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História Game of Youtube - O encontro - História escrita por perrevi - Spirit Fanfics e Histórias
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História Game of Youtube - O encontro


Escrita por: perrevi

Notas do Autor


Voltei :D

Lembrando que essa história está publicada também no Wattpad, mas como estou reescrevendo não recomendo que a leiam por lá, quando minhas edições acabarem vou avisar vocês.
Boa leitura.

Capítulo 3 - O encontro


Fanfic / Fanfiction Game of Youtube - O encontro

Lucas acordou em um campo vazio. Não existia nada além de uma escura terra batida até  onde os olhos enxergavam, ao observar melhor onde pisava, pode notar algumas marcas de cavalo que foram o guiando sem rumo até o som de trotes pesados. Quando se virou,  uma cavalaria gigantesca apareceu, logo a frente estava Nando Moura com algo em suas mãos, Lucas teve que se aproximar para enxergar melhor, mas quando o "objeto" ficou nítido, parou no meio do caminho.  Era sua própria cabeça, agora decepada. Nando andou até a direção do bardo, jogando em seus pés.

Esse foi o estopim para Lucas acordar com o corpo e rosto suando frio. Aquele sonho era um dos mais estranhos que já tivera, parecia tão macabro, tão aterrorizante...tão real.

Ainda atordoado pelas lembranças daquele terrível devaneio, se assustou ao perceber que acordou dentro de uma árvore, na mesma hora, sua cabeça começou a latejar de dor, assim como seus braços e pernas, a notória consequência de ter sido arremessado contra uma rocha.
Quando levantou avistou sua flauta logo ao lado dos pés. Murmúrios altos começaram a aumentar do lado de fora, fazendo o mesmo se rastejar com dificuldade até a saída da árvore que mesmo sendo curiosamente alta do lado de dentro, possuía uma entrada muito estreita.

-Caralho Maíra! -Exclamou uma voz masculina irritada.

Uma ninfa de cabelo colorido e roupas brancas andava em círculos roendo a unha do polegar.
O fantasioso local em que estavam era um imenso campo de flores, algumas árvores iguais a da qual  Lucas acordou, estavam espalhadas aleatoriamente pelo campo como casas, algumas borboletas e outros animais fantásticos sobrevoavam o lugar, sem contar que o ar era muito mais denso do que deveria ser, o bardo já estava começando a se questionar se havia morrido e entrado no céu.

-Eu sei! Mas eu estava lá quando ela falou com aqueles humanos e ainda por cima salvei eles daqueles gatos esquisitos -Maíra cruzou os braços nervosa, olhando de forma vazia para o chão-Mesmo sendo minha amiga, leis foram feitas por um propósito.

-Dá um desconto pra ela tadinha...-Outra voz masculina surgiu, fazendo Lucas levantar rapidamente. Dois Dríades estavam encarando a mulher de forma predatória.

-Eu e o Edu já falamos com humanos uma vez e você não dedurou a gente! -Rebateu, sua voz era calma, mas ao mesmo tempo carregava intimidação.

-Acha que eu fico feliz em banir ela dessa maneira?

-Eu acho! Você dá brecha pra todo mundo, quando se trata dela você é a pessoa mais rígida -Eduardo logo deu alguns passos para frente - Ela vai sobreviver como? me diz!

A ninfa apontou para a direção de Lucas, que olhava para ambos com estranhamento.

-Ótimo! Jogue ela nas mãos de um cara que estava sendo atacado pelos exilados, que solução genial! -Falou ironicamente.

Os três continuaram a discutir como se Lucas não estivesse ali, ignorando completamente sua presença. Ao observar melhor, notou Karen sentava em uma pedra afastada observando os três.
Ele se aproximou dela com cuidado, percebendo uma enorme tristeza em seus olhos castanhos.

-Tudo bem? -Perguntou sem jeito -Do quê eles tão falando? Você vai ser expulsa?

A ninfa abraçou as pernas.

-Eu vou ser banida da nossa comunidade, eles estão só adiando até o amanhecer...- Respondeu sem ânimo.

- Vai demorar então...

