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História Fall Again - Zeke Jaeger - Colega de quarto - História escrita por BenedictCumbertold - Spirit Fanfics e Histórias
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História Fall Again - Zeke Jaeger - Colega de quarto


Escrita por: BenedictCumbertold

Capítulo 6 - Colega de quarto


Fanfic / Fanfiction Fall Again - Zeke Jaeger - Colega de quarto

— Algum problema? — O loiro argumentou, cruzando os braços e finalmente fitando o visitante que recuperava o fôlego por causa das tosses anteriores.

Negando com a cabeça, Arthur o respondeu com uma encarada descontente. — É só que tenho problema de respiração… Mas não é nada que eu não suporte. — O seu peitoral estufava e expirava o ar inalado, aquele ar forte e mal cheiroso já queimava a via respiratória. O Silva andou então para as cortinas, as abrindo e arejando o ambiente.

Mas não surtiu tanto efeito como o esperado. Infelizmente, o Jaeger já tragava outro cigarro.

— Eu vou te passar suas funções por aqui. — O maior retirou então o cigarro da boca e em seguida fitou o Silva. — Só fará o básico: Limpeza, fazer compras, organizar prateleiras, cozinhar, lavar e estender nossas roupas. Nada que você já não faça normalmente.

— Hm? “Nossas” roupas? — Arthur franziu o cenho, incrédulo.

— Sim. — O loiro afirmou, e junto disto, gesticulou com os ombros e levou a mão para coçar sua nuca. — “Nossas roupas” porque vou dividir as minhas contigo, já que não tem nada.

— É… Tá bom então. Até que não parece ser muito difi-

O Jaeger então inclinou a cabeça para um canto da sala de aspecto minimalista, na qual ao Arthur seguir o rumo, notou ter tábuas de madeiras brancas empilhadas e quatro caixas altas e largas, e a julgar pelo tamanho destas, e ao tentar a levantar descobrir serem pesadas, estufou o peito e murmurou:

— Falei cedo demais.

Por trás de si, algo foi arremessado. Pelo espanto, Arthur agarrou o que quer que fosse e notou ser uma toalha.

— Vai tomar um banho. Vou ajeitar umas roupas pra você ficar por aqui.

E assim dito, seguiu o pedido ordenado. Depois do banho, o Silva questionou onde ficaria, e logo o loiro veio de encontro a mostrar o quarto na qual o rapaz dormiria.

Arthur adentrou o quarto, mas não se atentou tanto à estrutura do local, apenas se sentou na cama de casal e aguardou pela próxima fala do outro. Não demorou muito para que Zeke viesse ao quarto e deixasse uma muda de roupas deveras confortável para vestir. Agradeceu por aquilo e pediu que o maior saísse do quarto para que pudesse se trocar.

— Como quiser. — Disse ele em um tom inexpressivo.

E saiu.

O rapaz não havia reparado inicialmente, mas assim que estendeu as roupas para as vestir, prestou mais atenção na estrutura do quarto. De paredes em um vermelho liso, os móveis em tons mais claros ganhavam destaque em meio ao local. Foi quando seu olhar se guiou à direita, e notou na cabeceira da cama alguns controles de videogame, e à frente da cama uma televisão, unida a uma estante e um videogame. Espera, não. Eram dois diferentes, fora alguns outros apetrechos dispersos ali como colares, pulseiras coloridas e uma placa prateada pronta para ser pendurada.

Em um dos cantos do local, notou haver também um computador que julgou ser bem caro e repleto de periféricos iluminando como arco-íris.

“Será que ele é um streamer?”, ele pensou de imediato, e continuou suas hipóteses, “Não. Ele não tem cara disso.

Murmurou solitariamente, passando a mão por aquele mouse, e ouviu seu nome ser chamado da sala.

Se ajeitou e caminhou apressado até lá, e viu o Jaeger segurar alguns objetos de limpeza. Desde uma touca, luvas de borracha, desinfetante e um esfregão.

Entregando-os, ordenou:

— Isso é pra você começar agora mesmo.

Assim que começara o trabalho, analisou os detalhes a moradia do loiro. Não havia nada de tão “uou” para ser sincero.

O ponto principal da moradia era uma simples sala minimalista com paredes pretas e móveis majoritariamente brancos, contendo próximo às janelas mudas de plantas provavelmente de plástico servindo apenas de decoração, e aquelas já mencionadas madeiras empilhadas que se tornariam uma prateleira de livros que provavelmente Zeke montaria, ou mandaria o Arthur montar, e em seguida outras caixas menores, sendo elas diferenciadas por um adesivo marcando “lidos” e “não lidos”.

