: - Lila...
Sussurrei com o pouco da razão que me sobrava. Subi minhas mãos por seus braços.
: - Por favor, Maraisa, não diz nada agora.
Foi tudo o que consegui ouvir dela em meio a música antes de ter seus lábios nos meus. A sensação foi enlouquecedora, uma corrente elétrica balançou meu corpo intensamente. Acho que morri trinta vezes quando a Marília deslizou sua língua quente e aveludada para dentro da minha boca. Ah! Santo Deus. Suspirei entre seus lábios e levei minhas mãos até seu pescoço quando ela puxou meu cabelo, onde começamos um gostoso beijo de língua.
Quer saber a sensação de beijar a Marília? Nem eu sabia descrever. Havia esperado tanto tempo por aquele momento e a tinha ali bem na minha frente, uma mão maltratando meus cabelos enquanto a outra acariciava a carne da cintura, sua língua deslizando deliciosamente contra a minha, seu cheiro entrando por minhas narinas e me deixando completamente tonta. Eu estava louca. Ela era um vulcão em chamas. Quando nossos pulmões começaram a reclamar pela falta de ar, Marília finalizou nosso beijo com uma mordida em meu lábio inferior, me fazendo gemer baixinho. Encarei seus olhos, estavam mais escuros, nunca os vi antes daquele jeito. Acho que Ed ainda cantava, não sabia dizer, não sabia ouvir mais nada. Meus lábios estavam formigando, era cheiro da Marília em todos os cantos do meu rosto. Sorri encostando nossas testas.
: - Você acabou mesmo de fazer isso?
Perguntei com as mãos perdidas em suas costas. Era bom demais pra ser verdade. O coração dela batia desesperadamente contra o meu peito, o meu não muito atrás.
: - Vamos embora. - Sua voz era um poço de rouquidão. Tremi-me dos pés à cabeça. - Por favor, vamos voltar para o hotel.
Abri os olhos para encará-la.
: - O que foi?
Perguntei temerosa e ela segurou meu rosto. Confesso que senti medo dela ter se arrependido de sua atitude repentina.
: - Eu quero ir embora, eu quero ficar sozinha com você, eu quero beijar sua boca de novo. - Fechei os olhos para ouvi-la, todo aquele jogo estava me deixando arrepiada. - Mas eu quero entre quatro paredes, só eu e você. Vamos embora, Maraisa, por favor, eu não posso esperar mais.
E eu tinha como negar? Eu tinha como dizer não a dona dos olhos mais lindos do mundo? A abracei com força antes de segurar em sua mão, a puxando e deixando para trás o show, as pessoas, o mundo. Eu a queria e daria o que fosse para tê-la suspirando colada ao meu corpo de novo.
POV. Marília
Maraisa e eu deixamos o show de Ed para trás e pegamos um táxi rumo ao hotel. Meu corpo estava em chamas, minha cabeça processando minha atitude, meu coração batendo na minha garganta. Eu queria colocar a cabeça pela janela e gritar bem alto. Como é que pude esperar tanto para fazer aquilo? Quanto tempo eu perdi criando medo ao invés de me jogar de cabeça em tudo o que eu sentia. Passei todos aqueles meses tentando fugir das minhas certezas, correndo para o mais longe possível do que sentia por aquela mulher e em questão de segundos tudo foi por ralo a baixo.
Maraisa me enlouquecia, me deixava em um estado tão grande de idiotice, mordi o lábio para reprimir uma risada. Do que eu iria rir? De felicidade, estava certa de que não podia existir coisa melhor no mundo do que me entregar completamente para ela.
Quando chegamos no hotel e entramos em nosso quarto, a apertei contra a porta fechada e grudei nossos lábios. Eu não tinha mais calma, só queria beijá-la com todo fervor, queria provar sua língua até que ela tivesse sem ar nos pulmões. Seu gosto era maravilhoso, eu poderia passar o resto dos anos degustando dele.
Maraisa agarrou meu cabelo com uma das mãos, puxando com força enquanto a outra me apertava contra seu corpo. Geni baixo com a sensação. Paris podia estar fazendo o frio que fosse lá fora, mas dentro daquele quarto eu aposto que chegaria fácil aos quarenta graus. Quando o ar nos faltou, chupei seu lábio inferior lentamente a ouvindo suspirar.
: - Beijar a tua boca me deixou sem juízo, Maraisa. - Ela era tão fodidamente má que colocou a ponta da língua pra fora, me fazendo chupá-la com gosto. - É quase um frenesi.
