História FORBIDDEN - Camren ABO - Ela não pode saber

POV LAUREN

Está mais refrescante que o normal e levemente mais doce também. O que me deixa ainda mais confusa, já que nunca senti isso antes. Chego um pouco mais perto pra sentir mais daquele cheiro. Camila dorme tranquila de costas pra mim, sua pele revelando em rastros tortuosos as marcas que se destacam sobre a pele. Não consigo evitar de sorrir pela minha falta de compaixão em certos momentos.

— Pode chegar mais perto sabe que não mordo.

Aquele sorrisinho presunçoso.

— Pensei que estivesse dormindo e em relação a não morder, eu tenho lá minhas dúvidas.

Ela fica de frente pra mim e percebo que seus olhos estão mais claros, o que está acontecendo?

— Lauren, tá tudo bem?

— Eu não sei...

Ela me olha preocupada, mas ignoro e a pego pelo rosto trazendo-a pra mais perto. Começo a olhar cada pedacinho.

— Isso é tão... Estranho.

— Eu concordo, o que deu em você? — ela tira minhas mãos.

— Seus olhos, eles estão...

— Estão?

— Mais claros... E seu cheiro está diferente...

— Lolo, as janelas estão abertas é só a claridade. E em relação ao meu cheiro, acho que está misturado demais com o seu. Eu vou tomar um banho, está bem?

— É, deve ser isso.

Ela me beija antes de sair da cama me fazendo apenas escutar a água do chuveiro quando entra no banheiro. Deito novamente ainda pensativa quando escuto a campainha tocar, tento avisar sobre a visita, mas ela não escuta então decido ir eu mesmo.

Penso em trocar de roupa, mas decido continuar com o blusão já que infelizmente a minha vontade de espantar piranhas é maior do que estar bem vestida. Ciúmes? Nãaaaaao, apenas instinto natural...

Chego mais perto da porta e abro sem ao menos olhar pelo olho mágico, eu sabia muito bem quem era.

— Cacete! — ela me olha assustada.

— Oi, pra você também. O que faz aqui, aconteceu alguma coisa?

— Eu que pergunto, que porra é essa, Lauren? Eu nem sequer consigo distinguir o teu cheiro do dela. Céus, quero nem imaginar o que vocês fizeram pra conseguir essa proeza.

— Sério que veio até aqui pra isso?

— Não, na verdade, é algo bem sério.

 Normani entra e para assim que ver Camila aparecer na sala enxugando os cabelos usando apenas calcinha e sutiã.

— Lolo, você viu o meu hidratante? — ela arregala os olhos quando percebe que não estou sozinha.

— Nossa, Camilaaaa quanta saúde! — ela assobia e a repreendo — O quê? Tô errada?

— Ok, chega de secar ela. Agora fala logo o que veio fazer aqui — ela arregala os olhos.

— Ai cacete! É a sua mãe, ela tá vindo pra cá.

— O quê? — Camila e eu falamos ao mesmo tempo.

— Exatamente. Ela foi na minha casa procurar por você, eu disse que não sabia afinal, como ia dizer pra ela que você estava aqui fazendo você sabe o que com você sabe quem?! Mas aí ela disse que viria pra cá já que Camila não estava na loja, então tentei chegar aqui primeiro e consegui. Ainda bem que sua mãe dirige devagar.

— Merda, merda. O que eu faço? — olho pra minha amiga.

— Eu começaria com um banho.

— Tem razão. E você — aponto pra Camila­ — Trate logo de pôr uma roupa.

— Eu ajudo! — Normani fala e a encaro incrédula — Ok, ok, eu espero aqui! — ela revira os olhos e cruza os braços emburrada.  

— Obrigada pela oferta, mas eu me viro.

— Uma pena, sabia? Sou uma ótima consultora de moda.

Camila rir da resposta e vai pra o quarto enquanto corro pra o banheiro.

Tentamos ao máximo mascarar todo cheiro de sexo e qualquer coisa que nos ligasse a algo que não fosse amizade. Mas devo dizer que era uma missão praticamente impossível, tudo naquele apartamento se voltava contra nós.

— E então, como eu tô? — pergunto um pouco aflita.

— Sinceramente? Está ótima... — ela se aproxima devagar e me abraça por trás.

— Camila, a intensão é não termos o cheiro uma da outra, lembra?

— Tem razão, desculpa.

Ela suspira e faz uma carinha que me desmonta inteira. E de repente a vontade de beijá-la e consola-la é maior do que qualquer coisa.

— Sabe que está me beijando, não é? -- ela pergunta convencida.

— Sim, eu sei.

— Ai minha nossa! É assim que vocês querem parecer “apenas amigas?” — ela faz aspas com as mãos — Acho bom você se preparar Lauren porque ela vai querer saber o motivo do seu sumiço. Já pensou em algo?

— Merda... Não.

— Eu posso falar que fiquei doente e você cuidou de mim.

— Cuidou e muito bem, não é? Até seus olhos estão mais claros, aposto que é de tanta felicidade.

— Você percebeu também?

— Quem não percebe? Olha esse sorriso — ela aponta pra Camila que sorrir envergonhada.

— Não, tô falando dos olhos, você também percebeu que estão mais claros.

Normani ia falar algo, mas a campainha toca nos fazendo mudar totalmente o foco.

— Droga, drogaaaaa.

— Ei, calma, respira tá legal? — Normani tenta me acalmar.

— Eu vou abrir a porta — olhamos pra Camila saindo do quarto e suspirando pedindo coragem.

— Ai merda, a gente não combinou as histórias, se ela falar algo que a gente não sabe vai dar tudo errado.

— Mais errado que isso, sério? — a encaro.

— Já pensou em falar a verdade?

— Ficou maluca? Ela nunca pode saber.

— Mas ela sabe sobre Camila e tudo bem, não é? Por que seria diferente com você que é filha dela?

— Eu nem sei se sou lésbica, o fato de Camila e eu termos transado não quer dizer nada.

— Lauren?

— Mãe?

Ela me olha ainda em choque enquanto vejo Camila aparecer atrás dela nervosa.

— Eu disse pra esperamos na sala, mas ela não quis e eu não sabia o que fazer.

— Mãe, eu...

— Acho melhor deixar vocês a sós — Normani aperta minha mão antes de sair e arrastar Camila com ela.

— O que você escutou? — pergunto encarando o chão.

— Tudo.