“Interessante”, ele pensou, sorrindo com curiosidade imensurável, entretanto, buscando a repreender e focando em seu trabalho.

Limpando a estante unida a TV, Arthur reparou nuns bonecos de cabeça grande. “Talvez ele seja colecionador”. Olhava de vez enquanto para ele, que estava concentrado em seu notebook e digitando apressado. “Foca, Arthur, Foca.”

Prosseguiu então para um armário próximo à varanda no lado esquerdo do apartamento. Brindes, canecas customizadas e alguns livros listados como mistério estavam dispostos ali. A lombada dos mesmos não podia ser vista.

Em meio a limpeza, encontrou algo um tanto diferente.

Um porta-retratos com parte da imagem rasgada.

O Silva segurou aquele objeto, analisando a imagem. Uma família composta por cinco pessoas: dois idosos, uma moça de saia longa azul, uma criança loira com uniforme escolar e…

— Zeke. Por que essa foto tá com um canto rasgado?

O Jaeger arregalou os olhos, e andou apressado até a estante que Arthur estava. — Isso é… Coisas confidenciais. Seus pais não te ensinaram a não sair fuçando as coisas dos outros?

— Meu pai me ensinou. — Retrucou de imediato, com o olhar perdido. — E eu só achei por acaso, poxa. Não é como se eu tivesse fuçando sua vida nem nada, mas é que me chamou a atenção um canto da foto estar rasgado.

Zeke não acreditou no que o menor havia dito, e isso estava estampado na sua face. Guardou o retrato, pegou um livro e se jogou no sofá.

— Continua o trabalho. — Disse olhando de canto, e Arthur prosseguiu.

Limpou a sala, cozinha, quarto, banheiro, varanda, e se esparramou na poltrona assim que acabou tudo. Reclamou alto que estava cansado, e ainda recebeu um sermão de Zeke.

— Aliás… Pode fazer um lanche?

Estufando o peito, Arthur caminhou até a cozinha que se resumia a um pequeno corredor unido a sala, e que dava visão completa da mesma. Checou os armários e o desânimo tomou conta de todo seu corpo. Não havia muitos ingredientes para que pudesse fazer uma comida decente.

— Só tem miojo aqui. — Arthur disse, fechando uma das portas e se apoiando na bancada. — Pode me emprestar uma grana pra eu comprar mais coisas?

— A essa hora não tem mais nenhum supermercado aberto.

— Ah, tem sim. — Discordou, logo fazendo o Jaeger o olhar por cima do ombro. — Eu lembro que passamos por uma lojinha vinte e quatro horas a menos de duas quadras daqui. Certeza que deve ter algo melhor que puro miojo.

O loiro bufou, e insistiu.

— Faz só miojo. Tem uns temperos aí no armário, é só olhar direitinho que acha. E outra, tenho certeza que comprei mais coisas, mas tão na geladeira se não me engano. Vê aí.

Feito e dito, Arthur iria pegar alguns ingredientes que achasse na geladeira.

Abrindo um dos compartimentos, o rapaz de cabelos escuros deu de cara com várias latas de energético e apenas duas garrafas com água, o que é um tanto preocupante se Zeke mora sozinho. Miojo, energético, cigarros, tudo aquilo era uma bomba que em pouco tempo causaria efeitos catastróficos no Jaeger, isso se já não estivesse causando.

Mas ele não estava ali para ser nutricionista, nem para o julgar, apesar de já estar o fazendo. Apenas fingiu que não viu e pegou o que precisava começar a cozinhar.

O Silva encarava fixamente o barbado enquanto o macarrão fervia na água, e perguntas e mais perguntas, juntas de deduções vinham a tona como se passarinhos fizessem rondas em sua cabeça, e a cada piu, uma ideia.

Aquela foto rasgada, os energéticos, tantos livros acumulados nas prateleiras, a bagunça generalizada que era aquele cômodo, ele podia ver um padrão com aqueles pequenos sinais. O rapaz, mesmo sem ter confirmação, acreditava que a foto com a pessoa que faltava poderia ser algum parente do loiro dada a proximidade no retrato. Se já há um velho, então era o pai que estava ausente naquela fotografia. Mas por que justamente ele estava rasgado? Será que houve conflitos que o fizeram desgostar dele? Será que houve intrigas entre as famílias?

