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História Fanfic escolar #2316382 - Capítulo XIII - História escrita por Jay_Maronese - Spirit Fanfics e Histórias
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História Fanfic escolar #2316382 - Capítulo XIII


Escrita por: Jay_Maronese

Notas do Autor


Oi
Desculpa pela política estrangeira

Capítulo 13 - Capítulo XIII


   Eram 10 da noite, e a lua cheia brilhava sobre os altos prédios, enquanto algumas poucas estrelas lutavam para aparecer no céu noturno do Rio. Seria uma visão bonita para um desavisado que passasse pelas ruas, mas Nayara sabia o que aquilo significava. Apesar de sua indiferença por todo o dia, à noite, quanto mais os ponteiros de seu relógio de pulso se aproximavam das doze horas, mais Nayara se assustava. Mesmo sendo uma forma gloriosa de morrer, aquele ritual esquisito havia chegado cedo demais. Encostada numa das paredes da residência do tal marquês, pensou que aquela casa, que agora era sua prisão, já havia sido um lar, e isso era muito bonito. Seus devaneios foram interrompidos por leves batidinhas vindas do quarto ao lado, seguidas pela voz de Fátima chamando por Nayara.
   -Quê?
   -Nayara, o que eles vão fazer com a gente?
   -À meia noite, vão me levar lá para cima numa roupa estilo virgem para o sacrifício e a Susana vai me matar. Versão resumida. Você provavelmente vai ser forçada a assistir tudo.
   -Você não parece preocupada.
   -Quando eu era criança, vivia perguntando ao meu pai com que idade as pessoas morriam, como os acidentes aconteciam, esse tipo de coisa. Sempre tive medo de morrer, porque isso meio que encerra tudo o que você já conheceu ou vai conhecer. Na morte não existe simplesmente nada. Do tudo para o nada no meio de uma noite de sono, numa simples piscada em uma cama de hospital ou em uma soneca ao volante. Eu pensava que ficaria consciente depois de morrer, tentando inutilmente sair do meu caixão, mas sem conseguir me mexer. Mas agora, isso meio que não entra na minha cabeça, como na virada do ano, em que 2016 é a mesma coisa que 2015, e você cumprimenta sua família e amigos, vagamente sabendo que o ano mudou, mas sem realmente perceber isso. Daqui a algum tempo, algum daqueles brutamontes na porta irá entrar e me levar para vestir alguma roupa engraçada ou me amarrar em uma antena. Nesse momento eu sentirei medo, muito medo. Mas agora, jogada nesse chão imundo, pensando na minha vida, em cada dia dela, só sei que foi legal. As partes boas, as não tão boas, todas foram experiências e formaram a pessoa que sou hoje. Foi legal.
   -Meu Deus, cale a boca. Eu vou te tirar daqui.
   -O que você pode fazer, Fátima? Você é tão prisioneira quanto eu. Só se os meninos e a Sandra encarnarem o Van-Damme ou alguma merda assim e vierem nos salvar sem camisa e com óculos escuros segurando um fuzil em cada mão.
   -Você está aqui. E por isso, eles vão nos salvar. Se for preciso encarnar o Van-Damme para te salvar, eles farão. Seus amigos são seus anjos da guarda, e você nem sabe disso.
   -Eles também vêm por você.
   -Talvez, mas mais por você, porque eu entrei de propósito.
   -Você o quê?
   -Eu... droga, eu disse. Eu entrei aqui para te salvar, pensei que poderia ser mais útil de dentro.
   -Pensou errado. Mas obrigada mesmo assim.
   Fátima apenas deu um risinho abafado e se ajeitou na parede.
   -Fátima!
   -O quê?
   -O que você quer ser quando crescer?
   -Jornalista.
   -Legal. Eu seria enfermeira. Gosto de ajudar as pessoas.
   -Todo mundo ia perguntar por que você não vira médica.
