Depois de ouvir toda a história e passarem o dia comendo besteiras e jogando conversa fora.
Obito não queria passar o pouco tempo que ainda tinha com Deidara falando sobre o seu romance complicado, iria aproveitar cada segundo com ele. E nada melhor do que comer na melhor pizzaria do bairro.
—Eu dúvido você ir lá pedir o número dele. – Obito disse com um sorriso maldoso nos lábios e Deidara estreitou os olhos sentindo-se desafiado.
—Porque eu pediria o número de um estranho? – rolou os olhos, pegando mais uma fatia mordendo ao que olhava de esguio para o rapaz na mesa a frente.
—Porquê você tá secando o cara desde que ele entrou aqui. – riu desdenhado do loiro e este mostrou a língua. —Vai lá, Deid. Ele é muito gato.
—Eu não achei ele tão gato assim. – mentira ele achou sim, além de bonito o ruivo era gostoso e tinha um conjunto de várias tatuagens pelo o braço esquerdo, tendo uma em destaque de um escorpião que se extendia do ombro até o tríceps. —Vai você. – fingiu desinteresse.
Obito soltou um riso preenchendo o local porque ele sabia que o amigo loiro havia se interessado no rapaz ruivo desde que ele entrou ali. Espiou por cima do ombro e o rapaz que estava concentrado demais no celular levantou a vista.
Ele tinha olhos castanhos incríveis que fizeram algo diferente se remexer dentro de Deidara.
Obito olhou de volta para o amigo, rindo com a mão direita na boca e o loiro queimou em vergonha ao que o ruivo riu da interação dos amigos.
Oh meu deus, que sorriso era aquele.
—Idiota! Ele deve achar que somos dois retardados, hm! – Chiou nervoso se encolhendo no lugar para fugir das vistas do rapaz.
Obito continuou a rir e viu o amigo loiro se encolher mais no lugar como se quisesse fugir dali, olhou para trás de novo o garoto ruivo estava de pé pagando sua pizza e começou a andar em direção a saída. Deidara se endireitou no lugar ao perceber que ele passaria ali e sentiu-se suar frio ao que um sorriso diabólico surgiu nos lábios do amigo moreno.
Ah, não.
O ruivo se aproximava lentamente, seus passos eram cuidadosos e o jeito que seu quadril se mexia deixava o andar firme e sexy. Estava perdido olhando para todo aquele monumento porém quis morrer ali mesmo quando Obito empurrou seu celular "acidentalmente" nos pés do garoto de cabelos vermelhos.
—Oh, não! Seu celular Deid! – Obito disse fingindo incredulidade, encenando com as duas mãos juntas até a boca.
Deidara queria o esganar.
O garoto se abaixou e pegou o aparelho, Deidara engoliu a seco quando seus olhares se encontraram.
—Parece que seu amigo deixou cair. – disse olhando para Obito enquanto tinha um sorriso curto nos lábios e depois se focou nos azuis do loiro corado. —Aqui. – estendeu e ele pegou com os dedos levemente trêmulos.
—O-obrigado. – se amaldiçoou ao gaguejar e ele sorriu fazendo com quê aparecessem covinhas em suas bochechas.
—De nada, anjo. – sorriu uma última vez rumando para a saída.
A porta anunciou sua partida e Obito desviou do canudinho que lhe fora atirado.
—Porra, Obito! Você me fez passar um vexame desses? Derrubar o celular nos pés do cara?– quase gritou, gruindo de desespero.
—Funcionou! Ele falou contigo e te chamou de anjo! Anjo! – disse animado, desviando de outro canudinho. —Para com isso! Vamos atrás do número dele agora! – bateu as duas mãos na mesa e Deidara abriu os olhos desesperado.
—Ta maluco? N-nem fudendo! – disse incrédulo ficando nervoso quando o amigo jogou as notas de dinheiro sobre a mesa.
—Ele deve ainda está aí na frente, vem logo! – saiu do assento pegando na mão do loiro que se agarrou onde estava sentado.
—NÃO! –gritou chamando a atenção para os dois. —Olha o mico, Obito! Me larga!
—Veeem! –puxou com força conseguindo arrancar o loiro dali e não perdeu tempo, correu até a porta puxando ele sem da ouvidos aos seus xingamentos.
Assim que a dupla saiu, Obito avistou o garoto parado perto do meio fio falando ao celular enquanto segurava a caixa de pizza.
—Vai lá, Deid! É sua chance! – soltou ele e Deidara se recompôs lhe olhando como se fosse um bicho estranho.
—Você por acaso pirou? Nem sabe se ele gosta da mesma fruta que a gente! Ele pode ser hétero sua topeira! – chiou nervoso e Obito rolou os olhos cruzando os braços.
O ruivo acabava de guardar o celular no bolso da calça e olhava atentamente ladeira abaixo.
