Uma forte chuva caía lá fora, Maia já havia fechado todas as janelas de seu apartamento, e se preparava para afundar no sofá naquela noite de sexta-feira, vestindo apenas uma calça de moletom, e uma blusa da sua amada Arctic Monkeys, quando tocaram a sua campainha.
Grunhiu contrariada. Quem poderia ser àquela hora, uma vez que ela não estava esperando por ninguém, e Paris se dissipava numa chuva terrível?
Largou o cobertor que pegara, e calçando os chinelos foi em direção à porta. A abriu com a pior das caras que poderia fazer, mas logo, a expressão feia fora embora, pois Thonks vira quem estava ali.
— Hey, Maia! - Julian disse animado, entrando em seu apartamento completamente ensopado.
A inglesa fechou a porta, encarando o jogador atônita, e se surpreendendo ainda mais ao ver sua camisa branca completamente transparente e colada em seu abdômen muito definido.
“Puta merda. Suba os olhos, Maia, suba os olhos!”
— O que faz aqui? - Perguntou confusa, após encerrar sua briga interna, e mirar o rosto pálido do alemão.
— Ah, bem, estava um completo tédio lá em casa. Você sabe, o lugar é grande demais para uma pessoa só... então resolvi vim aqui, e ficar com você. - Sorriu amarelo.
— No meio desse temporal?
— Ah, quando saí só estava ventando, e vim de táxi - Deu de ombros. — Mas então, será que você pode me emprestar uma toalha, ou algo do tipo? — Maia, que ainda o encarava de braços cruzados, pareceu voltar ao mundo (sim, seus teimosos olhos desceram novamente para a região da barriga de Julian, que ela estava considerando como oitava maravilha do mundo, ou algo assim), correndo atrás de uma toalha.
— Aqui - Lhe estendeu o pano branco de algodão.
— Obrigado - Deu uma piscadela, e a garota assentiu, assistindo o louro passar a toalha pelo seu corpo.
“Maldito seja Julian Draxler!”
— E então - Raspou a garganta, assumindo o controle novamente — O que quer fazer?
— Comer?! - Disse sugestivo.
Outro suspiro da fisioterapeuta.
— Você é, realmente, um folgado, Julian.
— Ei! Somos amigos agora, não é mesmo? E pelo o que eu saiba, amigos fazem tudo um pelo outro.
— É mesmo? - Ele concordou. — Então porquê, até agora, você não me fez nada? - Draxler fez uma expressão de ofendido. — Palhaço - Maia murmurou indo até a cozinha.
Era realmente preciso que ela se afastasse dele, caso contrário, seria difícil manter uma conversa civilizada, com a visão do jogador se secando, e exibindo todos os seus perfeitos e definidos músculos.
{•••}
Maia fizera uma rápida lasanha, e Julian, já seco, a ajudara. Agora, o casal estava sentado na mesa que separava a sala da cozinha, terminando o jantar, enquanto a chuva pesada continuava a cair do lado de fora do edifício.
— Sabe, eu estava pensando agora, - Julian começou, e Thonks o encarou. — Você tinha razão quando disse que ainda não fiz nada por você, e...
— Audi.
— O que?
— Eu quero um Audi.
— Eu não vou te dar um carro, Maia. - Julian fechou os olhos, negando, e a garota esbravejou decepcionada. — Nem carta você tem!
— Mas dirijo muito melhor que você, e isso eu garanto - E era realmente verdade.
Bem, a verdade é que, quando ia para o sítio de sua avó materna, seu pai deixava que ela desse voltas atrás do volante da Picape da família, fazendo com que a garota soubesse muito sobre direção, mesmo antes de fazer aulas preparatórias.
— Gah. Tudo bem. Mas eu ainda não vou te dar um carro. - Antes que a inglesa pudesse argumentar novamente, Draxler voltou a falar. — Como eu ia dizendo... resolvi que vou te ajudar com Rabiot - Sorriu animado, e Thonks, que engolia seu último pedaço de lasanha, engasgou, tendo um ataque de tosse.
— O-o que? - Disse tentando se recuperar, bebendo o suco de seu copo, enquanto Julian a encarava de olhos arregalados.
Esperaram a garota se recuperar, e quando isso foi feito, ela quem foi a primeira a falar, sentindo sua garganta arder.
— Que história é essa? - Questionou tomando mais alguns goles do suco.
— É isso mesmo - Assenti feliz, e Maia (tinha certeza) negou desesperada. — Eu percebo o jeito que vocês se olham, mas, não se preocupe, seu segredo está guardado comigo - Piscou.
— J-Julian, e-eu não estou a fim do Adrien.
— Maia, Maia, não adianta negar, baby - A garota realmente queria saber o que fora o arrepio que atravessara seu corpo quando o alemão a chamara por aquele apelido. — Prometo ser o mais discreto possível - Deu outra piscadela, e caminhou para a cozinha, com seu prato já vazio em mãos.
Thonks escorreu a cabeça para a mesa. Maldição. O que fora aquilo? Ela, definitivamente, não queria nada com Rabiot, afinal, ele era como um irmão para ela, uma vez que a ajudou desde que chegara em Paris. Mas agora, como essa ideia ridícula havia chego à cabeça do seu paciente alemão, ela, realmente, não sabia; as únicas coisas que rondavam sua mente eram as cenas de Julian se secando, e chamando ela de “baby”.
Para o inferno.
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