O Silêncio após aquele grito foi algo realmente perturbador, Namjoon parecia não acreditar no que acabou de ouvir. Jin estava nitidamente a beira de um colapso nervoso.
Nj— Espera. — diz rindo. — É alguma brincadeira? Não! É uma pegadinha? Por isso o Yoongi tá gravando.
Sg— Na verdade eu tô gravando pra poder rachar de rir revendo a cara do Jin. Isso é épico.
Jn— Mas que tipo de trouxa vocês vêem em mim? Eu lá tenho cara de besta? É melhor parar antes que eu comece a dar rasteira em todo mundo aqui!
Jm— Não estamos brincando, Jin.
Jk— O Taehyung nos casou enquanto estávamos bêbados na festa.
Jn— O TAEHYUNG O QUÊ?! — gritou metralhando o Tae com o olhar.
Tae— Acho que minha mãe está me chamando... Vocês estão ouvindo? "Vem aqui ,Taehyung, meu bebê, vem mísera" — disse tentando imitar a voz da sua mãe.
Jn— Áh mas eu te mat...
Não entendemos o que aconteceu em seguida, talvez tenha sido a pressão do Jin que tenha caído fazendo ele desmaiar alí no meio da sala. Corremos pra socorrer ele enquanto Taehyung foi saindo de fininho.
Colocamos o Jin no sofá, e depois ficamos abanando ele com as mãos, até que ele voltou ao normal. E quando isso aconteceu... O cara já foi logo saltando e gritando atordoado:
Jn— Cadê? Cadê aquele traste?! Cadeeeeeê?
S/n— Jin, se acalma pelo amor de Deus.
Jn— Meu anjinho. — disse vindo me abraçar choramingando. — Você casou, e eu nem tava lá.
Jk— Tava todo mundo bêbado, Jin.
Jn— Nem venham com essa! O que diabos vocês tem na cabeça? Vocês fumaram maconha estragada foi isso?!
Sg— Olha, talvez...
Jk— Yoongi, em nome de Jesus, não piora!
Jn— Era pra eu estar lá... Eu devia ter te penteado, eu devia ter arrumado seu vestido. — diz quase chorando e voltando a se sentar onde tínhamos colocado ele. — Era pra eu ter estado lá.
Nj— Vamos manter a calma, este casamento ao menos é válido?
Jungkook tirou a certidão de casamento de dentro do bolso da calsa e entregou ao meu primo, o mesmo analisou o papel, víamos seus olhos percorrer cada frase escrita. Depois de uns instantes com a tensão do Jin esmagando todos nós, Namjoon voltou a olhar pra nós, soltou um longo suspiro e disse:
Nj— É, vocês estão realmente casados. O papel é autêntico e as assinaturas, apesar de serem deste tipo, estão válidas.
Aquela confirmação só fez aumentar o drama do Jin, que se jogou no sofá e ficou lá choramingando horrores.
Jn— Não meu Deus... por que? Por quêeeeeeee? Por que universo? Por que você quer meu cú? — gritava se revirando no sofá.
Sg— Alguém faz alguma coisa, essa criatura vai ter um troço aqui.
Jn— Não! Eu exijo outra cerimônia! Eu exijo agora mesmo.
S/m— Jin, teu coração vai sair pelo cú se continuar com esses ataques de histeria.
Jn— Quero saber não! Era pra eu ter arrumado seu cabelo, era pra eu ter te ajudado a colocar seu vestido, era pra eu ajudar o Namjoon a te levar pro altar...
Sg— Ninguém vai dar um calmante pra esse cara não?
A coisa mais incrível a capacidade do meu primo de se manter calma mesmo com todo aquele furdunço. Ele bem sabia que se desesperar não resultaria em nada produtivo. Nam apenas continuava lá tranquilão.
Nj— Olha. Eu até entendo que estavam bêbados, mas vocês não podem ficar brincando com esse tipo de documento sério assim.
Jn— Nós não fizemos nada em nosso juízo perfeito.
Sg— Foi a dona cachaça.
Jn— E pra quê inferno vocês foram encher o rabo de pinga?!
Nj— Jin...
Jn— Tinha necessidade disso? Seus vadios cachaceiros!
Nj— SEOKJIN!
