Era segunda-feira de manhã, quando Belle anunciou pela comunicação interna:
— A Sra. Swan está aqui e gostaria de falar com a senhora.
Regina? Aqui?
Emma mal podia acreditar.
Regina pareceu assustada depois do beijo na sexta-feira. A morena resolveu ir embora e Emma não insistiu para prolongarem a noite. Não queria forçar. Queria que tudo acontecesse naturalmente. Por isso, Emma decidiu se afastar por alguns dias.
Talvez a loira não devesse ter ir ido com tanta sede ao pote. Porém o fato, é que queria namorá-la e queria que ela soubesse que estava interessada nela.
Levantou-se e ajeitou a roupa, passando a mão no cabelo.
— Emma? — chamou Belle.
A editora apertou o botão da comunicação.
— Pode mandar entrar.
Emma sorriu para dar as boas-vindas à visita.
Seu sorriso logo desapareceu.
Era Ariel. A outra Sra. Swan.
Ela adentrou o escritório, deixando a porta bater com força.
— Onde é que você estava com essa sua cabeça? — disse ela entredentes.
— Como?
— No Hoffman's?
Emma se jogou na cadeira, remexendo nos papéis.
— Em que posso ajudá-la, Ariel?
— Pode respeitar os termos do nosso divórcio?
— Você já recebeu o cheque deste mês.
Ariel o havia descontado em questão de horas.
— Não estou falando de dinheiro. Estou falando do nosso acordo.
— Nosso acordo sobre o quê? — Emma assinou a carta à sua frente e então passou a avaliar um relatório, sem ao menos olhar para a ruiva — Eu estou muito ocupada no momento.
Não queria perder seu precioso tempo com Ariel.
Ela apoiou as mãos sobre a mesa de Emma e se inclinou na sua direção, tentando intimidá-la.
— O nosso acordo de dizer aos nossos amigos que fui eu que quis me separar de você.
— Eu nunca disse o contrário a ninguém.
— Uma ação vale muito mais que mil palavras!
Emma olhou para o relógio.
— Podemos pular esse assunto? Eu tenho uma reunião com David às dez.
A ruiva cerrou os dentes e seu rosto ficou marcado por rugas ao redor dos olhos, apesar das diversas cirurgias pelas quais havia passado.
— Ninguém vai acreditar em mim se a virem trocando carícias com outra mulher.
Emma se empertigou.
— Não era outra mulher, era Regina.
Ariel agitou a mão.
— Regina, seja lá quem for a tal. Não importa. Você não...
— E nós não estávamos trocando carícias — a cortou.
— Não, apenas quase se comendo pela boca!
— Ariel, você não tem nada para fazer? Vai ao shopping, vai gastar dinheiro. Vai passear com o seu cachorro.
— Fique longe dela, Emma.
— Não, obrigada.
Os olhos de Ariel quase saltaram.
— O quê?
Emma suspirou e se levantou, cruzando os braços.
— Eu disse que não.
— Como você se atreve...
— Eu me atrevo porque estamos divorciadas e vou encontrar quem eu quiser, quando bem entender.
— Nós tinhamos um acordo — disse ela, arfando.
— Eu aceitei mentir antes para salvar a sua reputação, mas agora já chega. Fui clara?
Emma nunca mais deixaria que ninguém interferisse no seu relacionamento com Regina.
A mulher mudou a expressão repentinamente, como em um passe de mágica. Era embaraçoso pensar que a loira já havia caído naquele truque.
— Mas, Emma... eu vou ser humilhada!
— Por quê?
— Porque as pessoas vão achar que você me abandonou! Será capa de tudo que é jornal, a mídia vai pisar em cima de mim!
— Se você quiser salvar a sua "reputação", vai ter de arranjar seus próprios encontros. Saia! Seja feliz! Mostre a todos que não quer mais saber de mim. Você é livre e eu também. Ninguém tem que dizer nada.
Ela começou a verter lágrimas de crocodilo, porém Emma não se sensibilizou.
Ariel ia ter de se virar sozinha dali por diante.
Emma havia lhe dado a casa, as obras de arte e os empregados. Ela não conseguiria tirar mais nada dela.
— Você pode enganá-los como quiser, mas me deixe fora disso!
— Mas, Emma...
— Chega! Somos adultas, não precisamos agir feito crianças, pelo amor!
— Pelo menos, mantenha as aparências.
— Adeus, Ariel.
Ela pegou a bolsa com toda pose de granfina e saiu, batendo a porta com toda força, novamente.
Emma fechou os olhos, tentando manter a calma. Ô mulherzinha difícil!
Manter Regina longe da vista dos outros? De jeito nenhum!
Ouviu uma batida de leve na porta e imaginou o que mais viria pela frente... Era Rose. A irmã mais nova colocou a cabeça para dentro da sala e soltou um suspiro.
— Uau! Parece que as coisas estão bem movimentadas por aqui... — falou adentrando o local e fechando a porta.
— Pois é... — falou Emma, apoiando uma mão no rosto e o cotovelo na mesa.
Rose se sentou na cadeira em frente a mesa de Emma.
— O que houve? O que ela queria?
— O mesmo de sempre. Me torrar a paciência.
Rose riu.
— Não sei o que você viu nessa mulher.
Emma fechou os olhos e se recostou na cadeira.
— Ela é totalmente o contrário de Regina.
Os olhos de Rose brilharam ao ouvir o nome da ex-cunhada.
— Como vai a situação de vocês duas? O meu sobrinho ou sobrinha já está a caminho?
Emma abriu os olhos e sorriu carinhosamente para a irmã.
— Estou indo com calma. Não quero perdê-la de novo. Sinto que dessa vez pode ser diferente.
— Eu sempre achei ela a sua alma gêmea.
Emma olhou para a irmã e se inclinou na mesa, pegando na mão dela.
— Você é uma puxa-saca da Regina.
— Ela sempre concordou comigo em tudo.
Emma riu.
— Ridícula. Deixa eu te contar uma coisa... Nós nos beijamos de novo.
Rose arregalou os olhos.
— Então está acontecendo mesmo.
— Está...
— Regina sempre foi a única a te fazer sentir.
— Como assim?
— Olhe pra você... Essa é a primeira vez, depois de tantos anos, que lhe vejo mais leve novamente.
Emma sorriu.
— A simplicidade de Regina sempre me encantou. Acredita que ela preferia ter ido comer um sanduíche no bistrô do que jantar no Hoffman's?
— É por isso que sempre achei que ela fosse a mulher certa pra você. Regina quebra todas as barreiras da futilidade.
— Ela é única. Sempre foi assim.
Rose soltou uma gargalhada.
— Meu Deus! Você está caidinha por ela!
Emma ficou sem jeito e se recompôs.
— Nós temos uma reunião para agora. Vamos?
Rose continuou a gargalhar.
— Vamos — disse se levantando — Você recebeu o convite do baile do Riverside?
Emma arregalou os olhos.
— Eu esqueci! Quando será mesmo?
— No sábado.
— Hum...
Emma ficou pensativa.
— O que foi?
— Acho que irei convidar uma pessoa.
Rose sorriu novamente, já imaginando quem era.
Emma chamou Belle outra vez.
— Belle, preciso de um convite para uma recepção de alto nível para este fim de semana.
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