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História Fighting for His Life - Retrocedência - História escrita por Laraa777 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Fighting for His Life - Retrocedência


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
GENTEEEE É RAPIDINHO LÊ AQUI:
ksks no último capítulo, eu estava meio apressada para sair e postei praticamente correndo, então algumas coisas ficaram meio confusas. Bom, eu reescrevi algumas partes dele e nas NOTAS FINAIS eu coloquei um resuminho do capítulo (caso alguém não tenha visto porque eu editei ele cerca de uma hora depois da postagem do capítulo). Para os que já viram, desculpem gastar o tempo de vocês aqui ksksks e obrigada pela atenção *-*
Boa leitura!! :3

Capítulo 20 - Retrocedência


 

Os passos apressados de Taehyung produziam um ruído baixo ao que a sola de seu sapato se chocava com a superfície dura e rachada da calçada. A noite - ou manhã, por ainda serem apenas quatro horas da madrugada - estava fria e fazia com que o ar exalado por ele se tornasse uma escassa nuvem de vapor. Suas mãos se escondiam nos bolsos fundos do casaco, buscando aquecê-las.

No entanto, uma de suas mãos sentia uma textura diferente em contato com sua pele. Tratava-se de um pequeno papel dobrado poucas vezes, que continua nada menos do que o ritual que Jeongguk recitara para lhe salvar de E-Young em seu consultório.

Apertava as mãos em punho, para que assim não as deixasse tremer. Não estava tão frio para isso, e seu medo quanto à Geun Suk diminuía razoavelmente ao pensar que aquele ser abominável estava prendendo seu moreno ou o que quer que estivesse fazendo de mal à Jeongguk.

O que o deixava com uma sensação ruim no estômago era não conseguir - ou não querer - aceitar que, mesmo após todos aqueles anos, ele ainda não se sentia bem ao entrar naquela casa.

Certo que o trauma de infância pelo qual passou fora grande, mas sentia como se todas as vezes que evitou dar atenção àquela casa - mesmo que fosse apenas se recusando a olhar para ela da janela do ônibus - fossem demonstrações de covardia, como uma criança que caía do balanço e passava a repugnar o brinquedo com medo de que o acidente se repita.

Mas não seria o medo que o impediria de entrar lá novamente, não mais.

Mas, pensando bem, é mais fácil falar do que fazer. Por mais que repetisse a si mesmo que conseguiria, suas mãos ainda tremulavam dentro do casaco e sua respiração travou fazendo sua garganta se comprimir. E lá estava ele, a poucos metros de seu pesadelo, esperando que o ar voltasse a circular por seus pulmões para que pudesse dar o primeiro passo.

Respirou fundo, fechou os olhos por alguns instantes, voltando a abri-los conforme atravessava o jardim. A aparência do lugar não era nada favorável, o que não era de se surpreender após ter passado dezenove anos sem receber qualquer cuidado. Um arrepio percorreu sua espinha ao pensar o que seus pais pensariam se vissem que o filho deixou sua tão amada casa ruir.

Meneou a cabeça afastando aqueles pensamentos, não deveria se desconcentrar. A grama alta cobria o que antes era um caminho de pedras até a porta principal. Agora, via-se apenas o matagal verde encobrindo as pedras gastas e escuras por conta da umidade.

O pequeno gnomo de porcelana ainda estava posto no jardim, mas a pintura estava descascada e a tinta gasta, deixando o adorno encantador, um verdadeiro objeto capaz de fazer qualquer um sentir um arrepio ao ver sua aparência desconfigurada. Seus pés tocaram a madeira da pequena varanda de entrada, e a mão fora de encontro à maçaneta da porta. Abriu-a, arrancando um pequeno ranger da madeira antiga.

Céus, tudo estava pior do que esperava.

Adentrou o lugar. Seus olhos varreram toda a extensão, não encontrando nada além do escuro intimidador que, aparentemente, se fazia presente em todos os cômodos. Seu corpo ficou tenso ao ouvir resmungos baixos, o fazendo andar instintivamente para o interior da casa, clamando para que fosse Jeongguk quem encontraria.

Afinal, este era seu palpite desde que abandonou o aconchego - talvez nem tão aconchegante assim - de sua casa e partiu rumo àquele lugar. Aqueles sonhos não podiam ser mera coincidência. Os detalhes distorcidos - a rua, o gnomo de jardim, o cômodo escuro, as luzes - apenas serviram para lhe ajudar a conseguir identificar o local onde se passavam os acontecimentos.