-Não sei dizer se isso é algo bom - Seus olhos sem esperança observavam os três gritando e andando de um lado para o outro, algumas lágrimas inevitáveis começaram a escorrer por seu rosto -Nunca mais eu vou ver a minha família, meus amigos...onde eu estava com a cabeça?

O bardo não sabia como reagir, tentou a consolar dando alguns tapinhas em seu ombro, mas Karen logo levantou e andou para longe. Ele decidiu ficar sentado na rocha, esperando até que alguém o tirasse de lá.

-Será que aquela mulher de cabelos vermelhos está bem?

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-Larga essa espada! -Gritou Saiko se escondendo atrás de um barril cheio de pó rosa.

Kim havia furtado uma espada que ficava emoldurada na parede,  quase como um tipo de troféu e apontou na direção dos rapazes.

-Vocês estão tentando me confundir! Acha que não sei que os exilados querem a minha cabeça? Quanto eles colocaram dessa vez...mil peças de ouro? Duas mil? -Os cabelos escarlate da guerreira voavam sobre uma brisa forte que passava pelo meio da tenda, sua aparência inocente de quando desacordada havia desaparecido completamente.

-Cê tá doida? Nem sei quem você é...-Saiko olhou com raiva para Orochi que tentava controlar a situação - Se os guardas desconfiarem desse tumulto...

-Kim, certo? Olha a gente te achou quase morta na floresta e trouxemos você até aqui para te curar -Orochi deu alguns passos para frente com as mãos para o alto- Odeio o Nando Moura  tanto quanto você!

-Odeia? -Indagou levantando uma sobrancelha e abaixando sua espada com hesitação.

-Eu também ! -Contestou Saiko -Olha não quero cortar o clima, mas essa espada é do meu chefe e se ele ver nas mãos de...entendeu?

-Sim, existem espadas que pertencem apenas aos seus cavaleiros - Kim entregou a lâmina para o rapaz de cabelo ensebado e começou a observar o local em sua volta -Por que esse local tem cheiro de sangue de duende?

-Lá vamos nós de novo.

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Karen resolveu se distanciar de todas aquelas vozes, precisava alinhar seus pensamentos e emoções, mesmo sabendo que nada do que dissesse poderia a ajudar agora. O mundo feérico funciona dessa forma, existiam regras, regras rígidas e milenárias que não poderia ser quebradas, uma vez que você da brecha para um, deve dar para todos.

Mesmo achando sua vida monótona, não queria perdê-la, perder seus amigos, como poderia viver no mundo dos humanos? Não entendia coisa alguma do que aqueles que acabou de encontrar falavam, imagine um reino inteiro com diferentes regras e costumes. A verdade é que a partir do amanhecer, Karen estaria sozinha.

Perdida em seus pensamentos caminhou até um riacho de águas cristalinas, sentando-se em sua margem e liberando toda a tristeza em seu coração, suas lágrimas eram tão profundas que pingavam como gotas de chuva no chão. Após algumas horas tentando se acalmar, notou um tipo de esfera voadora a observando.

-Olá Karen, tudo bem? -Perguntou, a voz feminina que a esfera brilhante emitia era parecida com a da ninfa.

-Não muito...-Confessou sentindo suas lagrimas voltando.

-Ah, não chora mais não -A orbe flutuou até a altura de seu rosto - Meu nome é Gabbie Fadel, eu trabalho em um biblioteca no norte...também já fui uma ninfa que vivia em comunidades como você.

-Biblioteca? Norte? -A voz de choro da garota era evidente.

-Eu sei que é meio difícil de entender, mas eu preciso que você ajude aquela mulher de cabelos vermelhos...ela é muito importante - Confessou.

-Ajudar, como?

-JÁ FALOU QUE ELA É UMA WATERGOLD? -Perguntou angustiado, agora uma voz masculina surgiu de dentro da orbe.

-CALA BOCA JEAN, ME DEIXA FALAR COM ELA DIREITO! - Exclamou agora a voz feminina.

A pequena ninfa sentiu sua cabeça esquentar de tanta informação, até chegou a cogitar estarem pregando uma peça.

