POV's Selena Gomez.
2 dias depois...
Piso sem querer na poça de sangue que há na entrada, amaldiçoando-me mentalmente por ser tão destratada. Eu não costumo olhar para o chão e vivo tropeçando nas coisas. Justin até acha que estou fazendo na intenção de chamar atenção e me repreende olhando para trás, para que eu não faça barulho. No momento estamos adentrando na cena do crime.
— Mãe, a culpa não foi minha.— aos prantos, ela derruba o revólver das mãos e tudo se torna em câmera lenta.
Meus olhos pairam sobre o seu vestido azul manchado com o sangue da vítima. Por mais que ela diga que não atirou, as evidências que eu e Justin estamos presenciando provam o contrário. O nosso papel como policiais é levá-la para fora desse apartamento imediatamente dando voz de prisão e colocá-la dentro de uma sala de interrogatório. Mas como podemos prender a nossa própria filha? Nunca, jamais, foge do nosso alcance seguir os trâmites legais. Não estou nem aí para os protocolos, o que não vou permitir em hipótese alguma é que Mabel seja presa.
Abro os braços para recebe-lá e a minha filha corre em minha direção, num estado emotivo. A abraço, lhe dando apoio. Justin entreolha para mim preocupado, nitidamente pensativo o que acontecerá agora? Ninguém sabe ainda do crime, ela nos ligou chorando e pedindo ajuda. Nós somos os pais e não vamos virar as costas, o nosso papel é protegê-la das consequências. Se esse crime vier a público, corre o risco da Mabel perder tudo que conquistou até agora, inclusive o seu distintivo do FBI. Como mãe, eu não posso deixar a minha filha ser acusada de um crime que ela diz que não cometeu.
— O que nos resta é ocultar o corpo.— de uma maneira fria, sugiro. Por mais que essa opção seja errada, precisamos agir logo, antes que essa bomba exploda nos noticiários.
— Eu não vou quero fazer isso, mãe. É demais para mim.— se recusa, dando uma de correta. O lado ruim dessa garota é seguir muito o coração, se continuar assim irá se ferrar muito nessa vida.
— Você não tem querer, Mabel.— lhe olho duramente disposta a correr qualquer risco, para mantê-la segura.
— Sua mãe tem razão, filha.— acho até surpreendente, Justin apoiar a minha decisão. É uma das poucas vezes que ele fica do meu lado— Para o seu bem, estamos aqui.— junta-se o abraço, fazendo o papel de pai. Nossos olhares aflitos se cruzam na imensidão da emoção que sentimos nesse momento. É nessas horas que a união prevalece e sabemos o verdadeiro significado de família.
Mabel é a nossa primeira filha, acho que no fundo há um apego maior. Não significa que amamos os outros menos, pelo contrário, daria a minha vida por todos os meus filhos. Eu os amo muito, mas sempre há um que a gente se preocupa mais.
— Ôoo, nada de choro.— a repreendo, limpando as lágrimas do seu rosto. Abro um sorriso fraco, tentando reconforta-lá— Você sempre será a minha garotinha.— sussurro baixinho, com um tom de admiração. Por mais que eu peça para própria crescer, eu mesma a coloco nessa posição de dependente.
— Te amo, mãe.
— Também te amo.— faço as pazes, depois da discussão que tivemos há dois dias atrás. Peguei pesado em ter a humilhado daquela forma no FBI, doeu até em mim.
— Não podemos perder tempo.— meu marido avisa tenso, nos interrompendo. A solto, começando a amarrar o meu cabelo em um coque mal feito, me preparando para agir.— Bora.— coloca as luvas, faço a mesma coisa, iniciando a largada para o procedimento.
Ponho os óculos por precaução; já que vou mexer com produtos químicos, preciso ter o máximo de cuidado para os cilindros não causarem um estrago na minha cara. Nunca fui especialista no assunto, mas pelo que andei pesquisando, essas fórmulas químicas que seguro nas mãos decompõe um corpo em poucas horas. Essa é a maneira mais inteligente que encontrei de safar Mabel dessa. Sem corpo, não há crime.
Estamos parados envolta do cadáver, Mabel um pouco afastada arrasada pelo ocorrido. Diferente de mim e Justin que agimos normalmente, chega ser até uma cena comum de crime.
— Tem certeza que é seguro, Selena?— soa receoso e seus olhos entregam o quão apreensivo está.
— Não, mas não custa nada tentar. —sem 100% de confiança, despejo a fórmula em cima.— Vai começar a dar um efeito.—ouço um chiado percorrer, e a substância química se alastra desfigurando a pele humana. É uma cena deplorável que traumatiza qualquer um. Peço que Justin leve a nossa filha para o quarto, para não fazê-la presenciar tudo isso.
Com toda a frieza, me sento no sofá para assistir. Aprecio o momento, é como se eu revivesse a fase onde eu era uma assassina em série que tinha o maior prazer de matar. Meus pensamentos são voltados para a época que eu morava naquele fim de mundo chamado Floresta, enganava até mesmo aqueles otários que se diziam psicopatas.
Sempre fui ótima em manipular.
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Algumas horas depois....
"Está conseguindo me ouvir?" testo a escuta.
"Sim” assente.
"E você, Mabel, consegue me ouvir?"— checo a vez dela, que balança a cabeça em sinal de positivo. Minha filha está melhorzinha, até parou de chorar e segue com o rosto inchado de tanto que derramou lágrimas.
