Yatagarasu xingou dois garotos que não faziam parte da equipe de decoração da escola, já começando a ficar bravo com aquela maldita mudança que a professora fez na equipe. Ser responsável por algo grande como a decoração para um evento importante na escola era uma droga.
O dia estava frio, eram sete e meia da manhã desta segunda-feira e isso só ajudava os alunos a serem mais preguiçosos do que nunca, mas Yata era uma garoto agitado, queria mandar em tudo e todos, porém algumas pessoas que ele xingava chamavam-no de baixinho e saíam correndo apenas para irritá-lo.
E para completar, havia um garoto, um maldito garoto do segundo ano do ensino médio que media 1,72 cm, usava óculos e tinha um cabelo ridiculamente azul. Seu nome era Saruhiko Fushimi, outro que só sabia mandar em tudo sem pensar no que poderia dar errado.
Um cara intrometido, que não deixava o pobre Yata em paz, chamando-o de Misaki – seu primeiro nome. Odiava ser chamado assim por ser um nome de garota – e querendo chamar sua atenção toda a hora.
E lá estava Saruhiko novamente, olhando com atenção as decorações, procurando alguma imperfeição pequena para ter um motivo para falar com o baixinho.
— Hey, Misaki~ — O azulado foi até Yata, apontando para as abóboras de E.V.A presas perto dos banheiros.
Yata, que antes mexia no celular, começou a andar rapidamente até a mesa onde ficava as caixas com as decorações. Não queria nem olhar no rosto de Saruhiko, sabia que ia se irritar e não estava afim de mandar mais um para a diretoria – ou simplesmente quebrar o nariz dele.
O problema não era que Saruhiko era um grande bobão chato, o problema era o pequeno penhasco que Yata tinha pelo azulado. Sempre fora apaixonado por ele, desde quando o mesmo chegou na escola no sétimo ano. Eles nunca se falaram, quer dizer, só algumas vezes, mas Yata sempre acabava gaguejando e se escondendo no banheiro depois.
— O que você quer, macaco?! — perguntou gritando, fingindo que estava bravo.
— As abóboras estão feias, precisa arrumá-las.
— Vá arrumar então — bufou.
Se Saruhiko não fosse tão chato, Yata já teria chamado-o para sair, mas pelo amor de Mikoto Suoh, o cara só sabia reclamar e nunca ajudava!
— Grosso — disse. — Só estou tentando te ajudar, não pode pelo menos agradecer?
— Agradecer por ser chato? Não — disse num tom seco, largando seu celular em cima da mesa para procurar outros enfeites e entregá-los aos alunos.
Saruhiko fez cara feia, ficando atrás da caixa com as mãos na mesa, chamando a atenção de Yatagarasu.
— Por que você está assim comigo, baixinho?
Yata sentiu seu rosto arder. Odiava o fato de ser chamado de “baixinho” e ainda mais por olhar para quem o chamava na hora, dava uma vergonha total e ele só queria sumir as vezes.
Voltou rapidamente sua atenção para a caixa e viu um pano branco, provavelmente maior que ele até. Jogou o pano por cima do próprio corpo e, uau, não conseguia enxergar mais nada, só os seus pés – e sim, o pano era bem maior que ele.
Como se esconder da pessoa que você gosta – google pesquisar.
Saruhiko ficou olhando para o baixinho, confuso. Que ser humano se escondia com um pano daquela grossura?
— Você está ridículo.
— Tô nem aí. Volta para a sua sala, por favor? — Yata pediu, levantando um pouco o pano para poder andar. Aquilo parecia não acabar nunca! Até onde o pano ia?!
— Não Misaki, é sério. Você está ridículo. O que você está fazendo?
— Para de falar comigo! Sua voz é gostosa demais para você ter que gastá-la enchendo o saco!
Ah não. Ele falou demais.
— Quê? — Saruhiko perguntou confuso.
No mesmo segundo o celular de Misaki tocou. Saruhiko deixou uma risadinha abafada sair. Yata teria que tirar o pano, olhá-lo e pegar o celular, e o azulado já estava preparando seu planinho maléfico para deixá-lo com vergonha.
— Quer que eu atenda para você? — perguntou ironicamente, sorrindo.
— Mano, você é chato demais.
Misaki desistiu, tirando o pano de cima de si e jogando novamente na caixa, bravo. Nem percebeu que algumas pessoas que antes arrumavam a decoração, agora olhavam-no e cochichavam sobre o que raios ele estava fazendo.
— Alô? — atendeu com o olhar fixado no chão, tentando não ter contato visual com Fushimi que estava à sua frente. — Não moço, você ligou para o número errado. De nada, tchau.
Desligou o celular, sendo surpreendido pelas mãos frias e macias de Fushimi em seu rosto, puxando o mesmo para cima para que finalmente encarasse seu rosto.
— Você parece um fantasminha se escondendo de humanos. — Sorriu divertido, e, nossa, que sorriso bonito.
— C-Cala a boca... — bufou, se soltando das mãos de Saruhiko.
Quem disse que conquistar Misaki Yata era fácil? A sorte de Fushimi era que ele era um gênio e sabia exatamente do que o baixinho gostava.
— Mi-sa-ki, quer comer uns chocolates na hora do almoço? Prometo ser legal.
Yata suspirou, sentindo seu rosto arder mais um pouquinho. Fushimi sabia exatamente como deixá-lo com vergonha.
— Se você parar de ser irritante, claro — disse simples, escondendo seu rosto na prancheta de madeira com alguns papéis presos.
Saruhiko sorriu de canto, sentindo-se vitorioso, comemorando mentalmente. Aquilo significativa um sim, com certeza – mesmo que ele não falasse Misakinês, sabia que aquilo significa “sim”.
O azulado deixou um beijinho rápido no topo da cabeça de Yata e saiu correndo de volta à sua sala, todo feliz e bobinho.
Enquanto isso, Yata ficou parado, tentando entender o porquê de Fushimi ter feito aquilo e porque ele tinha gostado tanto.
O baixinho olhou para os alunos ajudantes, corando ainda mais. Esqueceu desses desgraçados porque estava muito ocupado tentando fazer outro desgraçado deixá-lo em paz – felizmente conseguiu, Saruhiko só voltaria na hora do almoço.
— O QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO?! VOLTEM AO TRABALHO! TEMOS MUITO O QUE FAZER E NÃO TEMOS O DIA TODO, INÚTEIS! — exclamou bravo, batendo a prancheta na mesa. Os alunos se assustaram e obedeceram.
Maldito Saruhiko Fushimi e suas reclamações que realmente levavam à algum lugar.
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