(Seis meses atrás)
Os sapatos caros tocaram o chão com leveza, seu pé direito foi o primeiro a tocar o chão sujo daquele galpão, seus olhos vagaram por seus homens ao redor, e ele os encarou como sempre, com certa admiração nos olhos negros.
Kim Joodae usava seu terno preto e seu broxe de tigre de ouro enfeitava suas vestimentas, sua áurea fazia todos ao redor se tornarem pequenos demais para si, e ele sabia disso. Um homem velho que já tinha visto demais e sabia demais, sua palavra não valia nada, suas ações era contraditórias e sua confiança era como uma víbora maldita.
Ele encarou o terreno ao seu redor vendo diversos homens ocidentais parados ao redor de uma figura feminina conhecida, e mesmo que não tivesse medo de nada, sentiu seu interior inquieto. Com passos lentos andou em sua direção olhando para o mar de pessoas se abrindo para que ele pudesse passar, e por trás de suas lentes escuras seus olhos estavam fixos na mulher.
Uma figura feminina de cabelos curtos com uma franja, uma blusa social apertada com coldre de costas que tinha duas armas presas, uma calça preta apertada que mostrava suas curvas, e uma bota alta preta. Ela tinha um rosto jovem com no máximo uns trinta e três, tinha pintinhas em seu rosto asiático e ela esbelta e bonita, trazia consigo uma presença imponente, mesmo sendo jovem.
– Porco maldito. – Sorriu falsa o mirando.
– Boss Yong. – Parou seus passos de frente para a mulher. – Achei que estivesse apodrecendo no fundo do mar.
– Para seu azar não, meu querido. – Ditou olhando ele de cima a baixo. – Esta mais velho do que eu me lembrava.
– Diga logo o por que desse encontro, não tenho tempo para suas ladainhas. – Disse impaciente.
– Não estou com pressa. – Olhou para suas unhas distraída. – Soube que tem um filho, que mulher se prestou a humilhação de dormir com você?
Kim encarou a mulher sentindo sua garganta dar um nó, e olhou ao redor os homens parecendo analisar cada pequeno movimento do seu corpo, estava com medo e isso era visível em seu rosto, sabia que podia ser uma armadilha, porém continuava firme no pensamento que não poderia ter sido tão burro a esse ponto.
– Não me pergunte como sei disso, vamos pular os clichês. – Sorriu amarga.
– O que você quer? – Engoliu em seco.
– Que fofo você se preocupar com isso, meu querido. – Sua voz tinha uma soberba absurda. – Há anos atrás você achou de bom tom me trair, meu amigo, agora você vai ajoelhar e pedir por misericórdia.
– Yong, você sabe que aquilo estava fora do meu controle. – Contrapõe ansioso.
– Eu sei tudo sobre você, Kim! Eu rastejei nas sombras atrás de suas merdas, eu sei quem está do seu lado e quem está contra você, sei cada passo que você deu nesses últimos anos. – Se aproximou calma. – Olhe nos meus olhos, seu porco maldito!
Yong tocou seu maxilar puxando seu rosto para mais perto, sorrindo maldosa quando o homem a encarou assustada, e o anel que imitava uma unha tocou sua pele afundando naquele tecido, e o líquido vermelho desceu por sua pele, desenhando seu rosto assustado.
– O diabo está tão ansioso para te ter ao lado dele. – Gargalhou alto. – Kim Seokjin é tão bonito, meu Deus, que homem lindo.
– O-O que? – Piscou descrente.
– Ele é lindo, fiquei abismada quando recebi fotos dele, um jovem tão bonito e cheio de vida, meu coração dói de ter que encher ele se furos de bala. – Riu mais alto aproximando mais os rostos. – E aquele Namjoon, meu Deus, eu salivei quando o vi.
– O que você quer? – Travou o maxilar sério.
– Todos vocês mortos, Joodae. – Fez um biquinho falso. – Mas antes eu te faço uma proposta.
Jogou o homem com tudo para trás e deu de costas retirando suas duas armas do coldre, o homem caiu de joelho no chão e olhou assustado para a mulher de costas, a vendo rir alto, era bizarro a forma que a mesma se portava, isso agoniava o líder.
