Reita Pov’s
Ainda estava na sala onde Reiki e Jun estavam. Não parava de olhar aqueles rostos perfeitos e tão frágeis. Não queria sair de lá até poder levá-los para casa, queria poder abraça-los e cuidar de cada um deles. Nesse momento, eles ainda estavam dormindo como anjinhos. A única coisa que identificava cada um, era uma espécie de pulseira que continha o nome deles, Jun estava do lado direito, enquanto Reiki do lado esquerdo.
- Reita? É melhor você voltar para casa e descansar um pouco. Chame alguém para passar essa noite com o Ruki e de manhã você volta. – Natsume se aproximou de mim e colocou a mão no meu ombro, mas pouco me importei porque ainda estava olhando meus anjinhos dormindo.
- Eu não posso ficar aqui com eles? – Perguntei e ela suspirou.
- Infelizmente você não podia nem toca-los, eles estão muito frágeis e nasceram não faz sequer 2 horas. – Explicou e foi a minha vez de suspirar fundo. – Você não conhece ninguém para ficar cuidando de Ruki hoje?
- Tem sim, o Uruha ou o Kai. Mas acho que se eu pedir para o Uruha é capaz de ele querer estressar o pobre do Chibi.
- Então chame o outro. Você já avisou a eles que os bebes nasceram? – Balancei a cabeça negativamente. – Então é melhor ligar logo para eles, para isso você terá que sair da sala.
- Tudo bem então, mas eu posso me despedir dos meus filhos? – Perguntei e ela balançou a cabeça positivamente, saindo da sala logo em seguida.
Eu não tirava os olhos deles, eram tão lindinhos. Estava louco para pega-los no colo e abraça-los. Eles pareciam mais com o Ruki do que comigo. Ainda bem né? Por isso que eles são tão lindos desse jeito. Vi Reiki sorrir um pouco e aquilo o deixou mais fofo ainda.
Beijei meu dedo indicador e toquei na testa de cada um como forma de um beijo, que não podia dar naquele momento.
- O papai volta logo. – Me virei e caminhei em direção à porta sem pressa. Ainda não queria sair dali. Gostaria de continuar com eles, mesmo morrendo de sono. Mas por fim, acabei saindo porque queria voltar mais tarde para vê-los e eu ainda tinha que ir até a casa de Kai para pedir que ele ficasse com o Chibi só por hoje.
Quando saí da sala percebi que Natsume ainda estava me esperando, ela estava de braços cruzados e estava encostada na parede. Sua expressão era seria e nada amigável.
- Aconteceu algo? – Perguntei.
- Nada de mais, só queria avisar que Ruki ficará um certo tempo no hospital.
- Qual o motivo?
- Nada de mais também. Ele só necessitar ficar em observação, já que o parto foi com 7 meses. Ele ficará em torno de um mês aqui e depois poderá ir pra casa.
- Se é para o bem dele, tudo bem... Mas e os meus filhos? – Perguntei, estava muito ansioso para leva-lo para casa e brincar com eles.
- Eles vão ter que ficar mais tempo. Você já sabe o motivo né? –Eu balancei a cabeça positivamente e ela suspirou. – Por esse e por outros motivos eles vão ficar aqui até quando ganharem peso e também temos que examiná-los para fazer a cirurgia.
- Cirurgia? Que cirurgia?
- A cirurgia de separação é claro. Ou você quer que seus filhos continuem grudados pra sempre?
- Não é claro que não. Quero que eles vivam como crianças normais e cheias de energia.
- Então precisamos fazer tudo isso para que com mais ou menos 8 meses eles já possam ser separados. Poderá ser até antes dependendo do estado deles.
- Tomara que não seja muito grave.
- Tomara mesmo. Mas enfim, acho melhor você ir logo pra casa e ligar para o seu amigo para ficar aqui com o Ruki, ou então vai ficar muito tarde pra você.
- Você tem razão é melhor eu ir logo. Obrigado por tudo. – Sorri para ela.
- Não foi nada, afinal é meu trabalho. – Ela sorriu de volta.
- Amanhã eu volto então. Ja ne.
- Ok, até amanhã. Mas antes de você ir embora...
- O que foi? – Perguntei confuso.
- Antes de ir, você tem que tirar a roupa da cirurgia. Você não quer ir pra casa assim, ou quer? – Ela riu e foi quando me toquei que ainda estava com aquela roupa estranha que tinha vestido.
- Hehehe. – Ri sem graça colocando a mão na nuca. – Onde eu troco de roupa?
- Pode se trocar no mesmo lugar onde você colocou a roupa, deixe-a por lá mesmo.
