Charlie olhava para a cena sem saber se achava engraçada a situação de Angel ou se ficava preocupada pelos outros dois demais. Aproximou-se de Alastor colocando a mão em suas costas calmamente "Vamos... Dar um castigo apropriado para eles, ok?" Isto incluía Angel Dust, por mais que Charlie não quisesse, tinha de ser justa.
Alastor ia fechando os dedos lentamente, os gritos de desespero, o faziam sorrir mais ainda. Mas teve de parar assim que a garota tocou suas costas.
“Eles queriam se enforcar, só estou ajudando...” disse com os dedos parados no ar. Queria fecha-los, mas ... “Certo.” Suspirou estalando os dedos e fazendo os tentáculos soltarem todos e sumirem no chão. Ele tossiu ajeitando seu cabelo vermelho. “O que quer fazer?” Ele colocou as mãos nas costas e olhou para a garota.
Alastor falando sobre enforca-los fez Charlie balançar um X com as duas mãos no ar em negação, não queria mais mortos ali apesar de tudo e de não sentir remorso por Alastor ter matado os outros dois.
Suspirou deixando os ombros caírem assim que ele soltou os três e logo levou um dedo ao queixo, pensando. A esse ponto, os demônios que estavam a mesa estavam um tanto assustados com o que estava acontecendo. E talvez mais ainda por Alastor ouvir a menina. Não era algo muito comum.
"Vocês vão ficar sem sobremesa e Happy Hour, e as próximas três sessões de cada um serão de três horas, em vez de uma." Disse tomando uma posição imperativa levantando o dedo indicador e fechando os olhos com a outra mão nas costas, tinha certeza que aquilo era uma boa ideia.
Alastor mantinha os braços atrás de suas costas enquanto a menina pensava em algo. Todas as ideias de Alastor envolviam sofrimento, deixa-los a beira da morte, traumas, e tudo mais, mas ele tinha certeza... Assim que a garota decidiu sobre a punição, ele continuava com o sorriso no rosto, mas revirou os olhos. Ainda assim, achava adorável a posição da menina e o quanto ela acreditava que aquele tipo de punição era suficiente. Ele pigarreou levemente.
"Se depois desta punição, vocês continuarem com isso, a punição será bem pior..." Disse enquanto seus olhos se transformavam em setas de frequência e seu sorriso ficava estático. "E comigo..." Sua voz era levemente distorcida e sua cabeça caia para o lado lentamente, até que voltou ao normal e olhou para a menina com um sorriso largo. "Certo?"
Os demônios pareciam aliviados por ser Charlie a cuidar do castigo, dando um longo expirar aliviado, do qual logo foram interrompidos pela aura medonha de Alastor sugerindo, coisa que os fez encolher de medo novamente. Mas neste caso, medo era bom, impunha que respeitassem Charlie para não sofrerem as consequências.
"Sim, certo, haa.. Ha" Charlie riu de nervoso contraindo os ombros e colocando as mãos para trás, sabia que era um incentivo para os demônios. "Então, todos a mesa, vamos jantar." A menina apontou com as duas mãos para a mesa, indicando para tomarem seus lugares pois todos já estavam esperando. Sentou-se ali olhando para Alastor e levantou um sininho, dessa vez ela que indicou o início da ceia.
Alastor virou de costas e caminhou lentamente até o seu lugar, olhando os demônios que estavam sentados à mesa, alguns se encolhiam só pelos olhos de Alastor o fitarem. Então sentou-se, conectando seus olhos com os de Charlie. Ele sorriu largo vendo a menina iniciando a ceia. Pegou o guardanapo e pôs sobre seu colo.
Niffty e os outros criados bodes serviam a todos a mesa com prontidão caso alguém quisesse suco ou repetir o prato e já começavam a comer. Alastor vez ou outra olhava para a menina. Ele a evitou a semana toda, agora, não conseguia parar de olha-la.
O almoço decorreu bem, todos se comportaram, especialmente os três que estavam 'badernando'.
"Hey babe, eu não vou ter que cumprir esse castigo não, né? Eu estava ajudando!" Angel Se inclinou na mesa para sussurrar a Charlie ao seu lado, atraindo alguns olhares que se perguntavam que tipo de atrocidade o rosa estaria falando novamente.
