O dia mal havia começado e Rin já estava estressada, teria que mudar toda sua rotina naquela sexta-feira para ajudar um Youkai mal agradecido, que bateu em sua porta nessa madrugada. Pra começar ela teria que leva-lo a concessionaria para comprar um carro, ele não tinha um carro já que deixou o seu na Alemanha, afinal ele queria um carro novo mesmo.
No meio do caminho Rin, além de estressada tinha que suporta aquele silencio profundo em que eles se encontravam. Sesshoumaru não disse nada desde que saiu do casa dos Uzumaki, apenas observava a garota dirigindo pelo canto do olho. Tentava se convencer que era uma boa motorista que ela não causaria nenhum acidente por dirigir mal. Mas com todo aquele estresse que ela estava, ficava difícil de confiar. Mas sabia que ela não deixaria ele dirigir.
O silencio entre os dois a incomodava, e o satisfazia. Ela era faladora, gostava de conversa. Ele era calado, e apreciava o silencio. Sempre opostos. Mas afinal, ela não iria ficar em silencio só porque ele gostava. Ele a irritou o tempo todo, iria começar sua vingança.
— Dá pra falar alguma coisa, por favor?
— Não tenho nada a dizer. — Disse frio como sempre.
Ela bufou ao ver que ele só iria piorar com o tempo.
— Acho que a Alemanha e ter ficado longe de mim, não te fez bem, Sesshy. — Disse o mais sarcástica que conseguiu.
Apelido. Ele respirou fundo.
— Muito pelo ao contrario, formiguinha.
— Mas que droga, esse transito nunca dá trégua. Por que essa cidade não poderia ser um pouco mais calma?
— Você não é calma e quer que a cidade seja? — Disse indiferente.
— Urusai. Eu sou uma pessoa muito calma, você que me deixa irritada. — Disse se acalmando.
— Minha presença lhe deixa tão irritada? Mexo tanto assim com as suas emoções? — Ele arqueou sua sobrancelha enquanto a olhava pelo canto de seus olhos, e ele mais uma vez se via a provocando, era algo automático.
— A única coisa que mexe com as minhas emoções é lembrar-me do fato de que não irei para o trabalho. — Apesar de rebater, ela acabou ficando ainda mais irritada por saber que era verdade.
Ele tinha esse dom, ele conseguia a deixar irritada fácil, e acalma-la na mesma intensidade se quisesse.
Eles estavam presos no transito, Rin ligou a radio que tocava uma musica qualquer que ela não fez questão de reconhecer. Sesshoumaru virou o rosto para encara-la e notou que havia algo de errado em seu pescoço já que ela prendeu o cabelo num cabo de cavalo de qualquer jeito.
— O que é isto em seu pescoço?
Rin ficou extremamente surpresa pela pergunta. Automaticamente colocou sua mão direita onde havia um roxo bem suave causado por Ichiro quando a enforcou e apertou com força o local, e se permitiu por 2 segundos fechar os olhos com força, a lembrança de ser enforcada pelo homem que poderia ser seu marido, isso não era nada agradável.
Mas já estava tão fraco que ela se impressionou com o fato do Youkai ter percebido. Mas afinal era ele, nada passava despercebido por Taisho Sesshoumaru.
— N-n-não é nada! — Disse tentando ser firme mas sua voz a traiu e a fez gaguejar. Ela odiava não saber mentir nem um pouquinho.
— Odeio quando mintam para mim.
Ela engoliu em seco, não queria dizer nada á ele, não queria conversa sobre aquilo, tudo o que tinha para falar sobre isso, já foi dito. Mas não dava para mentir ou esconder. Mas ela não queria esconder, apenas não queria conversa sobre isso. Mas não tinha escolha, o conhecia bem o suficiente para saber que ele não pararia com perguntas se não o respondesse.
— Ichiro. — Disse apenas.
— Foi ele que fez isso? — Ele estava confuso. — Por que o ex-noivo dela faria tal coisa? Afinal, que confusão aconteceu enquanto eu estive fora? E por que o meu pai não disse nada quando eu o liguei? E esse humano, perdeu o amor que tem a vida? — Pensou.
— Hai, mas não importa, ele ganhou o que merece. O inquérito foi aberto, os exames de corpo de delito já foram feitos em mim e nos meus pais.
