— Maia! - A fisioterapeuta parou no estacionamento, quando ouvira seu nome ser pronunciado por uma voz que, agora, já era conhecida.
Virou-se e encontrou Cavani, que corria até ela vestindo o uniforme de treino do clube.
Já era o fim de seu expediente, e Thonks estava no estacionamento aguardando por Rabiot, que se propusera a levá-la para casa, com a desculpa de que fazia tempo que não conversavam, e ele estava com saudades. E por mais que Maia não quisesse incomodar, além de concordar com as palavras do amigo, estava cansada de pegar táxi todos os dias.
— Oi. - Ele disse quando parou, e abriu um sorriso.
— Oi... - Maia respondera sem graça, ainda constrangida pela cena com Julian no dia anterior.
— E-eu ahn... queria ter falado com você desde ontem, mas... - o uruguaio começou atrapalhado, e a mulher também não sabia o que dizer.
— Olha, Cavani...
— Edinson - interrompeu Maia, que o encarou com um olhar de dúvida. — Pode me chamar de Edinson.
— Certo. Edinson, então... me desculpa por toda aquela situação de ontem. Eu não sei o que deu em Julian, e... - e foi interrompida mais uma vez pela voz cheia de sotaque de Edinson.
— Não. Está tudo bem, Maia. De verdade - deu um sorriso, que foi acompanhado por outro aliviado da inglesa. — Só queria saber se você está bem. Julian pegou meio pesado com você.
— Ah, sim. Eu estou bem, obrigada por se preocupar. - Respondeu e viu a cabeça do uruguaio assentir.
— Sendo assim, já vou, então. - Sorriu sem graça, e começou a andar para trás. — Ahn, e-eu espero que possamos ser amigos daqui para frente.
— Sim! - Se recompôs quando percebeu que fora um pouco exagerada. — Com certeza, e-eu adoraria. - Abriu um sorriso verdadeiro agora já mais calma. Edinson concordou mais uma vez, e dando um último sorriso, partiu para dentro do CT novamente.
Maia suspirou nervosa assim que sozinha novamente. Definitivamente não estava cogitando nada mais que amizade com o centroavante, mas ainda sim, e mesmo trabalhando com pessoas famosas, ela se estressava toda vez que tinha que conversar com algum deles.
Edinson lhe parecera muito amigável e gentil ao questionar sua situação, e Maia havia realmente se alegrado com o ato.
Permaneceu mais alguns minutos parada no estacionamento, quando finalmente Rabiot saiu pela porta.
— Já era hora! - A mulher disse assim que viu o amigo.
— Me desculpa, senhora apressadinha. Eu estava me despedindo de Tommy - começou a se explicar, mas logo foi cortado por Maia.
— Sem detalhes, Adrien, sem detalhes. - Arrancou uma gargalhada do amigo, e sorrindo com ele, Thonks o abraçou de súbito.
Estranhando o ato, Rabiot retribuiu.
— Tá tudo bem? - Questionou e a inglesa assentiu.
— Gosto de te ver feliz. - Respondeu simplesmente, e dessa vez quem a puxou para um abraço foi Rabiot.
Assim que se soltaram, e iam caminhando para o carro, o meia voltou a falar.
— Eu também gosto de te ver feliz. E é exatamente por saber que você não está, que te chamei para vim comigo. - Maia abriu a boca em uma falsa indignação.
— Eu pensei que estivesse com saudades - deu um soco em seu braço direito, quando já dentro do carro.
— Isso também, doidinha. - Bagunçou o cabelo da morena. — Mas é sério. Quero que saiba, que se precisar de alguma coisa, até mesmo desabafar... eu estou aqui. - Maia encarou os olhos azuis de Rabiot, e viu toda a sinceridade que eles transmitiam.
Talvez pela primeira vez desde que chegara em Paris, a inglesa não se sentiu sozinha. Ainda que com poucos meses de amizade, ela realmente sentia que poderia confiar em Adrien. E sem motivos para mentir, reconhecendo que era o que ela precisava, e sem mais nada a perder, começou a falar.
Contou sobre Julian, sobre o pouco tempo que ficaram juntos numa relação mais profunda e íntima que fisioterapeuta e paciente, ou amigos; contou sobre as constantes mudanças de humor de Draxler, e de como se odiava por ainda querer tê-lo por perto.
— Maia... - começou com sua voz calma, encarando-a quando pararam em um semáforo vermelho. — Tente entender o lado dele. Julian já perdeu tudo uma vez, e isso ainda é muito recente. Talvez ele tenha medo de que isso se repita, e por isso está sempre tão na defensiva. Eu havia notado a mudança de reação que tinham um com o outro. E se isso foi algo que fez bem para ambos, acredito que vale a pena tentarem de novo.
— Não tem como começar de novo, Adrien. Julian ainda é um cabeça-dura, e eu não quero me chatear outra vez.
— Tudo bem - foi tudo o que respondeu com um suspiro, e quando estacionou em frente ao prédio da fisioterapeuta, a encarou novamente. — Está entregue - sorriu.
Maia deu um beijo na bochecha rosada do amigo, e agradeceu. Quando estava prestes a sair do carro, ouviu seu nome, e se virou.
— Não esquece que estou aqui.
— Não vou.
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