E sobre acumulação de objetos. Bonecos de edição limitada, produtos a montar, seriam eles para alimentar o ego de que consegue sempre o que quer, ou são para preencher uma ferida interna que não foi sarada com o tempo? E os livros? Seriam eles o conforto em meio a ausência de pessoas em sua vida? De o tirar da rotina monótona e divagar para realidades em que se sente acolhido ou poder julgar livremente as ações dos personagens? E a personalidade. Ah, esse quesito matador. De onde ele puxou aquele desdém, frieza e forma monótona de falar? Seria também das histórias que lê? Seria herdado dos parentes? Ou desenvolveu ao longo do tempo? Ou pior, seria um mecanismo de defesa para evitar proximidade com gente?

“Erva pra quê quando tem pó de miojo.”

Não sabia se suas ideias eram precipitadas, mas cada minuto que passava, as questões flutuavam em sua mente incessantemente e desejava ter respostas para elas..

Não demorou muito para a comida ser servida e o Jaeger esboçou surpresa por ver aquele macarrão instantâneo ser mais saboroso que o usual.

— Não está nada mal. — Comentou, analisando profundamente aquele prato de comida. — O que você fez pra isso ficar bom mesmo? Geralmente quando faço não é tão bom assim.

— É uma receita secreta que se meu amigo descobrir que falei, ele no mínimo vai vir do outro lado da cidade só pra me dar um tapão. Agora me diga uma coisa. O que vou precisar fazer além das coisas daqui do apartamento? Tipo, o que vou precisar fazer no teu trabalho e tal?

O Jaeger apontou para que o rapaz se sentasse na poltrona, próxima à porta da residência.

— É o seguinte, não vai ser tão complicado, eu espero, mas vou ser direto ao ponto. Você vai trabalhar temporariamente como programador. Precisa saber pelo menos o básico.

“Lascou”, ele pensou alto.

— Mas pela sua reação aí — Zeke ergueu ambas as sobrancelhas, analisando o Silva. — …Parece que não tem tanta experiência na área. Não que isso seja um problema, não se preocupa. Temos um mês pra você pegar uma base e ir desenrolando a partir daí. Qualquer dúvida que aparecer, chama a ajuda de alguém pois tem muita gente no meu setor que está ansiosa pra poder ensinar alguém. — E então ele se aproximou, e determinado, murmurou: — E resolver problemas é a minha especialidade.

— Huh… Eh… Legal, eu acho.

O rapaz engoliu em seco, como se uma aura ameaçadora estivesse o cercando, mesmo que o olhar do Jaeger não demonstrasse um traço de ameaça sequer. Será foi o tom de voz usado que transpareceu isso? Ao ver dele, provável que sim.

— Resolver problemas… Falando nisso.

— Diga.

— Eu tô sem um celular… Você pode me emprestar um? Se tiver outro, é claro. — Sentiu um peso de culpa logo caindo sobre seu corpo, que se acrescentou com a encarada pouco delicada do Jaeger.

Arthur já sentia o gesto de rejeição se aproximando nos próximos segundos, pois a mão do loiro ali começou a se erguer, no entanto, parou no meio do caminho. Zeke então se levantou e foi até o último cômodo que Arthur não entrou por falta de permissão. O quarto do loiro.

O maior retornou com um aparelho “defasado”, que aos olhos de Arthur, era praticamente um luxo.

— Esse aí tá com problema de bateria, mas ainda funciona. — Explicou o Jaeger, retornando a cozinha. — Dura no máximo umas duas horas fora da tomada, mas não se preocupa, quando tiver por aqui você não vai chegar a usar tanto o celular.

O jeito que Zeke falou aquilo pareceu mais uma ameaça do que queria. E por sinal, como se tivesse lido a mente de Arthur, logo retratou de consertar sua fala com:

— Quer dizer, é que você vai passar muito tempo no computador e tal, aí não vai chegar a usar o celular. Aliás, ainda tem miojo? Até que gostei.

Arthur agradeceu bobamente pelo elogio e pelo aparelho. Gesticulou com a cabeça de que ainda sobrou um pouco e rumou apressado para o quarto.

“Vou avisar pro papai que tô aqui no apartamento do Zeke.” ele proferiu solitariamente, confiante daquilo. Mas logo de cara encontrou com um problema.

“Qual o número do celular do papai mesmo? Era seis ou era oito no último número?”

