- Essa conversa tem sentido? - perguntei - você sabe o que precisa saber de mim, eu tiro as melhores notas, não estou metido em nada ilícito e é, estou meio chateado com você.
- Realmente, você está certo, eu sei de tudo isso mas o mais importante, eu acho que estou deixando escapar - ele ainda me olhava nós olhos e a intensidade do seu olhar me fez desviar o meu.
Era como se ele pudesse ver através deles algo mais.
- Você sempre, foi o mais difícil de se lidar, eu não sabia muitas vezes te fazer rir, como era fácil fazer o Naruto - ele admitiu.
Eu respirei fundo eu sabia que era assim, Naruto podia dizer o que quisesse que os velhos me achavam perfeito e adoravam me colocar acima dele mas para mim sempre foi o contrario, Naruto, era a criança fofa, todos queriam apertar suas bochechas, todos ficavam maravilhados com sua capacidade de falar em publico mesmo quando bebê, por que ele aprendeu a falar bem cedo, as pessoas me achavam engraçadinho, mas é claro se intimidavam comigo, as vezes acho que teria sido mais fácil ter puxado minha mãe ou meu pai, mas aí me lembro que isso poderia sim ter me tornado uma copia do meu irmão mas velho e de maneira nenhuma eu queria mais motivos para que me comparassem com ele.
- Quero que me desculpe - o velho disse depois de uma longa pausa.
- A mamãe...
- Desviando o assunto de novo Menma? - ele sorriu - Com a sua mãe é outra história, estou te pedindo desculpas como pai, por não ter te entendido, e principalmente por sempre compara-lo com seu irmão, acho que isso também afetou a sua relação com ele não é.
Eu o olhei admirado, quando ele queria, ele realmente prestava atenção nas coisas.
- A minha relação com o Naruto está bem - falei.
Ele respirou fundo.
-E por que brigaram naquele dia? - ele perguntou de novo eu desviei o olhar, isso seria complicado como Shikamaru gostava de dizer .
Como eu não respondi ele continuou.
- Eu sempre fui o filho único, eu nunca tive uma relação de irmão, e talvez por isso eu tenha errado tanto com vocês.
- Também não precisa falar assim - falei fazendo um bico - não é como se você fosse o pior pai do mundo.
- Mas é como eu me sinto, eu não sei por que eu achei que deveria trabalhar tanto, se tudo parecia estar se encaminhado bem. Eu acho que sempre tive a impressão que deveria fazer mais e acabei me esquecendo de vocês.
Ele falava em um tom culposo e arrependido.
- Olha velho, se quiser eu posso te ajudar, quero dizer para que não fique tão ocupado, eu posso ajudar com a contabilidade, talvez não de assuntos mais complexos por que eu não tenho experiência, mas eu poderia...
- Você está querendo dizer que quer trabalhar comigo? - ele perguntou surpreso.
- Bom - eu cocei a cabeça nervoso - é só uma ideia se você achar que eu não posso eu vou entender...
- Menma - ele me interrompeu me lançando um sorriso emocionado - eu adoraria, na verdade estou tão feliz que tenha sugerido isso, você não tem ideia.
- É serio? - perguntei na duvida.
- É claro - ele colocou a mão sobre meu ombro.
Eu desviei o rosto, eu não queria demonstrar o quanto estava feliz, eu nunca tive uma coisa que eu fizesse para ele que o deixasse feliz que eu tivesse sugerido por vontade própria, e melhor era algo que Naruto não podia fazer igual.
- Ter você lá ao meu lado vai ser incrível - ele começou de novo - mas voltando aos assuntos de família.
- Aos assuntos constrangedores de família você quer dizer - falei fazendo uma careta pelo assunto ter voltado de novo para onde eu menos queria.
- Seja o que for família é família - ele suspirou - quero falar sobre a Yuki.
Quando ele mencionou o nome dela meu estomago esfriou fiz outra careta com os olhos estreitados.
- Não temos nada para falar dela - falei rápido.
- Temos, pois apesar de você dizer o contrario ela é da família.
- Pai - eu respirei fundo - eu nunca disse isso.
- Você gritou em alto e bom som de que ela não era sua irmã - ele apontou.
É claro que isso o havia deixado chocado pois para ele Yuki era tão sua filha quanto eu ou Naruto, e era isso que me preocupava. Eu teria que medir minhas palavras para que ele não entendesse.
- Ela não é minha irmã - falei friamente - é minha prima, obviamente ela faz parte da família, eu já pedi desculpas pelo que eu fiz, e não quero mais falar disso.
- Eu não entendo - ele disse - mas não vou força-lo a dizer nada que não queira.
- Eu agradeço por não insistir.
- Mas gostaria de lhe fazer outra pergunta - ele disse.
- O que?
- Você tem problemas com uma garota não tem.
- Isso não foi uma pergunta velho - engoli em seco.
- Não, eu já desconfiava e pelo o que entendo não deve ser com aquela garota Sarah e acho que o Naruto também está tendo esse tipo de problemas. Vocês não estão tendo muita sorte.
- O Naruto teve azar com duas então...
- E você - ele me cortou.
- Eu vou acabar resolvendo eu agradeceria se você não se metesse nisso - eu pedi.
Ele me olhou parecendo intrigado.
- Menma desde de sempre eu soube que você tinha uma dificuldade extrema de demonstrar sentimentos, mas quando se trata de amor de uma garota eu não o aconselho a ficar calado.