Olhamos pro Namjoon surpresos com aquilo, não era do seu feitio elevar o tom da voz. Porém aquele falatório todo estava começando a encomodar, e convenhamos que meu primo era o único que conseguia fazer o Jin parar.
Nj— Gente olha só. — disse já mais calmo. — Apesar de não aparentar muito, mas eu também estou pasmo com isso tudo. No entanto, não vai ser discutindo que vamos chegar a uma solução. Certo?
Assentimos feito crianças arrependidas depois de ter feito birra.
Jk— Estavamos pensando em anulação, ou algo do tipo.
Sg— Sabem? Isso levanta uma grande questão... Consumaram o casamento? — disse com uma cara de quem queria ver o circo pegar fogo.
Jin olhou pra nós com os olhos arregaldos e a cara espanto. Jungkook gelou na hora, e eu juro que se tivesse um buraco ali eu me jogava dentro e ficava lá.
Nj— Vocês... V-vocês... Coisaram? — pergunta meio sem jeito.
Olhei pro kookie e o mesmo já estava me fitando, ficamos em silêncio porque realmente não lembravamos de nada.
Nj— Então, vocês não lembram disso também?
Jn— E foi cachaça ou pílula de amnésia?
Sg— Eu tava meio louco ainda, mas lembro de ter ouvido a Zôe dizer que encontrou a S/n, o Jungkook, o Jimin e o J-hope pelados dentro de uma Jacuzzi.
Jn— Oi?! E ainda fizeram uma Manège? Ela era virgem, seus jumentos!
Jm— Não estávamos pelados.
Jk— E também estavamos bêbados demais pra esse tipo de coisa.
Sg— Pelas contas, deviam estarem bêbados demais pra assinar aquela certidão de casamento, e ainda assim fizeram.
Jk— Suga, pelo amor de Deus! Eu vou te matar, cara.
Jn— Meu pai amado... Namjoon, a gente vai ter que levar ela na ginecologista, vamos ter que fazer exame de DNA pra saber de quem é o filho... Meu Deus, Namjoon, vamos virar avós. — diz chorando.
S/n— É o quê? Eu não tô grávida!
Sg— Eu não estaria tão seguro assim.
Jk— Yoongi, é sério...
Nj— Mas espera. Se não se lembram do tal casamento, como sabem que ele aconteceu?
Jm— O Suga gravou tudo.
Jn— Ele fez o quê?
Jin deu um pulo do sofá e correu pra cima do Suga, deu uns chacoalhão nele enquanto dizia:
Jn— Me deixa ver. Me deixa veeeeer!
Sg— Se acalme meu filho. Você quer me desmembrar é?
Yoongi entregou a câmera pro Jin que a agarrou como se fosse uma barra de ouro. Correu pra uma das poltronas e ficou lá assistindo a gravação do meu casamento desastroso.
Depois disso, Namjoon levou o Jungkook pra conversar no consultório dele, o Jimin também não demorou muito alí porque ele tinha assuntos da escola pra resolver. Então ele se despediu desejando que ficassemos bem e se foi.
E depois do Jin assistir aquele vídeo pela trigésima quinta vez chorando horrores e se lamentando feito uma viúva traída, ele finalmente pareceu se conformar. Devolveu o objeto pro dono e voltou a se sentou no sofá.
Após isso, Suga também foi embora, o mesmo se despediu e saiu rindo enquanto assitia a gravação dos chiliques alheios. Então ficamos só o Jin e eu alí na sala esperando pelo meu primo, passamos alguns instantes em silêncio, até que me sentei ao seu lado e suspirei.
S/n— Você já tá mais calmo?
Ele deu um pequeno sorriso e assentiu.
Jn— Desculpa pelo drama, nem eu esperava que fosse dar esse show. Mas eu queria mesmo ter estado com vocês.
S/n— Quanto a isso, eu peço que me desculpe, entendo que era importante pra você e pro meu primo. Vocês sempre cuidam de mim e me tratam como uma filha, e eu sou eternamente grata por tudo o que fazem por mim.
Jn— Sabe? Você estava linda no seu casamento.
S/n— Eu tava bêbada, descabelada, vestida em uma toalha de mesa e meu buquê era um alface.
Jn— Ainda assim... Estava linda.
Sorri e o abracei, eu sei que muitas vezes o Jin era meio superprotetor, mas o amor e carinho que ele e o Namjoon sentiam por mim ia muito além do que eu podia imaginar.
