História Fallen - Capítulo II

Se havia algo, que Lucy Heartfilia odiava mais que a chuva, ela ainda não conhecia, a chuva mergulhava o mundo na escuridão, deixava todos tristes e melancólicos, a pior parte era que ela escondia as estrelas, e se havia algo neste mundo que Lucy Heartfilia gostava mais do que as estrelas, ela ainda não conhecia.

    Então depois de quase três dias de uma tempestade, que estava sendo considerada pelos especialistas em meteorologia como a pior registrada, desde o dilúvio, ela estava de péssimo humor nem mesmo um dia inteiro aprendendo a controlar seus poderes, cercada por seus amigos havia ajudado, mas infelizmente era sempre assim, quanto mais tempos sem ver as estrelas, sem se banhar em sua luz, pior seu humor ficava.

    Estava voltando para casa, depois de um dia mais que cansativo, seguindo o córrego que estava prestes a transbordar, debaixo de um guarda chuva que fazia muito pouco no quesito de protegê-la da água gelada, que havia se infiltrado em todas as camadas de roupa que vestia.

    -Ei, Lucy? - Ela olhou para a fonte da voz raivosa, um de seus melhores amigos, Grey Fullbuster, andava do seu lado esquerdo vestindo somente uma calça jeans preta, completamente alheio a chuva e ao vento gelado. -  Podemos ir para sua casa? Parece que a tempestade está piorando.

    Lucy só acenou de forma positiva para ele, e para os outros dois que os acompanhavam, Jellal e Erza, estavam um pouco para trás de mãos dadas dividindo um guarda chuva, perdidos no próprio mundinho.

    -Só precisamos correr, não vejo a hora de tomar um banho quente.- Lucy fechou o guarda chuva, em preparação para a corrida até seu apartamento viu seus  amigos fazerem o mesmo, estavam prestes a começar a correr quando algo chamou sua atenção, uma imensa bola de fogo cruzava os céus, iluminando tudo a sua volta, transformando o céu de fim de tarde, a bola de fogo parou no meio do ar, e com se fosse atraída por eles, começou a cair em direção aos amigos.

-Droga, todo mundo corre!!.- Lucy gritou para os amigos, mas era tarde demais a bola de fogo estava em cima deles, no último segundo a bola parou, e ficou flutuando, as gotas de chuva se transformarão em vapor, mas nenhum deles sentiu o calo do fogo

-Que merda é essa? - Erza estava a sua direita segurando uma espada em uma das mãos, na outra um imenso escudo branco, a pele de Gray, havia assumido um tom azulado, a não ser por seu braço direito que estava completamente preto, e Jellal estava emitindo uma luz dourada de todo o seu corpo.

-Algum tipo de magia? - Como se reagindo a voz de Jellal, a imensa bola de fogo, começou a voar em direção a um terreno vazio, caindo com força contra o chão, e criando uma pequena cratera.

-Vamos dar uma olhada.- Lucy já andava em direção à cratera, tendo plena certeza de que seus amigos estavam logo atrás. - Eu quero saber o que era aquilo.

-Lucy Heartfilia, se eu for atacada por um alienígena, a culpa é sua.- Apesar do tom brincalhão, Erza mantinha sua espada, seu escudo desaparecendo em um  clarão de luz.

-Nós não temos o direito de opinar?- Gray apontava para si, e para Jellal.

-Não- Lucy e Erza responderam ao mesmo tempo.

Jellal simplesmente sorriu para sua namorada, e a seguiu, Gray suspirou indignado, mas ainda assim foi com as garotas.

Quando se aproximaram do lugar da queda, a tempestade estava com força total, o vento estava começando a ganhar ainda mais velocidade, mas ainda assim a cratera e os arredores estavam cobertos por chamas com mais de cinco metros de altura, penas negras eram arrastadas pelo vento cobrindo todo o chão, o mais perturbador era a  quantidade de sangue que se misturava com o vapor da água criando uma névoa avermelhada.