"Você quebrou uma CADEIRA na CABEÇA de um deles" Charlie frisou as palavras ainda sussurrando para o menino.
Angel Dust soltou uma risada, se reclinando sobre a cadeira cruzando os dois pares de braço com um sorriso largo de lábios fechados no rosto, claramente nada arrependido "Eles mereceram."
Alastor limpou os lábios com o guardanapo e então chamou Niffty. Ele se inclinou para a pequena e cochichou uma coisa para ela. A mesma fez que sim com a cabeça, não muito contente, mas sorria a todo momento. Saiu correndo em uma velocidade alta para a cozinha.
Alastor cruzou as pernas e ficou olhando para Charlie por um momento, até que olhou em volta os demônios que continuavam ali. Niffty voltou correndo, mas ao invés de ir direto para Alastor, ela parou ao lado de Charlie, colocando um prato na mesa. Era um prato com uma forma pequena, como se fosse um pudim, mas na verdade era uma sobremesa chamada 'Crème Brûlée'. Niffty saiu sem dizer nada, nem sequer explicar o que era, e fora já entregar o outro prato para Alastor, que agradeceu.
A maioria dos demônios já tinha saído da mesa quando Charlie recebeu o pequeno prato, alguns poucos que restaram se entreolharam confusos, estes estavam esperando pela sobremesa também, mas era a infernal, não a humana que estava à frente do casal.
Niffty trouxe a eles olhos de lêmure crús com creme de musgo preto, uma iguaria dos melhores restaurantes do inferno. Mas... Nunca aos pés dos humanos.
Charlie olhou para o pratinho, deixando a cabeça cair para o lado confusa, nunca tinha visto aquilo, nem sequer ouvido falar. Era outro prato humano. Levantou uma sobrancelha e o olhar para o maior, sorrindo largo de canto de rosto, ele não cansava de surpreendê-la. Pegou a colher ao lado do prato e sentiu então a textura do doce, em cima mais durinho pelo açúcar queimado, e por dentro cremoso, como um pudim.
Levando até a boca, seu paladar explodiu como fogos de artifício, era o melhor doce que já tinha comido! Apertou as mãos contra sua bochecha enquanto mastigava feliz e fazia um som estranho de "hmmm".
Alastor sorria, ver a garota gostar da sobremesa que ele havia 'preparado' como surpresa para eles o deixara feliz. Ignorava totalmente a reação dos outros demônios que ficaram confusos e até mesmo, observavam curiosos a sobremesa dos dois. Alastor saboreou a sua, devagar. Era uma sobremesa francesa... Assim que colocou na boca, sua cara não foi das melhores.
A textura estava maravilhosa, mas... Ele realmente não gostava de doces. Engoliu com certa dificuldade. A sobremesa era pequena, sutil, mas era deliciosa para quem gostava.
Ele não tocou mais na sobremesa, apenas ficara olhando de vez em quando para a menina, até chamar a Niffty novamente. "Veja se ela quer, se não quiser, pode comer." Disse levantando da mesa e se retirando. Logo mais as sessões começariam então, deveria dar uma olhada geral no hotel antes de se direcionar a sala. Niffty correu para Charlie. "Ele perguntou se você quer." Ela apontou para a sobremesa que estava em mãos.
Charlie havia terminado a sua quando Niffty parou a seu lado oferecendo o prato de Alastor, Charlie limpava a boca com o guardanapo e olhou de canto, sorriu escondida no pano, é claro que ele não comeria, não era um cara muito de doces.
Pegou o prato agradecendo a menina e então comeu mais um pouco. Todos os outros demônios já tinham saído da mesa e a sessão de reabilitação estava próxima, teria de olhar de quem era a vez. Charlie seguiu para os corredores, andando com certa pressa e procurando Alastor, estava quase na hora das sessões. "Al, você sabe de quem é a sessão hoje?"
Alastor já seguia pelos corredores, até quando ouviu a voz de Charlie. Ele se virou, e então estalou os dedos, uma lista apareceu. Ele ajeitou o monóculo para seguir a listra de dias e pacientes. "Senhorita Fitz." Estalou os dedos novamente e a lista sumiu.
Charlie então se aproximou do maior, segurando a ficha e pegando-a para ler. Forçava um pouco os olhos para entender aquela letra estranha que ela mesma tinha escrito.