: - Se me permite confessar uma coisa, Lila... - O castanho de seus olhos estava queimando. Ela era linda. Puta merda, onde você estava quando deixou tudo isso longe de você por tanto tempo, Marília? Perguntei a mim mesma enquanto a admirava.
: - Confesse.
Pedi baixinho e ela sorriu entre uma respiração cortada, puxando-me pelo casaco para colar sua boca na minha novamente, dizendo entre meus lábios.
: - Você me deixou molhada.
Aquele momento que se você ainda guarda um pouco de sanidade, ele passa a não existir mais. Aquela informação fez a região abaixo do meu umbigo formigar mais do que já estava. Respirei fundo e a olhei nos olhos enquanto envolvia meus braços em sua cintura.
: - Era por isso que eu tinha medo de te beijar. Maraisa mordeu o lábio inferior, seus dedos correndo minha nuca.
: - Por que?
: - Porque eu sabia que quando isso acontecesse não iria ter mais volta.
Confessei sem desviar nossos olhares.
: - E você quer voltar?
Voltar? Voltar pra onde? Voltar para o mundo onde não se pode beijar Maraisa Henrique e sentir o coração acelerar por tê-la tão perto? Não, não mesmo.
: - Nunca. - Sorri quando colei nossas testas. - Nunca, Maraisa.
: - Acho que vou acrescentar essa noite no topo da lista das dez melhores noites da minha vida.
: - Deixa para ver o resultado depois, a nossa noite mal começou.
Colei nossos lábios de novo, não queria perder tempo falando quando podia mostrar à ela o que causava em mim. Eu sempre tive certeza de que estava incondicionalmente apaixonada pela Maraisa, mas não sabia que podia considerar todo aquele momento como o mais verdadeiro que já vivi até hoje, e eu não queria que tivesse volta.
Maraisa e eu nos beijamos em todos os cantos daquele quarto, em todos os ritmos que você possa imaginar. Nossos corpos estavam em chamas. Eu a queria tanto. Com ela as coisas eram totalmente diferentes, mais intensas, eu nunca havia sentido tanta intensidade em toda minha vida e isso me assustava. Eu queria ir com calma, eu tinha medo de me machucar, de machucá-la. Meus medos eram tantos, o que me deixava frustrada. Eu sempre fui porra louca, e quando se tratava da Maraisa, eu tinha medo de pular de cabeça naquilo, que merda estava acontecendo comigo? Senti uma pontada no coração ao lembrar da noite em que fui uma completa idiota com ela no jardim da social em que estávamos. Nos deitamos na cama, uma de frente para outra, apenas nos olhando e trocando carinhos. Tínhamos um sorriso bobo nos lábios, ela estava linda. Suspirei.
: - Em que está pensando?
Ela me perguntou quebrando nosso silêncio. Sua voz era baixa, quase um sussurro.
: - No quanto você é linda.
Sussurrei de volta sorrindo. Maraisa riu baixinho dando um leve tapa na minha perna.
: - Eu estou falando sério, Lila.
: - Eu também, ué. - Roubei-lhe um selinho. - Também estou pensando no fato de eu nunca ter me sentido assim antes, é como se eu pudesse sentir o sangue correndo em minhas veias.
: - Estou com medo de acordar amanhã e descobrir de que tudo não passou de um sonho.
: - Quer uma prova de que é real? - Perguntei risonha. - Levanta e se olha no espelho, seus lábios estão um pouco inchados e vermelhos.
Maraisa riu abertamente, imaginei que estive corada.
: - Tá vendo só o que você fez, Lila? - Ergueu um pouco o seu corpo para me olhar, seus lábios bem próximos. - Menina má.
: - Eu farei de novo, o quanto eu puder.
Desci minhas mãos por suas costas. Maraisa tinha no rosto um sorriso torto, daqueles que me tirava o ar.
: - Lhe dou carta branca para me deixar com os lábios assim mais vezes durante a semana, Lila.
: - Só os lábios?
Perguntei com um sorriso safado enquanto me virava sobre ela, prendendo seu corpo pequeno entre minhas pernas. Meu cabelo estava fazendo uma cortina ao lado de meu rosto, o que a fez pegar uma mecha e levar até o nariz, cheirando.
: - O que mais você quer deixar vermelho e dolorido? Me diz.