   -Ossos do ofício, não é?
   -Sim... ah meu Deus! JESUS CRISTO NOSSO SENHORA DE NAZARÉ.
   -O quê?
   -Minha mãe não sabe onde eu estou.
   -A minha também não.
   E as duas riram alto daquela piada absurdamente imprópria para o momento, até que foram interrompidas pelos quase murros na porta velha da cela de Nayara.
   Um homem de cerca de 1, 50 de altura e ombros mais largos do que o buraco da porta parou e falou com Nayara, quase gritando com sua voz barítono de cafetão.
   -SACRIFÍCIO, VENHA COMIGO ATÉ OUTRO CÔMODO PARA VESTIR SEUS TRAJES CERIMONIAIS!!!!
   -Vem me buscar, ué.
   -NÃO CONSIGO PASSAR PELA PORTA!!
   -Tenta, oxe.
   E Nayara se divertiu por cerca de 10 minutos com o pobre homem tentando passar pela porta enquanto ela cantava "Tente Outra Vez" do Raul Seixas, até que o guarda se cansou e mandou ela ficar em pé e vir.
   -Nossa, seu desistente.
   -MINHA ACADEMIA É MUITO BOA!!!
   -Perdedor! Fracassado!
   -ARGH, JÁ CHEGA! LÚCIO, VEM AQUI!
   -O que foi, senhor?-falou outro guarda, mas alto e menos largo do que o primeiro.
   -LEVE ESTA CRIATURA PARA SE TROCAR!!!!
   -Claro, senhor, não precisa gritar, senhor, estou do seu lado, senhor.
   -NÃO ME DIGA O QUE FAZER! E PARE DE ME CHAMAR DE SENHOR, É IRRITANTE!!!
   -Tá bom, Silvano.
   -NÃO ME CHAME DE SILVANO, ISSO NÃO É NADA PROFISSIONAL!!!
   -TÁ BOM, EVEREST.
   -INSOLENTE!
   O guarda pegou Nayara pelo braço, mas suavemente, e levou-a para fora do quarto. No meio do caminho, desviou e entrou no banheiro, levando Nayara junto e trancando a porta logo depois.
   -Ô seu moço, o que pensa que está fazendo?
   O guarda tirou seu boné preto, revelando os cabelos loiros e descobrindo os olhos.
   -Espera, eu te conheço?
   -The following takes place between 1 p.m. and 2 p.m.
   -JACK BAUER?
   -Cala a boca, vai estragar meu disfarce!
   -Tá bom. Autografa minhas teta?
   -Depois. Agora eu preciso te passar algumas instruções. Escute, eu estou infiltrado. Seus amigos estão montando guarda lá fora. No momento certo, te salvaremos, mas agora preciso que encarne o personagem. Vá, se troque, faça tudo o que precisa fazer. Tome isso-falou, dando a Nayara um canivete suíço.
   -Um canivete? Tá me zoando?
   -Você tem 15 anos, desgraça!
   -Tá bom.
   -Só use isso em caso de extrema necessidade, e tente esconder, tenha mais cabeça que seus amigos.
   -Ei!
   -Shh... venha. Aja naturalmente.
   Os dois saíram do banheiro, ignorando Olavo, que gritava "ah moleque, sarra novinha no grau!"e indo ao quarto especialmente preparado para acomodar Nayara e um punhado de roupas (o que, parando para pensar, era bem idiota).
   -Coloque essas roupas e depois me chame.
   -Mas isso aqui é um saco de batatas!
   -Não é! É um vestido cerimonial!
   -Mas tem até cheiro de batata.
   -Garota-disse Luan, que ouvia a confusão- só coloca esse negócio. A crise é pra todos. A gente mal tem dinheiro para os uniformes.
   -Eu não lavo o meu há dois meses-disse Olavo, que havia visto a aglomeração e se aproximado.
   -Credo, cara!
   -O que foi? Sabão em pó é caro, sabia?
   -Pelo menos lava as cuecas?
   -A cueca é diferente,troco uma vez por semana.
   -Ah, cara, que nojo!
   -VOCÊS AÍ, PAROU A VÁRZEA! VÃO TRABALHAR, SEUS VAGABUNDOS!
   -Tá bom, Silvano-disseram os três guardas, se afastando.
   Nayara fechou a porta, ainda ouvindo os gritos de "isso não é nada profissional" do guarda baixinho. Nayara morreria enfiada em um saco de batatas. Ela odiava batatas. Isso era o que chamavam de "ironia do destino".