Jn— Mas é sério, eu realmente exijo outra cerimônia.
Sorrimos. E uns minutos depois, meu primo voltou do consultório acompanhado do Jungkook. Namjoon pediu ao Jin que lhe acompanhasse até a cozinha porque queria conversar com ele, então ambos saíram da sala com aquela desculpa. Mas na verdade era kookie e eu que precisávamos de uma conversa.
Então, logo depois que ficamos a sós na quele cômodo, me recostei nas costas do sofá e fiquei encarando o teto, Jungkook se sentou ao meu lado e suspirou. O mesmo assim como eu, também se acomodou no sofá.
Passamos um tempo alí em silêncio, apenas observando a atmosfera ao nosso redor, eu não entendia o motivo da quele silêncio estranho, mas já tava começando a ficar nervosa.
Até que olhamos um pro outro no mesmo instante, e do nada eu me vi relembrando da nossa trajetória até aquele momento, e do nada eu comecei a rir descontroladamente.
Não era aquelas risadinhas fofas e baixinhas, tava mais pra "um filhote de foca misturado com um alce que estava sendo eletrocutado". Kookie também começou a gargalhar sem nem saber o motivo.
Rimos tanto que a minha barriga chegarous a doer, e depois disso fomos nos acalmando até que as únicas coisas que dizíamos eram "Aí ai, é né? Então, poisé"
Jk— Afinal, do que estávamos rindo?
S/n— A cinco meses atrás nós nem nos conhecíamos, e agora estamos casados... Não é engraçado?
Jk— Loucura demais até pra nós.
Me endireitei no sofá pra poder olhar pro kookie com mais facilidade.
S/m— O que vamos fazer agora?
Jk— O Namjoon me perguntou a mesma coisa.
S/n— Aliás, sobre o que tanto conversaram?
Jk— Sobre nossa situação atual, sobre nosso futuro e sobre outras coisas que não vêem ao caso neste momento.
S/n— Hoje, mais cedo... Você estava fazendo um monte de planos pro nosso futuro juntos.
Jk— Eu tava? — indagou rindo. — Acho que o álcool ainda tava fazendo efeito.
S/n— Então, você não fez nenhum plano?
Kookie me olhou rindo ainda mais e umedeceu os lábios.
Jk— Ok, eu confesso. Fiquei nostálgico com a possibilidade, não vou mentir pra você... Eu já tinha imaginado nós dois casados e tals.
S/n— Sério?
Jk— É...
S/n— Você é maluco sabia? Mas e então, O que a gente vai fazer?
Jk— Olha, se você quiser anular, eu vou entender... Tudo aconteceu tão rápido que não me surpreenderia você ficar confusa e não querer continuar.
S/n— É, você tem razão. Tudo aconteceu tão rápido. Mas e então? Ainda quer ser o meu marido?
Jk— Você é inacreditável. — disse rindo. — Eu amo você.
Me aproximei um pouco mais dele e cochichei:
S/n— Eu também amo você.
Jk— Mas sabe? Devemos pensar bem antes de tomar essa decisão. O Namjoon tá certo, casamento é uma coisa muito séria.
S/n— Isso quer dizer que você não quer ser meu marido?
Jk— É uma das coisas que eu mais desejo. No entanto, temos que fazer as coisas com calma.
Jungkook sorriu e me deu um beijo suave, depois me puxou para um abraço caloroso. Neste momento, meu primo e o Jin voltaram pra sala, ambos estavam calmos porém seus olhos estavam avermelhados, talvez estivessem chorando. Kookie e eu nos afastamos e olhamos pros dois alí em pé na nossa frente.
Nj— Bom... Jin e eu Conversamos bastante, nós entendemos que a S/n não é mais uma menininha "apesar de que pra nós ela vai ser sempre" mas já entendemos que ela cresceu e que tem de seguir a sua vida. A gente ama muito vocês e vamos apoiar as suas decisões. Não é, Jin? — disse cutucando ele com o cotovelo.
Jn— É. — falou abanando os olhos com os mãos pra tentar evitar as lágrimas.
Os olhos marejados do meu primo eram provas irrefutáveis de que ele ainda não estava totalmente pronto pra me ver sair de casa pra ir morar com meu marido. Não ainda.