-Como eu estava dizendo antes de ser interrompida pelo meu colega...-A voz coçou a garganta - Ela faz parte dos Watergold, não sei se vai adiantar te dizer essas coisas, mas como você é um ser da floresta, confio em você - A voz fez uma pequena pausa antes de continuar - Nossas comunidades, irmãs, amigos e colegas estão correndo um terrível perigo, precisamos impedir Nando Moura de concluir seus planos...caso contrário...

-Eu não quero sair desse lugar! - Confessou sentindo suas lágrimas escorrendo, era torturante demais ser expulsa do lugar que mais amava.

-Se você gosta tanto dele, precisa protegê-lo...eu não tenho mais muito tempo, essa magia vai acabar logo...lembre-se de procurar pela Gabbie Fadel ou Jean Luca caso venha até o...

Antes da misteriosa voz concluir sua frase, a orbe explodiu em diversos pedacinhos, que desapareciam ao tocar no chão. Sem entender muito bem e com o amanhecer se aproximando, decidiu voltar até o Bardo.

-Eu vi um orbe estranho, ela estava falando daquele cara da carruagem... - Avisou se sentando ao lado de Lucas, que estava quase derretendo de tédio.

-O Nando Moura? - Indagou assustado, se recompondo no pedregulho.

-É, esse tal de Moura...-Karen olhou para seus três amigos que continuavam a discutir, Edu e Fih tentando ao máximo inocentar a amiga, porém Maíra detinha a palavra final -...a orbe pediu para cuidar da garota de cabelos vermelhos.

-Isso é meio estranho, disseram mais alguma coisa?

Karen deu de ombros, não queria falar sobre a voz também ser uma ninfa.

-Karen, acabamos -Pronunciou Maíra se virando e olhando com pesar. Em suas mãos um tipo de metal vermelho emitia uma luz forte -Me dê seu braço.

A ninfa olhou rapidamente para o rapaz como se o arrependimento estivesse queimando sua garganta. Ela esticou seu braço e a mulher colocou o símbolo sobre o mesmo, Karen deu um gemido de dor que fez com que Lucas corresse até seu lado.

-Mais que porra é essa? - Exclamou.

Ao retirar o metal, uma marca em forma de sol latejava nos pálidos braços da garota.

-Você precisa ir embora -Murmurou se virando e andando em direção dos dois rapazes que observavam a cena incrédulos -Você não pode mais voltar.

-P-por favor, não faça isso! -Disse baixinho tentando esconder a dor em sua voz, instintivamente, Lucas a abraçou, sentindo as lágrimas de Karen molharem sua camiseta.

-Sabe que eu não tenho escolha, se cuide Karen.

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-Eu fui salva por um traficante de pó rosa? -Perguntou estridente. Kim olhava ao seu redor espantada, cuspindo no chão de desgosto.

-Não é tão ruim como parece -Defendeu Saiko guardando a espada de volta na parede.

-Pessoas morrem usando esse entorpecente! -Afirmou zangada. Sua expressão corporal não conseguia relaxar ou se descontrair.

-Na verdade pessoas morrem se misturarem o Pó Rosa com álcool...-Rebateu.

-A discussão moralista de vocês está muito interessante, sério... -O ladino fez uma pequena pausa enquanto pegava algumas moedas de prata que estavam em cima de um bidê, com cautela para que Saiko não reparasse -Mas, precisamos encontrar os outros dois que te ajudaram.

-Está preocupado com dois desconhecidos? - Indagou surpreso, o alquimista ficou encarando o amigo por alguns segundos como se as palavras que saíram de sua boca fossem em outra língua.

Orochinho ignorou o comentário do amigo e começou a pegar algumas flechas e adagas para preencher sua mochila, seus dedos passaram por uma espada de cabo médio e sem relutar ele entregou para a guerreira.

-Você sabe manusear?

-Desde os meus sete anos, mas que pessoas são essas? - A mulher olhou ao redor segurando o cabo da lâmina hesitante.

-Digamos que eu...bem, acho que vai acabar descobrindo quando encontrarmos aquele bardo idiota, mas eu pego emprestado itens que as pessoas não precisam e vendo no mercado clandestino.

