O som preenchia o local com uma melodia animada e os sapatos se chocavam desenfreadamente contra o piso, o que servia para mostrar como estavam animados.
Sakura estava meio aérea e observava vários casais com seus corpos colados uns aos outros, sem pudor. Gostava daquele clima de libertinagem ao seu redor, onde as pessoas pouco se preocupavam com títulos ou regras de uma conservadora e ultrapassada sociedade. Contudo, tampouco Sakura se lembrava de sua posição social naquele momento, pois o álcool mal a deixava notar os movimentos animados dos casais, que dirá regras de sociedade. Era isso que mais gostava ao ir nas festas dos mais desprovidos.
Liberdade.
Um garçom veio até sua mesa lhe servir mais um shot do que quer que fosse que Hinata havia pedido. Ambas estavam agarradas uma na outra, como se soltassem-se, fossem capaz de ir de encontro ao chão. Sakura só pôde notar que o homem havia misturado algumas bebidas e por fim, as queimou, fazendo um mini fogo e transformando as duas bebidas em um tom mais azulado.
Sakura e Hinata começaram a rir dos drinks e não hesitaram a rir ainda mais quando notaram-se serem observadas por cavalheiros solteiros mais no extremo do simples salão.
A rosada voltou a analisar a pista de dança e sentiu vontade de dançar com a mesma sintonia e libertinagem dos casais ao seu redor. Havia um em específico, que reproduziam movimentos suspeitos. A mulher de cabelos castanhos estava de costas para o homem e o mesmo se esfregava nas nádegas da mulher. Os movimentos que presenciava eram desse nível até mais elevado, não havia regras.
Podiam ser quem quisessem.
Fazer o que quisessem.
Armou-se do seu sorriso mais sedutor e rumou cambaleante para a pista de dança, pouco dando importância ao seu estado. Ansiava por diversão.
Contudo, Sakura sentiu necessidade de ir ao banheiro primeiro. Ainda com o copo da bebida que o garçom lhe preparou em mãos, atravessou o salão pulando e trombando em diversos casais. Os mesmos nem importavam-se, aquilo era sinônimo para se agarrarem mais uns aos outros.
Sakura passou por um corredor estreito e notou que mais casais se beijavam e se colavam na parede. Ao fim do corredor, havia uma porta de madeira escura como pinheiro e julgou se tratar do banheiro.
Empurrou a porta com força e seu queixo quase caiu ao chão quando se deparou com um pátio de um castelo. Sua espinha arrepiou e suou frio. Novamente era atormentada por aquelas imagens, mas dessa vez, tudo estava ainda mais nítido.
No centro do pátio do castelo de pedregulho, havia um toco grosso de madeira e mais a frente sentiu um cheiro de cinza, como se algo tivesse sido queimado ali. Sentiu suas veias ferverem com a ideia e um gosto amargo se apossou de sua boca, era uma sensação horrível, mas continuou a vagar pelo pátio. Na extremidade, perto de uma torre, também de pedras, encontrava-se uma grande árvore de cerejeira. Todas as flores estavam abertas e o rosa se fazia presente, destacado por seu tronco um pouco escuro.
O perfume adocicado invadiu suas narinas e finalmente relaxou.
Sakura olhou para trás e viu a porta de pinheiro ainda aberta e pôde notar o mesmo casal se beijando arduamente na parede. Mas não queria voltar para lá. Ansiava em saber porque sentia aquela nostalgia em seu peito, porque sentia que aquele cenário fora palco de um grande show de horrores e o motivo de estar envolvida.
Só queria respostas.
Sua vida toda buscou por respostas.
Sakura caminhou até a árvore e pegou um galho abarrotado de flores de Sakuras. Mas de repente, sentiu que elas estavam virando líquido em sua mão. As abriu e visualizou sangue escorrer pela mesma e até o meio de seu antebraço, pingando gostas e mais gotas, manchando o piso de pedras abaixo de si.
O sangue era o mais brilhoso e mais vívido que já havia visto em sua vida.
Sentiu as chamas por seu corpo novamente e seu interior gritou para que fugisse dali.
Sakura olhou para trás, vendo a porta de onde veio do outro lado do pátio, ainda aberta. Não precisou pensar, queria se livrar da sensação de chamas e saiu correndo em direção a porta.
Tarde demais.