- Ok então. Obrigado novamente. – Ela sorriu em resposta e eu fui em direção àquela sala que tinha ido anteriormente. Demorei um pouco para acha-la, porque não sabia direito onde ficava, afinal, aquele hospital era muito grande.
Depois que encontrei a maldita sala, troquei de roupa rapidamente e peguei meu celular para ligar para o Kai. A ligação só chamava e não atendia de jeito nenhum, o único jeito de falar com ele será indo até sua casa mesmo.
- Maldito Kai! Porque não atende a porra do celular? – falei bravo saindo da sala.
Ainda tinha que ir pra casa para pegar as roupas do Ruki e dos bebês. Ainda bem que eu sabia quais trazer, porque a maioria das roupas fui eu mesmo que comprei e eu já tinha até separado algumas em um lugar para que quando esse dia chegasse, já sabia o que levar.
Saí da sala e fui procurar a porta de saída do hospital, demorei um pouco porque me perdi de novo. Ainda bem que teve uma senhora que me ajudou a acha-la ou então eu não ia sair dali nunca.
Ao sair do hospital fui em direção ao meu carro, que por sorte eu lembrava onde estava. Comecei a pensar no fato de que a culpa era minha por estressar o meu Chibi, eu nunca deveria ter ido trabalhar naquele lugar, nunca deveria ter virado “amigo” daquela mulher, e nem mesmo conhece-la. Amanha mesmo tomarei uma providência que devia ter tomado faz um bom tempo.
Dirigi primeiro até o apartamento, tinha que pegar o que o Chibi e os meus anjinhos precisavam. Depois ia até a casa do Kai para ver se ele podia ficar com o Ruki hoje, ou então se ele não pudesse eu teria que chamar o Uruha mesmo, que era a minha terceira opção. A segunda opção era de pegar algum mendigo na rua e deixar cuidando do Chibi, era mais seguro.
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Ao chegar ao nosso apartamento, fui logo no meu quarto para pegar o necessário, além de roupas, peguei alguns livros para que ele se distraísse um pouco quando ele estivesse sozinho.
Depois de pegar tudo para o Chibi, fui para o quarto dos bebês. Estava com quase tudo arrumado. Eu gostava de entrar naquele quarto, não só porque tem um cheiro de limão, mas porque é o quarto dos meus filhos que logo trarei pra cá.
Peguei outra bolsa e comecei a guardar o que tinha separado para levar para o hospital, como eu disse antes eu já tinha tudo em mente para o que levar. Logo após, saindo dali, fui direto para o elevador com as mochilas nas mãos que, logo ao chegar à garagem, sai com certa dificuldade por conta das bolsas, eram 2 no total, mas estavam cheias de coisas dentro que pesavam.
Quando avistei meu carro coloquei as bolsas no chão e abri o porta malas, colocando-as bolsas dentro do mesmo e o fechei. Em seguida abri a porta do motorista e entrei colocando o cinto e ligando o radio para escutar alguma musica para me acalmar.
Passou em torno de 20 minutos. Chegando na casa do Kai, estacionei o carro e fui ate à porta dele, apertando a campainha milhares de vezes para que ele acordasse. Acho que fiquei uns 3 minutos só fazendo aquilo.
- JÁ VOU!!!! – Escutei a voz de Miyavi, que abriu a porta com uma cara horrível de sono.
- Reita? Já viu que horas são? O que está fazendo aqui? – O mesmo bocejava e coçava um dos olhos para ver se sua visão melhorava.
- Me desculpe por vim a essa horas é que eu queria falar com o Kai. Ele está ocupado?
- hum...? Ah sim, ele está lá em cima no quarto. Vou chama-lo pra você, pode me esperar na sala. – Abriu passagem para que eu entrasse na casa.
- Ah Obrigado. – Entrei na casa deles e sentei no sofá da sala.
Peguei o celular do meu bolso e comecei a mexer nele para ver se me distraía um pouco. Eu queria muito ver o meu Chibi. Sai de lá sem falar com ele.
Ouvi alguém descendo as escadas, certamente seria Kai. Apareceu ele na sala com uma cara de sono pior que a de Miyavi. Estava com o cabelo todo bagunçado e usava apenas uma calça de moletom.
- Reita? O que aconteceu? – Perguntou.
- Desculpe incomodar a essa hora, eu sei que eu devia estar dormindo e tudo mais e você a mesma coisa, mas é que o Ruki...
- O que aconteceu com o Ruki?
- Vou direto ao assunto ou eu vou ficar até amanha tentando explicar pra você.
- O QUE ACONTECEU COM O RUKI? – Gritou Kai preocupado.