Ele arregalou seus olhos quando duas armas foram apontadas contra sua cabeça, e logo seus aliados fizeram o mesmo tirando armas e apontando para os inimigos, e eles fizeram o mesmo, logo estava todos com suas armas apontadas contra o outro.
– Mande todos abaixarem. – Ordenou séria.
– Tigres! – Gritou erguendo suas mãos e abaixando em seguida, e foi obedecido.
– Plano A, eu mato você aqui e agora. – Puxou a trava. – Plano B, eu deixo você ir e irei atrás do seu filhinho e do seu genro. Vire as costas agora e eu irei ate o inferno atrás de você.
– Você não tem ideia de onde você se meteu, Yong. – Gritou nervoso.
– Eu deveria dizer isso, Kim! Achou que iria fazer tudo o que você fez e não iria acontecer nada, achou que fosse um Deus intocável? Você manipulou vidas e se fez um falso herói, tudo que construiu foi em cima de cadáveres, daqueles que alega ser o salvador, mas o nome de quem estava naqueles relatórios? – Olhou o homem andando até ele.
– Suas mãos também estão sujas desse mesmo sangue, os erros de nossos pais nos perseguem, certo? – Proferiu rindo de lado.
– Eu lembrarei de dizer isso ao Seokjin antes de enfiar uma bala na sua testa. – Apontou a arma na cabeça do homem. – Você não é um tigre, é um porco imundo. Criou todos eles do mesmo jeito previsível que você é, vejo nos olhos deles o mesmo que você tem, mas quando eu olho para o Namjoon eu vejo outra coisa.
– Não fale dele. – Sentiu um soco forte contra seu rosto, caindo no chão.
– Ele sabe o que você fez, Kim? Ele sabe o que você fez com seus pais? – Se abaixou mirando seus lumens no mais velho caído cuspindo sangue. – Ele logo ira saber, eu farei questão que eles saibam antes de mata-los.
– V-Você nunca tocará nos meus homens, jamais! – Cuspiu no rosto da mulher, a vendo fechar seus olhos. – Meus homens não hesitarão em ir para cima dos seus, eles são muito mais do que você pode imaginar, sua vadia!
– É o que veremos, Kim! – Apontou a arma novamente em sua face. – Se levante pra morrer ou para ir embora, mas saiba que se for embora, o alvo vai para as costas do seu filho, Joodae.
Kim Joodae tocou sua face e se levantou com dificuldade, encarou a mulher por uma última vez e deu de costas a deixando para trás, viu seus homens o olhando sem entender nada, porém não se importou com isso.
Como também não se importou com seu filho, com aquilo que ele dizia ser sua família, ele andou ate o carro com sua honra no chão, e não tinha mais volta, ele sabia disso, jamais iria admitir seus erros, e como um cão imundo ele iria rastejar pelo chão atrás de um perdão infundado.
Boss Yong sorriu alegre dando pulinhos no mesmo lugar, a mulher sentia o êxtase entrando em suas veias e correu na direção do homem o vendo entrar no carro blindado, ela bateu no vidro vendo o mesmo ser baixado e sorriu de forma macabra olhando pela última vez no rosto do líder.
– Você é imundo, Kim! – Sorriu falso.
(...)
(Dias atuais)
Seokjin tinha acordado cedo naquela manhã, estava estranhamente disposto naquele dia, nem sabia o porquê disso, talvez pela forma que seu corpo estava naquele dia, leve e despreocupado, estranhamente sentia uma calma e paz que não tinha sentido faz tempo. E sua noite foi tranquila com sonhos bons e felizes, talvez por quem estava em seu sonho o beijando.
Depois de um banho quente e vestindo o uniforme dos tigres, afinal hoje ele voltava a sua rotina de treinamento, e estava animado com isso de certa forma, iria treinar lutar com Namjoon hoje, já que Jeon não poderia fazer isso.
O homem estava no fogão terminando de preparar o café da manhã, tinha feito uma mesa generosa com frutas, pães, biscoito, suco natural, café e outras coisas que Namjoon tinha comprado. Ele terminava de preparar uma omelete para si quando ouviu passos entrando na cozinha, e olhou para trás vendo Park Jimin entrando no local vestindo o uniforme da máfia.