A porta se fechou e tudo escureceu.
A maciez do divã agora lhe era estranha. Sakura abriu os olhos devagar e se remexeu meio zonza na tentativa de se levantar.
A festa ainda estava frenética e ninguém parecia ligar para o seu estado. Ainda não muito lúcida e forçando-se a andar normalmente, visualizou a figura de um homem trajado com vestes simples e de um verde musgo vindo em sua direção.
- A senhorita precisa de mais absinto? Sou Murio, aos seus serviços. - Ele perguntou e Sakura se endireitou, ficando reta e tentando transparecer qualquer lucidez possível.
- Talvez. - Suspirou. - Mas com o estudo cuidadoso e experiência, eu acho que acabei por descobrir o meu limite. - O homem soltou um sorriso galanteador e Sakura continuou um pouco absorta, tentando afastar as imagens de seu sonho de sua mente.
- Bonita e inteligente? - Ele disse sorrindo de canto e Sakura revirou os olhos, aquele seria mais um caso em que era abordada sem vontade. - Não sei se lhe escrevo um poema ou se pinto seu retrato.
Tudo bem, ela entraria na brincadeira. Já era a mestra dos flertes e ainda estava sob o efeito do álcool, ficava ainda mais sem vergonha e despreocupada.
- Me pergunto, quantas mulheres já cortejou com um papel e telas? - Perguntou despretensiosamente.
- A senhorita será a última! - Sakura segurou o riso. - Eu prometo. - Ele tinha em mãos um caderno de capa dura e passou pelas ondas dos longos fios róseos que caiam em seus seios. - Minha forma de contato com a realidade é por uma abertura limitada, nossa transfluência ocorre através de uma... - Ele se aproximou um pouco mais e encarou os lábios de Sakura. - Pequena abertura. - Tentou beija-la, mas Sakura desviou o rosto e começou a rir. - Qual é a graça? - Ele perguntou um pouco irritado e impaciente.
- E as mulheres se apaixonam por essa... Transflucência? - Sakura disse seduzente, tirando sarro com o homem e voltou a rir.
- Tão superior, não é? - Murio disse irado. - Uma mulher da sua condição, visitando as áreas pobres... Nos observando como se fossemos animais num zoológico.
Aí estava.
A verdade.
Sakura odiava saber como os homens eram uns babacas. Era só não ceder rapidamente aos caprichos masculinos e pronto, o ego ferido falava mais alto e quase sempre acabava insultada.
Tão nojentos.
A rosada revirou os olhos para o homem e não se daria nem ao trabalho de despedir-se. Contudo, quando quis passar por ele e ir embora, Murio a segurou pelo braço.
-Ahhh... - Ele Murmurou quando a segurou. - Viu? Não tem grades aqui... - O olhar do homem ficou sombrio e pela primeira vez, Sakura temeu, pois ficou lúcida naquele instante. - E nós não estamos enjaulados. - Murio deu um passo à frente de Sakura e abaixou sua cabeça para ir de encontro ao pescoço da rosada.
Sakura suou frio e sentiu as batidas de seu coração acelerarem conforme a respiração do homem se aproximava de seu pescoço, aquilo parecia uma eternidade em câmera lenta e completamente torturante.
Fechou os olhos e desejou que saísse do choque, que fosse capaz de tomar alguma atitude para afasta-lo. Contudo, não foi preciso.
Abriu os orbes verdes novamente ao escutar um barulho de algo sendo agarrado e arremessado para o outro lado do salão, chocando-se forte com algo.
Murio tinha caído em cima de três homens que logo o ajudaram a levantar-se, mas ele apenas a encarava e a figura a sua frente, armado com sangue nos olhos.
- SAI! ME SOLTA! - Ele reclamou com os amigos, mas não teve coragem de dizer nada para o homem que havia o arremessado.
Sasuke o encarava com o pior dos olhares e claramente o ameaçava de todas as formas. Se Sakura achou que Murio havia a encarado de forma assustadora, ela não tinha encarado o olhar de Sasuke para Murio, que simplesmente virou as costas e saiu empurrando todos a sua frente.
- SAI DA MINHA FRENTE! - Ouviam-se os berros de Murio do outro lado do salão e somente quando Sasuke se certificou de que ele havia ido embora que se voltou para Sakura.