- Calma Kai, respira primeiro, não aconteceu nada de mais. – Sorri bobo enquanto olhava para o chão.
- Então o que aconteceu? Porque está sorrindo desse jeito. – Perguntou Kai confuso. Eu voltei a olhar pra ele ainda sorrindo.
- Os bebês nasceram... – Sorri mais largo ainda. – Os meus filhos nasceram.
- Q-q-quando? Como? Onde? Mas o Ruki não estava com 7 meses? O que aconteceu Reita?
- Eles nasceram hoje mesmo, não faz nem 3 ou 4 horas. – Eu não parava de sorrir, era muita felicidade pra uma pessoa só.
- Por Kami... Parabéns Reita. – Kai me abraçou e o vi sorrir também. Era ele o que mais se preocupava com a saúde do Ruki e dos bebês.
- Só que eles nasceram siameses... – Ele me encarou preocupado.
- Eles o que? Como assim Reita?
- Eles nasceram grudados, mas está tudo bem com eles e nasceram saudáveis. – Depois de falar que os bebes estavam bem Kai suspirou aliviado.
- Yukatta... Pensei que eles não tivessem bem. O que importa é que nasceram saudáveis nee? – Kai sorriu.
- Sim, é o mais importante. – Sorri de volta.
- Mas então, você só queria me avisar mesmo? O Meevs disse que você queria me pedir um favor.
- Sim, eu quero te pedir um favor mesmo. Queria perguntar se você pode ficar com o Ruki essa noite. Eu tenho trabalho amanha e vou fazer uma coisa mais tarde também, é só por hoje.
- Eu ficar com o Ruki hoje? É claro que sim, eu posso ficar com ele todos os dias se quiser, não faço nada em casa mesmo. Só espere eu colocar uma roupa, já volto. – Kai subiu as escadas de novo e eu fiquei na sala esperando.
Como não tinha nada pra fazer, comecei a olhar as fotos que tinham pelo local. Eram tantas fotos do Meevs e Kai que de todos nós juntos. A minha favorita era uma que ficava em uma mesinha de centro, a turma toda reunida, fazendo caretas, era a foto mais foda e mais ridícula que a gente tinha tirado.
- Reita? Vamos, já estou pronto. – Kai me chamou na porta. Nem vi ele descendo as escadas, acho que fiquei muito distraído.
- Hai. – Sai da casa dele e fui direto para o carro.
Seguimos caminho até o hospital, conversamos no caminho todo. A conversa era principalmente sobre os bebEs, Kai estava curioso para vê-los logo, sempre dizia que queria ficar grávido que nem o Ruki, mas isso é meio impossível pra ele porque o Ruki engravidou por acidente.
Chegamos ao hospital. Estacionei o carro e peguei as bolsas no porta malas, Kai pegou uma delas para me ajudar. Ao entrarmos, demos de cara com a Natsume.
- Reita, pensei que você não fosse voltar. – Disse ela. – Ruki está agoniado no quarto dizendo que quer te ver.
- Oi enfermeira sinistra. – Kai riu. – Lembra de mim?
- Você é o tal de Kai que veio naquele dia ne? Prazer em conhece-lo, meu nome é Natsume. – Disse ela se apresentando para ele.
- Meu nome é Yutaka Uke, mas pode me chamar de Kai. – Eles se cumprimentaram.
- Bom, continuando... O Ruki está querendo vê-lo, disse que se você não entrar lá em 10 minutos ele me mata e depois mata as outras pessoas no hospital. É serio, isso ta me dando medo. – Natsume fez uma careta. – Vamos logo antes que ele faça isso mesmo. – Fez ela um sinal para que a seguíssemos.
Quando estava indo pro quarto de Ruki, percebia que aquele hospital é grande pra caralho, agora eu sei porque eu me perdi naquela hora. Havia milhares de quartos e eu ficava mais confuso ainda.
- Pronto, o quarto é esse. – Natsume abriu a porta de um quarto com o numero 308 na frente, agora acho que ia ser mais fácil de achar o Ruki por causa desse numero.
Logo avistei o Chibi sentado na cama e roendo as unhas. Assim que me viu, sorriu largo e abriu os braços para que eu o abraçasse.
- Reitaaaaaaaaaaaaaa. – Eu o abracei forte. Antes eu estava preocupado com ele, mas agora vi que está bem e que não preciso mais me preocupar hoje.
- Como você está hein? – Selei seus lábios de uma forma demorada.
- Estou melhor agora Rei-chan. – Ele sorriu. – Você já viu os meninos? Como eles estão? Eles se parecem com você ou comigo? Me fala Rei. – Fez um bico.
