Sasuke não acreditava no que via. Sim Gaara havia acordado do seu praticamente coma e controlava sua areia em direção a ele, para atacá-lo. Mas estava fraco. Ainda no chão e ferido, ele apenas movia os dedos e areia, ainda débil, obedecia. Sasuke riu.
SAS- O que é isso Gaara? Sabe que não tem chance conosco. - DEIDARA! SASORI! Andem logo com essa porra! O Jinchuuriki de vocês está acordado. – Berrou, dando de ombros para Gaara.
Deidara e Sasori preparavam a estátua Gedo e aguardavam que os demais membros da organização aparecessem através de uma técnica, para poderem iniciar o processo de extração do Shukaku.
Foi naquele pequeno instante que Sayo tossiu, e cuspiu uma quantidade considerável de sangue junto a alguns de seus dentes. Ela mesma se assustou com o tamanho do impacto do soco de Sasuke em seu rosto.
Gaara vira aquilo. E Gaara passara os olhos por Sayo, ainda de longe e conseguiu ver, como seus olhos estavam inchados e ficando com tons de roxo e seu nariz, parecia ferido. Feridas feitas por Matsuri, ainda em Suna. Viu seus cabelos picotados e espalhados pelo chão.
Mas aquele golpe no rosto, que lhe feriu até a arcada dentária, fez com que Gaara sentisse que se perdera dentro de si mesmo. Silêncio. Punhos cerrados e um chakra sem igual tomava conta do corpo dele. Abaixou a cabeça, com o rosto colado no piso e ainda deitado.
Matsuri suspirou aliviada. Sasuke não. Com seus olhos ele sabia que havia algo de errado. De repente, percebeu que não poderia dar de ombros para Gaara. Gaara erguera o rosto e já não era Gaara: Ele estava parcialmente transformado em Shukaku. As correntes que o prendiam, foram destruídas como se fossem barbantes; As feridas já começavam a parecer menos sérias e em segundos ele se pôs em pé, salivando e com olhos que já não eram dele.
SAS- Droga, precisamos sair daqui imediatamente! Preciso de espaço para contra atacar.
Sasuke tentou seu jutsu de fogo. Mas pareceu não ferir Gaara que corria em direção a eles. Sayo assistia tudo, chorando. Ela estava com medo de Gaara não reconhecê-la e acabar ferindo-a também.
Gaara parcialmente transformado se aproximou e com um dos braços de Shukaku, empurrou Kabuto e Sasuke, quebrando uma das paredes da sala de experiências, derrubando tubos de ensaio e a maca, destruindo parte do material necessário para a extração. Matsuri segurou a criança e se escondeu embaixo de uma pia do pequeno consultório de experiências, que estava ao fundo, onde Gaara não a notasse.
Gaara completamente possuído se aproximou de Sayo. Ela fechou os olhos, trêmula.
SAY- Gaara! Sou eu Gaara! Gaara sou eu, Sayo! – repetia de olhos fechados, com medo do Shukaku.
Sasuke e Kabuto, feridos pelo impacto, saíam de baixo das pedras dos destroços da parede. Sasuke sorriu. Kabuto foi em direção aos dois, para conter Gaara, mas Sasuke o segurou.
SAS- Deixe. Vamos assistir Gaara destruir Sayo.
KAB- Mas... Nosso experimento!Se ela morrer Não vamos conseguir
SAS- Só um ferimentozinho. Depois nós interferimos.
Mesmo Kabuto achou Sasuke doentio naquele momento.
Gaara aproximou-se mais de Sayo e com a mão não transformada, destruía as correntes dela. Olhou nos olhos dela: Um dos olhos eram os olhos do Shukaku; O outro ainda era o olho verde translúcido de Gaara. Mas o que Sayo viu foi mais do que isso: O olho de Shukaku também a reconhecia. Também era Gaara. Gaara agora não era dominado pelo shukaku, mas trabalhava junto com ele.
Sayo lembrou-se de quando usando seus jutsus, esteve frente a frente com o Ichibi (Cap. 52- Shukaku) E ele prometera deixar Gaara em paz... Mas ele havia feito mais: Ele havia se unido a Gaara como parceiro de batalha. Sayo chorou.
SAY- Oh... Oh Gaara... Você conseguiu... No final, você conseguiu controlá-lo e fazer dele não mais seu inimigo, mas seu... Companheiro. – Sayo falava de forma estranha, devido a dor na boca e o sangramento que não parava.
SAY- Ahh... Meu amor... Você sempre foi tão forte... Você... Conseguiu. No final, você foi livre até mesmo do Shukaku.
GAA- Ie... Você quem fez isso. Você... Transformou a minha vida e... – A voz dele estava deveras falha também. Cada frase saía com dificuldade.
Com a mão não transformada, Gaara limpou o sangue que escorria da boca de Sayo e tocou levemente nos olhos já arroxeados dela. Gaara sentiu que ia chorar também, a voz não negou.
GAA- Gomenasai... Por não ter conseguido... Cuidar de você... Eu... – Gaara soltou um riso doloroso.
GAA- Eu queria ter mais a dizer... No que parece ser o fim... Mas... Estou tão fraco que...
SAY- Shhh... Não precisa dizer nada... A gente sempre soube conversar sem dizer nada, lembra? E no final... Tudo valeu a pena... E eu faria tudo igual, se pudesse te conhecer de novo...Se eu pudesse... Te ver ainda que por um segundo novamente...