Nj— Então... Qual a decisão de vocês?
Olhei pro Jungkook e suspirei, a verdade era que eu já não sabia se estava sendo precipitada. Mas antes de abrir a boca pra falar... Taehyung entra no apartamento desfilando todo debochado enquanto mascava um chiclete.
Tae— Broteii.
Jn— Áh... Era você mesmo quem eu queria matar!
Tae— Calma aí meu filho. Eu só vim dar um notícia.
Jn— Escolha bem as suas palavras, porque serão as últimas.
Tae— Então... Falei com meus pais, e eles me disseram que eu nunca cheguei a concluir o curso lá, eu só fiz meia hora e desisti em seguida. Então eu meio que não casei vocês dois.
S/n— Então... Kookie e eu não estamos casados?
Tae maneou a cabeça.
Os cinco primeiros segundos após aquilo, foram os mais calmos possíveis, mas logo em seguida... A gritaria dentro da quele apartamento foi de um tamanho absurdo.
Jin se agarrou com Taehyung, abraçando ele, depois correu e pulou em cima do kookie e de mim. O cara não sabia se ria ou chorava.
Jungkook e eu apenas sorrimos com tudo aquilo. Eles não estavam saltitantes porque kookie e eu não estávamos casados, mas sim porque não tinha passado de um brincadeira e que eles poderiam está presentes no meu casamento de verdade.
◍•Quebra de tempo•◍
No dia seguinte, manhã de segunda-feira. Jin me acompanhou a uma visita na ginecologista, ele ficou na sala de visitas enquanto eu era atendida. Lá descobrimos que eu ainda era virgem.
Ele ficou aliviado pelo negócio da Manège ter sido só uma confusão doida. Terça, quando eu fui pra escola... Tae, Jimin e eu deixamos nossas bicicletas no bicicletário e adentramos no prédio escolar junto de outros alunos que também entravam.
Jimin foi pra sala dos professores, enquanto Taehyung e eu passamos nos armários pra pegar alguns materiais. Íamos conversando enquanto caminhavamos pra nossa classe, daí esbarrei na Bella que estava andando olhando pras unhas enquanto lixava as mesmas.
Ela me olhou com deboche, arqueou uma das sobrancelhas e suspirou.
Bell— Você de novo, menina?
S/n— Antes que comece a despejar toda a culpa em mim... Você também tem uma porcentagem já que nem siquer olha por onde tá andando.
Bell— Não tô muito afim de papinho contigo hoje.
A— É, deram sorte de que a Bella tá de bom Humor.
Tae— Por que? Tá trocando de pele?
Q— Como é? — disse Quinkiji já começando a se irritar.
S/n— Por que diabos sempre que nos encontramos ficamos batendo boca por motivos tão bestas?
Bell— Aff, olha... Sigam com a vidinha de vocês, me deixem em paz, pelo amor de Deus.
Neste momento, Yumemii venho correndo toda saltitante.
Yumii— Oiê... Vou ter que roubar a Bell por um momentinho.
Bell— Não me chame assim!
Yumii— Tá, tá... Estressadinha. Vem que eu quero te dizer uma coisinha.
Tae— Por que tá falando no diminutivo? Coisa mais chata!
Yumii— Nheneheneh! — disse debochando dele.
Yumemii saiu junto da Bella e das outras gurias que sempre andavam com elas.
Tae— Bando de rapariga do cão... A Yumemii ainda dá uma de amiguinha. Bixa falsa! — disse meio indignado.
S/n— Deixa isso pra lá. Vem vamos pra classe.
Voltamos a caminhar, subimos as escadas, atravessamos o corredor e chegamos na nossa sala.
◍•Quebra de tempo•◍
Já na hora do intervalo, Taehyung e eu estavamos no refeitório sentados na mesa de sempre. Já tínhamos terminado de comer nossos lanches, o J.Es tinha acabado de começar.
Os outros meninos chegaram e se sentaram conosco, assistimos as reportagens do Jornal e depois que ele terminou ficamos por lá conversando.
Jh— Algum de vocês vão se inscrever nos cursos da escola?
S/n— O Taehyung e eu perdemos a primeira fase, mas acho que vou me inscrever na segunda.
Tae— Se tú for, eu vou.
Jm— Ouvi uns rumores na secretaria de que estão organizando uma viagem pro final do ano. Parece que estão planejando a algum tempo.