Ele deixou o sorriso morrer por alguns segundos vendo o loiro entrar, o clima entre eles não estava bem desde a semana passada quando brigaram, e isso incomodou o de madeixas negras.
– Bom dia, Seokjin! – Ditou serio olhando para a mesa. – O que é tudo isso?
– Eu chamo de café da manhã na minha terra, e você? – Rebateu pegando um prato e se servindo.
– Hm, isso foi justo levando em consideração a situação atual. – Coçou a garganta nervoso e foi ate a mesa. – Olha, eu não sei pedir desculpas, esta legal?
– E não precisa, não preciso de suas desculpas para respirar. – Deu de ombros se sentando.
– Olha cara, me desculpa mesmo por jogar toda a minha raiva em você, é que eu não tomo mais meus remedinhos para controlar isso. – Se sentou ficando de frente para o maior. – Eu sei que não foi justo, e eu sinto muito por ter cagado minhas merdas em você.
– Algo mais? – Mirou o loiro com tédio.
– Seokjin, eu estou sendo honesto e sincero, o Namjoon disse que daria certo. – Fez um bico se servindo de suco.
– Está fazendo isso por que o Namjoon mandou, ele é seu pai é? – Ergueu a sobrancelha irônico.
– Isso não vem ao caso, eu só queria dizer que isso não vai acontecer mais, e eu irei controlar minha língua. – Ignorou o homem começando a se servir.
– Olha Park, eu entendo sua revolta, mas eu não sou meu pai, e eu nunca quis ser como ele, eu entendo como ele foi uma pessoa ruim e não concordo com nada que ele fez, ainda mais levando em conta que a vida de vocês foi tirada. – Iniciou sincero. – Eu sinto muito pela forma que falei de vocês, eu sempre tive medo de todos, mas na realidade vocês são o meu único bote salva vidas aqui, e eu agradeço por isso, não vamos ser amigos do peito, mas quero que saiba que eu não sou inimigo de vocês.
Park olhava para o homem abismado, talvez a forma calma de dizer tudo o deixava mergulhado em cada palavra que Kim dizia, e via verdade em cada frase que saia, e ele apenas balançou a cabeça envergonhado e começando a comer um pão com manteiga.
Os dois começaram o café em silêncio e ouviram passos se aproximando, e se dando conta que era Kim, Min e Jung entrando na cozinha, todos uniformizados e com uma cara de sono.
– Caralho, isso é um banquete. – Kim ditou alegre já começando a se servir.
– Morto de fome da porra. – Min disse rindo baixo do castanho.
– Foi você Jiminie? – Jung se sentou ao lado de Jin.
Jin estava do lado direito junto com Jung, do lado esquerdo estava Min, Kim e Park começando a comer também, e atacavam tudo como se não tivesse comido há tempos.
– Claro que não, está bom. – Taehyung respondeu com a boca cheia.
– Filho da puta, esta falando que minha comida é ruim?
– Sim, é horrível! – Tae respondeu.
– Foi o Jinnie. – Jung respondeu pegando um pedaço de bolo.
– Jinnie? – Jin encarou o mais novo confuso pelo novo apelido.
– Ele dá apelidos para todos, nem se preocupa com isso, um dia ele teve a coragem de chamar o Namjoon de Joonie-ah, ele quase teve um treco. – Contou Tae, ele parecia falante demais aquela manhã.
– Chama o Jimin de Minnie e ainda está vivo para contar história. – Min estava com a cabeça baixa tomando café.
– Chamando meu namorado de Minnie, é isso mesmo, Jung? – A voz de Jungkook ditou.
O moreno entrou na sala uniformizado corretamente, ate com blusa dessa vez, e o curativo tinha sido tirado do seu rosto, e agora tinha uma cicatriz em forma de “X” em sua bochecha, não era nada que tirasse sua beleza, na verdade isso foi um detalhe que chamou a atenção de Seokjin, na verdade o homem parecia mais bonito agora.
Park arregalou seus olhos e ficou corado, olhando para todos na mesa que pareciam surpresos, mas isso só durou alguns segundos, os dois mais velho da mesa sabiam disso há anos já, porém, os outros mais novos estavam com os olhos arregalados e boca aberta.