O jovem tentou diversas vezes discar o contato do pai. Tantas vezes que perdeu a conta.

— Me desculpe, eu acho que liguei pra pessoa errada. — Era o que ele dizia sempre que finalizava cada ligação.

Desapontado, apenas largou o celular e se enrolou nos lençóis que encontrou abaixo do travesseiro. “Caramba… eu tenho que lembrar o número dele logo…”

De repente, mesmo que pudesse falhar, tentou discar o número de um amigo.

Alô, quem é? — Disse a voz masculina do outro lado da linha.

— Jean! Então. Eu consegui um celular emprestado por aqui. O Zeke que me emprestou um dele. Até que tá sendo bacaninha aqui… Eu acho.

Arthur então ouviu o riso anasalado do Kirstein, e em seguida a voz dele outra vez.

Espera. O que você tá fazendo na casa do Zeke? …Só por curiosidade mesmo.

E o choque de realidade veio.

— A gente fez altas apostas lá no cassino e agora vou ter que ficar com ele por um mês. — Um grunhido desapontado soou do outro lado da linha, o que obrigou Arthur a se explicar. — E cara, ele já cobrou pra eu fazer umas coisas por aqui e tô cansadão. Assim que chegamos aqui, tive que fazer faxina, cozinhar pra ele, aí me explicou o que eu faria no trabalho… Parece pouco mas ele é meio exigente e… Um pouco arrogante.

— “Arrogante”?

— No meio da limpeza, eu achei uma foto e parecia ser ele mais jovem, algo em torno de dez anos, mas tinha uma coisa que me intrigou… Parte da foto tava rasgada, né? Eu sei que ali tinha uma silhueta, eu conseguia perceber pela roupa amarronzada de fundo, e tô me questionando se possivelmente era um pai, tio, ou qualquer outro parente. Vô não era porque tava na foto. Isso tá me deixando curioso duma forma que não estou gostando.

Um suspirou foi escutado então, aumentando a tensão que Arthur sentia fortemente em seu peito, o ansiando para que ouvisse um “a” do Jean.

E como desejado, o silêncio foi cortado.

Isso você vai vendo com o tempo. Vai tentando interagir com ele, conversando, quem sabe assim ele te revele alguma coisa, mas no mais, tenta relaxar, beleza? — Com uma pausa súbita, o acastanhado reclamou sobre alguma coisa que o Silva não ouviu bem, e em poucos segundos, Kirstein retorna à ligação. — Vou ficar cuidando dos meus casos aqui. Como eu já disse, tem muita coisa pra resolver ainda. Boa noite.

— Beleza. Boa noite então.

O rapaz, assim que largou o celular sobre o colchão, não tirou os olhos do teto por um momento sequer, se questionando diversas vezes se aquilo realmente deveria ser feito, e que havia um mês para poder achar outra solução em que não houvesse aquele furto.

Não queria ter que ferir sua moral como alguém exemplar, ainda mais como um patrão, agora ausente, dum bar, e muito menos carregar o título de ladrão. Arthur tinha que achar outra saída…

Tais pensamentos permaneceram circulando em sua mente até que o sono começou a fazer seu corpo ficar pesado, e não demorando muito, adormeceu.

 

 

— Acorda! — Zeke gritou e Arthur estabanou no chão, levantando a cara em desgosto, ele fitou raivoso o Jaeger. Aliás, o rapaz ainda mantinha a mão sobre o peito, pressionando-o para conter os batimentos de seu coração, mesmo sabendo que ele não sairia do lugar.

— O que foi, Zeke? Pra acordar nesse desespero todo?!

— A gente tá atrasado! — O loiro berrou e saiu correndo, voltando e jogando roupas para Arthur se trocar.

E do quarto, o loiro ouviu o grito do Silva.

— E por que tu não me acordou antes?!

— Porque eu também acordei atrasado!

Em questão de cinco minutos, se ajeitaram, tomaram café com torradas e dispararam para o estacionamento, em busca da moto que iriam para o trabalho.

Agora no salão principal da empresa, Zeke já marcava a presença, ainda recuperando o fôlego.

— Por dois minutos… Ah, que droga! — Confessou para a moça do balcão, que apenas digitava apressada algo naquele computador. Confirmando então que o Jaeger já estava presente, permitiu a entrada dele no edifício.

— Vamos, Arthur. — Acenou para o Silva, atrás de si, para que o acompanhasse. — Tomara que a gente não tope com a entidade maligna.