Era sem dúvida sua antiga casa, mas a pergunta era, por quê? Por que agora? Por que aquelas cenas? E o mais intrigante: por que Jeongguk aparecia no sonho se o moreno não tinha ligação alguma com aquilo?

A única alternativa que conseguiu bolar fora que o mais novo estava em perigo. Primeiro porque aquele lugar não o trazia uma sensação nada boa e suas últimas lembranças dali eram cruéis de se recordar. Segundo que, havia uma explicação muito simples por trás de toda essa história.

Mesmo afastados, Taehyung iria atrás do outro se soubesse que ele está em perigo, mas, e se ele não pudesse ir? E se Jeongguk estivesse preso em um lugar onde Taehyung não pudesse o salvar?

Sabia que seu medo da casa era evidente - até já havia recebido alguns questionamentos sobre o porquê de não morar ou pelo menos alugar a casa que tinha herdado dos pais - e que ele fugia dela como o diabo foge da cruz. Conclui-se que, se fosse para Geun Suk prender o Jeon em algum lugar, algo lhe dizia que seria a casa o local escolhido, para que assim ninguém o interrompesse - Afinal, não são todos que perseguem demônios hoje em dia. 

Claro, por mais que estivesse encarando um desconforto gigante em seu peito apenas de pensar em voltar a pôr os pés naquele lugar, ele o faria se fosse preciso. Não seria por medo que deixaria Jeongguk sofrer. Apenas o olhar assustado do mais novo em seu sonho era suficiente para lhe encorajar.

O corredor de comprimento médio tinha seu fim em uma escada, a qual subiu ficando frente à frente com seu antigo quarto. Abriu a porta de madeira branca, vagarosamente. Seus olhos se arregalaram em surpresa, ao encontrar a luz acesa e sua cama perfeitamente arrumada. Os brinquedos estavam espalhados por todo canto e um vento fraco vindo da janela fazia a cortina azul-claro ondular. O lugar estava intacto, mas, se sua memória não estava falha, todos os móveis haviam sido doados e ali deveria estar vazio como o resto da casa. Então por que aquele quarto lhe parecia tão conservado, a ponto de até as luzes estarem acesas?

Quando deu por si já estava completamente dentro do cômodo, os pés cruzando de forma despercebida porém cautelosa, a soleira da porta. Seus dedos deslizaram pelos cobertores que estavam estendidos sobre o colchão. Taehyung arquejou ao sentir a maciez do tecido. Aquilo era real, podia sentir o tecido, mas como?

Sentou-se na beirada da cama, o colchão macio afundou conforme seu peso era depositado sobre o estofado.

- Tae - direcionou o olhar para a porta ao ouvir a voz feminina o chamar. - A mãe de Jin ligou, ela disse que eles virão nos visitar amanhã à tarde, você e Jin podem brincar juntos.

O castanho olhava fixamente para a mulher à sua frente.

- O que foi, querido?

Ela abriu um sorriso doce e se aproximou, tocando o rosto ainda em choque de Taehyung com delicadeza - Filho, você está bem?

O garoto deixou que uma lágrima deslizasse por seu rosto. Levou a mão até o rosto da mulher de cabelos castanho-escuro. Mordeu o lábio tentando conter um sorriso ao sentir a pele morna e macia em seus dígitos. Assentiu como resposta à pergunta que lhe fora feita, vendo a mulher ampliar o sorriso.

- Venha, está na hora do jantar, pode ir chamar seu pai? - Taehyung assentiu a vendo deixar o quarto.

Rumou até a porta do cômodo, entreabrindo os lábios sem entender ao encontrar a casa com as luzes acesas, móveis limpos e organizados, e um cheiro de comida delicioso no ar. Seguiu pelo corredor que havia atravessado minutos antes, mas que agora possuía quadros e fotografias nas paredes, um tapete felpudo no chão e lâmpadas acesas adornando o teto. Era como voltar no tempo, voltar à época em que ainda tinha seis anos de idade.

 Caminhou até um dos quartos, batendo na porta do que se lembrava ser o escritório de seu pai. O castanho estava em um conflito interno tentando entender o que estava acontecendo. Havia se perdido tanto em seus pensamentos que nem se deu conta de que a porta já havia sido aberta e um homem o fitava.

- Tae, eu já estava pensando em te procurar para dizer que consegui uma folga para amanhã, poderemos terminar a nave espacial que montamos no quintal, Jin pode nos ajudar, o que você acha? - afagou os cabelos de Taehyung, os desarrumando. - A propósito, comprei fita e temos algumas caixas de papelão e uma pilha de papel colorido, acha que isso basta para você terminar a sua nave?