Jung ate mesmo deixou seu pedaço de bolo cair quando o tatuado se aproximou deixando um selinho nos lábios do loirinho, se sentando ao seu lado na mesa.
– Perdão, namorado? – O ruivinho estava abismado.
– Não sabe o que é isso, criança? – Jeon puxou uma xícara enchendo de café com leite. – Tem leite de banana, Jin?
– N-Não, o Namjoon não comprou isso não.
– Vocês são namorados agora? – Tae encarou o loirinho. – De novo?
– Cala a boca, Taehyung! – Park crispou os lábios irritado.
– Eu sei o que é um namoro. – Jung disse depois de uns minutos em silêncio.
– Você sabe? – Min e Taehyung falaram ao mesmo tempo encarando o garoto.
– Eu sou maior de idade, vocês sabem disso né?
– A maioria do tempo eu te vejo como uma criança, Jung! – Min ditou mordendo uma maçã.
– Na hora de me ameaçar você não vê uma criança, né?
– Que boca suja, tsc. – Taehyung riu para o ruivinho bicudo.
– Não te ameaço faz tempo, tá legal?
Min encarou o ruivinho e ele se surpreendeu quando o mesmo lhe deu língua, ele não tinha costume de debater com o mais velho, mas sua confiança agora tinha aumentado, e ele se sentia seguro para fazer isso.
Seokjin continuava olhando para o casal na sua frente, e isso começava a deixar os dois desconfortáveis, principalmente um loirinho que já estava com seus olhos afiados para o garoto.
– Qual foi, Jin? – O loiro cruzou os braços.
– O que? – Piscou confuso voltando a realidade.
– Tá encarando a gente demais, você é homofóbico é? – Park acusou e todos na mesa olharam para o Kim.
– Tá louco? – Jin arregalou os olhos.
– Então perdeu o cu na minha cara para ficar me olhando assim? É homofóbico ou tá querendo me dar. – Fez um bico irritado.
– Eu não sou homofóbico, Park!
– Não é? – Jeon cerrou os olhos tomando seu café.
– Não, claro que não, é que vocês dois só passam o tempo todo se xingando, é estranho terem um relacionamento. – Se explicou nervoso.
– Isso é tesão camuflado. – Tae disse com um sorriso de lado.
– Então todo casal que briga demais quer se pegar? – Hoseok encarou Kim sugestivo.
– As vezes sim. – Deu de ombros.
Jung e Min se encararam por longos segundos, rendendo um clima estranho no ar que rendeu um tossida seca do de cabelos de menta, esse que bebeu um copo de suco mais rápido do que deveria.
– Eu não sou homofóbico, não tem como jogar contra meu próprio time, Park.
– Quem é homofóbico?
Kim Namjoon entrou na sala confuso, seus olhos estavam quase se fechando ainda, bocejou com sono e encarou a cena dos meninos todos sentados na mesa, achando bem estranho isso, mas não se atentou a esse detalhe.
O líder estava com uma camisa regata deixando seus músculos bem amostra, e usava um short solto que estava um pouco folgado demais, descendo por sua cintura e deixando sua cueca preta aparecendo o elástico. Também estava com seus fios bagunçados e descalço, tinha acabado de acordar.
Ele andou até a mesa se sentando entre Jung e Jin, olhando um pouco sem entender o que era tudo aquilo, mas ignorou novamente e começou a puxar um monte de comida para seu prato.
– Bom dia, onça! – Min proferiu vendo o homem atacando um monte de coisas na mesa.
– Qual é o papo homofóbico? – Namjoon disse com a boca cheia de pão.
– Jimin e Jungkook estão namorando e o Jin é homofóbico. – Hoseok encarou o líder.
– Jin homofóbico? – Olhou para o mais novo confuso.
– Caralho porra, eu não sou homofóbico, só achei estranho eles dois juntos. – Revirou os olhos irritado.
– Isso é homofobia. – Jeon rebateu sério.
– Cala a boca, coelho dentuço. – Jin bateu a mão na mesa. – Sou gay como todos vocês, não sou homofóbico não.
– Como assim como todos vocês? – Tae olhou para o castanho. – Quem te falou que somos gays?
– E não são?
– Sou bissexual, Jin! – Jungkook falou.
– Sou pansexual. – Min tomou suco sério.