- Para quem disse que não me entende você até que sacou bem rápido - apontei.
- Ao menos uma vez eu tinha que acertar, me diz como ela é.
- Eu disse ao Naruto não me faça repetir - eu gemi.
ele riu.
- Bem, ela é uma boa moça?
- É - respirei fundo.
Agora não sei por que sempre que eu falava dela me vinha uma angústia maior, eu tive fases ruins me lembro de quando éramos pequenos quando ela vinha dormir na minha cama apavorada com os pesadelos, como eu detestava que ela me chamasse de Menma-chan, como eu fiquei simplesmente louco quando dos onze aos treze ela era mais alta do que eu e como fiquei aliviado de poder vê-la de cima depois. O momento mais marcante foi quando ela chegou para morar conosco
( Flash back on )
Ela estava sozinha de novo sentada ao lado da piscina, não parecia estar nesse mundo, o olhar triste e sem foco suspirei, e desci do banco onde estava.
- Ela tá lá de novo? – Naruto perguntou brincando com um digivice.
- Tá – Fiz uma careta – Por que você não vai falar com ela.
Desci do banco onde tinha subido.
- Eu? – ele arregalou os olhos – eu não consigo se ela começar a chorar, eu não ia saber o que dizer, não eu não vou.
Ele se apavorou.
Ótimo.
Nesses últimos dias papai e mamãe tem conversado muito com ela, tentando anima-la, devia ser uma coisa muito horrível perder os pais tão cedo, eles disseram a Naruto e a mim, que deveríamos ser receptivos, com ela para que ela se sentisse em casa, mas dificilmente meu irmão ou eu falávamos com ela, Yuki também parecia esquiva e sempre ficava sozinha, como agora.
Eu me senti mau por ela, como Naruto não tinha coragem, eu devia ir lá.
- Eu vou – falei.
- Boa sorte – ele disse subindo no banco onde eu estava.
- O que vai fazer? – perguntei.
- Eu vou olhar – ele disse.
- Se você olhar eu vou afundar seu focinho – eu jurei.
- Como se você pudesse – ele desafiou.
Eu fechei o punho e ele ergueu as mãos.
- Não, tudo bem não olho, mas não é por que eu tenho medo de você e sim por ela – ele desceu do banco e voltou para seu digivice e bonequinhos de digimom no chão.
Repirei fundo e fui até lá.
Ela ainda estava parada sem se mover olhando para água, me acovardei o que eu iria dizer para ela que fosse melhorar a dor que ela sentia, dei um passo para trás, foi quando ela começou a chorar e eu parei. Eu não podia deixar ela assim.
Tomei coragem de novo e dei um passo, ela olhou para trás com o rosto vermelho, e olhos cheios de lágrimas. Houve um minuto de silêncio em que eu não soube o que dizer eu não era bom com esse tipo de coisa, mas ela falou.
- Oi – ela disse limpando as lágrimas, ela também não parecia a vontade por outros à vissem chorar.
Fiz um bico e fui me sentar ao lado dela.
- Minha mãe disse que seus pais foram pro céu – comecei desajeitado.
- Foi – seus lábios tremeram pronta para chorar de novo, não me admirava que Naruto se apavora-se.
Eu decidi não olhar para ela ou não seria capaz de falar o que eu queria piscina me pareceu uma bela paisagem.
- Sinto muito – falei – Meu pai me disse que também perdeu os pais dele quando era a pequeno.
- Ele me contou também – ela sussurrou – mas eu não sei como faço para parar de sentir falta.
Difícil aquilo era muito difícil.
- Ele me disse também que ainda sente falta deles – continuei - e que essa falta nunca vai passar, os buracos que, ficam devem ser preenchidos pelas pessoas que você ama, é claro que o, lugar deles vai continuar aí, mas você tem que seguir em frente por que eles não iam gostar de te ver triste, é o que eu acho.
Eu estava nervoso, eu só falei besteira falei comigo mesmo, enquanto apenas se ouvia o som do vento que derrubou uma folha na água então percebi que haviam mais uma, e agora as duas flutuavam juntas.
- Obrigada Menma-chan.
Foi a primeira vez que ela sorria desde que havia chegado, um sorriso bonito apesar de choroso, ela ficaria bem e isso me deixava feliz.
( Flash back off )
- No que esta pensando - papai perguntou me tirando das minhas lembranças - acho que nem precisa responder eu imagino - ele sorriu.
- Bom acho que já está na hora de você ir lá falar um pouco com o Naruto ou a Yuki não?
- Ainda estou falando com os meu filho de numero 2 mau humorado de cabeça dura - ele riu - sobre a sua garota.
- Você está ficando velho mesmo não se fala mais assim faz tempo - apontei ele riu.
- É, pode até ser, mas escute seu velho, pois velhos conselhos não perdem sua utilidade - ele se levantou - se essa menina é tão boa como eu acho que é, não perca tempo fale dos seus sentimentos para ela, ou vai acabar à perdendo para outro.
Meu queixo se travou imediatamente, eu nunca havia pensado nisso, ou melhor não queria pensar e agora...
- Ei! - Naruto entrou sem cerimônia no quarto - adivinha só Menma. Pai eu decidi que vou trabalhar com você!
Eu arregalei os olhos aquilo era impossível.
Papai caiu na gargalhada.
- Parece que gêmeos realmente pensam igual.
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