Tae— Parece bom, se tiver nós vamos com certeza.
Sg— Eu queria saber uma coisa... O que aconteceu depois que eu fui embora domingo?
Jk— Longa história.
S/n— Mas pra resumir... O Taehyung não completou o curso, sendo assim ele não pode casar ninguém.
Jh— Então não estão casados?
Explicamos tudo pra eles, e depois que o sinal tocou voltamos as nossas classes. Após as três últimas aulas, Tae e eu saímos da escola e fomos esperar os rapazes. Ele e eu nos sentamos em baixo de uma das cerejeiras que decorava a fachada da escola.
Tinha outros alunos por alí, sentados no gramado conversando entre eles, outros caminhando pra lá e pra cá e tals.
O dia estava lindo, um sol brilhante, o céu bem azul, as pétalas das flores de cerejeira cainda sobre nós. Era um dia mágico. No entanto a inquietação do Taehyung era de enlouquecer qualquer um.
S/n— O que você tem?
Tae— Por que aqueles ensebados estão demorando tanto?
S/n— Não tem nem dez minutos que a gente tá aqui.
Tae— Dez minutos do meu tempo preciso.
Ele levantou com uma cara de que iria começar a xingar todo mundo.
S/n— aquieta o rabo! Daqui a pouco eles vêm.
Tae— Eu vou buscar essa raça agora mesmo.
Ele saiu andando em direção da entrada da escola. Eu nem me importei já que queles surtos dele eram bem frequentes.
O observei até que ele entrasse na escola desaparecendo de vista. Me recostei sobre o troco da árvore e fiquei lá esperando, ouvi um som de passos se aproximando, mas eu não me importei já que tinha trocentos alunos circulando por alí.
Mas aí acabei me sobresaltando quando Kiryãn pulou do meu lado. Ele percebeu o meu leve susto e logo disse:
K— Foi mal, te assustei?
S/n— Não. — digo rindo pra disfarçar.
Ele se sentou do meu lado e ficou lá olhando a sua volta, depois me olhou novamente e sorriu.
K— Por quê tá aqui sozinha?
S/n— Eu estava com o Taehyung, mas ele se irritou e foi buscar o resto da nossa Trupi.
K— Atá... Achei meio estranho ver você sozinha. Já que tá sempre com os seus amigos e tals.
S/n— Eu não te vi se aproximando.
K— É porque eu sou um ninja e fico a paisana.
Rimos da quela tentativa fraca de piada. Kiryãn ficou ali comigo me fazendo companhia até que os outros voltassem.
๑﹏Jungkook p.o.v﹏๑
Já estávamos saindo do prédio escolar, Taehyung havia feito um escândalo porque tínhamos demorado. Até teríamos saído cedo, mas o bendito Yoongi tinha uma tediosa mania de esperar todo mundo sair da classe pra poder xispar também.
Enquanto caminhavamos na direção de onde o Tae disse que a S/n estava esperando, os rapazes conversavam com a Miyukii de boas enquanto eu me concentrava no caminho.
Cruzamos com o Chãn e os comparsas dele, dei dedo do meio sem nem olhar diretamente. Eles ficaram rindo de forma irônica, mas sinceramente eu não tava nem aí.
Mas quando fomos nos aproximando, vi uma coisa que me deixou encomodado. Um cara sentado todo confortável ao lado da S/n em baixo da cerejeira mais florida entre as outras que decoravam a fachada.
Eu não tinha nada contra o Kiryãn, mas sabia perfeitamente das suas reais intenções com a minha namorada. A medida em que eu me aproximando, ia tendo uma noção de como eles estavam se dando super bem.
Gargalhavam como dois amiguinhos de infância, o cenário mais que romântico e eles lá brincando e rindo. Andei mais rápido, estava quase correndo. O ciúmes que eu senti foi algo realmente desconfortável. Não por pensar que ela fosse dar liberdade, mas sim porque aquele cara não era de minha confiança.
Cheguei lá antes dos outros que ficaram pra trás. Me aproximei de surpresa assustando eles, porém assim que me viu, a S/n sorriu dizendo:
S/n— Aí que susto.
Jk— Desculpe, eu não queria ter te assutado.
S/n— Tudo bem.