—Ele te chamou de anjo e te olhou como se quisesse seu corpinho nú! Vai logo pedir a porra do número, loiro! – indagou firme, começando a empurra-lo pelos ombros.
Deidara tentou parar o trajeto dando tapas nas mãos do amigo porém seu sangue gelou ao ver que o ruivo se virou os notando ali. Estagnou no lugar querendo correr mas suas pernas não lhe obedeciam.
O garoto de cabelos vermelhos arqueou a sobrancelha direita e seus lábios se formaram um sorriso pequeno.
—Meu amigo quer saber se você poderia dá o seu número pra ele. – Obito se intrometeu e Deidara o quis explodir ali e agora.
—O-Obito! –chiou nervoso o rosto queimando envergonha.
O ruivo riu, era uma risada rouca e baixinha e ali estavam as malditas covinhas de novo.
—Desculpe a mula do meu amigo,hm! Ele é retardado sabe? Haha.– beliscou o braço de Obito fazendo este gritar de dor e esfregar o local, arrancando mais uma risada do garoto de cabelos vermelhos.
Deidara também sorriu, suas bochechas pintadas em vermelho e agarrou o braço de Obito começando a puxa-lo mas parou assim que a voz calma e rouca se fez presente.
—Não vai querer meu número, anjo?
Obito mordeu os lábios para controlar a eufória diante das palavras do garoto e Deidara lhe olhou como se pedisse ajuda. Arregalou os olhos e gritou mentalmente para que ele pegasse logo aquele maldito contato. O garoto ruivo se divertia diante daquela cena hilária.
Deidara pigarreou e lhe olhou por breves segundos enquanto se aproximou novamente. Seu rosto tomado pela colocação vermelha. O ruivo sorriu por achar aquilo uma graça.
—Aqui, salva seu número no meu celular que eu te mando mensagem depois. –estendeu e Deidara notou as unhas pintadas de preto.
Deidara estendeu de volta o aparelho e seus dedos se trombaram ao que o garoto o pegou de si. Se entreolharam e sorriram uma para o outro. Um carro parou de brusco no meio fio, Eminem tocava alto ali.
—Bora, ruivo! – alguém gritou mas Deidara não se importou em olhar pois estava hipnotizado com os olhos cor de chocolates a sua frente.
—Deidara… – ele leu na lista de contatos e sorriu de novo mostrando as covinhas. —Te mando mensagem, anjo. – piscou o olho esquerdo e o carro apitou. —Ah, a propósito... eu me chamo Sasori. – disse por último, andando até o carro e logo entrando. Ele apareceu na janela e lhe lançou um último sorriso, com o carro saindo dali em questão de segundos.
—Caralho! Isso aconteceu mesmo? Hahaha. – Obito disse alto, ecoando na rua.
Deidara se virou e tudo que Obito fez foi começar a correr dali.
[...]
—Eu acho que alguém está ansioso por uma certa mensagem. – Obito disse ao ver o amigo checar pela décima vez o celular em mãos.
Eram extas 02:30 da manhã e os dois estavam no quarto do Uchiha, vestidos com pijamas e deitados juntos na cama do moreno. Ele pediu para o amigo ficar já que o vôo dele iria ser as onze horas da noite de segunda. Queria aproveitar o máximo com ele ali.
—Se eu soubesse que você iria ficar enchendo meu saco, teria ido pro apê da Konanzinha,hm! – botou o celular em cima da cômoda ao lado e deitou de bruços agarrando o travesseiro.
—Mas ele vai te mandar amanhã, aposto que sim! Você viu o jeito que ele te olhou? –disse Obito também deitando-se de bruços.
—Você é exagerado demais! Aposto que ele só quis se livrar da gente. Tanto que ele pegou o meu número.
—E o que isso tem haver? – arqueou a sobrancelha escura e Deidara suspirou sem paciência.
—É uma desculpa, topeira de fazenda. Ele não vai mandar mensagem. –bufou começando a se irritar.
—Óh, Rapunzel. Para de ser tão negativo. Acredite nesse seu charme apesar de você tá sendo um pé no saco agora, loira do banheiro. –provocou desviando logo em seguida do tapa que ele tentou lhe acertar.
—E você fazendo cu doce mas tá doido pra sentar de novo no cabeça de algodão, hm! –Chutou Obito e desviou do chute que ele tentou devolver.
—Você não sabe brincar, seu chato. – disse virando-se de frente e cruzando os braços sobre o peito.
—Ah, Obi… você sabe que nada se resolve assim. Ignorar ele não vai resolver o que está acontecendo aí dentro. – apontou para o peito do amigo e ele se encolheu nos lençóis formando um bico nos lábios.
—Por favor, não vamos voltar nesse assunto. – pediu olhando para o teto.
