História Gaara - Uma Nova História... - Extração

Quando Matsuri percebeu que Gaara gritava e sofria, ela esqueceu-se que Sayo estava bem ao seu lado e que elas haviam iniciado um diálogo. Ela apenas olhava para o saguão, observando a estátua Gedo.

Sayo, apesar da situação, só conseguia olhar para o próprio colo e chorar em silêncio. Ela tentava aproveitar o pequeno calor do toque de Gaara em sua mão de segundos atrás. O calorzinho desaparecia. Sayo não conseguia mais olhar para frente e ver Gaara sendo morto. Ela só queria não poder ouvir a voz dele sofrendo. Só isso. Apertou os olhos, sem que isso impedisse as lágrimas e tentava bloquear os gritos de Gaara. Sobre Matsuri... Sayo já nem se importava mais. Já estava entregue.

SAY- O-O- que vai f-f-f-fazer com Sayuri? – A falta de alguns dentes e o sangue espesso da boca dificultava muito sua fala.

MAT- Não é da sua conta. – Matsuri apertava a criança contra o peito. Ela agora estava sentindo-se mal pelo que estava acontecendo. Matsuri ainda pensava no olhar de Gaara para Sayo; Em Gaara controlando o Ichibi para poder ajudá-la e depois, sendo capturado daquela forma e arrastado. Ela não parava de pensar na conversa que ouvira entre os dois. Pela primeira vez, ela havia entendido o amor de Gaara por Sayo. Viu os dentes de Sayo no chão e desviou o olhar, colocando o rosto no pescocinho macio de Sayuri, tentando encontrar no bebê, uma forma de se esconder do que havia feito.

SAY- Onegai... Onegai, deixe que... – a voz ficou embolada e trêmula- Deixe que Temari e Kankuro... Criem a minha filha- Sayo pensou que não poderia chorar mais, mas estava com uma dor na garganta pelo choro e pela dor da perda, que era maior do que a dor das feridas.

MAT-Calada!! Você vai morrer... Mas Gaara... Gaara e eu vamos cuidar de Sayuri!

SAY- Matsuri... Olhe para o que você fez... Acha mesmo que Gaara poderá sobreviver a extração do Shukaku...?

Matsuri não respondeu.

SAY- Eu te perdoarei por tudo o que fez... Se entregar Sayuri para Temari e Kankuro... Onegai... Onegai Matsuri, meu espírito vai em paz com você se você fizer isso por nós E-

Sasuke recém-chegado segurou o que restou dos cabelos de Sayo.

SAS- Já chega de conversa. Matsuri eu disse que não era pra ficar brincando com a minha presa!

Sasuka balançava a cabeça de Sayo puxando seus cabelos agora curtos, a fazendo olhar em volta.

SAS- Olha a bagunça que você e Gaara fizeram. Quase destruíram nosso centro cirúrgico... MAS NÃO CONSEGUIRAM. Vamos prosseguir com o procedimento.

Kabuto ainda sujo com a poeira da destruição de Gaara, tentava arrumar as coisas novamente.

SAS- Não precisa de muito esmero Kabuto! Levanta essa maca, pega o principal e vamos começar. Já brincamos demais- Sasuke havia subestimado muito seus inimigos.

Sayo olhou com o olhar de súplica para Matsuri. Os olhos arroxeados de Sayo e o sangue em seu rosto, lhe encarando daquela forma, era uma cena que Matsuri sabia que a atormentaria até a morte. Matsuri começava a pensar se valia a pena.

Sayo foi colocada na maca e amarrada novamente. Depois de deitada, Kabuto começava o ritual de extração. Sasuke havia sentado ao lado da maca, numa poltrona. Um acesso venoso foi colocado em Sasuke. Este acesso estava conectado a uma máquina que funcionava com um código de pergaminho escrito por Kabuto e outro acesso em Sayo também era conectado na máquina.

KAB- Agora... Eu vou inciar o Kinjutusu. Aos poucos o sangue de Sayo será processado aqui e somente a essência do Kekkei Genkai será filtrada e injetada em você Sasuke.  É um processo um pouco desagradável para você.

Sasuke assentiu.

Kabuto iniciou. Sayo gritou. Ao mesmo tempo, era possível ouvir os gemidos de Gaara que mesmo inconsciente, sentia dor pela extração do Shukaku. Matsuri encostara na parede, apertando mais Sayuri e querendo derrubar algumas lágrimas.