– Sou bissexual. – Jung sorriu amarelo.
– Sou bissexual também. – Taehyung ergueu o copo brindando com Jeon.
– Eu sou gay mesmo. – Park deu de ombros comendo bolo.
– E você, Joonie-ah? – Jung tocou o ombro do líder.
– Joonie-ah de novo, quer morrer? – Mirou no ruivinho. – O que eu sou não é da sua conta.
– Ele é gay também. – Park respondeu ignorando o olhar furioso do mais velho.
– Por que isso é relevante? São oito da manhã e vocês já estão falando merda, eu fico besta com isso. – Namjoon limpou sua boca com o guardanapo.
– Por que não está com o uniforme?
Min encarou o líder se questionando o que tinha acontecido com ele, o mesmo parecia aéreo demais, tirando sua irritação aquela manhã. Namjoon não era um poço de paciência mas suas atitudes dos últimos dias tinham mudado drasticamente, na realidade de todos os meninos.
Eles estavam mais comunicativos e passavam mais horas conversando, podia ouvir Jimin e Jungkook rindo de madrugada se você andasse pelo corredor, também poderia ver que Min e Jung estavam mais confortáveis um com o outro, esses dias Min até assistiu um episódio do desenho de Jung e Jeon durante suas pesquisas no porão.
Achava idiota mas mesmo assim assistiu sem reclamar.
– Oh, eu esqueci. – Respondeu olhando para si próprio.
– Com todas aquelas roupas eu tinha esquecido como o Namjoon é gostoso, fico bobo – Jeon ditou risonho. – Olha o tamanho dos braços, me dá uma chave de braço, Kim?
– Como é? – Namjoon olhou em choque para o tatuado.
– Não acha ele gostoso, Seokjin? – Jeon olhou para Jin.
Seokjin cuspiu todo o café que estava tomando no chão, ele tossia alto enquanto sentia seu rosto pegando fogo tentando puxar o ar para seus pulmões, os meninos ao redor olhavam a cena rindo internamente pelo estado dele, mas mais ainda era Namjoon que olhava tudo mastigando lentamente um pedaço de pão.
O castanho ergueu as mãos tentando parar de tossir, mas isso era quase impossível levando em conta o desespero que ele estava no momento, queria arrumar um buraco para se enfiar, e correr dali o mais rápido que podia.
– Avemaria, tá bem? – Park tampou a boca segurando o riso.
– E-Eu...– Tentou falar algo mas puxou um copo de água tomando tudo de uma vez.
– É uma pergunta simples. – Jeon olhou para Taehyung. – O Namjoon não é gostoso?
– Sim. – Tae respondeu sem cerimônia.
– Sinceramente, vocês não tem conserto não, e eu tentei. – Namjoon puxou sua xícara tomando café.
– Te vejo como uma figura paterna, Joonie-ah. – Jungkook falou sério. – Se eu estivesse em condições eu lutava com você hoje só para levar uma surra sua.
– Não era você que estava namorando?
– Estamos falando do Namjoon, o Jimin não liga. – Apertou a bochecha do menor.
– O Jin não respondeu ainda, o Namjoon não é gostoso? – Tae insistiu novamente na pergunta.
– Vocês deveriam descer logo para começar a organizar as coisas, não percam tempo com discussões sem fundamento, darei dez segundos para descerem. – O líder ditou impaciente.
– Vai me bater se eu não descer? – Jeon riu travesso.
Precisou apenas o líder encarar o homem por dois segundos para todos os cinco levantarem de uma vez saindo da mesa, e Taehyung pegou um pedaço de bolo saindo da mesa correndo rapidamente.
Ficando na mesa apenas Kim e Jin que ainda tossia levemente, mas não parecia se importar muito com as ameaças do mais velho, levando em conta que ele não estava falando diretamente com ele.
– Dormiu bem, Seokjin? – Falou com uma voz baixa e rouca.
– Oh, sim, e você? – Limpou sua garganta um pouco nervoso.
– Sim, deve estar descansando hoje, eu irei te ensinar a lutar, e eu não pego leve como o Jeon. – Disse num tom suspeito.
– Deveríamos ter uma palavra de segurança, certo? – Brincou olhando para o homem esperando uma risada, mas ele estava sério.