Sua voz era pura malícia abafada contra o meu cabelo. Maraisa é do tipo menina/mulher que se você der mole estará deitada na cama dela em minutos. Suspirei, levando uma de minhas mãos até seu rosto para que ela pudesse me olhar nos olhos.
: - Eu acho que tenho muitas opções, Nanica. - Deslizei meu dedo indicador por seus lábios vermelhos, onde elas os separou. - Notáveis.
Em um ato de maldade maior do que retirar doce da mão de criança, Maraisa colocou a ponta de sua língua pra fora, sugando o meu dedo para dentro de sua boca. Gemi baixo observando a cena. Qual era a dela? Porra. Podia ver luxúria no castanho de seus olhos.
: - Maraisa... - Mordi o lábio inferior quando ela me deixou retirar o dedo, lambendo os lábios logo em seguida. - Eu não quero ter que apressar as coisas, então eu acho melhor que pare de me provocar desse jeito.
Pedi quase em súplica, porque eu já estava a ponto de arrancar a roupa dela e tudo o que menos queria era ser rápida demais. Ela sorriu e deixou um pequeno beijo em minha testa.
: - Que pena.
: - Você não vale nada
Eu ri enquanto a abraçava para deitar minha cabeça em seus seios. Acho que respirei fundo umas dez vezes para tentar me acalmar.
Nenhum homem ou mulher havia me dado tanto tesão durante meses. Enquanto Maraisa conseguiu o meu recorde em uma noite. Eu estaria perdida com ela ali aquela semana.
Ficamos em silêncio enquanto sua mão acariciava meus cabelos. Eu não queria que aquela noite acabasse.
: - Lila?
: - Hmm?
Murmurei de olhos fechados, aproveitando seu carinho.
: - O que vai acontecer com a gente agora?
Abri os olhos para encarar o nada. Meu coração acelerou ao ouvir aquela pergunta.
: - Acho que temos que deixar acontecer, não quero apressar nada entre nós. - Ergui a cabeça e me virei de barriga pra baixo na cama para olhá-la. Seus dedos jogaram meus cabelos para trás. - Eu gosto tanto do jeito que as coisas acontecem entre a gente, é como se esperássemos por uma surpresa todos os dias, então por que acabar com isso?
Ela sorriu de forma aconchegante. Não resisti e me arrastei pra cima, grudando minha boca na dela. Nos beijamos com desejo, aquela língua macia massageando a minha como um manjar dos deuses. Eu acho que nunca iria me acostumar a beijar a Maraisa, todos os nossos beijos me faria ter sempre aquele frio gostoso na barriga. Separei nossos lábios e grudei nossas testas.
: - Você me tem, é a coisa mais sincera que posso lhe dizer agora.
Não tinha dúvidas, ela me tinha, e me tinha das melhores maneiras.
{...}
Acordei na manhã seguinte com um peso nas minhas costas. Se eu disser que as pernas da Maraisa estavam em cima da minha coluna você acredita? Pois é, ela estava atravessada na cama. Ri baixinho e sai debaixo dela tomando cuidado para não acordá-la. Dei a volta na cama e depositei um beijo em sua testa.
Estava bastante frio, olhei pela parede de vidro no final do quarto e observei a neve cair. Era tão bonito e... Romântico? Não queria sair aquela manhã, o clima estava bom para fazer programinha de casal, Paris poderia esperar o turismo.
Corri para o banheiro e fiz minha higiene matinal, parando em frente ao espelho para me olhar um pouco. Cabelo bagunçado, lábios vermelhos e os olhos tão vivos que abri um sorriso admirando.
: - Você está com cara de quem viu um passarinho verde, Marília.
Eu disse para a minha imagem no espelho, mordendo o lábio inferior. O passarinho verde tinha nome, sobrenome e estava dormindo sobre aquela cama daquele quarto de hotel. Neguei com a cabeça e ri sozinha enquanto saia do banheiro. Ainda não podia acreditar na noite passada. Ficamos conversando até de madrugada, só paramos para dormir quando sentimos que não dava mais para manter os olhos abertos.
Peguei meu celular e liguei pra minha mãe enquanto Maraisa dormia. Conversamos um pouco e depois desliguei.
Liguei para a cozinha do hotel e pedi nosso café da manhã, Nutella como ingrediente principal, é claro. Quando o café chegou, puxei o carrinho para dentro do quarto e o arrastei para perto da parede de vidro, pulando para alcançar a última prateleira do closet e puxar um cobertor. Forrei no chão e cerquei com as almofadas da poltrona, colocando em cima o que iríamos comer. Depois de tudo arrumado fui em direção à cama para acordar a minha garota. Tarefa quase impossível.
