E novamente, o despertador tocou. Terça-feira. Menos um dia.
Niall estava completamente insuportável hoje. Tudo estava.
E por que?
Porque eu estava de mal humor. E, quando eu estou de mal humor, respirar já me cansa.
Por que estou de mal humor?
Não dormi na noite passada. Niall havia mandado a música para mim e não parava de falar sobre ela.
Até que ele escutou a música de novo, e me enviou:
“Harry! Agora que eu percebi! Essa música, é tipo, você e o Lou!”
E eu inventei uma desculpa para sair da conversa.
-Hazz? – Theo me cutucou na aula de história. – Cara, você não copiou nada.
E foi ai que eu vi que o quadro estava metade cheio, e a professora não iria parar de copiar. Peguei minha caneta, e comecei a escrever, rápido demais para ser legível.
(Louis)
-Tomlinson! Olha a bola! – Nick gritou, mas era tarde demais. A bola passou bem no meio das minhas pernas.
Olhei o treinador, que não estava com uma cara nada boa.
-Louis, venha cá! – me chamou. Droga.
Andei devagar até ele, os outros meninos continuaram o treino.
-Sim, treinador? – perguntei.
-O que está acontecendo, Tomlinson? – ele cruzou os braços.
Sabe o que é? Estou em dúvida sobre o modo como trato o meu melhor amigo. Na verdade, estou em dúvida se talvez eu o ame mais que o necessário.
-Nada, treinador. Só... estou com dor de cabeça. – e essa era uma desculpa digna do Harry. Merda, saia da minha cabeça, Styles!
-Tudo bem. Está dispensado, mas te quero aqui meia hora mais cedo semana que vêm! – ele diz, e eu aceno com a cabeça, me dirigindo para o vestiário. Liam agarrava uma bola bem difícil, alta, que quase passou pelos dedos longos do meu amigo. Ele sorriu pra mim, e eu devolvi, entrando no vestiário.
Tirei a camisa, o short e as boxers, entrando debaixo de um chuveiro e tomei uma ducha rápida. Me troquei de novo e sai.
Ainda teria mais uma aula de inglês. Com o Harry.
Entrei na sala, já sabendo que meu amigo estaria lá. Não deu outra.
Por que de repente, Harry ficou...sei lá...bonito?
Não que eu fosse chegado a isso, sabe? Meninos. Não sou. Mas sei reconhecer quando um cara é bonito.
E...nunca neguei que Harry era. Mas, agora...era um bonito diferente. Mais atrativo.
Os cachos caiam sobre os olhos verdes, sempre cobertos pelos óculos, deixando meio que mais novo. Seus lábios eram mais cheios do que eu lembrava.
Styles ajeitou o cabelo, jogando os cachos para trás, e eu estaquei. O movimento não deveria ser tão... sexy?
Louis, para com bobagens. É o Curly. Ele é fofo, não sexy!
-Oi, Hazzy! – digo, o mais natural que posso. Ele sorri pra mim. Ai...as covinhas. Outra coisa que eu sempre gostei no Harry, desde crianças, eram as suas covinhas. Mas elas também nunca foram tão bonitas.
“No, my friends won't love me like you do”
Parou! Sai de mim, merda de música!
-Oi, Boo! – ele responde. – Senta! – indica a carteira do seu lado. Me sento, tentando não encara-lo demais ou ficar pensando naquela maldita frase.
Gostaria que isso tudo fosse só um incomodo. Afinal, eu conheço Harry desde sempre, e ele sempre foi meu amigo, nunca pensei nele como outra coisa. Mas ai...vem uma música que parece querer narrar a nossa amizade, e que de fato, parece ser uma coisa mais. Mas não podia ser. Não era nada mais do que uma simples amizade.
E não eram mais do que meus hormônios adolescentes confusos me fazendo ver Harry de...outra forma.
Não é?
Sim, é.
Né?
Antes que eu respondesse – a mim mesmo, o que era sim estranho – a professora de inglês entrou na sala.
-Bom dia, queridos. – um coro de “bom dia, professora” foi ouvido. Harry já estava com a caneta pronta para anotar, o que me fez sorrir. Ele era mesmo um belo nerd. Belo de dois jeitos...
O que?
-Bom, hoje temos algo diferente. Irei passar um trabalho para vocês, em dupla. – e a sala comemorou, fazendo a professora rir. – Calma, calma! Eu vou escolher as duplas, ok?
E ela pegou a chamada. Passava o dedo pelos nomes, falando aleatoriamente.
-Louis Tomlinson e... – procurou na lista outro nome. – Harry Styles!
Olhei para Harry. Sorrimos um pro outro. E ele corou, desviando o olhar.
Mesmo corado ele era bonito.
E mesmo eu sabendo que esses tipos de pensamentos não seriam nada bons para mim, eu continuei pensando.
Talvez esse trabalho não fosse feito da mesma forma que eu e ele costumamos fazer. Agora, algumas coisas mudaram.
E eu me vi animado para descobrir mais sobre essas mudanças, mesmo que isso significasse...alguns...problemas.
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