— Nani? Diga-me exatamente o que aconteceu! — Disse ordenando ela dizer com irritação. Aquela historia estava lhe dando raiva antes mesmo de entender de fato o que aconteceu.
— Não é necessário. Não á mais o que dizer, e eu não quero falar sobre isso.
Ela estava incomodada com o silencio, mas quando a conversa veio, ela queria fugir e deixar Sesshoumaru calado. Na verdade, ela nem sabia mais o que queria.
— Eu ordeno que me diga.
— Sem essa Sesshoumaru, sabe que suas ordens não colam comigo. — Ela bufou.
E ele ficou indignado com a audácia da pequena, com o tempo ela só ficou ainda mais abusada.
— Eu irei descobrir.
— Aposto que sim. — Suspirou forte.
E finalmente o transito andou, Rin foi cortando caminho para chegar mais rápido, já era 9horas e ainda não tinham feito nada. Quando chegou na concessionaria, estacionou o carro extremamente perfeito na vaga apertada para seu carro, só para mostrar para um certo Youkai, que ela dirigia tão bem quanto ele. Deixaram o carro e entraram no local. Sesshoumaru vasculhava tudo com o olhar. E um vendedor veio até eles.
— Bom dia, em que posso ajuda-los? — Ele olhava diretamente para Rin.
Ela notou que seu ‘amigo’ não iria responder então tomou a frente.
— Bom dia, hum... — Olhando para o crachá do rapaz. — Saiken-San, me chamo Uzumaki Rin, esse é meu... Hum, amigo Taisho Sesshoumaru. — Disse sorrindo, e despertando certa coisa no vendedor.
Pelos nomes, o vendedor já sabia de quem se tratavam e sabia que conseguiria uma venda muito boa nesse dia.
— Prazer! Em que posso ajuda-los?
— Queremos ver seus melhores carros.
— Por favor, me acompanhe.
Ele os direcionou até o salão que estavam os carros de luxo mais caros. Sesshoumaru notou um olhar malicioso do vendedor sobre Rin, ficou incomodado do jeito que ela chamava atenção, mas não interferiu. Notou o vendedor mostrar um belo carro e começou apresenta-lo.
— Essa é uma BMW 6 séries, BMW 640i Gran Coupé, é um carro perfeito para um executivo. São combinados desing, pioneiro, esportividade e claro, muita elegância.
Sesshoumaru o olho e olhou para o carro. Era um belo carro, preto solido do jeito que gostava, mas não tinha certeza se gostou.
— Cilindros? — Perguntou o Youkai.
— 6/4!
— Potencia máxima?
— 320.
— Velocidade máxima?
— 250 km/h.
Ele se mostrou pensativo, agora que sabia de sua potencia, acabou gostando do carro, mas queria ver ele mais profundamente e claro olhar outros carros. Havia muitos ao seu redor, e até mesmo melhores. Notou que Rin parecia uma consumista compulsiva, ela havia amado o carro, e nem aprestava atenção nas perguntas que dirigia ao vendedor.
— Posso testa-lo? Quero dar uma olhada melhor nele.
— Claro, com licença, iriei pegar a chaves. — Disse e se retirou.
Rin se aproximou e fingiu arrumar alguma coisa na camisa de Sesshoumaru e disse.
— Você vai compra-lo.
— Deveria ser uma pergunta e não uma ordem, Formiguinha.
— Não é pra ser uma ordem mesmo. — Ela disse para dar o troco pelo apelido.
— Urusai.
Rin sorriu e o inclinou pra o lado, puxando seus cabelos longos para beijar sua bochecha, mesmo de salto, Sesshoumaru continuava muito alto perto dela.
— Pare de ficar mais alto, se não os puxões de cabelos serão mais fortes.
— Pare de puxar meus cabelos, isso é irritante. E não me culpe por ser uma formiguinha. — Ele sorriu fraco.
— NÃO PERA! ELE SORRIU PRA MIM SENDO QUE EU ESTOU O IRRITANDO? EU TO LASCADA, AGORA QUE ELE ME MATA. ELE SÓ SORRI ASSIM QUANDO VAI APRONTA ALGO. — Pensou gritando em sua mente. — Pare de ser tão mal comigo Sesshy, não somos mais crianças.