   Um dos guardas começou a dar cotoveladas na porta. Parecia que ele estava apressado, aquele babaca. Nayara não sabia qual era, mas achou melhor sair logo.
   Abrindo, pôde ver... Luan? Provavelmente. Ele a levou para uma escada velha, que parecia não ter fim, devido à baixa iluminação acima. Depois de várias passadas em falso e resmungos de reprovação de Luan, chegaram ao telhado, que era gigantesco e-adivinhe-velho, forrado de telhas de barro,  provavelmente feitas na coxa.
   -Que horas são, seu guarda?
   -Onze e dez.
   -Mas já?
   -Sim.
   De repente, Susana apareceu, envolta em um enorme sobretudo vermelho que batia em seu joelho e botas marrons de camurça, com o cano por cima de sua calça preta justa. Ela olhava para Nayara como um policial inexperiente olharia para um assassino procurado que havia prendido, com um misto de orgulho, alívio e talvez um pouco de pena estampado nos olhos castanhos. Se aproximou e começou a andar em círculos ao redor de Nayara, que estava parada em pé, sem entender o que estava acontecendo.
   -Tá olhando o quê?
   -Analisando-respondeu Susana, com seus olhos observando Nayara atentamente.
   -Analisando o quê? Tá encarnando a cafetina?
   -Você é tão fraca-disse Susana, ignorando Nayara.
   -Dá pra calar a boca?
   -Você é bem irritadiça.
   -Você é bem baranga.
   -Não está levando isso a sério, não é mesmo? Isso daqui vai ser histórico. Até tomei a liberdade de chamar alguns amigos.
   -Watafoda?
   Enquanto Nayara pensava no que tinha acabado de ouvir, viu um grande grupo de pessoas se aproximando, algumas delas conhecidas. Donald Trump, Felipe Neto, Palmirinha e outros vinham trajando ternos e vestidos longos, como se estivessem indo a um casamento. No calor do momento, Nayara só conseguiu dizer uma coisa:
   -Como é que vocês subiram aqui?
   -Quem se importa?-disse Felipe Neto.
   -Ô Susana, vamos logo com isso que a gente tem que ir no casamento do Clóvis depois-disse Carlos Alberto de Nóbrega.
   -Tá demorando por quê, desgraça? Se eu não voltar rápido, os mexicanos vão invadir a América!-disse Donald Trump.
   -A gente está na América, Donald-disse Lula.
   -Donald?-perguntou Mickey.
   -Donald errado, vacilão-disse Jair Bolsonaro.
   -Deixei o fogo ligado! Minha rosca vai queimar!-gritou Palmirinha.
   -TODO DIA!-gritou Bolsonaro.
   -AMO!-disse Dr. Ray.
   -CALEM A BOCA TODOS VOCÊS!-gritou Susana-Não estão vendo que isso é sério?
   -Não.
   -ARGH! Muito bem, chamei vocês aqui hoje para celebrar esse ritual, oh, meus amigos répteis!
   E todos deram um grito ensurdecedor.
   -Esse aí que é o sacrifício? Parece uma vassoura magricela!-disse Dr. Ray.
   -Ah, é? Está com ciúmes porque eu tenho mais bunda que você!
   - NUNCA, QUERIDINHA!
   Nayara e Ray começaram a se atracar, puxando o cabelo uma da outra e gritando termos ofensivos, o que fez com que Ray levasse uma bolacha na cara e Nayara fosse amarrada em uma antena, com Fátima, que acabara de ser trazida, jogada a seu lado.
   -MUITO BEM, CONTINUANDO!-gritou Susana, tentando restaurar a ordem.
   -Todos vocês são cobras?-perguntou Nayara.
   -Pelo amor de Deus! Sim, somos-respondeu Susana.
   -Nós somos os responsáveis pelas grandes tragédias que ocorreram por toda a história da humanidade-disse Felipe Neto.
   -A queda do Império Romano?-perguntou Nayara.
   -Nós criamos a Crise.
   -Pompéia e o Vesúvio?
   -Nós remexemos a lava.
   -Guerras Mundiais?
   -Criamos cada desentendimento.
   -Fígado de boi?
   -Desenvolvido em nossos laboratórios e implantado em cada boi do mundo.
   -11 de setembro?
   -Esse foi o Bin Laden mesmo, mas o Bush é um dos nossos.