Ao olhar de novo para Sayo, viu que ela ainda estava acordada e olhava pra ela. Um olhar de acusação e tristeza tão forte que Matsuri sentiu-se completamente perturbada a ponto de se aproximar da maca e gritar.

MAT- ME DESCULPE! GOMENSAI! GOMENSAI! GOMENASAI!

MAT- Eu pensei que eu amava Gaara! Você não entende Sayo! Quando eu o vi pela primeira vez. Eu vi que ele era especial. EU FUI A ÚNICA QUE QUIS SER ALUNA DELE NAQUELE DIA.

MAT- Ele me ensinou sobre armas e... Meus pais também morreram... Eu, eu pensei que a gente compartilhava das mesmas dores... ELE FOI TÃO GENTIL COMIGO QUE... Eu pensei que... que ele gostasse de mim. EU TINHA CERTEZA QUE ELE IRIA CASAR-SE COMIGO QUANDO FOSSE KAZEKAGE.

Matsuri gritava na beira do leito de Sayo, se justuficando para o vazio, uma vez que Sayo já estava quase sem consciência. Ela continuava a gritar e gritar, tentando se desvencilhar da culpa que começava a lhe corroer.

MAT- Todas as vezes que... Que eu ia até a sala dele... Eu achava que ele tocaria no assunto mas ... VOCÊ APARECEU! EU NÃO ME CONFORMEI... GOMENASAI eu... Eu passei dos limites... Na minha cabeça... EU TINHA SIDO A PRIMEIRA PESSOA QUE TRATOU GAARA BEM... Eu não suportava ele dizer que o primeiro olhar sem tratá-lo como monstro foi o seu... Porque EU havia olhado para ele assim também... Mas ele nunca viu.

MAT- Um dia, quando invadiram a vila... Me sequestraram e Gaara me salvou. Foi levado em meu lugar. Eu pensei que... Eu pensei que ele estivesse fazendo isso Por amor; Eu pensei que ele apenas não conseguia expressar, já que ele tinha dificuldades para demonstrar sentimentos...

MAT- Me desculpe Sayo

Kabuto assistia a cena com sorriso sarcástico.

KAB- O que adianta esse surto agora Matsuri?

Matsuri olhou para Sayo; Ela ainda tinha os olhos abertos, mas hora ou outra parecia que ia perder a consciência.  Matsuri segurou com uma das mãos a beira da maca de Sayo. Estava feito. Sayuri começara a chorar também. A criança estava suja e faminta.

Sayo olhou para Matsuri, e seus olhos pareciam ter pena. Sayo não podia responder, mas olhava não com raiva e sim com pena. O que Sayo sentia era pena. Ainda com os olhos querendo lacrimejar, ela pareceu demonstrar que na hora de sua partida, não iria com raiva de Matsuri.

Sasuke queria rir, mas conforme recebia a força vital de Sayo, sentia-se mais sedado no Kinjutsu. Kabuto afirmou que era algo normal; Que durante a transferência, Sasuke se sentiria dormente e ficaria vulnerável por um tempo.

Matsuri se afastou da maca de Sayo, quando viu que ela fechara os olhos. Ela sentou-se com a criança num canto assistindo de um lado Kabuto e Sasuke matarem Sayo e de outro, Deidara e Sasori matarem Gaara na estátua Gedo. Foi assim que finalmente ela entendera: Gaara nunca seria dela. Aquela extração do Ichibi iria matar Gaara.

Mas não foi isso que ela planejara. Ela planejara outra coisa; Ficar com Gaara. A Akatsuki pegaria o Biju, Gaara ficaria ferido, ela o levaria de volta e seria heroína; Ficaria com ele e Sayuri. Sasuke pegaria o poder de Sayo e ela sairia de cena; Nada de guerra contra Konoha... Mas não. Tudo foi uma mentira que ela inventou para si e piamente acreditou.

Ela estava matando Sayo; Ela estava matando Gaara. Gaara não sairia de lá vivo. Se ela não fosse morta por aqueles caras, seria morta pela própria vila. Precisaria virar uma nukenin e nunca mais voltar. Matsuri chorava e derrubava lágrimas em Sayuri.

Ela fora tola. Muito tola.

Caiu na própria armadilha.

Olhou para os olhos chocolates de Sayuri.

MAT- Gomennasai Sayuri... Eu vou arrumar isso.

Matsuri estava decidida! Ela iria reverter a situação.