Sesshoumaru estreitou o olhar, além de beija-lo na bochecha, ela o chamou de Sesshy em público. Se acalmou quando o vendedor voltou, pedindo licença e lhe entregando a chave. Se afastou de Rin e entrou no carro e reparou em cada detalhe que o carro tinha por dentro, um carro perfeito. Colocou a chave no contato, pisou levemente na embreagem e girou a chave e som o do motor foi escutado. Era um som poderoso e grave, porém era mais silencio que o normal. Sesshoumaru analisou mais uma vez, saiu do carro deixando-o ligado e abriu o capo e observou tudo.
— Rin, pise no acelerador.
E assim Rin fez e Sesshoumaru ficou feliz com que via, realmente era um carro perfeito.
Se ela havia amado o carro agora que estava dentro amou mais ainda, e sem falar que o carro era a cara de Sesshoumaru.
— O que achou Senhor?
— É um bom carro. — Disse apenas.
— Os alemães são os melhores. — Disse o vendedor para tentar convencer o Taisho.
Rin saiu do carro por qual estava apaixonada e se colocou ao lado de Sesshoumaru.
— E então...?
— Ele vai ficar! — Disse se impondo com um sorriso no rosto.
— Otimo, então vamos fechar negocio. — Disse se caminhando e pedindo que eles o acompanhassem.
Sesshoumaru puxou Rin e falou no seu ouvido.
— O que pensas que está fazendo?
— Acha mesmo que eu não o conheço? Sei que gostou do carro, se não compra-lo, eu compro!
— Rin...
— Urusai, Sesshy, sei o que estou fazendo, você não vai se arrepender.
Sesshoumaru odiou ela ter se colocado daquela maneira, imaginou como seria na empresa. Realmente sairia muitas brigas, os dois sempre querem se impor um ao outro. Apenas cedeu porque realmente gostou do carro, e não porque ela mandou, se controlou pra não perde o controle com a garota no meio de uma concessionaria.
Caminharam até a mesa de negócios e Sesshoumaru assinou os papeis, demorou 1hora para resolverem todas as burocracias, buscaria o carro que estaria pronto pra retirada no domingo de manhã.
Entraram no carro e Rin o encarrou com um sorriso no rosto.
— Fico feliz que tenha me escutado. Para onde agora Taisho-Sama?
— Para o mercado. Tenho comprar coisas de higiene, larguei tudo na Alemanha.
— Ainda bem. Assim eu aproveito a viajem e faço as minhas compras.
Ela colocou o sinto e ligou o carro, e dirigiu para um mercado grande que tinha perto de lá; Chegaram no mercado e já se separaram. Rin pegou um carrinho e foi comprar tudo o que precisava para o apartamento, comprou comida e produtos de limpeza e de higiene também, foi na parte farmacêutica e comprou remédios para dores de cabeça, febre, gripe e seu anticoncepcional. Foi até o caixa para pagar pelas compras, e notou Sesshoumaru do outro lado já com suas compras na mão. Pagou suas compras, as pegou. Sesshoumaru só ajudou quando ela reclamou e implorou por ajuda. Guardaram as compras no porta malas do carro.
— Pra que tanta coisa?
— Estavam faltando algumas coisas pra minha casa, não iria comprar quase nada para ter que voltar de novo semana que vem. Agora, vamos ao shopping, você me deve um celular, baka! — Disse se irritando ao lembrar-se do que aconteceu com seu amado e querido celular.
— Não vou comprar nada. — Disse frio.
Ela o agarrou pela camisa.
— Vai sim! Se não, nem vai ter seu lindo carro, porque eu vou explodir ele. De preferencia com você dentro dele. — Disse ameaçadora.
— Rin, me solte, sabe que isso não funciona comigo.
— Então seja cavaleiro e comprou o que você quebrou! — Disse brava.
Ele não respondeu, ela dirigiu até o shopping mais perto. E ficaram em silencio.