—Eu sei, Obi. Eu te entendo, está bem. Mas como eu já te falei, as coisas só iram se resolver se vocês dois conversarem sobre isso. Pelo o que eu entendi o cabelo de palha quer mas você está fugindo dele. – descansou o queixo na mão virando-se de lado para encarar o amigo.
Obito nada disse mas o suspiro que saiu de seus lábios mostrava o quanto estava sendo difícil aquela situação.
Ele sentia falta de Kakashi e como sentia mas o seu orgulho falava alto demais e o medo de sair mais machucado do quê já estava.
—Tenho medo. – confessou ainda sem encarar o amigo, sentindo o nó se formar em sua garganta.
—Do quê? – quis saber.
Obito se virou imitando a pose do amigo e Deidara viu os lábios cheios tremerem levemente.
—De amar.
(๑˙❥˙๑)
00:15 da noite.
—Ora, ora, ora… nunca pensei que o encontraria aqui, Kakashi Hatake. Me faz lembrar do tempo em que estudávamos e fazíamos festas no meio da semana. – disse ao se encostar no balcão ao lado dele.
Kakashi continuou a fitar a pista cheia de corpos, alguns se entrosando e outros apenas dançando sozinhos.
Onde estava? Bem… mal ele sabe o nome do clube, apenas queria fugir da sua realidade pacata e entrou no primeiro clube que viu.
Levou o resto da bebida até os lábios e tomou o último gole, decidido a sair dali logo.
—Vai se ferrar. –bateu o copo no balcão e puxou a carteira, jogando o dinheiro logo em seguida.
O outro riu com deboche escorrendo pela a boca e Kakashi se apressou a sair dali porém seus passos foram contidos ao que ele pegou em seu pulso.
—Qual é, Kakashi. Você ainda está puto comigo? – perguntou chegando mais perto para que o rapaz de cabelos cinzas escutasse sua voz por cima da música.
—Cara, é melhor você me soltar! – puxou o braço se livrando dele e voltou a andar, conseguindo sair dali.
O ar frio lhe atingiu e era como se seu coração estivesse querendo pular para fora do peito. Olhou para atrás e viu que ele lhe seguia. Estalou a língua no céu da boca e passou a andar rápido. Ouviu quando ele riu novamente e aquilo fez seu sangue subir.
Parou de repente, fazendo o rapaz atrás de si parar a centímetros.
Se virou sentindo o calor do corpo dele perto do seu e o cheiro forte de perfume rondar. Ele continuava o mesmo e até mais bonito mas isso não vem ao caso, na verdade nem um pingo de interesse tem.
—Eu acho que fui claro o suficiente quando disse para nunca mais chegar perto de mim.
—Sim, você foi… Não me orgulho nada do que aconteceu. Eu era um moleque inconsequente que só pensava em mim mesmo. Mas… eu realmente te amava, Kakashi. Na verdade, eu ainda sinto tudo isso por você. – confessou olhando fundo nos olhos dele.
Kakashi suspirou devagar escondendo as mãos dentro da jaqueta e olhou para o lado, fugindo daqueles olhos castanhos escuros.
—Já faz bastante tempo… creio que seus sentimentos tenham mudado. Afinal, todos nós mudamos depois da escola. – disse e o olhou para ver este sorrir pequeno.
—É… mas a gente não manda no coração, não é. – soltou um riso fraco encolhendo os ombros. —Eu soube do Uchiha. Que bom que ele está bem.
Kakashi apertou os lábios e levou os dedos até a nuca para coçar os cabelos dali e Yamato olhou cada movimento se lembrando dessa mania que ele tinha.
Era bonito de se ver.
—Sim… ele está bem agora. Eu preciso ir, tá ficando tarde pra mim. – se virou começando a andar e Yamato se pôs ao seu lado.
—Eu te acompanho. – sorriu levemente levando os dedos para tirar a franja de cima dos olhos. —Eu sei que você meio que odeia carros e eu também vim de carona mas meu amigo tá ocupado lá dentro se é que me entende...–riu piscando o olho esquerdo e rapaz de cabelos cinzas apenas o olhou para depois se focar nos próprios pés.
—Não precisa. Além do mais sua casa é pro outro lado. – Kakashi disse ainda olhando para os pés e o rapaz ao seu lado estalou a língua.
—Eu não sou mais aquele garoto, Kakashi… Deixa eu te mostrar que sou legal, poxa. Vou ficar quietinho até te deixar em casa, eu prometo. – fez sinal de juramento sorrindo enquanto a isso.
Kakashi olhou para ele se lembrando de todas as vezes que os dois já andaram por aí só para matarem o tempo. Ele gostava de quando faziam isso.
Não sabe se era o álcool agindo ou por estar mais sensível do que se pode imaginar mas não quis recusar mais nada.
—Ok … – proferiu baixo voltando a olhar para os seus passos, o que não o permitiu ver o sorriso largo e os olhos brilhantes de Yamato naquele momento.
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