Ela estava totalmente plena, já o indivíduo ao seu lado se levantou e deu um sorrisinho forçado como forma de cumprimento. Kiryãn fez uma breve reverencia se enclinado pouco pra demonstrar respeito, e como os meus princípios me obrigraram... Fiz o mesmo porém não me curvei tanto quanto ele. Em seguida voltamos a olhar um pro outro.
K— Olá, kookie.
Jk— Oh não, não... Este é um apelido apenas para os amigos íntimos. Como não é o seu caso, me chame de Jungkook.
Ele deu um sorrisinho de sarcasmo.
K— Parece que está chateado comigo, fiz algo?
Jk— Não, é impressão a sua.
Os bons modos dele era irritante demais até pra mim, mas já que ele estava dando uma de bom moço, eu também iria cair na brincadeira.
S/n— Vocês já se conheciam?
K— Claro, já tive a honra de conhecer o grande, renomado e famoso Sr. Jeon Jungkook.
Existia um certo deboche em suas palavras, aquilo me confirmava que ele tinha ranço da minha pessoa.
A S/n já estava começando a estranhar aquela tensão entre ele e eu. Foi quando os meninos finalmente chegaram.
Jh— Daí ele falou : Poxa, se é assim então esses óculos custaram os olhos da cara. — disse rindo sozinho porque ninguém achou graça. — Vocês entenderam? É porque ele era um oculista. Sacou?
Yukii— Não, na verdade não.
Jm— Meio estranho.
Sg— Sem comentários.
Tae— Parece o Jin contando piada de tiozão em almaço em família dia de domingo.
Jh— Bando de sem cultura! Raça miserável.
E então eles olharam pra nós, não entenderam o que estava rolando alí, mas sabiam que algo não estava certo já que kiryãn e eu nos encaravamos enraivados.
Jm— Climão né? Será que vai chover? — disse estendendo a mão no ar pra saber se tava chuviscando.
Sg— Só se for chuva de chumbo mesmo, presta atenção nos olhares de metralhadora. AvèMaria.
Tae— Licença, eu não entendi.
Yukii— Oi kiryãn, pensei que tivesse ido procurar a Yumemii.
K— É, eu já tava indo. Mas vi a S/n aqui sozinha então resolvi vir conversar um pouco com ela.
Jk— Conversaram à beça não foi? — digo em um tom de ironia.
Sg— O negócio aqui tá brabo.
Kiryãn sorriu, porém agora não era de falsidade como fazia comigo, ele olhou pro restante das pessoas alí conosco e riu de maneira simpática.
K— Desculpem, eu nem falei com vocês.
Jh— De boas.
Ele cumprimentou os rapazes amigavelmente, olhei pra S/n e a vi sorrindo... A mesma parecia satisfeita com aquele entrosamento. Ela prestava atenção em cada pessoa alí, exato eu. Justo eu!
Jm— E então, cara? Como tem sido sua estadia na cidade?
K— A melhor possível, a escola é legal e as amizades que fiz aqui é mais do que mereço.
Tae— Qual é a da tensão no ar?
K— Sabem, amigos? Eu até me apaixonei.
O sorrisinho malicioso que ele lançou foi algo irritante demais pra ignorar. Aquele cara certamente foi expulso do inferno depois de ironizar com o demônio. As pessoas alí ainda estavam perplexas com as palavras dele.
Jm— Nooossaaa.
Jh— É né Coreia? Quantas revelações.
S/n— Eu fico feliz por você e espero que seja correspondido. Quem é a felizarda? Nós conhecemos?
Isso é sério, S/n? Você realmente disse isso assim?
K— Digamos que sim.
Sg— Bora alí comigo saber quanto custa um caixão. — diz olhando pro Tae que continuava sem entender.
A S/n veio pra perto de mim e segurou em meu braço de uma forma carinhosa, talvez ela tivesse percebido a indireta do Kiryãn.
S/n— A gente devia sair junto algum dia desses.
Yukii— Tá falando de um encontro em casal?
S/n— Seria legal. Né Kookiezinho?
Áh é! E depois poderíamos ir pra um motel fazer Manège, porque era óbvio que ele estava se referindo a você. Abra os olhos, criatura de Deus!
Jk— Não... Eu não tô afim disso agora.
K— Áh qual é, Jungkook? Seja mais mente aberta.
