Os pequenos ossos expostos pelo punho cerrado acertaram-lhe o rosto de uma maneira tão brutal que o impacto do soco inclinou a cadeira para trás, o peso que ficou entre as pernas do assento cedeu para que o objeto fosse em direção ao chão junto com o indivíduo que estava amarrado nela. Iruka sentiu quando o seu corpo bateu abruptamente contra o assoalho frio, sentiu quando o sangue escorreu pelo buraco de uma de suas narinas e sentiu quando o corpo do agressor aproximou-se do seu.
O indivíduo o puxou pelo colarinho da blusa de uma maneira tão repentina que o ato parecia ter sido executado sem qualquer tipo de dificuldade, uma vez que a cadeira ficou em pé outra vez.
Seus lábios estavam inchados e latejavam a cada pequeno movimento bocal que fazia, o tecido da maçã do rosto havia se rompido pelo golpe anterior àquele, deixando o lado esquerdo da face do Umino com uma fissura mediana. Iruka respirou devagar no mesmo instante em que fechou os olhos, sentindo quando o hálito quente se aproximou de seu rosto.
— Hashirama realmente vale essa surra toda? — A voz soou áspera.
Iruka não respondeu, continuou evitando contato visual porque precisava preservar sua sanidade mental, não somente pela situação em si, mas porque o ambiente no qual estava preso tornaria a situação propícia para levá-lo à loucura. As paredes úmidas e frias pareciam se fechar ao seu redor, como se quisessem sufocá-lo. A claustrofobia gritava em plenos pulmões ao ar. Seus pulsos estavam amarrados por correntes geladas, restringindo sua liberdade e tornando cada movimento limitadamente doloroso.
A luz era escassa e a mesma só surgia quando a lâmpada acima de sua cabeça acendia. A atmosfera havia se tornado pesada, o cheiro de mofo tornava-se mais forte a cada minuto que passava, assim como o silêncio angustiante que crescia em momentos onde o indivíduo à sua frente não o pressionava a procura de respostas.
O Umino sabia que Hashirama estava encrencado, mas não imaginava que era tanto.
— Você é um homem muito leal…
Iruka sentiu quando os dedos alheios desgrudaram de suas vestes.
— Mas de que adianta todo esse transtorno se a puta na cama dele não será você?
Iruka forçou-se a abrir os olhos, vendo as fotos íntimas deles, que ainda mantinha guardadas na galeria privada do celular, sendo expostas. O moreno olhou mais para o lado, vendo o olhar incrédulo de Tobirama ao ouvir o que o cara à sua frente acabara de revelar. O albino, que ainda possuía marcas vermelhas na região da garganta e alguns hematomas leves sobre o rosto, balançou o semblante descrente e cochichou algo no ouvido de uma moça, no entanto, a mulher não respondeu e com isso o Senju sumiu do campo de visão do Umino.
Iruka sentiu quando os dedos ágeis e esguios agarraram o seu maxilar com força e viraram o seu semblante de encontro ao do homem que lhe fazia tantas perguntas.
— Não está cogitando fugir, está?
Iruka havia desistido de procurar por uma saída, mas os sons distantes e abafados de vozes e passos apenas aumentavam sua agonia, pois ele sabia que estava preso em um lugar onde não era desejado, então, evitar olhar para aquela localidade havia se tornado difícil.
— Ou está apenas procurando a próxima vítima pra seduzir?
Iruka virou o semblante abruptamente, desvinculando os dedos do homem de sua face. O cara apenas sorriu, andou alguns metros para frente e voltou arrastando um carrinho de metal. Alicates, pinças, seringas e outros instrumentos que Iruka não conseguiu identificar o que era, estavam expostos sobre a bandeja metálica e o simples gesto de olhar para os utensílios ocasionou tremores involuntários em seu corpo.
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