– Acha que irei parar por causa de uma palavra? – Ergueu sua sobrancelha e ficou de pé. – Isso não é o suficiente para me parar, Seokjin!
O castanho engoliu em seco e se levantou ficando de frente para o moreno, vendo como seu corpo cobria o seu por completo, enquanto as curvas de Seokjin tinha um aspecto delicado e magnífico, o corpo de Kim era robusto e imponente, mesmo tendo quase o mesmo tamanho, o castanho se sentia pequeno diante de Namjoon.
Namjoon era forte em todos os quesitos, seus braços tinham o dobro do tamanho, seu peito parecia ótimo para dormir em cima, e sua barriga podia ser notada os gominhos, suas coxas eram grossas e isso podia ser notado agora com o short, até a batata de sua perna era definida, seus ombros largos e retos eram uma miragem.
Seokjin encarou o homem quase tremendo sobre seus olhos, a tensão era quase palpável no ar.
– Então você vai me bater ate eu cair no chão desmaiado? – Ditou quase num sussurro.
– Quem disse que irei te bater? Bater em você é um crime. – Riu irônico passando o polegar no rosto de Jin. – Irei te ensinar a não apanhar, meu bem.
– Você bateu no Hoseok.
– Eu não bati não, eu desviei de tudo e não toquei nele. – Se defendeu confuso.
– Oh, mesmo assim, e se quiser me bater como uma armadilha sua.
– Seokjin. – Se aproximou do ouvido do castanho. – O dia que eu quiser te bater você vai gostar.
O castanho arrepiou por inteiro, ouvindo a voz grossa próxima demais, ainda mais quando sentiu os lábios de Kim descendo por seu pescoço deixando alguns beijinhos singelos, ate ir em seus lábios e deixar um selinho simples ali.
Seokjin ficou totalmente corado e isso foi adorável na visão do outro homem.
– Irei me trocar, desça e se prepare.
Seokjin ainda com as pernas bambas obedeceu o homem começando a sair em direção a sala, sentia seu coração acelerado ainda e olhou para trás o Kim andando e sumindo no final do corredor, acelerou seus passos entrando no escritório e indo ate a passagem secreta, descendo tudo e chegando no porão.
Ele ouviu a voz dos meninos parecendo estar uma sobre a outra, falando algo que ele não entendia direito mas parecia uma discussão estranha, e ele entrou ainda ofegante no local e logo todos os olhos estavam sobre ele.
Um Seokjin corado e ofegante chamou a atenção dos homens que se encararam confusos, parando por fim qual seja o tópico da discussão.
– O que foi? – Jin tocou seu peito ofegante.
– Você parecendo que correu uma maratona, está bem? – Jung encarou o maior.
– S-Sim, tudo ótimo. – Um sorriso estranho desenhou os lábios do homem. – Qual foi a da discussão, não que seja uma novidade vocês discutindo.
– Daqui a dois dias é o aniversário do Hoseok, e ele não falou nada. – Jeon disse dando um passo para frente.
– Estamos no meio de uma missão, quer que eu pare tudo para falar que irei fazer vinte anos? – Jung se defendeu sem entender nada.
– Eu como seu melhor amigo me senti extremamente ofendido. – O tatuado ditou fazendo cara de choro.
– Melhor amigo? – Min sussurrou desconfiado.
– Não é nada demais, Jeon! – Revirou seus olhos impaciente.
– Deveríamos fazer uma festa. – Jin ditou sério.
– Como é? – Falaram em uníssono.
Os homens se entreolharam como quem diz que aquilo era um loucura, não que eles fossem sãos mas aquilo era demais, eles estavam no meio de uma missão e cada segundo era crucial, e nada poderia ser deixado para depois ou ignorado, não era uma coisa muito profissional.
Os meninos exceto Jin e Jung não sabia como funcionava essas coisas, mas a realidade era que eles não tinham tempo para serem pessoas normais, festas, aniversário, comemorações e nada disso era bem visto, as vezes apenas palavras de felicitações, mas nada muito grande.
Seokjin não sabia o que era isso levando em conta que todos os seus aniversários foram feito festas enormes e presentes extravagantes, ele não sabia o que era não ter nada disso, então via como algo normal.