"Hm... Ela morreu faz doze anos, causa da morte..." A princesa passava os olhos pela ficha procurando a informação "Um de seus clientes, ela era prostituta, a acertou com um tijolo na cabeça enquanto ela tentava mata-lo. Um milionário, Charlie Sheen, de atualmente 54 anos, ator de Hollywood, era alvo da garota de programa para conseguir sua fortuna após mata-lo, mas não esperava que ele iria se defender. Estelionatária e assassina, era conhecida no mundo do crime como Viúva Negra, e no mercado de ficha rosa como Glória Boom" A garota lia a ficha levantando uma das sobrancelhas, um tanto surpresa com a audácia da mulher. "...Dinheiro é tão importante assim?" Novamente a cabeça da garota virou para o lado, será que era tão importante para ser motivo para matar alguém?
Alastor ouvia atentamente o que a menina estava lendo enquanto caminhava ao lado dela. Assassina, isso ele se identificava com ela, mas diferente dela, ele matava pro prazer, e não por... Dinheiro.
"Você não faz ideia, my dear." Disse revirando os olhos enquanto sorria largo. "Qual é o quarto dela?" Ele se inclinou para ela para ver a ficha que a menina carregava em mãos, e deixou a cabeça cair levemente para o lado. Havia vários desenhos em volta, extremamente -"Adorável." Disse erguendo uma das sobrancelhas. Era até difícil entender qual era o número do quarto da paciente.
"Hm, deixa eu ver" Puxando novamente a folha, a menina a girou para os dois lados tentando entender "Onze!" Porém ao inclinar de volta, ficou em dúvida "...Na verdade eu acho que é setenta e sete."
Alastor ergueu as duas sobrancelhas olhando a dificuldade da menina ao ver a folha. Ele então parou com ela e olhou ao redor. Não havia ninguém próximo. Ele ficou atrás dela, pegando as mãos da pequena para segurar a lista. Girou a lista até conseguir ler o nome da paciente e o restante das informações. Pegou a mão direita dela, e puxou levemente o dedo indicador pra passar sobre o papel. "Setenta e sete." Disse baixo e então beijou-lhe a bochecha. "A menos que você tenha preenchido essa ficha com sono, darling."
Charlie roubou então um selinho de Alastor após o mesmo beijar-lhe a bochecha, e deu a mão ao maior, corando um pouco por causa de sua letra.
"E-eu não tenho uma letra muito bonita" Charlie riu baixo, e então seguiram o corredor para subir a escada, deveria ser no segundo andar. Quando chegaram ao quarto, Charlie se soltou da mão de Alastor e ajeitou a própria gravata, pigarreando e ficando em uma postura melhor, e então bateu na porta. "Senhorita Flitz?"
Alastor sorriu largo com o selinho, então encostou a ponta do nariz na bochecha da pequena. "Não seja boba, darling." Ele disse antes de se endireitar e continuar seguindo pelo corredor para subir a escada.
Alastor ajeitou sua gravata também, e colocou a mão atrás das costas. Um demônio, totalmente rosa abriu a porta. Era como se tivesse plumas como cabelos, e plumas ao redor dos braços e decote. Seus olhos eram laranjas. Usava um top vermelho e uma saia curta preta de couro. "Sim?" Ela se encostou no vão da porta, mascando um chiclete e olhando para a loira.
"Está na hora de sua sessão, Senhorita Fitz." A mesma desviou o olhar agora para o vermelho. Ergueu as sobrancelhas com um sorriso largo.
"A sim, como poderia me esquecer da minha sessão..." Cruzou os braços como se quisesse deixar o decote mais em evidência. Naturalmente, Alastor ignorou tal fato, e virou de costas, começando a seguir para o quarto da sessão.
Charlie olhou a mulher de cima abaixo, reparando que a mesma tinha um corpo exuberante e... farto. Abundante, diga-se de passagem. E parecia estar se insinuando para Alastor.
Mas a menina, mesmo levantando uma sobrancelha e cruzando levemente os braços preferiu ignorar esse fato e imaginar que era coisa de sua imaginação. Jogou as mãos para o lado dando passagem para a mulher ir na frente, esta que bateu a porta atrás de si com não muita força, e saiu rebolando em seus saltos de pelo menos 15 centímetros com as mãos na cintura, esta que parecia ter uma circunferência mínima.