   -O Bush?
   -Sim. Na realidade, todos os presidentes dos Estados Unidos. Por que acha que são o país mais poderoso do mundo?
   -Faz sentido. Só não entendo por que vocês estão fazendo isso.
   Susana franziu o cenho e se aproximou de Nayara, passando suas afiadas unhas postiças pelo pescoço da mesma.
   -É claro que entende. Você só não sabe disso ainda. Gostaria de saber o que você faria se destruíssem um pedaço da sua casa todos os dias. Uma parede aqui, uma parede ali, logo toda a sua família estaria dormindo no seu quarto. Suas máquinas da morte destroem nosso lar para transformá-lo em lápis, papéis, portas para suas lindas residências e estantes planejadas. Enquanto isso, minha aldeia passa por uma crise. Já temos até sapos mendigando por um punhado de comida e água. Sabe qual foi a primeira coisa que reparei quando cheguei aqui, anos atrás? A podridão. O chão é podre, as construções são podres, até mesmo o ar é podre. E isso vem de vocês. Sempre que você compra seu novo caderno do Uma Direção para a volta às aulas, sempre que você liga a TV para ouvir a novela enquanto toma banho, sempre que você liga a porcaria do seu carro para ir na casa da sua vizinha, você, todos vocês, estão ajudando a matar o planeta.
   -Por favor, pare de tentar me convencer de que você está estranhamente certa.
   -Você sabe o monstro que é, caríssima. Pequena. Insignificante. Mas quando vocês, humanos, começam a fazer as coisas, não param. Traço curioso. Peculiar, eu diria. Fascinante. Mas não muito saudável.
   -ME MATA DE UMA VEEEEZ, QUE EU PREFIRO ASSIM-cantou Nayara, irritando Susana.
   -Não leva nada a sério. Vocês humanos demoram tanto para amadurecer. Hoje é o dia em que tudo muda. Fortalecida, eu liderarei uma rebelião, que destruirá o reino de perversão e egoísmo dos humanos!-falou Susana, dando uma daquelas risadas de vilã de novela mexicana.
   -Vai demorar muito para a meia noite?
   -São 11: 45-respondeu Jair Bolsonaro. 
   -Uau, finalmente servindo para alguma coisa. Estou impressionada.
   -EI!
   -Calem-se vocês-disse Susana-Todas essas pessoas vieram para te ver,Nayara.
Aposto que não está acostumada a receber tanta atenção.
   -Fala isso porque não estava nas aulas de História sobre a escravidão.
   -Tanto faz, comecem o ritual.
   E todos começaram a dançar em volta de Nayara e falar palavras esquisitas, jogando canela em pó na garota, que tossia desesperadamente.
   -Isso é realmente necessário? Tá entrando no meu nariz!
   -Pode calar a boca por um segundo?
   -CALA A BOCA,CALA A BOCA,BEIJA O...
   -ARGH! COMO PODE SER TÃO IRRITANTE? SÓ VAMOS COMEÇAR LOGO ESSE NEGÓCIO, É QUASE MEIA NOITE.
   -Só por cima do meu cadáver, bruaca.
   Procurando o dono da voz, todos ficaram perplexos ao verem Evaristo, Otaviano, William e Rogério caminhando sem camisa, de óculos escuros e com um fuzil em cada mão, tipo o Jean Claude Van-Damme, ao lado de Sandra, que usava uma roupa super colada de couro preto e trazia em mãos uma AK-47.
   -Acho que é minha deixa- disse Jack, tirando a camisa e retirando seu amado lança mísseis de algum lugar misterioso (provavelmente daquele em que não bate sol).
   -Isso... isso é divino!-exclamou Dr. Ray.
   -Que viadagem!-disseram Bolsonaro e Donald Trump em uníssono.
   -Minha rosca no forno!-gritou Palmirinha.
   -Querem fazer macumba com a garota?-perguntou Otaviano, num tom muito badass e com uma voz sensual-Vão ter de passar por nós primeiro.


Notas Finais


THE FINAL BATTLE BEGINS


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