua cadeira e pulou sobre a mesa, pronto para esganar o ruivo. Entretanto, o golpe foi contido pelos capangas do Foster, que prensaram o chefe do bar contra a mesa, e Floch ria da cara de pânico da vítima.

O ruivo aproximava-se do rosto de Arthur e pressionou as bochechas deste, que logo conteve seu riso maléfico, pronto para continuar a discussão. — Me diz aí, você sabe como que vai pagar? — E então soltou as mãos do rosto do outro, esperando uma resposta vinda do rapaz.

Como um rugido, o Silva logo tratou de afirmar. — Eu vou dar um jeito, seu desgraçado! Nem que seja com a minha vida, mas eu vou me livrar dessa dívida e de você, se duvidar!

— Corajoso você, uh? — Balbuciou o Foster e continuou. — Vai ter que se esforçar muito se quiser me derrubar. Agora tirem-no daqui. Não permito que essa escória fique no mesmo lugar que eu.

E rapidamente, os capangas puxaram o dono do bar e o lançaram para fora do estabelecimento, caindo certeiro numa poça de lama. Furioso, se levantou brusco e gritou aos quatro ventos para que todos ali o ouvissem.

— Vocês vão ver! Vão ver como eu vou dar a volta por cima!

— Chefe! — Edgar, que estava do outro lado da rua, avançou em direção a Arthur e apertou os braços de seu amigo. — Não é bom que você os confronte assim, tá pondo sua vida em risco, sabia?

— Eu já nem me importo com isso! Só quero manter esse meu sonho de pé, Edgar! — Retirou as mãos do outro de si e fitou para os capangas que dominavam o local. — O sonho que nós erguemos, caramba! Nem que eu tenha que acabar com cada um desses malditos, nada nem ninguém vai tirar de mim as poucas coisas que são o motivo de eu viver!

E de lá de dentro, Floch trouxe um balde de lixo e atirou contra Arthur, o acertando em cheio. — Com essas sequências de derrotas que tem, não vai conseguir é nada, seu idiota. — E riu da dupla que estava na rua.

Arthur, enfurecido, tirou aquele balde de si e jogou de volta contra Foster, e também o acertou em cheio.

— Eu falei que eu vou fazer o que tiver que fazer pra recuperar meu bar, e cada um de vocês! — Apontou para todos os capangas de Floch. — Vão ver só! Tão tudinho rodados na minha mão, ouviram?!

Tirando o lixo de seu corpo, Arthur começou a rumar até a casa de seu pai, e resmungava sem parar, amaldiçoando todos aqueles homens que dominaram seu bar. Seu precioso sonho que tanto lutou para conquistar.

 

 

— Que saco. Eu só queria conseguir fazer as coisas direito… Eu não deveria ter apostado tudo contra o Floch… Maldito. — O rapaz resmungava baixo enquanto tentava se agasalhar com as poucas vestes, no entanto de nada adiantou, a tremedeira se fez intensa, o impedindo de raciocinar corretamente.

Desolado era apenas uma das palavras que poderia resumir como o dono se sentia ao ver seu mundo desabar.

Se sentou na calçada por alguns minutos, e se pôs a suspirar pesado, deixando que as lágrimas ácidas de seus olhos fugissem dali. Nem seu pai, nem todo esforço conseguiriam salvar o bar.

Divida acumuladas, agora um agiota o perseguindo. Não tinha como piorar, certo?

Certo?

Um carro escuro vinha se aproximando, e buzinou para que Arthur se levantasse dali. No entanto, estava imerso demais em seus pensamentos para que o som do ambiente fosse ouvido. Tarde demais, e por um acidente, o veículo passou por cima de uma poça d'água que voou em Arthur.

O choque foi instantâneo. Suas vestes estavam ainda mais sujas e o rapaz então, além de triste, ficou furioso como um dragão.

— Ei! — Berrou aos quatro ventos, na tentativa falha do dono do automóvel o escutar. Como esperado, não recebeu um sinal sequer. Por algum motivo, uma ideia passou por sua mente e achou que seria uma boa.

Sacou seu sapato e arremessou com toda força que ainda lhe restava na direção do carro. “Vai ter que me escutar de um jeito ou de outro!” ele pensou, e disparou o sapato bem longe. Bem longe mesmo!

Resultado?

O carro mencionado agora estava dando ré, e assim que Arthur prestou atenção, um dos retrovisores estava só os cacos. “Ai que droga!” Ele xingou mentalmente e deu meia volta, correndo entre tropeços para escapar do dono daquele automóvel.

Era difícil de se movimentar com um pé desequilibrando seu corpo, mas a adrenalina que sentia era o suficiente para que ele usasse tudo que tinha para correr em disparada.

O Silva correu por vários becos para fugir do motorista. E mesmo que despistasse por vários atalhos, vez ou outra o veículo aparecia e o desespero tomava conta do jovem. Será possível que não vai conseguir escapar dele?!

Vários minutos de corrida se seguiram. E após muito andar pela cidade, aparentemente o veículo já tinha desistido de ir atrás de Arthur…

— Ufa… — Ele celebrou baixo. Se encostou na parede e estufava bastante o peito, regulando a respiração. A única coisa que ainda lhe restava, além da sua vida, era o celular e um pouco de carga nele. Se é que ainda está funcionando a essa altura do campeonato.

— Ah… São uma da madrugada… Eu vou tentar ligar pros meus avós pra. Ah… Eles nem ligam pra mim… Tinha me esquecido desse detalhe. — E deslizando pela enorme fila de contatos, a foto de seu pai foi vista. — Provavelmente o senhor já deve estar dormindo a essa hora…

Ao tocar no ícone verde de ligar, a mensagem de caixa postal foi anunciada no aparelho. Com o rosto sendo tomado pelas lágrimas, ele começou a ditar.

— Papai… Eu não sei se vou conseguir voltar para casa hoje. Sabe… Eu me encrenquei muito. E numa escala que duvido que consiga salvar. Sério! Eu estraguei minha vida em apenas uma noite… Imagino que o senhor esteja se perguntando o que fiz de errado dessa vez. Eu queria realmente poder dizer agora, admito. Mas… Não. Não sei como falar isso. Se eu conseguir chegar são e salvo, eu conto. Tudo bem?

Encerrou a ligação e guardou seu aparelho. Por alguns minutos, desejou simplesmente sumir. Esquecer dos problemas. Responsabilidades. Apenas se deitar e dormir sem preocupação alguma.

— Se levante, Arthur de Silva. — E um revólver foi posto contra sua cabeça.

Certamente, seus problemas apenas começariam.



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