— Irei na frente para distrair os seguranças. Espia.— digo animada. No entanto ele revira os olhos, não gostando nem um pouco da malícia no tom da minha voz. Ora, não tenho culpa.
Mabel que tinha que exercer essa função, já que ela é nova e bonita, mas está sem psicológico para tal coisa. É o jeito ter que ir eu. Mas se bem que eu tenho um plano melhor em mente...
— Tchau, meu amor.— me despeço do homem que está com a cara emburrada, dando um selinho em seus lábios. Ele precisa parar de ser tão ciumento, até porque já passamos dessa vez.
— Cuidado, Selena.— orienta preocupado, quando tenho que soltar a sua mão para enfrentar a missão arriscada. Tudo vai depender da minha técnica de anos de experiência como agente do FBI.
— Pode deixar.— repasso confiança no olhar. E na hora sinto a necessidade de voltar novamente, lhe dando outro beijo este um pouco mais prolongado.
Justin me cobrou que eu não sou nenhum pouco carinhosa. Confesso que nunca gostei de grude e nem de nós dois agirmos como aqueles casais apaixonados que vivem o tempo todo só em love. É cansativo e eu não teria paciência de ficar 24 horas paparicando alguém, mesmo que essa pessoa seja o meu marido.
Quero tentar ser flexível e demonstrar que o amo, sem precisar de declarações amorosas. As atitudes respondem por si, e estamos juntos há mais de 20 anos e não precisamos provar nada um pro outro.
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20:30 PM.
A área principal do condomínio de luxo está superlotada de seguranças. Analiso a estrutura do outro lado e desconfio também que têm atiradores profissionais montando guarda no prédio vizinho. O estranho é que não havia nenhum segurança na área de cima, onde se localiza o apartamento onde estávamos. Talvez a vítima quisesse ter mais "privacidade"
“ É provável que tenha atiradores. Fica de olho, Justin. Qualquer deslize, eles matam a nossa filha.” dou a instrução de que precisa ser observador o máximo, para caso tenha que salvar Mabel.
Ela está na parte de fora do prédio, fingindo está esperando um táxi. Eu um pouco dentro, mexendo na bolsa e agindo como uma madame rica que logo logo fará um verdadeiro escândalo.
— Você está me traindo?— finjo está no celular, gritando com o meu suposto marido “traidor”.— VOCÊ É UM FILHO DA PUTA INGRATO! Eu te sustento! Eu te dei tudo do bom e do melhor, é essa recompensa que eu recebo, Arthur? — a encenação aos berros do disfarce, estão servindo para os seguranças olharem para onde eu estou.
Tô dando uma de atriz.
— Você está me chamando de velha? — crio um diálogo fake. Até Justin olha para trás espantado, arregalando os olhos.
— Velha é a sua mãe, seu mau-caráter! Vá para o inferno.— banco a esposa traída e xingada, tendo que chorar para comover os demais. Um dos segurança se achega, perguntando se está tudo bem.
— Homem é tudo igual. Você é assim com a sua esposa?— o pergunto, vendo-o de aliança. Contudo, nega.— Ela deve ter muita sorte.— encosto a minha cabeça no peitoral do desconhecido, buscando apoio. Tenho que agir como a mulher deprimida que foi feita de trouxa.
" Não precisa exagerar tanto, Selena. Desencosta, já tá bom, não precisa agarrar tanto. "— escuto a voz nervosa soar do outro lado da escuta. Pelo visto, alguém já está incomodado.
— Obrigada pela solidariedade.— passo a mão pelo pulso do brutamonte alto, alisando. —Oh, meu Deus! Minha cabeça está doendo muito.— quando vou soltá-lo, faço uma careta como se tivesse sentindo uma tontura. Sou amparada e o abraço de novo, rapidamente escutando Justin soltar um "porra".
Engraçado que ele foi treinado para qualquer tipo de situação, se fosse o oposto, eu teria que aguenta-ló flertando com outra mulher.
— Quer uma água?— o segurança oferece gentilmente, realmente acreditando que estou passando mal.
— Não, não precisa. Eu vou ficar bem. — começo a andar. E na medida que os meus passos seguem, cálculo o tempo contando de um até dez mentalmente.— "Atira"— sussurro baixinho autorizando o meu marido dá início ao caos, avistando o carro vindo. Enceno um desmaio para que Mabel entre dentro, gerando um tumulto na recepção para que ela tenha chance de passar despercebida.
Antes dela conseguir se juntar as irmãs, uma voz misteriosamente a impede:
— Para onde você está indo, princesa?
— Richard?
Ah não, esse agente tinha que aparecer justo agora?
Droga! Droga! Todo esforço indo por água abaixo.
— Você pode responder a minha pergunta. Por que está assim?— pelo tom de voz interrogativa, capta na hora de que algo muito ruim tenha acontecido.
— Richard, aconteceu uma tragédia.— a ouço proferir emotivamente. Mais que merda!— Sua mãe se matou na minha frente e ela disse que eu teria que carregar o peso da morte dela pro resto da minha vida. Você pode não querer acreditar, mas eu não a matei, eu juro.
Como pode ser tão burra? Eu no lugar da minha filha, negaria até o último instante. A mulher no qual está se referindo, não é somente uma cidadã comum americana, se trata da presidente da república. Todos vão querer persegui-lá igual um rato. Vão querer tornar o caso um assassinato, e não um suicídio. Não vou permitir que Mabel seja condenada à pena de morte, nem que para isso eu tenha que mata-ló também.
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