História Fear of the dark - Yutae - Bônus.

Fazia um pouco mais de um mês desde que Taeyong tinha dormido com Yuta em sua casa, e desde aquele dia o Lee estava tentando não dormir com seu abajur ligado, o que era bem difícil já que quase todas as noites acordava no meio da noite para ligar o pequeno objeto e assim dormir em paz sem muito escuro pelo quarto. Mas ele queria mostrar que podia sim superar seu medo do escuro.

O aniversário do coreano estava chegando, seria sábado, e Yuta ainda não sabia o que dar para o amigo, Taeyong gostava de várias coisas, era uma criança inteligente e curiosa, mas dar presentes à ele era complicado.

Como em mais uma noite comum de quinta feira, Taeyong assistia um filme com os pais e ia dormir um pouco mais tarde, e assim que o filme acabou o garotinho subiu já sonolento até seu quarto, que estava preparado para o pequeno ter uma boa noite de sono e recuperar as energias gastas nesse dia, e enfim gastar mais no dia seguinte.

O moreno deixou suas pantufas brancas de ursinho ao lado de sua cama onde deitou e se cobriu com o edredom verde macio e quentinho, bocejou sentindo seus olhos pesarem mas o mesmo nunca durmia sem antes sua mãe lhe dar o beijinho de boa noite, como fazia todas as noites.

- Boa noite, filho - ditou a mãe do Lee ao entrar em seu quarto e deixar um selar na testa do mesmo.

- Boa noite, mamãe - o pequeno sorrio olhando a mais velha.

- Certeza que não vai ligar o abajur?

A mãe de Taeyong perguntava isso todas as noites, sabia que o filho não dormia bem no escuro, mesmo que por outro lado quisesse que o mesmo superasse seu medo.

- Não mamãe, eu tô bem assim.

A mais velha assentiu antes de sair do quarto e fechar a porta... Ah claro, desligar a luz também.

Taeyong soltou um pequeno suspiro, todas as noites ficava olhando para o teto esperando que conseguisse dormir, por mais que o sono estivesse abraçando forte o garoto, ele ainda não se sentia cem por cento confortável com a falta da luz do abajur, mas não queria quebrar sua promessa consigo mesmo e ligar ela igual fizera na maioria dos dias anteriores, o menor se sentia triste por não conseguir superar isso mas também sabia que não seria tão fácil assim, afinal também era costume do mesmo ter a luminária acesa.

{...}

Já era três e quinze da manhã e Taeyong não havia dormido bem, deu uma pequena soneca mas acordou assustado igual aos outros dias.

Sentou-se em sua cama e se preparava para levantar dali e ir ligar o abajur.

O pequeno olhou para o espelho em sua frente e sentiu seus olhos cheios de lágrimas, outra vez estava prestes a acender sua luzinha branca não tão forte, se sentia fraco e inocente demais, tendo quase dez anos e não conseguindo dormir na escuridão igual outras crianças da sua idade.

O garoto caminhou devagar até sua escrivaninha e abriu a primeira gaveta, onde deixava o abajur guardado e foi até a tomada mais próxima de sua cama, que ficava em baixo de um nicho na parede. Subiu na cama e se esticou um pouco até alcançar a tomada, onde ligou a pequena lamparina que já havia mostrado a luz branca e fraca mas que quebrava um galho enorme para o pequeno que ao voltar ao normal acabou esbarrando o braço no abajur o entortando, que fez apagar na hora.

Taeyong não acreditava que tinha acabado de quebrar seu abajur, não queria dormir sem ele, mesmo que também quisesse não usar mais o objeto, seus olhinhos que antes estavam transbordando as lágrimas agora já não estava mais por que elas rolavam por seu rosto delicado e que aos poucos estava ficando avermelhado.

{...}

- Não fica triste - Yuta abraçou o amigo que abaixou a cabeça na mesa ainda inconformado com o acontecido da madrugada.

- Eu tô bem - Passou a mão por seus cabelos que estavam bagunçados, os deixando um pouco mais arrumados.

- O que vai fazer amanhã?

Yuta tentava desviar o garoto triste dos pensamentos que o aborreciam cada vez mais, e como no dia seguinte seria aniversário do Lee queria que fosse especial pra ele, que ele sorisse e pudesse aproveitar seu dia com tudo de bom.

- Bom... Não pensei em nada.

Taeyong se levantou da mesa do refeitório e segurou na mão de Nakamoto, o puxando para algum canto que estivesse menos cheio.

- Então pense, não pode passar seu aniversário sem fazer nada.

O coreano sorriu com o jeito e seu amigo o tentar animar. Taeyong sabia que não devia estar mal, mas mesmo assim para o pequeno não era fácil, já que se aborrecia com certa facilidade.

- Até mais tarde eu penso em algo.

{...}

Enfim era aniversário de Lee Taeyong, estava completa seus dez anos. Yuta olhava na loja vários abajures pequenos e fofos, mas nenhum era do seu agrado, queria que fosse perfeito para Taeyong, sabia que ter um consigo era importante, então não se importava em comprar todas que fossem necessárias só para ver o amigo bem.

Os olhos do japonês pararam em um pequeno, em formato de estrela, tinha azul, verde e amarelo. Como o quarto do amigo era decorado em verde o japonês pegou então desta cor.

Assim que pagou saiu da loja sorrindo bobo, não sabia se Taeyong iria gostar, mas claro que era um presente e todo o coração. 

Durante o caminho para a casa do coreano, Yuta ficou pensando nas diversas reações que o amigo poderia ter, Lee era bem original de si mesmo, não forçava reações ou sentimentos, por isso Yuta não ficava tão preocupado já que o menor seria sincero contigo, mesmo se gostasse ou não.

{...}

- TÁ BRINCANDO? EU AMEI!

Taeyong pulou no colo do amigo em um abraço bem apertado, o que deixou o Nakamoto surpreso, das diversas reações que imaginou de Taeyong essa não passara pela sua cabeça, mas tinha ficado feliz que o amigo tinha gostado.

- Que bom que gostou - Sorriu.

O Lee que estava fazendo dez anos tinha ganhado vários presentes e seus familiares e conhecidos, mas o que mais estava o entretendo era o candeeiro que Yuta tinha o dado.

O mesmo subiu correndo até seu quarto, sendo seguido por Yuta, que observou o amigo indo até uma tomada para ligar o objeto que acabara de ganhar.

- É tão fofo - disse sorrindo ao ver a luz esverdeada clarear o quarto.

Yuta achava engraçado o jeito do amigo se prender nas coisas, também achava fofo, sabia que aquilo ajudaria ele, por dentro se sentia tão bem quanto por fora. Ver o Lee sorrir de novo era maravilhoso, nas últimas um pouco mais de vinte e quatro horas o garoto só chorava e se mantinha quieto, o que para os outros não era normal vê-lo assim, já que o moreno sempre foi alegre e espontâneo.

Mas Taeyong estava feliz de novo, sorria como nunca, nem se importava mais se não iria conseguir dormir sem sua luminária algum dia, só queria ela e seu amigo por perto, ser quem ele era e não ficar mudando, seu jeito único, sua aparência delicada, seus medos, qualidades e defeitos eram coisas que não iriam mudar, nem mesmo com o tempo.