Sexta, 6:20:
Acordo com os raios de sol banhando meu rosto, deixei propositalmente a janela aberta para que pudesse acordar com a primeira luz da manhã. Respiro fundo, o que é isso? Ar puro? Como é bom estar viva! Obrigada, Vovô! Me levanto e faço os preparativos da manhã, fogueira, aquecer os ovos, escovar os dentes, vestir a roupa pro trabalho duro... Posso considerar que sou herdeira, já que, todo esse terreno se tornará uma fazenda, (dou risada com minha própria constatação).
É claro, nem tudo são flores, de verdade, essa cabana é bem insalubre. O vovô não chegou a fazer nem uma cozinha! Porém, mão na massa, o negócio é começar de baixo mesmo... Melhor do que viver mais um dia sequer me exaurindo com aqueles trabalhos administrativos! Joja, nunca mais!
Pego algumas sementes das quais comprei com minhas economias restantes e inicio o trabalho duro, me manterei forte. Felizmente treinar sempre foi o meu passatempo e meu corpo está em dia. Rego, corto, planto, o dia passa tão rápido que nem sequer percebo a presença de alguém entrando na fazenda.
_ Ei? Kate? - dou um pulo de susto.
_ Oi, Robin! - sorrio amigavelmente e estico a mão para um aperto - Você me assustou! Eu estava tão concentrada que me distraí completamente dos sons externos aos da minha mente. O que faz por essas bandas? - Robin sorri, pelo que consigo perceber, parece um pouco tímida.
_ Bem, vim pedir desculpas por ter insultado sua cabana anteriormente... - ela ri, envergonhada - Também dizer que cobrarei um preço mais em conta para você, farei um desconto por essa mancada. Eu não sei se você sabe, mas eu realizo as construções aqui da vila! Celeiros, galinheiros, casas, tudo é comigo mesma. Precisando, é só chamar. Faço um precinho camarada. - seu semblante muda para um rosto orgulhoso.
_ Claro, pode deixar! Por enquanto estou quebrada, sabe como é. Mas sei com quem contar!
Robin se despede e eu volto ao trabalho. Escolhi uma ótima época, é primavera, encontro várias sementes e materiais de ótima qualidade para produzir e vender. As folhas floridas caem delicadamente e os pássaros voam em harmonia, é realmente a estação mais colorida. Encontrei muitas flores e as guardei, talvez sejam úteis em algum momento, eu delicadamente as coloco em um jarro e olho o relógio: Caralho, oito da noite! Bom, foi um dia bem aproveitado. Corro para um banho e como de praxe, sexta é dia de entornar o caldo! Me disseram que existe um Saloon com boa bebida nessa cidade e é pra lá que eu vou.
Momento atual. Sexta, 21:00:
Me sento em uma mesa e tomo um gole da cerveja. Geladinha! Ah, que delícia! Jogo o cabelo recém molhado do banho para trás e observo o local. Algumas pessoas dançam com a música que acabei de colocar, outras estão solitárias e aparentemente infelizes em cantos estratégicos do local. Parece que em qualquer lugar existe a infelicidade, não é mesmo? Tudo é questão de perspectiva. Essa vila é meu sonho, para outros, um pesadelo. Absorta em meus pensamentos volto ao mundo real e percebo que encaro uma garota, ela desvia o olhar e sai. Por Deus, que constrangedor! Amanhã pedirei desculpas...
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