Se entreolhou com Alastor. Era a primeira vez da mulher, o que a deixava apreensiva. Mas logo chegaram à sala e Charlie colocou a prancheta na mesa enquanto deixou a porta para Alastor fechar.
Alastor olhou para Charlie e ergueu uma sobrancelha. Deu de ombros e então seguiu para a sala da sessão. Chegando lá, Alastor fechou a porta atrás deles e caminhou até a cadeira.
"Por favor, senhorita Fitz, pode sentar-se." Ele sorriu e a demônio deu uma piscadinha para Alastor.
"Claro meu bem." Ela soltou uma risadinha e sentou-se na cadeira. Alastor fez uma cara não muito agradável assim que deu as costas para ela e fora até Charlie. "Qual seu planejamento para a sessão dela?" Perguntou com um sorriso grande em seu rosto.
"Hm... Não pensei muito nisso." Charlie ainda olhava a ficha a analisando, alguma coisa que trabalhasse em cima de seus crimes para melhora-la seria uma boa. "Talvez possamos fazê-la cuidar de crianças, ensina-a a cuidar, em vez de matar." Charlie então virou-se para o maior sorridente, acreditava que aquilo era uma ótima opção, então seguiu até a mulher e colocou a mão na cadeira que ela estava, aproximando-se e se abaixando um pouco "Gosta de crianças, senhorita Flitz?"
“Você acha que...” Antes que Flitz continuasse, virou sorridente para Alastor, que apenas sorriu para ela. Ele sabia que aquilo não era uma boa ideia, mas... “Meu bem, olha a minha cara de quem gosta de crianças.” A demônio disse apontando para si mesma e revirou os olhos. “Querida, eu tirei meu útero porque odeio crianças.” Cruzou as pernas e então olho para Alastor. “Sempre gostei de me divertir sem peso na consciência.” Deu uma piscadinha soltando uma risada um tanto provocativa.
"Perfeito!" Charlie então entrou na frente da mulher cortando a visão dela de Alastor e levantou os braços animada "Isso aqui não é um parque de diversões, então não importa se você gosta ou não!" Charlie estava um pouco incomodada, mas conseguia esconder bem seu sentimento através do sorriso largo e então bateu duas palmas, para que a luz diminuísse, e logo mais os hologramas começassem. "Al, você consegue trazer dois bebês? Um para mim e outro para ela?" Charlie virou para trás dando uma piscadinha para o maior, a aura da menina estava levemente pesada.
Alastor arregalou os olhos um pouco confuso com Charlie se colocando a sua frente e com o tom rígido da garota. Assim que a luz diminuiu Alastor ouviu o pedido da pequena e ele fez que sim com a cabeça. Estalou os dedos e dois bebês apareceram em dois carrinhos ao seu lado. "Aqui está, my dear." Apontou para os carinhos com um sorriso. Enquanto isso Fitz cruzava os braços encarando os carrinhos. "Eu não vou segurar." Disse empinando o nariz já.
Charlie então correu até um dos bebês com um grande sorriso no rosto, era uma menina de aproximadamente seis meses. E... Era humana. Os olhos de Charlie brilharam de um jeito muito intenso, e seu sorriso aumentou muito apesar de estar de olho na demônio.
"Ah, você vai sim!" Charlie então se aproximou colocando o bebê no colo de Flitz, e então deixou os olhos ficarem vermelhos e o neon de sua pele transparecer, deixando assim sua voz grossa "E você não vai querer fazer mal a ela. Ok?" Logo voltou ao normal e correu até a outra menina, pareciam ser gêmeas talvez, e a pegou no colo, colocando o indicador em seu nariz fazendo um ‘boop’ e rindo feliz, girou com a criança nos braços e encostou a cabeça na mesma. "Crianças são frágeis, e elas precisam de carinho" Então a menina beijou a bochecha da bebê, que riu em troca, fazendo o sorriso da menina cintilar.
Fitz olhou com desdém para Charlie, se encolheu um pouco ao ver a garota se transformar levemente, mas logo a olhara com desdém de novo. Pegou o bebê segurando pelos braços e longe dela mesma como se tivesse nojo.