– Estamos em uma colônia de férias e esqueceram de me avisar? – Min disse irônico como sempre.
– Seokjin, não sei como você acha que uma missão funciona, mas não tempos tempo para “com quem será.” – Tae fez aspas se juntando ao de cabelo de menta.
– Realmente não sei, então por que estavam discutindo sobre isso?
– Porque ele não nos disse, apenas por isso, não faremos uma festa desviando totalmente da missão. – Jimin ditou neutro.
– Acho que deveríamos fazer uma!
– Beleza, caso fizéssemos, Namjoon quase matou a gente no café da manhã, imagina ele vendo a gente com um bolo com a cara do Jung. – Jeon arregalou seus olhos nervoso.
– Vocês tem medo do Namjoon como o diabo tem da cruz, é apenas uma festa, por que ele diria não?
– Festa de quem?
Namjoon entrou no local quase como se tivesse sido invocado, e estava agora com o uniforme dos tigres preto, e ficou parado atrás de Jin que falava quase sem perceber a presença dele, se não fosse pelos olhares assustados dos outros na sala ele não teria percebido.
Jin se virou lentamente olhando para o homem que estava com os braços cruzado e sério, e todos ficaram em silêncio automaticamente.
– O aniversário do Hoseok é daqui há dois dias.
– Parabéns, e dai? – Moveu os ombros sem se importar.
– Vamos fazer uma festa. – Afirmou cruzando os braços.
– Não vão, não estão na Disney. – Rebateu sério.
– Não pedi sua permissão, estou te comunicando o que vamos fazer, o Jung é o mais novo aqui, merece isso.
– Cala a boca, Jin! – Jung se escondeu atrás de Taehyung. – Não mereço nada não, cala a boca.
Namjoon se aproximou do castanho e esperou ele recuar mas não fez isso, uma coisa que ninguém sabia é que Jin era birrento, e se ele queria uma coisa ele podia levar um tapa mas não abaixava sua ideia, continuava com ela ali, e quando entrava em sua cabeça dificilmente iria ser tirada dela.
Kim esperou um Seokjin obediente dessa vez, mas recebeu um olhar cínico assim como o seu, e uma postura ereta e olhar forte para cima de si.
– Eu fico feliz que estão se dando bem, mas não vão fazer uma festa. – Disse sério. – O que vai vir depois? Uma festa do pijama com vocês penteando o cabelo um do outro.
– Eu acho que em momento nenhum eu pedi sua permissão para nada. – Sorriu falso.
– Seokjin...– Travou o maxilar nervoso.
– Nossa, ele vai de americanas. – Jimin sussurrou batendo contra sua própria testa.
– Cinquentinha que ele vai estalar o dedo e o Jin vai sumir. – Jungkook sussurrou para o loirinho.
Namjoon encarou no fundo dos olhos castanhos do garoto, e pensou que em algum momento ele iria ceder, mas Seokjin continuava serio olhando para ele na mesma intensidade, e quase estavam explodindo a cabeça um do outro apenas com o poder da mente.
– Não testa minha paciência. – Sussurrou apenas para Jin ouvir.
– Ou o que? – Deu um passo para frente ficando há centímetros do rosto de Kim mais velho.
– Faz a merda que você quiser, Seokjin.
O homem deu de ombros saindo da frente dele e indo até o ringue, e todos olharam a cena arregalando seus olhos, pareciam todos pensar a mesma coisa; Por que caralhos o líder obedeceu o castanho?
Namjoon não abaixava a ordem depois que ele foi dada, e isso era algo que nunca foi visto antes, por ninguém daquela equipe.
Seokjin sorriu alegre se virando para o ruivinho dando uma piscadinha e erguendo seu polegar em afirmativo.
Kim passou pelos seus homens e todos eles o olharam de cima a baixo parecendo analisar ele, buscando algo errado com o moreno.
– Levanta a perna se não prende na coleira dele. – Min zombou quando Kim passou perto dele, falando baixinho para Jung.
– Bom garoto, agora dá a pata. – Jung brincou arrancando uma risada de Min.
– Agora lati. – Taehyung entrou na brincadeira também deixando os dois vermelhos de tanto rir.
– Bom garoto! – Min riu fazendo um toca aqui com Kim.
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