Os orbes negros ganharam um novo brilho ao fitar a rosada, um misto de alívio com preocupação. Diferente de todos ali presentes, Sasuke usava seu corriqueiro terno da alta classe e esbanjava seu polimento na postura ereta.
Sakura ficou sem fôlego quando o encarou e sentiu palpitações em seu peito. Não demorou para que as cenas de seu sonho viessem a mente, tanto as sensações quanto suas dúvidas. Algo em si gritava que Sasuke era intrigante e queria descobrir o motivo por trás de seu suposto interesse no homem. Contudo, outra parte de si falava para manter distância e ficar segura da escuridão que orbitava por entre os belos e misteriosos par de Onix.
- Senhor Uchiha... - Foi a única coisa que Sakura conseguiu pronunciar quando o notou vindo apressado em sua direção.
- Está bem? Aquele homem lhe fez algo antes que eu chegasse? - Sasuke parou a dois passos de distância e se segurou o quanto mais pôde para não a abraçar e confortá-la como ansiava.
Sakura sentiu uma nova onda de sentimentos. Parecia que agora que não estava com Naruto não precisava mais disfarçar qualquer pensamento a favor do Uchiha e permitiu-se notar ainda mais do homem a sua frente. A sua voz era aveludada, mas carregava preocupação.
Preocupação essa que era destinada a ela.
Aquilo a tocou, mas baniu esse pensamento ao notar a face de dor que Sasuke fazia ao fitá-la, como se estive se forçando para controlar algo dentro de si. Todas as ações de Sasuke a intrigavam, aquele homem era um posso de mistérios e sentia que era atraída a ele enquanto não os solucionasse.
- Estou bem, não se preocupe. - Sakura precisou falar mais alto devido a música que voltara a tocar após a cena de uma suposta briga.
- Quer ir lá para fora? - Sasuke perguntou na intenção de conversarem sem ter que ficar gritando e Sakura assentiu, seguindo Sasuke para a saída da festa.
Observou as costas largas que eram devidamente destacadas com o terno azul escuro que ele usava aquela noite, até que chegassem a um corredor na frente de uma grande escadaria. Sakura se apoiou no parapeito do corredor e fitou Sasuke de modo tímido. Sentia que perdia sua lábia e compostura perto dele.
- Quero lhe agradecer pelo o meu resgate. - Disse sem jeito com o modo como Sasuke a encarava, ele a fitava como se ela fosse única. Como se ele a adorasse por dentro. Aquilo lhe deixava completamente sem jeito.
- Não foi nada. Jamais iria deixar que um homem com tão pouco respeito a importunasse.
Sakura sorriu. Era bom saber que o cavalheirismo ainda não havia se extinguido. Mas aquilo acabou lhe atraindo a atenção para um assunto...
- Afinal, o que o trouxe até está parte da cidade? - Perguntou curiosa e Sasuke olhou para trás, notando movimentação da festa para o lado de dentro do salão.
- Esse lugar é conhecido pelas festas e... - Ele se inclinou um pouco para frente de Sakura, como se fosse lhe contar um segredo. - Eu gosto da música. - Sakura sorriu novamente e Sasuke lhe dedicou um meio sorriso de canto.
Sakura começou a encarar o chão, como se estivesse perdida em pensamentos. Embora gostasse de analisá-la, Sasuke notou que sua feição não era boa e que aparentava estar perturbada com algo.
- Está preocupada? - Sakura o encarou e suspirou, como se estivesse pronta para lhe confiar confidências.
- Mais ou menos. - Confessou.
- Me conte, por favor. - Ele pediu de forma prestativa, pronto para acabar com o que lhe afligisse e passando-lhe confiança. - Adoraria ouvi-la! O que quer que seja.
- É o Naruto... - Dizer aquele nome para outra pessoa além de Hinata parecia ser reconfortante e Sakura quis se convencer de que não era por estar conversando novamente com Sasuke.
- O Uzumaki? - Sasuke Suspirou, demonstrando um pouco de sua decepção. - Não creio que ele tenha feito algo para lhe chatear. - Sakura bufou só de lembrar o motivo por terem rompido o compromisso.
- Mas ele fez! - Afirmou amargurada. - Ele disse as coisas mais horríveis e... Eu fugi. Desde então não nos vimos mais. - Sakura encarou as orbes negras e sobrancelhas arqueadas de Sasuke. - Não sei o que fazer. - Confessou.
