Era mais uma noite e novamente eu a via entrando e saindo daquele beco escuro e sujo, com a câmera eu a fotografava, sempre com o mesmo hábito de limpar o canto de sua boca borrada de sangue com a ponta da língua. A roupa discreta, porém elegante, o suficiente para chamar atenção da vítima perfeita. Lá eu estava sedenta por ela, eu desejava ser sua vítima. Eu desejava que ela fosse feroz e mergulhasse seus dentes em mim e me provasse. Eu não sabia exatamente de onde havia surgido esse desejo tão peculiar, parecia que algo nela me hipnotizava e me impedia de ter pensamentos sanos ou talvez fosse apenas sua presença que fizesse com que meus reais desejos fossem explanados de minha mente.
A brilhante ideia surgiu, apenas um pequeno corte, mas que iria atraí-la até mim, a roupa provocante e teria sua pele alva colada a minha. Eu encorajava a mim mesma “você a deseja Kara”, sim, eu desejava uma estranha, eu não sabia seu nome, suas origens, só sabia que ali naquela noite a queria mais que tudo.
Apressei-me para realizar o corte, fechei os olhos e senti a quentura em minha mão, olhei em sua direção disfarçadamente e percebi que olhava em minha direção, seus olhos verdes brilhavam como esmeraldas. Tudo o que tinha a fazer era entrar no táxi em direção até minha casa e o resto o sangue faria, ela seguiria aquela trilha.
Logo o táxi apareceu e eu ainda tinha sua atenção, ótimo, lá estava eu olhando despreocupadamente para a janela e a cada quarteirão conseguia vê-la. Meu coração ansiava por aquilo, minha respiração ofegante.
Minutos depois desci do carro eufórica, adentrei minha casa o mais normalmente possível. Eu sabia que ela já estava me espionando, sorri internamente. A lua brilhava em minha janela e logo comecei a me despir, abri o zíper do vestido trazendo a tona minha lingerie preta, senti uma brisa fria em meu corpo. Ela estava lá. Olhei de lado e sorri.
-Você já me esperava? -A desconhecida de olhos verdes indagou.
Virei-me e caminhei em sua direção tentando parecer o mais segura e sexy possível, de fato era uma loucura o que estava fazendo. Toquei seu rosto e a beijei, que logo correspondeu, sua língua adentrou minha boca, macia e urgente. Um gosto de ferro surgiu em minha boca, ela parou o beijo e sorriu marotamente. Busquei retirar suas roupas o mais rápido que pude, ela correspondeu e por todos os santos, tudo parecia ser esculpido perfeitamente por deuses. Afastei-me para pegar a pequena faca que havia usado em mim há minutos atrás, tracejei um corte em seu peitoral e passei minha língua para provar seu sabor, e eu não sabia que poderia ficar tão fora de mim, talvez o sangue dela fosse um tipo de anestésico, sentia-me dopada e minha ideia não parecia mais tão absurda.
Seus toques urgentes e certeiros me faziam gritar e tremer como nunca. Sentia suas mordidas em meu corpo, mas pareciam como se fossem pequenos beliscões em minha pele, sentia a quentura por todo o meu corpo. Ela olhou-me e eu sabia o que viria a seguir. Ferozmente domou-me em seus braços, sentada em seu colo, ambas nuas e sentindo tudo o que tinha direito, inclinou meu pescoço e cravou seus dentes, aos poucos senti meus olhos se fechando, minha força se esvaindo, uma pequena lambida na ferida, vi que ela me olhava da janela e finalmente meus olhos se perderam na mais vasta escuridão.
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