Gaara começou a chorar novamente, com soluços e lágrimas grossas. Ele lembrou-se de Yashamaru e naquele momento de morte ele sabia: A dor maior não eram das feridas... Era ver Sayo morrendo e saber que não poderia salvá-la... Era saber que iria morrer também. Era saber que não poderíam mais se amar e não poderiam ver Sayuri crescer... Aquilo era dor. As demais dores não eram tão fortes, como Yashamaru um dia lhe ensinara. Mas aquela dor que sentia vendo Sayo... Nenhum remédio poderia curar.
GAA- Gome-Nasai... G-G-G-Gomenasai... E-eu não queria que acabasse assim... S-S-S-Sayo eu... E-eu a-a-amo você e... E-eu estou com medo... Também estou com medo de... Morrer... Eu não sei o que há do outro lado... E-eu tnho medo de nunca mais te ver e...
As lágrimas grossas caíam no solo de Sayo, enquanto Gaara ajoelhado em sua cadeira tentava quebrar suas correntes inutilmente, já sem forças. Ele olhava para os joelhos ralados de Sayo e nunca pensou que teria tantas lágrimas para derrubar. Havia tanto para dizer. Como era difícil saber que tem poucos minutos com quem se ama para dizer tudo. Porque tudo é difícil dizer. Gaara sabia.
GAA- V-você... Foi a melhor coisa da minha pequena e triste vida... E-Eu agradeço e... Peço desculpas por não ter sido capaz de... Impedir tu-tudo isso...E-eu... Fui feliz... E... o pouco tempo que ... Estive com v-você me fe-fez sentir... Como uma pessoa normal e...
SAY- Hey... Gaara, por favor, não olhe pra baixo... Me deixa t-te ver... Mais uma v-vez.
SAY- Você sabe que... Eu t-t-te amo t-t-ambém... Amo assim, gi-gi-gigante e... Nem mesmo agora... Na morte eu sinto que... Esse amor PP-pode ser... Ap-ap-apagado.
Gaara ergueu o rosto. Encaravam um os olhos do outro. No meio da guerra e da destruição; Ambos feridos... Mas continuavam a se encarar. E Sayo pôde ver o olhar de agradecimento de Gaara para ela. E Gaara pôde ver o olhar de amor incondicional de Sayo para com ele. As mãos estavam entrelaçadas e o mundo parecia ter parado por longos sengundos. Ficaram em silêncios com declarações de espírito que somente a troca de olhares poderia realizar.
E mesmo na beira da morte, Sayo sentiu o coração aquecer-se. E Gaara sentiu-se acolhido. Não estavam mais com medo. Não estavam mais com dor. Estavam se consolando mutuamente com o maior amor que o mundo shinobi já vira. O olhar mais intenso que já havia sido lançado para outra pessoa, era o olhar trocado entre Gaara e Sayo. Era o adeus talvez. O fim, mas o fim mais eterno que poderia existir.
O olhar fora interrompido.
Uma corrente de aço junto de chakra, que se assemelhava a cauda de um escorpião, puxava Gaara; Mesmo a força do Jinchuuriki foi incapaz de vencê-las. Gaara urrou.
Havia sido envenenado por Sasori, que resolvera intervir antes que ele ficasse incontrolável.
DEI- Hey! Você vai matá-lo! Cuidado!
M.SAS- Calado! O veneno leva três dias para matar... Extrairemos o Ichibi dele em horas. Assim ele se acalma.
Gaara aos poucos voltara a perder a consciência e fora puxado por Sasori, que o levava ao saguão do esconderijo, onde a estátua Gedo estava. Sayo olhou para lá e viu que a estátua possuía duas mãos erguidas com os dedos flexionados e sobre cada dedo, havia uma presença de chakra de um shinobi diferente.
Sayo entendeu: Todos os membros de Akatsuki já estavam, através do jutsu, presentes no local e poderiam iniciar o ritual de extração do Biju. Ela se desesperou. Todas as esperanças se foram. Perguntava-se se aquele segundo fora um presente da vida, lhe permitindo olhar pela última vez nos olhos de Gaara.
Matsuri assistira aquela cena de onde estava escondida embaixo da pia. Ela saiu devagar de lá e se aproximou de Sayo, com o cenho franzido.
Sayo olhou para ela. Matsuri vira o quanto já haviam machucado Sayo.
SAY- Por que fez isso conosco?
SAY- Se não gostava de mim... Por que não fez nada apenas contra mim? Por que envolveu Gaara nisso?
MAT- Mas eu fiz! Deixe-me em paz! EU TENTEI MATAR VOCÊ PRIMEIRO! MAS VOCÊ NÃO MORREU!
Sayo regalou os olhos. Mais lágrimas.
SAY- Você... ?
MAT- Eu tentei te matar enquanto estava grávida.
SAY- Você... Fez Sayuri quase morrer. - Sayo queria gritar, mas a voz já era rouca e fraca. Já não tinha como demonstrar tantas emoções.
Matsuri desviou os olhos dela e viu Gaara ser colocado em frente à estátua Gedo. Viu que os nove homens (Dois reais e outros sete presentes apenas por jutsu) faziam sinais de mãos. Logo após, a estátua abriu a boca e uma energia enorme envolveu Gaara, que gritava mesmo inconsciente. Era a extração que havia começado.
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