"Como ela não sabe o que fazer? Eu não sei o que fazer!" - Sasuke pensou.
Estar ao lado De Sakura era confraternizar com sua própria morte e com os demônios de seu passado. Naquele momento, Sasuke entendeu o motivo de tê-la mantido longe de si no início. Ele não queria matá-la novamente e sabia que aquilo iria acontecer caso ficasse ao seu lado. Nunca achou que teria decisão mais difícil para tomar em sua vida, mas ao ver os lindos orbes esmeraldinos ainda brilharem quando proferissem o nome do Uzumaki, decidiu manter-se afastado.
- Sabe... - Ele encarou o chão e voltou a encara-la novamente. - Eu aprendi da pior forma que se amamos uma pessoa, devemos aproveitar até o último momento de nossas vidas ao lado dela, pois nunca saberemos quando estas iram partir. - Sakura o fitou novamente, tocada pela tristeza em que Sasuke proferiu a frase. - Quero dizer... - Ele pigarreou. - A vida noturna boêmia é um substituto pobre para a felicidade. - Sakura não se importou em sorrir maravilhada. Sasuke tinha um talento para fugir de assuntos e aquilo lhe intrigava ainda mais.
Afinal, o que havia acontecido com ele?
Foi brutalmente retirada de seus devaneios quando Sasuke se aproximou de seu rosto e ficou a centímetros de sua boca. O ar pareceu fugir de si com vontade e suas palpitadas no coração aceleraram consideravelmente. Contudo, não moveu um músculo. Parecia que seu corpo desejava uma aproximação, mesmo que não ousasse admitir. Seu corpo sofria com uma nostalgia estranha e era peculiarmente enfeitiçada pelos segredos da penumbra dos belos orbes de Sasuke.
- Às vezes, as pessoas e os lugares que estão no nosso destino nos pegam de surpresa. - Sasuke sussurrou com um tom mais rouco e libertino.
- Parece uma pintura viva. - A voz de Hinata se aproximou e Sasuke rapidamente se afastou de Sakura, liberando-a do suposto feitiço e lhe lembrando que o ar era necessário. - Heathcliff e Cathy na charneca. - Hinata agarrou o braço de Sakura e fitou Sasuke, um tanto quanto desconfiada.
- Está ficando tarde, posso acompanhá-las até em casa se desejarem. – Propôs, cortês.
- Não é necessário. - Hinata se opôs. - Minha carruagem nos aguarda. - A rosada ainda fitava Sasuke, pouco se importando com o que transparência. - Sakura? Vamos, sim?
- Senhorita Haruno, senhorita Hyuuga. - Sasuke as cumprimentou e rumou para as escadarias a frente.
- Senhor Uchiha... - Sakura sussurrou um cumprimento e sem perceber, se demorou na pronúncia de seu sobrenome. - Obrigada. - Disse um pouco mais alto. Porém, Sasuke não virou-se de costas para a dar um último "boa noite".
{...}
Naruto organizava alguns documentos pendentes de seu trabalho na sala de Sasuke. Estava absorto em pensamentos enquanto os separava por data e grau de importância, mas escutou um ruído atrás de si e ao olhar para trás, deparou-se com Sasuke Uchiha o encarando de modo concentrado. Era tão estranho, as vezes estava completamente a sós e poucos milésimos depois, Sasuke já se encontrava a espreita.
- Eu almocei com alguns dos homens da sua lista ontem. - Naruto proferiu enquanto ainda arrumava os papéis. - Akimichi e seu filho, general Senju, lorde Sarutobi...
- Sim. - Sasuke apanhava uma garrafa de whisky e colocava em um copo, não deu tanta importância aparente para o que o Uzumaki dizia. Estava no automático. - Mais alguém? - Perguntou por educação.
- O Senhor Jiraya.
- Jiraya? - Sasuke se virou para encara-lo, confuso.
- Sim, ele estava na sua festa.
- Tem certeza?
- Sim, tenho.
Naruto se voltou para os documentos e apenas escutou os passos de Sasuke vindo em sua direção com dois copos de whisky e uma garrafa.
- Sabe... - Ele Suspirou. - Um amigo me contou com toda discrição, que o senhor recentemente terminou com uma jovem... - Ele parou a frente da mesa que Naruto sentava-se e os olhos azuis o encararam. - Não me recordo o nome dela.