“Entidade maligna?”

Como se Zeke tivesse escutado os pensamentos de Arthur, enquanto rumavam para o elevador, explicou:

— Tem uma pessoa nessa empresa que eu morro de medo de o encontrar por aí.

— O seu chefe?

— Também. Mas é tranquilo de lidar com ele. Eu tenho medo mesmo é dessa entidade, que eu não sei o que fiz na minha vida passada, mas sempre que ele me olha, parece que quer saltar no meu pescoço e arrancar a minha cabeça!

Entraram em um corredor bem iluminado pela direita.

De repente, um cabo longo de esfregão bloqueou a passagem da dupla, que freou a corrida e derraparam no piso liso.

— A “Entidade maligna” tem nome e se chama Levi Ackerman.

Arthur olhou para baixo e encontrou um homem de baixa estatura, forte, cabelos curtos que escondiam a sobrancelha e o olhar aterrorizante, escuros como o ébano e lisos da raiz até as pontas de pouco frizz. O baixinho está usando roupas de faxineiro, desnecessariamente rodopiando o esfregão no ar e o colocando novamente no cesto do carrinho de itens de limpeza.

“Ackerman?” O Silva pensou e um nó em sua garganta se formou no instante seguinte. “O Kenny já está mandando capangas virem atrás de mim?”

— Fique sabendo que o Erwin está te procurando, Zeke. — Levi segurou a alça do carrinho e o empurrou na direção oposta à da dupla. — Se eu fosse você, daria um jeito de ir para a sala de reuniões logo. Ele não está de bom humor.

Assim que o Ackerman saiu, ambos os homens gemeram em sintonia e agradeceram por ele ter saído logo, ainda que os agradecimentos fossem por motivos completamente diferentes um do outro.

— Esse nanico ainda vai me causar um infarto. — O Jaeger levou a mão a testa, gemendo baixo em preocupação. — Aonde será que o Erwin está?

O “bing” do elevador na lateral direita de Arthur tocou alto, atraindo a atenção dos dois homens na direção do som e temendo descobrir quem estava ali.

Quando Zeke deu de cara com o individuo do elevador, o espanto foi imediato.

— E-Erwin Smith?

O homem surgiu entre as portas do elevador, e o coração de Arthur acelerou em desespero. Erwin tinha estatura alta como uma estátua. Era loiro, com fios curtos e repartidos perfeitamente no meio, provavelmente lambuzados em gel devido ao brilho excessivo sob a luz do interior da cabine. Orbes azuis vibrantes como o diamante, e tão penetrantes que atingiam diretamente a alma de quem ousasse o encarar nos olhos. Musculatura forte demonstrada por suas roupas apertadas, junto de um botão no peito que lutava para não estourar, fez com que o Silva recuasse timidamente um passo para trás para não ser visto imediatamente pelo Smith. Reparou mais na vestimenta, e ainda que fosse simples, traziam uma aura de homem empresarial imponente, que luta para ter seu espaço no mercado de trabalho. Uma camisa branca, calça azul escura e de linhas tão imperceptíveis que Arthur sentiu uma ligeira timidez por encará-lo demais, e no fundo, desejá-lo. Não negava que o homem era um tanto avantajado em todas as áreas que observava, mas se sentia culpado por basicamente devorá-lo com os olhos.

“Céus, a pessoa que fica com ele deve ser a mais sortuda do mundo.”

Ainda sim, Arthur não compreendia porque Zeke tinha medo de alguém da metade do seu tamanho. Aquilo não entrava em sua cabeça de forma alguma, mas então uma suposição veio. Talvez fosse o ar minimamente amigável que Erwin transmitia em comparação à hostilidade de Levi? Talvez fosse isso mesmo.

No entanto, Arthur recordou que não fazia parte daquele mundo corporativo naquele momento, e pensou que se esconder em qualquer canto daquele corredor, por mais ridículo que fosse, o ajudaria a escapar da encarada matadora do Smith.

Tentou dar um passo para trás, porém, tal tentativa foi em vão, pois esta foi uma das primeiras coisas que Erwin fez questão de prestar atenção, no desconhecido no interior de sua empresa.

— Zeke, você me deve uma explicação.

Sua voz, aquela voz de timbre tão marcante que faz a alma chacoalhar no interior do próprio corpo.

Arthur, rindo de nervoso, falou sem pensar.

— Eita, cabaré doido.



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