Alastor observava a menina pegando a outra bebê no colo. Ela parecia tão feliz... Tão -- Sorridente. Sou sorriso aumentara, mas ao mesmo tempo que o sorriso aumentara, seu rosto ficara corado. Por que ele estava se sentindo feliz com aquilo? Ele tossiu cobrindo a boca com a mão e desviando o olhar.
Charlie balançava a criança em seu colo para nina-la, e começou a cantarolar baixinho uma canção de ninar enquanto andava até onde os hologramas produziam objetos relacionados as meninas, pegando então uma das mamadeiras e segurando em sua mão para aquece-la com seu fogo.
"Stars are shining bright
The wind is on the rise" A voz de Charlie era baixinha, então começou a dar a mamadeira para a menina, e então aproximou-se de Alastor entregando a menina a ele, assim poderia ir esquentar a mamadeira que daria para a menina que estava no colo de Flitz "Whispering words of long lost lullabies"
Alastor parecia assustado quando a pequena chegou perto dele, entregando o bebê. Ele arregalou os olhos e pegou no colo, com um certo desespero. Não sabia o que fazer, ou como fazer... E por que ele aceitara segurar aquela criança?!
Charlie estava balançando a criança anteriormente, ele... Devia fazer o mesmo? Ele começou a balançar o bebê no colo. Onde... Um Overlord como ele iria imaginar que seguraria um bebê que não fosse o dele próprio? Com esse pensamento Alastor corou ainda mais, olhando para Charlie. Ela estava fazendo de propósito? Ela não era assim... Não, não devia estar, ainda sim... Enquanto isso Fitz estava segurando a outra bebê pelas axilas, com nojo. "Qual a necessidade disso?" Ela olhou para a Charlie revirando os olhos.
A princesa então franziu o cenho para a demônio, aproximando-se e pegando o bebê, colocando no colo dela novamente e fazendo-a segurar a mamadeira e dar à criança. "A necessidade é você equilibrar suas coisas ruins com as coisas boas que você vai fazer aqui." Charlie tentava explicar, acreditava que se um demônio ali tivesse um coração mais bom do que ruim, este teria finalmente sua redenção.
E que jeito melhor de melhorar o coração do que aprender a cuidar e amar? Charlie virou-se numa pirueta e deu dois passos até Alastor, agradecendo por ele ter segurado e então pegando a criança novamente. Por algum motivo estava realmente feliz de estar ali daquele jeito. "Elas são tão fofinhas" A menina sussurrou sem perceber que as palavras saíam de sua boca, e continuava a balançar o bebê.
"Eu posso muito bem equilibrar a coisas de outro modo." Fitz olhou para Alastor novamente dando uma piscadela e ignorando a bebê que estava agora de maneira certa no seu colo.
Alastor franziu o cenho e olhou para o outro lado enquanto segurava a bebê em seu colo. Entregou o bebê para a pequena e abaixando um pouco a cabeça como se dissesse 'de nada'.
Agora o overlord olhava para Charlie e sorria largo para a menina. Estava sendo tão delicada com a bebê, tão doce... Ele então parou de olha-la, por algum motivo aquilo estava o constrangendo e fazendo seu coração bater mais rápido.
Charlie não deixou que Alastor visse sua reação, mas olhou para a menina mostrando as presas e os olhos vermelhos, mas provavelmente sua aura era possível de sentir, esta que exalou uma única onda pesada, como um aviso a mulher. Entendia bem que estava sentindo ciúmes, mas era um sentimento ruim demais, que a fazia sentir raiva. Não gostava de sentir raiva.
"Você faz o que eu mando." Charlie alertou Flitz novamente, com uma voz doce porém imperativa. A princesa andou com a criança no colo até os hologramas, agora pegando um chocalho e entregando para a mulher, porém na hora que a mesma pegou, esquentou os dedos para queima-la levemente, e sorriu ameaçadora.
Fitz virou para Charlie a olhando novamente com desdém. Não tinha mais medo da cara demoníaca da princesa. Segurava o neném contra sua vontade, mas ainda dava mamadeira. Não via absolutamente sentido nenhum naquilo.
Alastor por sua vez, olhava para alguns detalhes do quarto, já que não queria olhar para Fitz, estava incomodado. Porém sua atenção se voltara para as palavras usadas por Charlie. Por que ela estava desse jeito? De alguma razão, esse 'pulso' firme dela o deixava interessado.