- Sakura Haruno. - O loiro disse transparecendo um certo pesar.
- Encantadora. - Sasuke disse com um meio sorriso.
- Eu prefiro não falar disso, se não se importa. - Naruto já havia esquecido do que fazia com os papéis, estava indo tão bem ao não pensar em Sakura o dia todo. Agora escutava a voz doce da mulher em sua mente e sentia falta.
- Eu me importo! - Sasuke colocou abruptamente um copo da bebida que carregava em cima dos papéis que o loiro examinava. - Apenas para impedi-lo de transformar meu escritório num velório. - Sasuke sentou-se em uma das duas cadeiras em frente a mesa que Naruto ocupava.
- Eu sinto muito. - Naruto disse sem graça, nem havia percebido sua falta de indiscrição e Sasuke bebeu um golo do líquido quente com a companhia do loiro que abandonou os papéis, ficando apenas encarando o Uchiha.
- Conheço a senhorita Haruno... - Naruto fez uma careta. Era estranho demais se referir a Sakura de forma tão cordel, como se já fossem estranhos e doeu. - Sakura... - Corrigiu. - A muito tempo. Ela sempre foi muito teimosa... - Sasuke sorriu com a informação. - Ela continua insistindo em seguir com os estudos embora agora eu tenho intenções e condições de sustenta-la como minha esposa. - Sasuke controlou a torção na face.
- Eu entendo.
- Entende? - Perguntou surpreso.
- Sim. Eu entendo que é um tolo. - Naruto abriu a boca como se não acreditasse no que ouviu e bebeu mais um golo do whisky. - Como um homem que quer desafiar as condições sociais e melhorar sua posição, pode negar o mesmo para a mulher que ele ama?
Naruto pareceu pensar por alguns segundos. Seu superior havia o chamado de tolo e agora parecia lhe denegrir novamente. Era isso que ele chamava de concelho e desabafo?
- Está me chamando de hipócrita. - Deu mais um gole na bebida.
- Não, Uzumaki. Estou lhe chamando de tolo! - Sasuke levantou-se da cadeira e o encarou de cima. - Mas é um homem apaixonado... - Ele virou todo o copo da bebida forte de uma vez e tomou coragem para concluir sua tarefa.- E muitas vezes é a mesma coisa. Termine, vá para casa. - Sasuke o olhou uma última vez e saiu de seu escritório, deixando um Naruto pensativo para trás.
Tinha que admitir, Sasuke poderia ter muitos defeitos, mas era muito sábio. De certa forma, ele havia conseguido abrir a mente do loiro e o mostrado uma diferente perspectiva para compreender Sakura. Pensando melhor, havia sido um babaca completo e não somente tolo.
{...}
Hinata observava Sakura dormindo tranquilamente ao seu lado. Todos os traços da amiga eram belos. Seus longos cabelos rosados bagunçados e espalhados pelo travesseiro, pele alva e macia, a camisola folgada que ainda assim a deixava desejante... Tudo em Sakura era bonito aos olhos de Hinata.
A morena levou sua mão direita para tocar os fios rebeldes, mas parou no meio do caminho por medo de acordar Sakura e tirá-la de seu descanso.
Infelizmente, em vão.
Sakura se espreguiçou e lentamente abriu os olhos, dando o ar da graça de seu par de esmeraldas brilhantes.
- Está acordada. - Sakura sorriu ao constatar que Hinata a encarava.
- Pensando. - Ela Confessou.
- Ahhhh... Pensando. - Sakura brincou.
- Eu penso, sabia? - Ambas riram fraco. - Às vezes.
- No que está pensando?
- Em você! - Hinata abriu o jogo. - Não sei, você me inspira a ser mais independente, eu acho. - Sakura sorriu.
- Que horas devem ser? - A rosada tentou espiar pela pequena fenda da cortina que passava o sol, mas nem conseguiu encara-lo e apenas se espreguiçou ainda mais.
- Duas. - Hinata olhou para o relógio na parede a esquerda. - Temos metade do dia para a noite. - Falou com um sorriso já pensando no que aprontariam mais tarde. Contudo, foi interrompida pela forma que Sakura pulou apressada da cama.
- Duas? - Perguntou apavorada. - Merda! Perdi a aula do professor Gaara...
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