A mulher olhou para Saiko levantando sua sobrancelha e esperando uma explicação decente, o alquimista deu um sorriso forçado.

-Como um ladrão? -A mulher deu um passo para frente.

-Não costumo entrar em detalhes.

-Ah, eu já ia me esquecendo...Orochi! -Saiko tirou um pedaço de pergaminho de seu avental e entregou ao amigo -...a gente vai mudar o laboratório de pó rosa para esse endereço.

-Por que?

-É o chefe, ele quer que a gente trabalhe em dobro, aparentemente encontrou um grande comprador e precisamos de um espaço maior para trabalhar.

Kim olhou com desaprovação para ambos.

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Lucas e Karen já estavam andando para fora da floresta, a garota olhava de tempos em tempos para sua marca no braço melancólica.

-Me desculpa -Lucas parou de caminhar. A sensação de culpa em sua mente não deixava suas emoções em paz.

-Eu vou ficar bem, eu acho-Disse baixinho exibindo um sorriso fraco - Acho que agora a gente vai encontrar a mulher de cabelos vermelhos, né?

Lucas assentiu.

-O quê você faz da vida? -Perguntou tentando se distrair- Tem algum trabalho? Eu sei que você é um bardo...

-Bom...na teoria eu sou um viajante, para me sustentar em faço algumas missões ou apresentações mesmo -Os dois começaram a andar novamente, em um ritmo lento e agradável - Vivo assim desde os meus doze anos.

-Missões?

-Existem pessoas que...por exemplo, você está querendo que alguém cuide de alguns ladrões, que estão assaltando sua loja - Explicou com calma - Mas, não querem envolver os soldados ou o próprio rei no assunto.

- E por que não envolveria?

-Bem, essa parte a gente geralmente não pergunta.

Os dois conversaram por vários minutos até chegarem no arco de pedra e se depararem com o Ladino e a Mulher de cabelos vermelhos.

-Olha eu não matei ela! - Afirmou encostado em uma das vigas olhando para a direção oposta.

-Ouvi muito sobre vocês -A mulher se aproximou e esticou sua mão que possuía algumas cicatrizes -Não tenho palavras para agradecer, eu devo minha vida a vocês.

Lucas apertou a mão da garota surpreso, seu acento e forma de falar eram muito parecidos com os nobres da região.

-Precisamos voltar até o castelo da minha família-Ordenou Kim.

-Hum...-Lucas olhou para o Ladino que também parecia interessado na conversa, de seu próprio modo - Acho que eu tenho uma pergunta para você, por que os exilados estavam te perseguindo?

Kim respirou fundo antes de responder.

-Eu sou filha do barão watergold, minha família fabrica armas mágicas para todo o reino, há algumas semanas Nando Moura teve uma reunião com meu pai, mas acabou saindo de lá enfurecido e dizendo que iria se vingar de todos nós -A garota começou a olhar para o nada, seus olhos relembravam o campo sangrento que sua casa estava da última vez que esteve lá, apesar de ter fé, não podia afirmar que todos de sua família estavam vivos.

-Vamos até a capital -Afirmou Orochi se aproximando do grupo - Avisar o rei sobre os ataques dos exilados, se a gente voltar até o castelo podemos ser pegos em uma armadilha.

-Ué, você vai querer ajudar depois de ter roubado minhas coisas? -Indagou Furioso.

-Eu sei que é um ladrão, mas roubou seu próprio amigo? -Perguntou Kim olhando seriamente para o ladino.

-Não somos amigos! - Afirmaram em harmonia.

-Também se recusou a te ajudar, tive que carregar ele até você -Karen olhava para o rapaz com inexpressividade.

-Olha, eu não quero ser chato -O rapaz olhou de relance para a marca no braço da ninfa sem entender muito bem -Mas, temos que agir rápido se quisermos ver a família da Watergold viva.

-Tudo bem -Disse Karen.

-Mesmo com uma índole duvidosa, você ajudou a salvar minha vida -Kim colou a mão no ombro do ladino tentando o reconfortar, mas ele apenas se soltou violentamente.

-Vou ficar de olho em você -Ameaçou Lucas.
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