Beijei sua bochecha e corri meu nariz por seu pescoço apenas para sentir seu cheiro.
: - Maraisa. - Sussurrei em seu ouvido. - Ei, acorde.
Nada. Nenhum resmungo, nenhuma mexida, simplesmente nada. Mordi o lóbulo de sua orelha e enfiei minha mão gelada por debaixo do moletom que ela usava, conseguindo um resmungo. Sorri contra a pele de sua nuca.
: - Vamos, Linda... Vamos, acorde. - Beijei seu pescoço.
: - Hmmmmm. - Maraisa resmungou virando-se de barriga pra cima, ainda de olhos de fechados. Sorri. - Não quero abrir os olhos, estão grudados.
Ela disse manhosa e eu tinha certeza que estava tentando me convencer a deixá-la dormir mais um pouco. Ri de sua manhã e acariciei sua barriga quente por debaixo da blusa.
: - Mentirosa. - Beijei-lhe os lábios. - Você está com preguiça.
Rindo um pouco, Maraisa finalmente abriu os olhos, me dando ganho de causa. Eles ficavam ainda mais brilhantes pela manhã.
: - Pronto.
: - Boa garota. - Sussurrei. - Vem, vamos tomar café da manhã, eu vou alimentar você.
: - É? Acho que estou gostando disso. - Maraisa levou as mãos aos olhos e os coçou levemente. - Vai me dar na boca?
: - Uhum, na boca. - Dei um leve tapinha em sua coxa, me erguendo ao lado da cama. - Agora vem!
Estendi minha mão e ela pegou sem hesitar levantando da cama.
: - Mas primeiro vou jogar uma água no corpo para despertar um pouquinho.
Ela disse indo em direção ao banheiro, sem nem mesmo dar tempo de argumentar algo. Me sentei no edredom que tinha estendido no chão e esperei por ela mexendo no celular.
Nao demorou muito, e logo apareceu sentando-se entre minhas pernas. Deixei o celular de canto e dei um pequeno beijo em sua bochecha.
: - Café da manhã com direto à vista de Paris.
Ela disse risonha. Quando a tinha contra o meu peito, estiquei meu braço e peguei um dos morangos na tigela, molhando no pote de Nutella.
: - Abra a boca.
Pedi baixinho perto de seu ouvido. Maraisa separou os lábios e eu levei o morango até eles, a deixando morder um pedaço. Levei até minha boca o que sobrou de sua mordida.
: Hmmmm. - Murmurou enquanto mastigava. Abracei sua cintura com a mão livre. - Morango com Nutella já é maravilhoso, dado por você então.
Soltei uma risada e beijei seu pescoço.
: - Quer mais?
: - Sempre.
Peguei mais um morango e fiz o mesmo que fiz com o outro.
: - Vira o rosto pra mim, Nanica.
Pedi e ela se virou um pouco de lado contra o meu corpo.
: - Agora abre a boca.
A observei separar os lábios da forma mais lenta possível, sabia que estava me provocando. Coloquei o morango entre seus lábios e me aproximei para morder junto com ela, o que acabou em um beijo regado a morango com Nutella.
: - Gostoso. - Sua voz saiu cortada contra meus lábios. - Gostosa, que garota gostosa.
Eu ri baixo ao ouvi-la. Ela era encantadora e me deixava trêmula. Nos afastamos e nossos olhares se encontraram.
: - Você está me surpreendendo. - Sorriu de uma forma tão apaixonada que senti meu coração acelerar. - Não sei que palavra usar para descrever o quanto estou amando tudo isso.
E ela precisava dizer? Seus olhos me mostravam e aquilo era o suficiente para mim.
Ficamos ali por um bom tempo, apenas nos curtindo. Trocamos beijos calmos e carinhosos, palavras fofas e olhares intensos. Paixão é assim mesmo, né? Se você nunca teve o prazer de se sentir perdidamente apaixonada por alguém, tudo o que posso fazer é lamentar muito.
Quando nossas bundas ficaram doloridas de tanto ficarmos sentadas no chão, corremos para a cama. Meu celular tocou e eu vi no visor que era Henrica me ligando por chamada de vídeo. Ela estava comigo desde o começo, além de trabalharmos juntas, éramos muito amigas também. Maraisa se afastou um pouco e eu me ajeitei para atende-la.