- Oi Ruki. – Disse Kai ainda na porta.
- Oi Kai, o que está fazendo aqui? – Perguntou Ruki confuso.
- Ele vai ficar com você essa noite. Eu vou descansar um pouco e de manhã eu volto para ficar com você. – Expliquei.
- Eu vou ficar aqui até quando? Eu quero ir pra casa Rei-chan. – Choramingou Ruki.
- Ruki, ainda não sabemos ao certo, mas você deve ficar aqui por volta mais 30 dias. – Explicou Natsume. – Bom, eu vou deixar vocês aqui, tenho muita coisa pra fazer. – Disse ela saindo do quarto.
- Bom, então o Kai ficará aqui comigo esta noite? – Perguntou Ruki.
- Sim, eu vou ficar sim. – Kai sorriu.
- Olha o lado bom Chibi, pelo menos não é o Uruha. – Nós três rimos pensando na possibilidade de o Uruha estar no lugar do Kai nesse momento.
- Se o Uruha estivesse aqui era capaz dele fazer um daqueles escândalos que sempre faz. Imagine ele jogando purpurina pra tudo quando é lado. – Disse Kai e logo rimos de novo.
- Ei Rei-chan? – Chamou Ruki.
- O que foi?
- Como os bebes estão? Eu não os vi até agora. Quero muito vê-los. – Fez uma carinha triste.
- Não se preocupe Chibi, eles estão bem e logo você irá vê-los. – Beijei-lhe a testa. – Só que eu preciso te falar uma coisa.
- O que? – Perguntou confuso.
- Você vai amá-los e aceita-los como eles são ne? – Perguntei.
- Claro que sim... O que aconteceu? – Suspirei fundo.
- Por favor, eu só quero que você não se assuste ta bom?
- O QUE ACONTECEU COM ELES? – Perguntou preocupado.
- Shiiiiiii... – Encostei meu dedo indicador na boquinha cheinha dele fazendo ele se acalmar e se calar. – Eles estão bem ta bom? Só que eles nasceram siameses. Mas a Natsume disse que vão examina-los e logo poderão fazer a cirurgia de separação.
- REITA NÃO ME MATE DE SUSTO. – Começou a “bater” em mim e eu apenas ficava rindo. – VOCÊ É UM IDIOTA, PENSEI QUE TINHA ACONTECIDO ALGO GRAVE COM OS MEUS FILHOS. BAKA, BAKA, BAKA, BAKA, BAKA, BAKA, BAKA, BAKA... – Continuava me batendo e eu apenas ficava rindo.
- Calma Chibi, desculpa te assustar. Pensei que você não ia aceitar esse fato dos bebes terem nascidos siameses.
- BAKA, ELES SÃO NOSSOS FILHOS. MESMO NÃO QUERENDO QUE ISSO ACONTECESSE EU OS AMO DO JEITO QUE SÃO. NÃO ME IMPORTO COM ISSO, O IMPORTANTE É QUE ELES NASCERAM SAUDÁVEIS. – Segurei suas mãos pequenas, fazendo com que ele parasse de me bater.
- Ainda bem que você os ama da mesma forma que eu. Seremos bons pais ne? – Encostei minha testa na dele.
- Claro que vamos Rei-chan. Não importa o que aconteça com eles, sempre vou ama-los. – Seu rosto corou de leve.
- Ei Reita e Ruki. – Chamou Kai. – Eu não quero atrapalhar, mas eu só queria saber por quanto tempo eu vou ficar segurando vela aqui. Isso vai virar uma tocha olímpica depois sabia? – Fez um bico.
- Ta vendo? Esquecemos do coitado do Kai. – Ruki riu. – É melhor você ir logo pra casa, vá descansar um pouco eu sei que você está morrendo de sono tanto quanto eu. – Ruki selou meus lábios rapidamente.
- Ta bom então. – Dei um beijo em sua testa e virei para Kai, encarando-o. – Cuide bem do Meu Chibi. – Disse para Kai vendo-o rir.
- Pode deixar. – Kai fez um sinal de positivo com a mão.
- Então eu já vou indo. – Fui para a porta, mas antes de sair eu avisei. – Kai, avise para Natsume que as roupas dos bebes estão na bolsa azul.
- Ta bom, ate mais tarde Reita.
- Até. – Me despedi deles e sai do quarto.
Pela primeira vez, eu consegui achar a saída do hospital sozinho e não me perdi nenhuma vez.
Logo que entrei no carro eu pensei naquilo de novo. Amanhã mesmo vou tomar uma providencia com aquela Yoshida Mei, ela vai se arrepender de ter feito isso com o Meu Chibi.
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