Estavam olhando os aparelhos e Rin acabou escolhendo o mesmo modelo de celular, um HTC One pra Sesshoumaru comprar, que muito contrariado comprou. Acabou arrastou Sesshoumaru para uma loja de roupas e o fez esperar mais de 2horas para comprar tudo o que queria. Ele a tirou de sua rotina, agora teria que aguentar. Certo, ela se ofereceu pra ajuda-lo, mas pra ela, era tudo culpa dele por ter faltado no trabalho. Se ele não tivesse batido na sua porta e quebrado seu celular há essa hora estaria trabalhando.
Voltaram para o carro e Sesshoumaru estava visivelmente irritado. E Rin apenas riu. E novamente começou a dirigir, só que dessa vez, para casa.
— Por que você teve que ir comprar roupa hoje Rin? Não poderia esperar pra ir outro dia?
— Eu nunca tenho tempo, Sesshoumaru! Estou sempre no escritório trabalhando. Como hoje você me tirou da rotina, aproveitei para não perde o dia. E também porque é ótimo fazer isso com homem. Geralmente quem sofre isso é Inuyasha quando vem comigo e a Kagome.
— Meu irmão é um tolo.
— Sério que vai começar a fala mal meu melhor amigo, mesmo sendo seu irmão?
— Meio irmão. — Corrigiu.
Ela não respondeu e caíram no silencio mortal novamente.
Rin dirigia atenta, e pouco se importou com o silencio, ligou a radio e estava passando Sing da sua banda favorita, Flow, e cantou junto, mas baixo. Sesshoumaru a escutou cantar, tão perfeitamente que quase não notou quando a garota passou reto pela entrada que dava a rua da casa dos Uzumaki. Mas não falou nada, apenas ficou atento para onde ela iria leva-lo. Ela parou o carro enfrente á um portão de condomínio e apertou o botão de um controle que abria o portão, e parou na frente de um porteiro.
— Boa tarde Raiden-kun.
— Boa tarde Rin-Sama.
Ele liberou a passagem para Rin que entrou em uma entrada para uma garagem subterrânea. E estacionou o carro em uma vaga.
— Onde estamos?
— No apartamento em que eu seria infeliz.
— Nani?
Ela não respondeu, saiu do carro e Sesshoumaru fez o mesmo, abriu o porta-malas e pegou as compras com Sesshoumaru.
— Odeio quando não me respondem. — Ele estava irritado e tão frio, que poderia congelar alguém com o seu olhar.
Rin permaneceu em silencio, não queria conversa sobre aquilo, falou sem pensar, entrou no elevador e ele a seguiu encarando-a. Quando o elevador fechou, ele colocou as coisas no chão e puxou a garota, que derrubou as coisas no chão pela surpresa de estar colada ao corpo musculoso de Sesshoumaru, ele levantou o rosto da garota.
— Fale. — Frio como sempre, mas seus olhos tinham algo que Rin não entendia. O que eram?
— Não.
— Mandei falar Rin.
— Você disse que ira descobrir. — Disse desafiadora.
— Esta me irritando muito para um único dia.
— Então irei me manter calada para não o aborrece-lo, Taisho-Sama.
O elevador apitou indicando que já tinham chegado ao 9º andar. Eles recolheram as compras e saíram do elevador. Rin foi em direção ao único apartamento do andar. Abriu a porta e deu passagem para Sesshoumaru entrar que observava o lugar. Era um apartamento com decoração clara e moderna. Lembrava um pouco a decoração americana. Enquanto isso, Rin guardou todas as coisas em seus devidos lugares, tirou o salto e foi até o seu odiozinho para pegar o resto das coisas e se viu mais pequena ainda perto dele sem seus saltos.
Rin preparou um almoço rápido para eles e permaneceu no silencio, ela disse que ficaria e assim o fez. Quando terminaram, Rin colocou a louça na lavadora pegou seu celular para reativar sua linha e recuperar seus arquivos pela conta da Microsoft, sentou-se ao lado de Sesshy no sofá que via o noticiário.
— Uma onda de ataques de estupros vem atingindo a cidade de Tóquio. O grande aumento dos números de mulheres atacadas vem preocupando a população. — Escutou o apresentador do noticiário anuncia.
— Credo, ainda bem que eu sei como me defender.
**
— Está tudo pronto para domingo?
— Hai Senhor.
— Lembre-se tem que parecer que foi um acidente. — Disse sorrindo diabolicamente.
— Entendido
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