Eu disse a mim mesma que não voltaria lá, mas depois de levar uma bronca do meu pai, voltei a realidade.
Por que eu deveria estar sofrendo por ele? Ou me escondendo? Sete anos não haviam sido o suficiente para mim?
- Não Hinata, você é mais corajosa que isso, se antes você não tinha coragem para enfrentar a situação agora você tem - disse a mim mesma na frente do espelho.
- Bom dia! - Naruto disse animado na sala de palestra para os alunos que iam chegando.
Eu respirei fundo.
- Bom dia - falei.
Ele me olhou de cima a baixo com uma expressão sacana.
- Espero que seu humor esteja melhor do que ontem - ele disse sarcástico.
Dei um sorriso amarelo.
- Vai, pode continuar provocando - eu me aproximei mais dele - me aguarde.
Ele ergueu uma das sobrancelhas e eu sorri.
- Bom dia pessoal - falei com os alunos.
- Bom dia Hinata-sama - eles disseram formalmente.
Com Naruto eles pareciam mais descontraídos, talvez por eles terem ficado mais tempo com ele ontem.
- Bom como sabem, a nossa empresa trabalha na área de energia, fornecemos e vendemos tecnologia desse tipo para o resto do mundo. Em qualquer tipo de setor, seja petrolífero, gasoso, hidroelétrico, térmica eólica, solar...
- Sim Hinata, disso acho que todos eles já sabem, eles ouviram a palestra do meu pai ontem - ele me interrompeu com um sorriso.
- Tem razão, ou seja o mais importante aqui é onde vocês querem chegar - falei.
- Nós estamos aqui porque, queremos no futuro trabalhar para uma empresa de prestígio como a de vocês não - o garoto de óculos teve a aprovação dos colegas.
- E vocês se imaginavam seguindo esta carreira quando crianças? - Naruto perguntou.
A minoria disse que sim.
- Para quem disse não, por que mudaram de opinião? - Naruto tornou a perguntar.
- Por que ser um engenheiro por exemplo é um trabalho mais bem remunerado do que um pedreiro. – o outro respondeu.
- Ainda assim, quando à pessoas que não se importam com o salário e sim tem prazer de trabalharem no que gostam.
- Eu não acredito que alguém seja feliz limpando o chão.
Uma garota no fundo falou.
- Pense assim. hum, como se chama? - ele perguntou.
- Mika - ela disse satisfeita por ele ter perguntado seu nome.
- Muito bem Mika vou lhe contar uma experiência que tive a quatro anos atrás.
Naruto se sentou no chão e eu observei.
- Um dos meus passa tempos preferidos é viajar, eu gosto de conhecer pessoas lugares costumes, em uma das minhas viagens fui a América do sul nas férias da faculdade. Brasil no estado de Minas gerais há um lugar que tem termas como as que temos aqui, é claro que lá não se usam as termas como nós, mas pensem na situação.
"Quando voltei das termas para o hotel, havia uma camareira arrumando meu quarto e ela cantava com um gosto que vocês precisavam ver.
Então curioso eu perguntei para ela " Por que tanta felicidade?" Ela me respondeu animada, que aquele era o seu primeiro trabalho de carteira assinada, e quanto estava feliz por agora poder comprar roupas e brinquedos para os dois filhos.”
Os alunos permaneciam calados ouvindo a história com atenção.
- O bonito do emprego seja ele qual for é a capacidade de trazer felicidade a si mesmo e as pessoas que você gosta - ele disse sorrindo - se eu perguntasse a vocês, se iriam querer um emprego que fosse bom para lhes sustentarem e ajudar suas famílias ou um emprego ótimo que você ganhasse tanto dinheiro que esquecesse que tem família e amigos, o que me diriam?
- Eu não me esqueceria - Um disse - nós estudamos e trabalhamos por eles porque esqueceríamos da nossa gente?
- Por que o dinheiro faz isso - falei - Uma pessoa deve ser ambiciosa, ela tem como obrigação ter a vontade de crescer, mas não deve esquecer da família no processo.
- Eu não estou entendo, vocês estão desmotivando ou nos incentivando? - a tal Mika perguntou.
Naruto riu.
- Estamos tentando aqui mostrar o caminho certo, você não chega a lugar nenhuma se não sabe onde quer ir. Quando eu tinha dezesseis anos, não tinha noção do que fazer da minha vida, então passei por uma situação complicada e só aí percebi o que eu deveria fazer - ele disse olhando para mim.
- Eu sempre fui impulsivo e cabeça de vento, mas alguém aqui sempre me disse que eu tinha um talento para falar - Naruto piscou para mim.
Alguns alunos riram.
- Acho que se não fosse por essa mulher eu não estaria aqui hoje - ele disse.
Fiquei atônita depois me recompus.
- Ele também é conhecido por ser exagerado - falei - se estamos aqui hoje é porque ambos demos duro, e não desistimos.
- Mas para vocês é fácil dizer, são ricos - um deixou escapar.
- Não adianta ter todo o dinheiro do mundo sem ter o dom para aquilo, não é porque eu sou rico que eu sou um economista nato como meu irmão por exemplo, eu sempre fui um desastre com matemática.
Alguns bateram palmas sentindo simpatia por ele.
- E eu - falei - mau conseguia pronunciar um "A" em público, mas eu superei meu medo e hoje estou aqui firme e forte sem gaguejar uma vez - disse.
- Então não importa o que seja, difícil ou fácil, que pague mais ou pague menos, quando escolherem um emprego escolham aquilo que lhes dê prazer trabalhem duro e não desistam, pois ninguém consegue nada se não tentar, ninguém chega lá se não souber onde ir.
Naruto disse por fim e fomos aplaudidos incessantemente.
Definitivamente gostei daquilo, interagir assim com as pessoas de maneira mais descontraída.
- Hinata você foi muito bem - Naruto me elogiou.
Revirei os olhos quem puxou o carro foi ele.
- Você foi bem melhor - apontei.
- Na verdade para quem não leu o discurso você foi ótima - ele sorriu.
Arregalei os olhos.
Meu discurso!
Eu havia esquecido completamente.
- Ah não, eu estraguei tudo - disse infeliz – estava tudo planejado, a hora em que eu falaria e como falaria, meu Deus eu...
- Não seja boba – ele me interrompeu - você foi perfeita ttebayo!
Eu pensei que quando ele crescesse não diria mais ttebayo, e se dissesse não combinaria, mas eu estava enganada o ttebayo conseguiu ficar sexy vindo da boca desse Naruto.
- Eu tenho que ir, por que temos que voltar mais tarde você sabe - falei dando um passo para trás.
- Espera por que não fica mais um pouco, os garotos nos convidaram para almoçar numa churrascaria aqui perto -ele disse animado com os olhos brilhando.
Eu quase disse sim, mas aí me lembrei, não eram os garotos eram as garotas.
- Não Obrigada, eu já havia combinado de almoçar com Hanabi, quem sabe numa próxima.
- Ah tá - ele fez um bico.
- Tchau - falei.
Ele me segurou pelo braço e me deu um beijo na bochecha.
- Tchau Hina - ele sorriu me olhando nos olhos de um jeito, que fez minha pele virar um pimentão.
Saí de lá com desejo de fazê-lo pagar. Ele que me aguardasse.
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