Ele estava me pedindo pra dividir a S/n com ele? Aquele doente não tinha vergonha na cara?! Apenas suspirei pra não ter que socar o indivíduo que tava me provocando na maior cara de pau.
Jk— Eu acho que já está na hora de irmos, não é gente?
S/n— Xiiii, é verdade. Sabe Yukii? Você deveria vir conosco, e tú também, kiryãn.
S/n, meu amor. Colabore comigo. Esse marmanjo tá de olho grande pra cima de tú, muié. Te orienta! ~pensei.
Kiryãn me olhou com aquele sorriso diabólico. Respirei fundo e gritei internamente "você nem se atreva a vir conosco!". Eu não sabia se ele era telepata ao algo assim, porque depois do meu pensamento, ele disse:
K— Eu iria adorar, mas terei que recusar desta vez. Tenho algumas questões pra resolver.
Yukii— Eu também vou ter que recusar, mas agradeço o convite.
Não vou mentir... Aquilo me deixou satisfeito, não pela Miyukii é claro, mas pelo traste do irmão talarico dela não poder vir conosco.
Jk— É uma pena, eu queria que você viesse conosco, Yukii. — digo deixando claro pra todos que a presença do Kiryãn era indesejada por mim.
O mesmo arqueou uma das sobrancelhas entendendo o recado, não só ele mais como os outros também.
K— Não fique tão chateado, "kookie".
Como ele se atreveu mesmo depois de eu ter dito que não era meu amigo pra poder me chamar assim?
K— Haverá muitas outras oportunidades.
Jk— Eu mal posso esperar.
Talvez minhas palavras calmas não combinasse com minha cara de raiva. Acho até que soou meio agressivo. Kiryãn se despediu de nós e saiu junto da irmã, o cretino caminhava tranquilo demais pra alguém que estava dando em cima da namorada dos outros.
Eu o observei desejando mentalmente que o cara fosse abduzido por um O.V.N.I, atropelado por um carro tanque ou sugado por um buraco negro. Sacudi a cabeça pra tentar mandar aquele tipo de pensamento embora.
Quando voltei as minha forma normal... Traduzindo "quando o causador da minha raiva foi embora" olhei pros meus amigos e os vejo todos me encarando sem entender o que tinha acontecido.
Jk— O que foi, gente? Por que tá todo mundo me olhando assim?
S/n— O que exatamente foi aquilo?
Jk— Desculpe, o que disse?
S/n— Jungkook, você estava claramente implicando com o kiryãn.
Jk— Eu? Eu sou um amor de pessoa, jamais implicaria com aquele outro anjinho.
Áh mas eu faria! Ele que me aguardasse. ~ pensei novamente.
Tae— Ainda não printei o esquema que rolou aqui.
Jh— Santo Deus!
Jm— Foi minha impressão, ou vocês não se deram muito bem?
Sg— Só sua não... A de todo mundo!
Jk— A S/n está de prova que eu não falei nada de mais.
S/n— O sarcasmos e ironias que trocaram foi o suficiente.
Tae— Tá, mas por que?
"Flashback de cinco dias atrás"
Eu estava no vestiário masculino do ginásio, tinha acabado de tomar banho depois de uma aula de treinamentos físicos com o professor da matéria. Após me arrumar, fui dar uma última pentada no cabelo.
Em frente ao espelho, eu me concentrava no que fazia, quando o reflexo dele apareceu logo atrás na porta. O indivíduo se encostou na mesma e ficou lá me fitando, porém eu o ignorei já que poderia ser só um aluno querendo usar o espelho. Mas aí ele simplesmente disse:
K— Jungkook, não é?
Jk— E você é?
K— Ora, ora, ora. Tão limitado com seu egoísmo que nem se dá ao trabalho de conhecer as pessoas ao redor.
Jk— Oi?
K— Sou kiryãn, irmão da Yumemii e da Miyukii.
Jk— Atá, mesmo eu sendo muito preocupado com meu egoísmo... Ainda assim conheço as duas. — digo usando sarcasmo pra retrucar o que ele tinha dito.
K— Só vou perguntar uma vez. É namorado da S/n?
Jk— Está sendo meio informal pra uma pessoa que não tem relação alguma com ela, não acha? E não que eu precise responder, mas quero... Sim! Estamos namorando.
K— Vinha te observando nos últimos dias.
