História Friends - What Was This?

(Harry)

-MÃE! PODE ATENDER? – grito do meu banheiro, enquanto ouço a campainha tocar.

-CLARO! – Dona Anne responde e eu termino de me secar, saindo do banheiro. Minha porta estava aberta, então, a conversa lá em baixo podia ser ouvida. – Louis! Que bom te ver! – minha mãe diz.

Louis.

Me lanço no guarda roupa, pegando meus jeans e meus tênis, junto com uma boxer branca enquanto ouço Louis responder “Oi, Tia Anne. Harry e eu temos um trabalho para fazer. Posso subir?” e minha mãe respondendo que sim.

Ele tá subindo, rápido! Camisa...camisa....camisa...

Ahá! Minha regata!

Puxo o pedaço de pano do cabide, e estava com os dois braços enfiados, só faltando a cabeça, quando Louis apareceu na porta.

-Ha... Oops! – ele exclama quando entra do quarto e me vê, mas não está me olhando, e sim, meu abdômen. Sinto meu rosto corar e trato de enfiar logo a maldita regata na cabeça.

-Oi, Lou. – respondo. Ele parece sair de um transe e sorri pra mim.

-Hey. Bom, vamos começar logo, quanto antes terminarmos, melhor. – ele diz, pegando seu caderno na mochila. Eu me sento na cadeira giratória do computador e ligo o mesmo. Louis puxa a minha poltrona para meu lado, se sentando, perto...até demais. E ele ainda se inclina, com a desculpa de poder enxergar melhor a tela do computador, fazendo nossos braços se chocarem.

Ah, Louis...

Tentando manter minhas reações não tão visíveis, começo a digitar o tema do trabalho.

-/-

-Chega! -  Louis pula sobre a poltrona, caindo direto na minha cama, se esparramando por ela. – Uma pausa, pelo amor de Deus!

-Louis, estamos quase acabando! – argumento, me virando na cadeira para ele.

-Por isso mesmo! Cinco minutos, Styles! -  ele pede, pegando meu travesseiro e abraçando o mesmo.

-Você ficou fofo assim. – perai...o que?

-Eu sou fofo, Hazz. – ele me dá língua. Rio disso. – Vem cá. – bate ao lado dele no colchão.

Sorrindo, me levanto e deito do lado dele. Louis logo deita a cabeça no meu peito, ainda abraçado no meu travesseiro.

Sempre ficávamos assim quando éramos crianças. Nessa época, sempre dormíamos na casa alheia, e o Louis não conseguia dormir de outro jeito se não abraçado a mim.

E é assim até hoje.

Só que hoje isso é diferente.

Respirei fundo, sentindo o leve aroma de morango, o shampoo do Louis. E não resisto em dar um beijo no topo da cabeça dele.

Louis suspira. E sinto ele devolver o beijo, mas no meu peito.

Respira fundo, Harry.

Louis voltou a beijar, no mesmo lugar em meu peito. E começou a subir os beijos.

Meu coração acelerou, me dando quase a certeza de que Louis podia ouvir.

E ele continuou, subindo mais e mais pelo meu peito, até que seus lábios estavam no meu pescoço.

Minhas mãos, inconscientemente, foram até sua cintura, o trazendo pra mim, ao mesmo tempo que eu tombava minha cabeça, deixando meu pescoço livre.

Louis se moveu, ficando por cima de mim, com os lábios cravados no meu pescoço.

Nunca senti isso. Era algo...tão bom.

E ele parou, assim que chegou ao meu queixo. Só então percebi que estava de olhos fechado, e os abri, encontrando os de Louis muito perto.

-Harry... – ele olhou nos meus olhos, logo descendo suas íris pros meus lábios. – Eu...

-Cala a boca, Tomlinson. – puxo sua nuca pra mim, grudando nossos lábios.

As mãos de Louis logo estão embrenhadas nos meus cachos, e as minhas, não me pergunte como, estavam em sua bunda.

E então, ele pediu passagem com a língua e eu cedi.

Se um asteroide quisesse, nesse exato segundo, cair sobre a minha casa, eu sinceramente não me importaria. Morreria sabendo que provei a coisa mais perfeita do universo: o beijo do meu melhor amigo.

Novamente, não me pergunte, mas logo eu estava sentado, Louis, no meu colo, nossos lábios quase se fundindo um ao outro. Dei um aperto, um pouco forte, no traseiro dele e Louis suspirou entre o beijo, apertando mais seus braços ao redor do meu pescoço.

Senti uma pontada no peito, e sabia que precisava parar. Preciso respirar.

Desgrudei nossos lábios, e meus pulmões começaram a puxar tanto ar, quase me fazendo engasgar no meio do processo.  

Encostei minha testa na do Louis. Ele não estava diferente de mim.

Sinto ele se aconchegar mais em mim, seus braços pequenos se comparados aos meus, mais fortes, rondaram totalmente o meu pescoço, trazendo seu tronco para mais perto do meu.

-O que foi isso? – escuto ele dizer.

-Um beijo, Louis.

Ele ri anasalado. Desencosta nossas testas e eu abro os olhos. Louis sorria. Como nunca o vi sorrir antes. E eu comecei a abrir um sorriso em troca, sentindo minhas covinhas aparecerem.

-Posso ganhar outro? – ele pergunta, me fazendo abrir mais o sorriso.

-O que está esperando? – e ele ri, antes de grudar de novo nossos lábios.

E simplesmente foda-se o mundo, as pessoas e o universo ao nosso redor.

Porque aquilo não era errado.

Como eu disse. Era um beijo.

O que têm de errado em beijar uma pessoa?

 Nada.

Mesmo essa pessoa sendo seu melhor amigo.

Talvez isso torne o beijo ainda mais certo, quem sabe.