-Isso é muito estranho Erza.- Lucy olhou ao redor absorvendo cada detalhe do lugar.- Nem o sangue, nem essas penas pretas estão queimando.

-Sério que é isso que você está achando estranho, Lucy?-Erza encarava a loira com uma das sobrancelhas erguidas.- Não a bola de fogo que quase nos matou, e abriu essa cratera?

Lucy deu um sorriso meigo que não enganava ninguém para amiga.

-Você sabia que é uma garota muito estranha Lucy?- Gray estava com um sorriso brincalhão.

-Falou o cara que fica azul.- Lucy retrucou sem pensar, se aproximando ainda mais da cratera.

-Você pegou pesado, Heartfilia.-Gray estendeu sua mão negra em direção à cratera, transformando a água da chuva em gelo, criando um caminho entre as chamas.- Você sabe que eu sou sensível em relação a cor da minha pele.

- Sim, sensível feito uma porta.- Erza assumiu a liderança do grupo, sorrindo da cara do amigo, o escudo branco mais uma vez aparecendo em sua mão direita, ela andou cautelosamente até a beira do buraco, se surpreendendo com o que encontrou.

No centro da cratera havia um homem que aparentava ter por volta de vinte anos, corpo definido, vestindo uma armadura de batalha vermelha que imitava as escamas de um réptil, coberto de sangue e penas pretas, o mais estranho era o cabelo em um tom de rosa.

    -Quem inferno tem cabelo rosa?-Surpreendentemente quem falou foi Jellal, com seu cabelo azul escuro, os três amigos simplesmente olharam para ele, com as sobrancelhas erguidas.-Sim, eu sei quão irônico isso soa vindo do cara de cabelo azul.

-Que bom que você sabe;

-Eu não quero ouvir isso do cara que fica todo azul.

-Vocês tem e inveja.

- Claro que sim.

Lucy ainda encarava o homem de cabelos rosas, mais curiosa a cada momento que passava, nem percebendo a discussão dos garotos, ela desceu até o centro, colocando seu ouvido em cima do peito dele, por um momento não ouviu nada, logo em seguida percebeu as batidas poderosas do coração.

-Ele ainda está vivo! -Erza e Jellal, descerão ao encontro dela, enquanto Gray começava a apagar as chamas ao redor.- Nós temos que ajudá lo, Gray você pode fazer uma maca? - Com um simples movimento de uma das mãos, uma maca de gelo surgiu ao lado do homem, junto de um colar cervical em volto do pescoço dele.

-Nunca se sabe..

-Jellal segura as pernas dele, Erza tente apoiar as costas.-Lucy segurou os ombro, com uma facilidade impressionante eles o colocaram na maca, aquele homem parecia não ter mais do que setenta quilos.- Ele é muito leve.

- Isso não importa agora.-Erza encarou a loira, completamente seria.- O que fazemos, com ele? Não podemos simplesmente levá-lo para um hospital.

- Por que não?

- Sério Gray? Só imagina, nos quatro chegando em um hospital, com um cara vestindo armadura, cheio de sangue, o que diremos aos médicos, “ah, ele caiu do céu em uma bola de fogo, que parou a centímetros de nos transformar em cinzas, depois caiu no chão, mas tudo bem ele sangrou muito, mas não tem nenhuma ferida aparente.”, imagina o tanto de perguntas que eles vão fazer, mesmo no mundo em que vivemos, homens vestindo armaduras de guerra não caem do céu.-Erza voltou a encarar a loira.- O que fazemos, Lucy? 

-Vamos levá-lo para a minha casa, amanhã depois da tempestade entramos em contato com alguém da guilda, pedimos para a Porlyusica dar uma olhada nele.

-Ok.

Gray criou duas correntes que se prenderam a maca, presas em uma roldana que começou a puxá la para fora da cratera,

-Se esse cara acordar e tentar te matar, não venha chorando, Lucy.

-Como se um isso fosse acontecer, Gray.