Jk— Mas você também? Poxa família de stalker né não? — digo rindo.
O rapaz de boa aparência deu um sorrisinho malicioso, depois assentiu de forma suave.
K— Você é bem popular, sem contar que é um cara bonito e podre de rico.
Jk— isso foi um elegio?
K— Áh não, não. Não pense assim. Na verdade eu citei seus defeitos.
Jk— Wtf...
K— Sabe? Estive preocupado com algo, mas logo vi que não era nescessário, já que você não vai chegar longe com seus planos.
Jk— Acho que você bebeu perfume no suquinho da merenda.
K— Tentou fazer algo pra ver se ainda podia se considerar humano, mas não valeu a pena. Tudo o que você fez foi se afundar ainda mais.
Jk— Eu não disse? Você com certeza tá doidão. Não use drogas, é prejudicial a saúde.
K— Suas cataratas de dinheiro, toda a sua beleza, sua grandiosa popularidade... Nada disso é o suficiente pra preencher o vazio da sua alma. Áh é, você não tem uma!
Aquilo estava sendo estranho, então olhei diretamente pra ele.
K— Como eu disse, vinha te observando. Pesquisei a fundo sobre você.
Jk— Áh, eu entendi... Você deve ser algum admirador secreto. Mas tú não tem cara de ser meu fã. Tá mais pra alguém que deseja que eu não existisse.
K— Não meu querido, eu não te observei por ser seu fã. Mas pra tentar ajudar quem você está prejudicando.
Jk— No caso seria você mesmo? Eu te fiz alguma coisa? Se foi isso... Então me desculpa tá moço? mas agora eu tenho que ir.
Já ia pegando minhas coisas pra sair do local, quando parei e pensei "como assim o vazio da minha alma?" Quem era aquele cara pra me julgar?
Jk— Espara, por que venho com essa história de vazio da minha alma?
K— Você ao menos tem uma?
Jk— Escuta cara, quem você pensa que é pra chegar assim e começar a julgar os outros?
K— Posso te contar uma coisa bem engraçada?
Jk— Não!
K— Quando cheguei pra morar nesta cidade, vi uma garota que possuía todas as cores do universo, por onde ela passava o encanto do seu sorriso tornava tudo mais vivo e mais alegre. Ela parecia ter uma constelação nos olhos já que os mesmos tinham um brilho mágico, ela é a pessoa mais extraordinária e mais surreal que já vi na vida. Mas foi só alguns dias depois de eu ter me apaixonado que descobri que essa garota era a sua namorada. Engraçado não é?
Puta que pariu! Não! Não mesmo! Ele não podia estar falando sério, ou podia? Que desgraça era aquela?
Jk— É o quê?!
K— Acredite, eu nunca fui de interferir no relacionamento alheio, pois eu respeito tudo e todos. porém eu não pude deixar de notar que existe uma solidão no seu olhar.
Ele também podia enxergar as cores mágicas dela? Então ele também amava a mesma garota que eu?
Jk— Olha, eu lamento em te dizer isso... Mas chegou meio tarde, estamos juntos e o nosso amor vai além da sua compreensão.
K— Sim, eu tinha total ciência disso quando mergulhei de cabeça. Mas o problema é que eu também estou disposto a lutar. Foi por ela que eu resolvi investigar a sua vida... Eu até me conformei no início, pensei que você poderia fazer ela feliz, mas foi só eu cavar mais fundo pra descobrir as suas trapaças.
Jk— Você tem juízo? Ou ele tirou férias? Você tá se ouvindo? Dizendo na minha cara que ama a minha namorada como se fosse a coisa mais normal do planeta.
K— Eu lamento tanto por ela estar sendo enganada por você, seu egoísta do caralho!
Jk— Meu irmão... Vá se tratar, você está literalmente ruim da cabeça. Se quiser eu indico o médico da minha família. Ele é ótimo, eu garanto.
K— Eu sei o que você fez.
Jk— Tipo... No verão passado? Áh qual é, cara! Essa já está velha. — digo rindo.
K— Eu descobri a sua "aposta".
Olhei em seus olhos e vi uma vasta fúria que mais parecia um anjo apocalíptico prestes a dizimar o planeta inteiro. O próprio satanás ficaria com inveja do sorriso diabólico da quele cara.
Eu simplesmente travei.
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