Fitz virou os olhos e pegou o chocalho, e assim que o fez gritou, fazendo a bebê no colo chorar alto. Ela largou o chocalho e o bebê balançando a mão. Alastor arregalou os olhos e estalou os dedos. Um tentáculo pegou a bebê calmamente e a trouxe para seus braços.
O tentáculo desapareceu, e agora Alastor balançava a pequenina em seu colo, e a mesma se acalmava. Ele matou muito tipo de gente, mas nunca, jamais mataria crianças ou deixaria que as mesmas se machucassem.
"ELA ME QUEIMOU DE PROPÓSITO!" Fitz apontou para Charlie, franzindo o cenho, e olhava para Alastor. "Faça alguma coisa!" Cruzou os braços e as pernas.
"My dear, você ainda não entendeu sua posição aqui?" Ele sorriu grande. "Ela e eu quem mandamos... Eu faria coisas piores se fosse ela." Ele riu, virando de costas enquanto ninava a pequenina nos braços.
"Hm, coisas piores? Vindas de você? Estou interessada." Fitz se inclinou na cadeira, quase que comendo o demônio com os olhos. Ele era - educado, forte, dava medo, era um overlord... Todos o conheciam. E aquilo deixava-a extremamente excitada.
Exasperada, a princesa se virou para o bebê que iria cair, mas viu que Alastor a segurou primeiro, o que a deixou aliviada e suspirou com a mão no peito. Por um momento sentiu raiva da mulher que tentava acusa-la, e seu lado demônio pedia para vir à tona, mas engoliu em seco, guardando para si o ódio que estava se formando. Charlie novamente se colocou na frente da mulher, cruzando os braços e agora deixando os chifres crescerem um pouco "Você vai ficar quietinha. E fazer o que EU mando.”
Fitz revirou os olhos e então empurrou a princesa pela testa, levantando e indo em direção a Alastor. "Sabe, eu não ligaria se você mandasse em mim..." Se aproximava lentamente ajeitando suas penas e plumas. "A gente, depois daqui, podiamos sair pra jantar né? E ai você podia me punir...." Alastor ainda estava de costas, ele ainda não tinha nem reparado que ela estava falando com ele. Ele estava olhando o bebê em seu colo e ninando... E se ele um dia fosse pai, como seria? Como seu herdeiro seria? Então ele corou deveras graças ao pensamento e por sequer se imaginar assim com a menina. Ele estava tão submerso que nem sequer sentira a demônio se aproximando. "Bem -- gostoso, se é que me entende." Deu uma risadinha quase encostando no braço de Alastor.
Ao ser empurrada pela testa, Charlie respirou fundo mais uma vez, não querendo perder a postura nem a autoridade, coisa que já era baixa. Bateu no próprio corpo ajeitando a roupa e colocou a bebê que estava em seu colo em um cercadinho que o holograma tinha feito, novamente puxando o ar enfurecida.
"Alastor. Saia da sala." O tom da menina enfurecido era nítido, mas seu pedido era um tanto quanto suplicante, ela queria que ele a escutasse.
Alastor acordou dos seus pensamentos e piscou algumas vezes. Olhou para a pequena e ergueu a sobrancelha. "Hm, claro." Sorriu largo, um pouco suspeito, já que ela não estava com seu tom normal.
Fitz estava a poucos centímetros dele assim que se deu conta. Ele olhou confuso para garota e ainda com o sorriso saiu de perto dela. Colocou a bebê no carrinho e olhou para a sua pequena. "Quer que eu as tire daqui?" Segurou ambos os carrinhos.
"Por favor" A loira sorriu, esperando Alastor sair da sala com as pequenas e então suspirou, jogando a mão em palma em direção a porta, onde uma pequena esfera de fogo fora lançada, derretendo a fechadura fazendo o metal borbulhar e escorrer.
"Fitz, Fitz" O sorriso da menina era grande, e seus olhos estavam bem abertos, um tanto quanto animados, e com as mãos para trás andava devagar em direção a demônio. Tudo parecia normal, exceto por sua sombra crescer e se tornar monstruosa na parede, com olhos vermelhos cintilantes, chifres longos e dentes arreganhados. "Você torrou minha paciência."