- Pai? - seu olhar estava fixado nas orbes castanhas que se repuxavam pelo sorriso retangular que o homem tinha no rosto.

- Pai do astronauta mais famoso do planeta se apresentando. Você viu o comandante TaeTae?

Taehyung se atirou nos braços do Kim mais velho, abraçando-o com força.

- O que foi, Tae?

O mais novo o fitava com um sorriso imenso.

- Nada. Mamãe pediu para eu te chamar.

- Já estou sentindo o cheiro de comida, vamos?

Meneou a cabeça em confirmação antes de seguir rumo à cozinha junto do mais alto. Sentou-se à mesa, observando a ótima aparência das variadas comidas expostas ali, tudo parecia delicioso como a comida de sua mãe costumava ser. Tinha tanta saudade de voltar a experimentar as comidas dela.

Sentia saudades de tudo que envolvia seus pais. Das brincadeiras do pai - incluindo a lembrança de quando os dois construíram uma espaçonave de brinquedo no quintal com algumas caixas -, os mimos da mãe, tudo aquilo o fizera lembrar até de seu amigo de infância, Seokjin, o qual não via faziam anos.

Sentia saudades.

Mas, como podia sentir falta do que estava ali?

Engoliu em seco, as lembranças da morte de seus pais voltaram a lhe atormentar, ainda mais por estarem no cômodo onde tudo havia acontecido. O ar travou em meio ao trajeto e ele olhou em volta boquiaberto, percebendo o quanto a cena estava errada. Seus pais não deveriam estar ali, a casa nem sequer tinha eletricidade para acender uma única lâmpada daquelas por estar desocupada há anos.

- Vocês não são meus pais.

O casal olhou perplexo para Taehyung.

- Por que está dizendo isso? – a mulher o olhava, confusa.

- Você está estranho hoje, Taehyung – seu pai tinha uma expressão preocupada adornando o rosto largo – Tem certeza que está tudo bem? Isso é por causa daquele seu amigo, Jimin, que iria se mudar?

- Por que está fazendo isso? Que tipo de ilusão é esta afinal? – Taehyung gritou exaltado, empurrando a cadeira para trás, se levantando. – Eu quero meus pais.

- Aah, eu sei que quer, então não estrague a brincadeira da próxima vez – a voz vinda detrás de si o assustou. Quando virou-se de costas para descobrir quem falava consigo, viu que o lugar perdera o brilho, as paredes estavam descascadas e a mesa, vazia. – Você é um completo ingrato, Taehyung. Poderia ter ficado com seus pais, mas escolheu voltar a esta realidade deplorável. Mas devo admitir, foi bem esperto para perceber que não era real, não ainda.

- Quem é você? – questionou intrigado, vendo o homem de cabelos negros caminhar pelo ambiente.

- Você persegue algo mas não sabe nem ao menos o nome do que está caçando?

- G-Geun Suk? – praguejou-se mentalmente por ter gaguejado.

- Parece que você não é tão idiota quanto pensei, apenas é lento – o demônio vira Taehyung começar a desdobrar um papel que tirara recentemente do bolso – O que é isso?

- Exorcizamus te, omnis immundus spiritus...

- Pense bem, Taehyung, se fizer isso nunca mais verá seus pais – o castanho o encarou, perplexo.

- Pode... Pode trazê-los de volta? – Geun Suk sorriu com malícia, vendo o brilho de esperança refletindo nas orbes castanhas.

- Há poucos instantes você estava jantando em família, parecia ilusão? – Taehyung conteve seu suspiro desolado ao se lembrar de como fora tocar o rosto se sua mãe. Tão real, tão acolhedor. – Posso trazê-los em um estalar de dedos – a criatura se aproximava de forma vagarosa, parando a apenas alguns centímetros do castanho. – O que me diz?

 


Notas Finais


Obrigada por ler! *-*
Eu juro que não sou má, mas estava louca para chegar à esta parte da fic ksksks
Aaah, só avisando que a fic 'tá acabando ;-; MAAS ainda tem alguns capítulos pela frente (podem ser dois ou seis, depende do que minha mente complicada resolver inventar, mas de qualquer jeito está acabando ;-;)
Eu adorei de verdade poder escrever esta fic, ela foi uma das raras fanfics em que eu não escrevi por obrigação de postar o capítulo em determinado dia, mas sim porque eu estava gostando de poder escrever sobre isso, e obrigada por me apoiarem lendo ela! :3 OBRIGADA PELOS MAIS DE 160 FAVORITOOOOS *-*


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