"Hey, patroa!"
Ela disse animada acenando para câmera. Que saudade eu tava dela.
: - Oi Amiga!!! Como estão as coisas por aí? Aconteceu algo?
Perguntei. Henrica não era muito de me ligar.
"Melhor impossível! Já fazem 3 horas que estou deitada sem levantar, dá pra acreditar? Há mais de um ano eu não me dava esse luxo! Não aconteceu nada, liguei porque estou com saudades mesmo. Cadê a Maraisa?"
Ela disse toda animada e eu sorri. Maraisa se aproximou aparecendo na chamada de vídeo também assim que ouviu seu nome e acenou pra ela.
: - Claro que dá, a Maraisa e eu não levantamos para nada desde que chegamos, bom, só levantamos mesmo para fazer turismo e como hoje está nevando muito, resolvemos ficar.
Eu expliquei à ela enquanto Maraisa se concentrava em arranhar a minha coxa por debaixo da coberta. Eu queria dar um tapa na cara dela.
"Não vou sentir inveja, pois tenho sol, piscina, comida na mão e pernas para o ar. Desculpa, Patroa."
Henrica disse fazendo cara de desdém e eu caí em uma gargalhada nervosa. Sim, nervosa porque a Maraisa estava subindo a mão para a minha virilha, e o pior era a cara de "não tô fazendo nada" enquanto olhava para Rica(Henrica) na câmera do celular.
: - Estou com saudades Rica!
Maraisa disse fazendo biquinho. Como ela podia ser tão cínica assim? Ela estava acariciando a minha virilha, que mesmo por cima do moletom que eu usava estava me deixando maluca, ela me pagaria caro.
"Awwwn, eu também amiga. Não só eu, mas o restante do pessoal também. Saímos todos juntos esses dias e sentimos sua falta"
: - Sério?? Queria tanto! Quando voltar vamos marcar um rolê bem maneiro. Mande um beijo para eles quando estiverem juntos.
Respirei fundo e mordi o lábio inferior tentando fazer a cara mais normal do mundo. Se ela chegasse os dedos um pouco mais para o lado, tocaria uma região não muito legal de ser tocada naquele momento.
"Com certeza vamos marcar." - Maraisa sorriu para ela de forma gentil. Maldita! - "Patroa, que cara é essa? Está passando mal ou algo assim?"
: - Hã?
Perguntei por impulso sentindo o sangue fugir de meu rosto. Maraisa me olhou, seus olhos brilhando em divertimento e malícia. Que vontade eu senti de agarrá-la, ou socá-la, sei lá.
: - Está passando mal, Patroa? Realmente você não está com uma cara muito boa.
Apertou minha coxa. Deslizei os dedos pelo cabelo e sorri, levando a mão livre até minha têmpora para fazer uma pequena massagem no local.
: - Só uma dorzinha de cabeça. - Menti
"Tome um analgésico logo, não deixe que piore"
Henrica disse com um olhar preocupado e eu me senti mal. Odiava mentir.
: - Ah, não se preocupe Rica. Vou ficar bem.
Eu disse sob um fôlego só. Não satisfeita em me tentar por cima da roupa, ela resolveu enfiar a mão por dentro do meu moletom. Ela. Estava. Com. Os. Dedos. No. Elástico. Da. Minha. Calcinha. Assim não dava pra viver, não dava pra respeitar nada, não dava pra ir devagar, não dava pra respirar. Temendo o pior, segurei a mão dela para que ela não a movesse.
"Tá bom então. Bom, meninas, vou desligar porque bateu a fome e preciso colocar algo no estômago. Foi bom ver vocês, estou morta de saudades. Espero que o tempo passe logo para nos vermos. Se cuidem, eu amo vocês".
: - Tchau amiga, também te amo. Se cuida.
Maraisa era toda sorrisos. O que era dela tava guardado.
: - Te amo, Rica.
Eu disse sorrindo, mandando um beijinho para ela. A vi acenar uma última vez antes da chamada ser finalizada.
Deixei o celular com pressa na mesinha que tinha ao lado da cama. Maraisa iria sair da cama, mas eu fui mais rápida que ela e a puxei pelo tornozelo, fazendo com que ela caísse de bruços entre risadas. Neguei com a cabeça e me deitei por cima dela, envolvendo seu cabelo em minha mão para segurá-la com firmeza. Puxei as mexas com firmeza para manter seu ouvido perto da minha boca.
: - Está pensado que vai pra onde?
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