A menina se aproximou agora numa velocidade imensurável, medida talvez pelo som, agarrando a mulher pelo pescoço e a derrubando contra o chão, este que se rachou inteiro. Suas garras agora de aço começavam a esquentar como chapa quente no pescoço da mulher enquanto o apertava e sentia sua aura aumentar.
A sombra já estava no teto e tomava conta praticamente do ambiente inteiro. "Não toque no que é meu" Charlie se aproximou do rosto da mulher, olhando-a bem nos olhos e abrindo os dentes, estes agora tão grandes quanto dentes de tigre, rosnando próxima e com uma voz distorcida. Seus olhos já brilhavam, assim como as marcas em sua pele.
Alastor saiu com os carrinhos para o corredor e então estalou os dedos. Não seria nada bom ter dois bebês humanos ali no meio do inferno.
Escutou algo borbulhando e quando olhou para trás a maçaneta e fechadura tinham derretido e escorrido. Alastor levantou a cabeça. Charlie não iria fazer o que ele achava que ela faria... Faria? Ele se aproximou da porta e escutou um grunhido de Fitz. É, ela faria. Ele debateu se deixaria ou não isso acontecer.
Afinal, não ligava se a demônio morreria, sabia que Charlie era o forte o bastante para mata-la. Mas... Isso não era da natureza da pequena.
"Charlie? Posso entrar?" Bateu na porta gentilmente, e por não obter nenhuma resposta, provavelmente porque o corpo de Fitz estava se debatendo, e os seus gritos abafados eram... Até que altos. Ele então estalou os dedos. Um tentáculo, socou a porta que abriu, quebrando a trava da porta e o vão. Ele entrou e encostou a porta. Se aproximou calmamente. "O que está fazendo?" Segurou o microfone atrás das costas, girando. Não se aproximou muito, gostaria de entender exatamente o que estava acontecendo antes de intervir.
Charlie ouvira a porta sendo destruída e Alastor entrando, mas por nenhum segundo sequer tirava as mãos do pescoço da mulher e continuava o queimando, mas não o suficiente para mata-la, apenas para que sofresse. Matar rapidamente seria entediante.
"Galinha frita" a menina disse fria, agora fazendo a temperatura aumentar e a pele da mulher borbulhar enquanto a mesma gritava "Cala a bocaaaa, não aguento mais ouvir sua voz!" Charlie então apertou mais a garganta da mulher, sem que ela pudesse mais falar.
“Charlie...” Por mais que o vermelho amasse ver os outros sofrendo e achasse... Deveras atraente a pequena fazendo Fitz sofrer bem lentamente em meio de gritos de agonia... Ele sabia que aquela não era Charlie. Mas, difícil de admitir, aquele lado dela o excitava.
“Charlie, você não é assim.” Ele colocou a mão nos cabelos dela. Continuava com o sorriso em seu rosto e olhava para a pequena. “Você é muito melhor que isso, sabe disso.” Disse baixo, passeando os dedos sobre o cabelo da pequena.
"Estou ensinando a ela" com certa força Charlie levantou a mulher e logo a bateu no chão de novo, rachando ainda mais o piso que já estava quebrado. O carinho em seu cabelo a fez pensar se aquilo valia a pena, mas o ódio dentro de si gritava mais alto "A me respeitar e a não tocar no que é MEU." Charlie então gritou e sua aura ficara mais pesada. Fazendo a mulher agoniar ainda mais e mal conseguir abrir os olhos, seus chifres já grandes e o calor de seu corpo começava a queimar suas próprias roupas. Sabia que não era assim, mas não entendia o porquê do ciúmes ter deixado ela assim.
Alastor então entendera a situação, aquilo o deixara um pouco mais quente pela menina. O jeito que ela gritou e fazia a garota chorar, era de tirar o fôlego. Era incrível, e magnífico para ele. Mas já estava chegando no limite. Mais um pouco e Fitz morreria. Alastor deu sua ordem: “Chega.” Disse calmo de primeira. Esperando que a menina o obedecesse.
Charlie a segurava ainda com força, mas a parava de queimar, virando o rosto um pouco para o lado com uma expressão triste e enfurecida, começou a solta-la apenas porque Alastor pedira. Então se levantou. Estava indo para trás quando um flash de memória viera sobre a maneira como Flitz se insinuava então voou novamente para a mulher, dessa vez dando apenas um único soco com força em seu rosto, fazendo um longo estalo ecoar na cozinha. Provavelmente quebrara seu nariz. Seu corpo e suas mãos tremiam nervosas, e o machucado que fizera ao socar a mulher estava aberto, começando a cicatrizar. "...Da próxima eu te mato." Ameaçou Charlie saindo da sala rapidamente e deixando os dois lá, precisava se acalmar.
Alastor permitiu, sabia que Charlie não a desobedeceria. Ela então saiu, e Alastor e Fitz ficaram lá. Fitz estava quase desacordando.
“Na sua próxima sessão, eu aconselho a se comportar... Se não, eu vou deixa-la te matar, se eu não o fizer primeiro.” Ele sorriu de forma macabra e levantou deixando a mulher estirada no chão.
Alastor então seguiu a pequena e então buscou por sua mão. Sabia que ela não ia prestar atenção em sua aproximação. “Precisa esfriar a cabeça?” Perguntou baixo andando com ela trazendo a mão da pequena para trás de suas costas.
Alguns demônios do salão olhavam assustados pois perceberam que pelos barulhos, vozes e aura diferente, não era Alastor a perder a linha desta vez, e tão muitos a encaravam encolhidos, talvez com um pouco de receio e medo da menina.
O que mais esperariam da filha de Lúcifer e Lilith? Charlie surpreendeu-se pela mão de Alastor, iria se desvencilhar por não ter percebido sua presença, mas conhecia o toque dele até inconscientemente, o que a fez apenas arrepiar-se "Sim." Respondeu sem muitas delongas, não estava muito para conversa pois seu corpo estava colapsando. Nunca havia se sentido assim antes. Nunca havia sentido prazer em torturar alguém.
Alastor sorrira e rira baixo ao lado dela. Ele estava orgulhoso. Ele acariciou a mão da pequena e então continuava andando com ela. “Quer descansar um pouco?” Perguntou apenas seguindo em frente, sem sequer olhar para ela. “Posso te ajudar a se acalmar.” Apesar de como soou, ele estava sendo sincero e não falava com segundas intenções.
Charlie olhava para frente, não conseguia encara-lo. Ela fizera tudo isso por causa... Dele? Apertou a mão do maior com mais firmeza e assentiu positivamente, sem soltar nenhum som. Continuando ao lado dele e revendo flashes do que acontecera. Podia sentir seus dedos ficando gelados devido a ansiedade, o que estava acontecendo com ela? Sua cabeça abaixou, deixando o cabelo cobrir o rosto.
Alastor assentiu e seguiu em frente, segurando a mão da pequena. Ele parou na frente do quarto dela e pegara a chave rapidamente no bolso da menina. Não deixara ela reagir, e já entrara com ela. Ele fechou a porta atrás de si.
“Deite-se, vou preparar seu banho.” Disse baixo já tirando seu sobretudo e deixando sobre a cadeira. Arregaçou as mangas de sua camisa vermelha e ligara a água quente na banheira, tampando seu ralo. Ele levantou e então caminhou até a porta do quarto. “Volto num instante.” Avisou, enquanto descia as escadas para ir à cozinha.
Charlie apenas soltou a mão dele, novamente assentindo positivamente sem dizer uma única palavra. Caminhou devagar até a cama e mal tirou os sapatos, sentou-se e deitou de lado. Quando menos esperava, algumas lágrimas começaram a escorrer até o travesseiro, e o som das gotas pingando na fronha eram abafados pela água do banheiro. O que estava acontecendo com ela?
Não demorou muito até que o maior estivesse de volta. Ele segurava uma caneca quente com chá de camomila, nunca oferecera chá para a pequena e talvez aquilo a ajudasse a acalmar e então relaxar. Entrou no quarto novamente e sorriu levando até a escrivaninha dela.
“Demorei, mas voltei.” Disse alegre batendo as mãos uma na outra assim que se tornaram livres e fora até a banheira, fechando-a. Voltou para ela. “Está pronta para —“ ele observou que a pequena estava chorando, mas por que? Ele sorria enquanto se aproximou e sentou-se ao lado dela na cama. Colocou a mão sobre a cabeça da pequena primeiramente em silêncio. Não queria ser invasivo com ela, mas queria que ela soubesse que ele estava ali.
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